terça-feira, 17 de outubro de 2006

Vôo United 93


EUA/Inglaterra/França, 2006
Direção: Paul Greengrass

Foram necessários 5 anos de espera para que pudéssemos rever o resultado da tragédia americana nas telas de cinema. Alguns acham que ainda é muito cedo. Para mim, parece que foi ontem que aconteceu, mas nem por isso acho que o tema não deva ser explorado pela sétima arte.

Eu estava em solo americano na ocasião, mais precisamente à poucos kilômetros do epicentro da tragédia. Faziam 3 meses que eu havia ido morar em New York quando tudo ocorreu, vivi o drama in loco e consequentemente eu estava muito ansioso para conferir este filme.
Do mesmo diretor de "Domingo Sangrento", "Vôo 93" é o primeiro da série de filmes que devem pipocar sobre September 11.

Mais uma vez Greengrass realiza um ótimo trabalho. Além do tema em si, a direção de Greengrass é o que mais me atraiu a conferir a película. Paul não perde o ritmo em momento algum, tudo acontece na hora certa e na medida certa. O modo como foi filmado lembra um documentário. Realmente é tudo muito convincente, crú e real. Atores desconhecidos enfatizam ainda mais a idéia que o diretor quis transmitir. A câmera na mão em quase todos os momentos e principalmente naquele em que os passageiros invadem a cabine, onde seus movimentos bruscos causam pertubação e aflição, são de um realismo assustador, algo parecido com a cena da briga no começo de "Irreversível" de Gaspar Noé.
"Vôo United 93" conta a história do avião que não atingiu seu alvo graças ao ato de heroísmo dos passageiros. O alvo era a Casa Branca. O Vôo 93 atrasou 1/2 hora para decolar. Quando os terroristas anunciaram o sequestro, as Twin Towers já haviam sido atingidas.

Um dos momentos mais fortes é quando os passageiros começam a ligar para suas famílias e amigos. Chega a ser agonizante e por momentos você chega a esquecer que está em uma sala de cinema.

Embora a história e ocasião favoreça, o fime passa longe da pieguice. O mesmo não posso dizer do blockbuster "Torres Gêmeas", ainda não vi, mas tenho certeza que a tragédia é explorada ao máximo no lado sentimental, bem dramático.

O modo como Green filmou não permite que isso aconteça. A partir das conversas telefônicas, eles são informados dos atos terroristas que estão ocorrendo e concluem que eles também fazem parte do esquema. Ao terem convicção do que está acontecendo, colocam em prática um plano para tomarem o controle da situação e se salvarem. O fim da história ja conhecemos...
Grande filme, grande direção. Preciso e sem exageros, na medida certa. Forte e chocante, talvez por parecer tão real. Altamente recomendado. Muito bom!





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