segunda-feira, 25 de julho de 2011

ALÉM DA VIDA

EUA, 2010
Direção: Clint Eastwood


Grande ator, grande diretor. Sinceramente, não me recordo de um filme ruim de Mr. Eastwood. A maioria são bons e outros ótimos, não lembro de filme ruim, se você souber de algum, manda aqui pro blog. "Além da Vida" é um bom filme, longe dos melhores de Clint, mas ainda assim um ótimo entretenimento.

O filme chama atenção já no tema e chama mais atenção ainda saber que Clint, taxado como diretor "macho man", se interessa pela vida após a morte. Após a avalanche de filmes espíritas no Brasil inaugurado por "Bezerra de Menezes", passando por "Chico Xavier" e finalizando com "Nosso Lar"(ufa!) até que venha o próximo, "Além da Vida" não foca no depois e sim nas pessoas que tiveram experiências com a morte e continuam no mundo físico.

Os personagens são Marie (a bela Cécile de France), George (Matt Damon) e os gêmeos Marcus e Jason, interpretados por George McLaren e de longe, a grande surpresa do filme. Quatro personagens vivendo paralelamente e que em dado momento terão seus destinos cruzados.

Marie é uma famosa apresentadora de um telejornal francês que passa por uma experiência de quase morte ao presenciar um Tsunami quando em férias na Tailândia. George é um vidente que não suporta seu dom, pois as pessoas só o procuram por interesse e ele não consegue tocar ninguém sem que a vida daquela pessoa revele-se por inteiro para ele. Um karma. Finalmente, Marcus e Jason são gêmeos que tem seus destinos brutalmente separados.

Há quem acredite e quem seja cético, mas deixando as crenças particulares de cada um de lado, Clint sempre tem algo bom e interessante para nos apresentar. O velho cowboy é igual vinho.

Destaque para a impressionante cena inicial do Tsunami e para os ótimos e carismáticos gêmeos de McLaren.





quinta-feira, 21 de julho de 2011

O QUE RESTA DO TEMPO


Bélgica/França/Itália/Reino Unido, 2009
Direção: Elia Suleiman

Uma visão diferente e lúdica da guerra eterna entre israelenses e arábes. Neste belo filme, Elia Suleiman traz um roteiro baseado no diário de seu pai que foi combatente da resistência Palestina e nas cartas de sua mãe para os parentes expatriados. O filme é praticamente autobiográfico e o diretor faz o papel dele mesmo na parte final da película.

Em 4 tempos, Suleiman recria episódios que marcaram sua vida, partindo de 1948 até os dias atuais. "O que Resta do Tempo" reconstitui de maneira primorosa o cotidiano dos chamados árabes-israelenses. Aqueles poucos que resolveram permanecer em sua terra natal e consequentemente passaram a viver como minoria.

Suleiman detém um humor ácido e inteligente. Brinca com a desgraça de seu povo e sua terra fadada ao desaparecimento. A convivência entre árabes e israelenses neste pedacinho de terra não chega a ser pacífica, mas os que resistem, tentam ignorar que vivem em um local rodeado de soldados que os querem fora dali.

Três cenas chamam muito a atenção. Um arábe fala ao celular caminhando pra lá e pra cá com um tanque de guerra na sua mira. Soldados israelenses param em frente a uma discoteca ordenando o toque de recolher, prontamente ignorado pelos frequentadores e o salto do diretor sob o muro da separação. Apesar da desgraça da realidade, Suleiman consegue captar através de seu olhar delicado, um humor muito inteligente.

Uma visão sincera de quem viveu o terror e sonha com o fim desta absurda guerra que parece nunca ter fim. Acima da média.





segunda-feira, 18 de julho de 2011

UM LUGAR QUALQUER

EUA, 2010
Direção: Sofia Coppola


Sofia já provou que tem talento e ele não está apenas no sobrenome. A diretora do ótimo "Encontros e Desencontros", "Maria Antonieta" e "Virgens Suicidas", nos presenteia com mais um belo filme. Um filme mais europeu que americano é verdade, delicado e introspectivo e que arrebatou o Leão de Ouro em Veneza.

"Um Lugar Qualquer" conta a história de Johnny Marco (Stephen Dorff), um bem sucedido ator de Hollywood que vive em um hotel. Sofia consegue transmitir como ninguém o vazio da vida deste homem. Logo na cena de abertura já é possível captar toda angústia e falta de tesão do personagem para com a vida.

Johnny dirige sua Ferrari a esmo, participa de festas regadas a muito sexo e gasta muito dinheiro com mulheres. Destaque para as pole dancers, comédia apesar de triste. Belo humor negro. Apesar de todo sucesso, de as mulheres praticamente se abrirem por onde ele passa e de poder fazer o que quiser, Johnny parece sempre estar em depressão. Sim, caros amigos(as), dinheiro não traz felicidade, ajuda, mas não é tudo.

Surge então Cleo, sua filha de 11 anos interpretada pela super carismática Elle Fanning. A mãe resolve sumir por um tempo e Cleo passa a conviver com seu pai com mais frequência. Apesar de nunca ter sido um pai presente, Cleo desperta em Johnny uma ânsia maior pela vida. Ele arrepende-se por ter faltado em tantos momentos da filha e curte cada momento com a pequena. Essa reaproximação faz Johnny reavaliar sua vida.

Destaque para a cena inicial, das gêmeas pole dancers e da cena em que ele precisa fazer um molde de sua cabeça. Quem é você Johnny? Qual o sentido de sua vida? E claro, em se tratando de um filme de Sofia Coppola, não poderia deixar de destacar a ótima trilha sonora, marca registrada de todos seus filmes. T. Rex, The police, The Strokes e Foo Fighthers são apenas alguns dos nomes presentes no filme sobre a supervisão da ótima banda Phoenix. Não é o melhor dela, mas ainda assim, um belo programa.





terça-feira, 12 de julho de 2011

WALL STREET - O DINHEIRO NUNCA DORME

EUA, 2010
Direção: Oliver Stone

Mais de vinte anos depois Gordon Gekko (Michael Douglas) está de volta. Após cumprir pena por fraudes financeiras, Gekko retorna pianinho e com discurso humilde. Um verdadeiro cordeirinho em pele de leão. De início até acreditamos que o inescrupuloso Gekko realmente tenha mudado, afinal, dizem que a prisão muda qualquer um. Será?

Ele ja não pode mais operar no mercado financeiro, mas como continua sendo uma lenda no meio, ganha dinheiro escrevendo um livro e dando palestras sempre lotadas.

Jacob Moore (Shia Labeouf) é o noivo da filha de Gekko, interpretada pela doce Carey Mulligan. Jacob assemelha-se muito ao Gekko de 1987. Ambicioso e inescrupuloso. Winnie (Carey) por sua vez não quer mais saber do pai. Enfiou na cabeça que ele é o responsável pela morte do irmão. Jacob procura Gekko para aconselhá-lo sobre como proceder com Bretton James, um investidor sanguessuga que acabou com a vida do mentor de Jacob ao comprar sua empresa por uma merreca. Gekko concorda em ajudar Jacob, mas em troca, quer que ele o reaproxime de Winnie. Bretton James é interpretado pelo ótimo e cada vez melhor Josh Brolin.

O filme tem pegada e é quase tão bom quanto o primeiro. Belo roteiro, atores excelentes e a mão firme de Stone na direção. Neste mundo de negócios e milhões, não existe escrúpulos. Um passa por cima do outro na maior naturalidade e o que interessa aqui, é somente cobiça e poder. Antropofagia total. Homem abocanha homem e sobrevive o mais forte.

Atente para o belo final e as interpretações impecáveis de Douglas e Brolin. A participação de Charlie Sheen, que estava no filme de 1987 como um dos protagonistas também vale a pena, apesar de rápida. Teria Gordon Gekko realmente mudado?





CONTATOS DE 4º GRAU

EUA, 2009
Direção: Olatunde Osunsanmi

Desde sempre sou vidrado em astronomia e consequentemente, as histórias de ETS, aparições, abduções, Área 51, enfim, simplesmente me encantam. Tinha lido algo a respeito deste filme um tempo atrás e o infeliz dizia que não era ruim. Bastou isso e claro, Milla Jovovich (bela é ótima atriz) no papel principal para chamar minha atenção.

O filme começa ridículo. Milla no papel dela mesma diz que o filme é baseado em fatos reais e cabe a nós, telespectadores acreditar ou não naqueles fatos "incríveis" que serão apresentados. Ela no papel da suposta doutora que vivenciou tais acontecimentos.

Então o filme tenta mesclar documentário com ficção, mas a parte que seria supostamente real é tão forçada que ao invés de passar medo, que era a intenção do diretor, causa risadas. Vamos a história.

Milla interpreta uma Dra. especialista em regressão através do hipnotismo. Coincidentemente, vários de seus pacientes apresentam os mesmos sintomas e ela fica encafifada. Vai atrás e descobre que seus pacientes podem ter sido vítimas de abdução. Chega, não vou falar mais, não vale a pena.

Tentando pegar carona no sucesso de filmes que dizem ser "reais" e documentais, "Contatos de 4º Grau" não passa de um pastelão da pior qualidade. Chega a beirar o ridículo. Perda de tempo total. Um assunto que já foi magnificamente abordado em filmes como "Contato" e "Sollaris" para citar apenas dois, aqui mostra-se totalmente enfadonho. Pobre Milla, trocar de agente não seria má ideia querida. Cadê a eterna Joana D´Arc?





COMER, REZAR, AMAR

EUA, 2010
Direção: Ryan Murphy

Não li o livro, sou meio chato com bestsellers, sou do contra. O filme tampouco me interessava, mas como acredito que só se pode falar de algo (bem ou mal) após confêri-lo com os próprios olhos, cedi aos pedidos de minha amada.

Com 35 anos e ao menos 25 dedicados a Sétima Arte, já adquiri uma certa bagagem para prever a trama de alguns filmes, seu desenrolar e desfecho. Alguns são muito óbvios e infelizmente, pouquíssimos surpreendem. Mas como disse acima, tem que ver pra poder poder falar e meninossss, EU VI!

O filme conta a história de uma bela dama (Julia Roberts) que após um casamento fracassado entra em depressão e resolve largar tudo e partir para uma viagem de um ano, atrás de "ressuscitar" seu espírito para os sentimentos adormecidos.

Primeira parada: Itália. Bom, parece um filme de agência de turismo com abuso imensurável de todos os clichês possíveis do país em forma de bota. A comilança, o falar exagerado com o corpo e os italianos tarados galanteando qualquer moça que passe pela rua. Bom, confesso que senti fome.

Segunda parada: Índia. Aqui ela busca o retiro espiritual e descobre (sério?!) como é difícil não pensar em nada. Acho que sou avançado neste aspecto, pois esta tarefa não é tão difícil para mim. Acho que mulheres realmente devam ter mais dificuldades para manter a mente limpa.

Nesta etapa da viagem ela conhece o personagem do ótimo Richard Jenkins, que faz o papel de um cara muito chato. Através dele, ela descobre que todos os gringos que vão para a Índia sofreram traumas na vida. Ele por exemplo era um ex-alcoólatra que por conta do vício fez muita gente sofrer. Muita cor, voto de silêncio e mais clichês.

Terceira parada: Bali. Aqui ela conhece um guru (muito chato e sem graça). Além de guru o tiozinho é profeta e metido a cantor. O seu "See You Later Alligator", casado com seu sotaque mala é extremamente irritante. Mas por ocasião do destino, lá ela conhece o grande amor da sua vida. Um brasileiro interpretado pelo também ótimo Javier Bardem.

Mas porque Bardem para interpretar um brasileiro e não nosso internacional Santoro? Bom, trata-se da adaptação de um livro recordista de vendas e o povo não quer ver qualquer um no papel do brasileiro. Bardem é global e além do mais, Santoro é muito novo para Júlia Roberts. Ah, tem Hollywood também.

O resumo da história é básico e não deveria ser necessário para as pessoas descobrirem o segredo da vida: Seja você mesmo, não pontue suas atitudes baseadas na opinião de terceiros e viva, pois a vida é curta caros amigos(as). Faça o bem que ele retornará ou o clássico, quem planta colhe.

Vale pelas belas locações, mas como filme, é um tremendo desperdício de ótimos atores. Blockbuster de auto-ajuda emoldurado por belas imagens e nada mais. Ahhh, James Franco também está no filme, mas seu papel é tão irrisório que já havia me esquecido do rapaz.





BANANAS

EUA, 1971
Direção: Woody Allen
Não existe melhor obra para celebrar o sexto aniversário do blog (hoje 13/07). "Bananas" faz parte de minha filmoteca desde sempre. Ainda lembro quando tinha meus 13 anos e vi este filme com um de meus melhores amigos. Foi risada atrás de risada e a introdução ao universo do humorista Woody Allen. Hoje ele faz filmes mais sérios e até dramas, mas o humor é sua veia. Hoje, mais de 20 anos depois resolvi revê-lo e as risadas continuam as mesmas.
Woody interpreta um testador de produtos diversos e ridículos de uma grande firma e é apaixonado por uma ativista política. Ela no entanto procura alguém com mais liderança, um homem que se preocupa com os problemas deste mundão. Não preciso dizer que ele não é este homem e querendo provar o contrário, após ser abandonado pela mesma, Woody parte para a fictícia San Marcos, uma republiqueta da América Central dominada por um ditador.

Chegando lá ele é sequestrado e logo torna-se líder dos rebeldes (pois era o único letrado) e vira presidente de San Marcos. Reconhecido pela grande liderança, o personagem de Woody excursiona o mundo e reencontra sua antiga paixão, que não sabendo que ele agora é o presidente de San Marcos, apaixona-se pelo "líder".

O filme traz o melhor do humor escrachado do início da carreira de Allen. São piadas atrás de piadas no melhor estilo Jerry Lewis e Os Três Patetas. Idiotas e bestas muitas vezes, mas sensacionais e muito divertidas. Ao mesmo tempo em que ele faz suas piadas, sua ironia esta mais que presente brincando com religiões diversas, inclusive a sua (Woody é judeu e sempre faz piadas com este fato), ridiculariza os programas televisivos sensacionalistas e toda forma de poder, sem nunca perder a piada.

Neste dia mundial do Rock e aniversário do Cinemadicto, "Bananas" é o filme perfeito para celebrar o humor. SENSACIONAL!

ps1: Fique de olho na participação relâmpago de Sylvester Stallone no metrô.
ps2: Sim, as 5 estrelas são totalmente imparciais e emotivas.