segunda-feira, 30 de novembro de 2009

POLÍCIA, ADJETIVO


Romênia, 2009
Direção: Corneliu Porumboiu

Terminada a Mostra, agora é hora de ir atrás dos filmes que deixamos de ver no Festival justamente porque estreariam nos próximos meses, ao menos eu faço assim. Já que vai estrear, prefiro gastar meus ingressos com outras produções sem data nem indícios de passagem por aqui.

Polícia, Adjetivo foi uma sessão muito concorrida e agora está em apenas 2 salas com poucos horários, sendo que uma delas, onde conferi, é uma das 2 pequenas salas do anexo do Unibanco Augusta. Vai entender. O mesmo acontece com A Procura de Eric e Hotel Atlântico, os próximos de minha lista.

E o cinema romeno continua badaladíssimo. Depois dos sucessos e prêmios de 4 Meses, três semanas e 2 dias, Como Festejei o Fim do Mundo e A Leste de Bucareste, ótima comédia do mesmo diretor de Polícia, o cinema romeno continua a presentear os cinéfilos com frescor e um cinema de ótima qualidade, diferente do que costumamos ver dos outros europeus, talvez assemelhe-se um pouco ao cinema francês, mas ainda assim, possue características somente suas.

Polícia, Adjetivo conta a história de Cristi, um policial que investiga um garoto suspeito de tráfico. No entanto, ele descobre que as suspeitas não são reais, trata-se apenas de um usuário que dá haxixe aos amigos quando procurado. A lei na Romênia ainda não diferencia usuário de traficante e Cristi encontra-se então em uma verdadeira cama de gato com sua consciência.

Ele recusa-se a prender o garoto justificando que tal ato poderá acabar com a vida do rapaz. Faz propaganda de outros países onde ninguém mais vai preso por fumar maconha e que a lei na Romênia em breve se adequará aos demais países europeus. Temos um policial em conflito com sua ética que bate de frente com a autoritária lei romena.

Cristi sofre com a situação e tenta postergar ao máximo qualquer decisão.

Esqueça os filmes policiais hollywoodianos cheios de ação e reviravoltas. Corneliu mostra com extrema realidade o cotidiano tedioso deste profissional da lei. Tão verossímel que muitas das passagens ocorrem quase que praticamente em tempo real. Daí a semelhança com o cinema francês que muitas vezes gosta de mostrar tudo nos mínimos detalhes. Outros exemplos se dão quando ele desfruta suas refeições e diáloga com sua esposa. Aliás, apesar de não ser uma comédia rasgada como A Leste de Bucareste, Polícia, Adjetivo nos reserva passagens cômicas e naturais como o tal diálogo entre o casal, onde entre outras coisas, questiona-se o que seria da pasta de dentes sem a escova ou a reunião entre policiais onde um dicionário torna-se o protagonista com questões como: Defina consciência. Hilário.

Aliás, consciência é a palavra que move o filme. Consciência e ética. E no final das contas, o que prevalece, é a comida na mesa no final do mês. Triste, mas real. Longa vida ao cinema romeno.





sábado, 28 de novembro de 2009

AC/DC - MORUMBI - 27.11.09


13 anos depois estamos lá novamente. Os mesmos melhores amigos de sempre, a turma rock n´roll inseparável, para mais uma vez curtir e reverenciar a maior banda de rock do planeta. Hà 13 anos eu tinha 20 e estava realizando um sonho. Ontem, fomos reviver os momentos marcantes e inesquecíveis que fez com que o AC tenha sempre seu lugar garantido no coração de todos os rockeiros deste mundo.

E mais uma vez foi emocionante. 3 gerações unidas por um só motivo, o velho e bom rock n´roll. Senhores na faixa dos 50, afinal a banda começou em 1973, trintões como eu e minha turma e adolescentes curtindo pela primeira vez o melhor espetáculo da terra. Sabe aquela frase: dance como se estivesse sozinho? Foi isso o que aconteceu no Morumbi ontem a noite. Todos hipnotizados, extasiados e felizes, com um puta sorriso no rosto de satisfação graças aos poderosos riffs de Angus Young e aos potentes vocais de Brian Johnson, que fazem o melhor rock do planeta. Um rock alegre e festeiro com base no blues, um blues acelerado.

18:45 Entramos no estádio. Cai um puta toró. E você acha que a galera esfriou? Pelo contrário. Todos começaram a gritar, ocorria uma batalha entre pista e arquibancada para ver quem gritava mais alto. O dj mandava Jimi Hendrix e Black Sabbath nas caixas e o povo delirava. Quanto mais a água caia, mais o povo enlouquecia. Sensacional. Mais rock n´roll impossível. 20 minutos depois a chuva parou e só apareceu novamente na hora de sair do estádio, ou seja, perfect!

20:30 Começa o show do Nasi com uma banda que contava também com Andreas Kisser na guitarra. E os caras exerceram extremamente bem a função de esquentar o povo. Com músicas do Clash, Plebe Rude, Stooges e Raulzito, o povo ja estava no ponto para receber os melhores do mundo.

21:30 As luzes se apagam. Brilham luzes vermelhas pelo estádio, referentes aos famosos chifrinhos atribuídos à Angus, que dizem: "He´s got the devil in his fingers and the blues in his soul". É a marca registrada do homem que é a representação máxima da banda. Os primeiros acordes de "Rock n´Roll Train", do novo disco, "Black Ice" fazem o estádio tremer, todos pulam como num verdadeiro mantra, uma manifestação de pura ode a esta verdadeira religião que é o ROCK. Para quem não conhece a banda e acha que eles são tipo daquelas bandas velhas que vivem dos sucessos antigos, dobre a língua, pois eles são extremamente produtivos e este último álbum lançado recentemente bateu recordes de venda de cds em tempos de download.

Mas foi com "Back in Black" que o povo veio ao delírio pela primeira vez. E depois com "Highway To Hell", "You Shook Me All Night Long", "The Jack" com o tradicional strip de Angus Young que corria ensandecido de um lado para o outro do palco suando bicas e ia pra galera através de uma ponte que entrava na pista para que o músico se aproximasse. Brian Johnson tocando o sino em "Hell´s Bells", a boneca gigante em "Whole Lotta Rosie", "Thunderstruck", enfim, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!

Teve também o solo de guitarra de Angus. Os chatos sempre reclamam dos eternos solos de guitarra dos shows de rock, mas meu amigo, não é qualquer um solando na sua frente não, baixa a bola e reverencie Mr. Angus Young.

Para finalizar tivemos explosões de canhões e uma chuva de fogos ao som de "For Those About to Rock: We Salute You". Mais de 2 horas pulando e cantando sem parar, com um coral de 70 mil vozes em estado de nirvana puro. Com certeza, uma das coisas que se deve fazer antes de morrer! Já garanti duas hahaha. Lindo, único e mágico. Alma Lavada. Muito obrigado Deuses do Rock, por poder presenciar mais uma vez o maior espetáculo da Terra. Ao menos para mim.

Oração do Rock

"Elvis Presley que estais no céu;
Muito escutado seja Bill Haley;
Venha a nós o Chuck Berry;
Seja feito barulho à vontade;
Assim como Hendrix; Sex Pistols e Rollings Stones.
Rock and roll que a cada dia nos melhora;
Escutai sempre Clapton e Neil Young;
Assim como Pink Floyd e David Bowie, Muddy Waters e The Monkees.
E não deixeis cair o volume.
Mas livrai-nos do Pagode e Axé.
Amém!”.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

VERSOS


Versos! Versos! Sei lá o que são versos ...
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz, cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma ...

Versos! ... Sei lá! Um verso é teu olhar,
Um verso é teu sorriso e os de Dante
Eram o seu amor a soluçar
Aos pés da sua estremecida amante!

Meus versos! ... Sei lá também que são ...
Sei lá! Sei lá! ... Meu pobre coração
Partido em mil pedaços são talvez ...

Versos! Versos! Sei lá o que são versos ...
Meus soluços de dor que andam dispersos ...
Por este grande amor em que não crês! ...

Florbela Espanca (manda muito)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

DISTRITO 9


EUA/Nova Zelândia, 2009
Direção: Neill Blomkamp

Deixem o preconceito de lado e embarquem na viagem de Distrito 9, este ótimo filme de ficção, um gênero muitas vezes discriminado pelos cinéfilos e críticos.

Produzido por Peter Jackson, diretor da trilogia O Senhor dos Anéis, Distrito 9 é um banho de frescor no segmento. Ficção cientifíca inteligente e renovada, passa longe dos clichês e renova a cada quadro.

Em tempos de filmes sobre o fim do mundo (vem mais um ai: 2012. Aff!), Distrito 9 inova em todos os aspectos. Primeiramente não apela para um diretor/elenco estrelar e vai muito bem. A cidade onde se passa a trama não é Los Angeles nem Nova York, ufa. Não temos somente um bando de ETs invadindo Joanesburgo e sim um roteiro inteligente que traça um paralelo até então inimaginável, tamanha a semelhança da situação dos ETs, com a dos negros à época do Apartheid na própria África e até a dos negros americanos de alguns anos atrás. O filme trata de preconceito e o vilão é o humano. Terrível, baixo e inescrupuloso.

Impossível não comparar as duas situações, histórica e fantasiosa. Joanesburgo é invadida por ETs, chamados vulgarmente de camarões devido a aparência. Sua nave está com problemas e eles não conseguem retornar. Situam-se então em uma área cedida pelo governo e passados 20 anos, o que antes era um acampamento transformou-se em uma enorme favela dominada pelos camarões.

Contrabando de armas ets, comida de gato e criminalidade. Os nativos odeiam os invasores, que não, não causam grandes confusões e até conseguem se comportar, mas o ódio impera. Eles são diferentes, são estranhos e devem ser totalmente isolados do contato com a raça humana. Sacou a semelhança? Camarões no filme, negros na história. Então eles são banidos e proibidos de frequentarem os mesmos locais. Tudo isso em uma mistura de falso documentário com depoimentos e ficção, dando ainda mais credibilidade ao filme sobre aquela história que parece estar acontecendo naquele exato momento em que você esta diante da telona. É tudo muito real.

Um funcionário do órgão responsável por transferir os ets para outro assentamento é contaminado e começa a sofrer uma metamorfose. Sua única chance de reverter a transformação é ajudando um ET a consertar a nave e consequentemente ser ajudado. Mostra-se então outra faceta escrota da humanidade: a incrível facilidade de plantar notícias falsas e acabar com qualquer um. O homem infectado é dado como traidor. Dizem que ele teve relações com uma ET e por isso contaminou-se. Sua mutação vira caso de exército, pois ele torna-se o único ser humano capaz de manusear as armas extraterrestres, que são desenvolvidas especialmente para sua genética.

Inteligente e revigorante. Diferente de tudo que você ja viu. Se sua cabeça for muito rasa, provavelmente achará tudo uma grande besteira. Se tiver ela aberta e for livre de preconceitos, verá que trata-se de um belo filme. A ficção da década.






quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ANDANDO PARA TRÁS


Onde estamos? No país do carnaval que se auto entitula o melhor país do mundo ou no Irã, que cobre as mulheres dos pés a cabeça?

O assunto da hora é Geisy Arruda, que ao usar um vestido curto, provocou o tesão dos rapazes e a ira das invejosas. O brasileiro perde muito tempo cuidando da vida dos outros ao invés de cuidar de si mesmo. Somente esse gesto já daria um belo impulso para deixarmos de ser esse paísinho de 3° mundo.

Qual o direito daquelas pessoas de hostilizarem a menina porque o vestido dela é curto? Vão cuidar da vida de vocês seus inúteis! Parasitas que encalham este país. Daí quando você acha que já viu tudo, vem a Faculdade e EXPULSA a menina, alegando que ela se insinuava. Vão se fuder! A sujeira ta na cabeça de vocês machistas antiquados. É a mesma coisa que dizer que a mulher foi estuprada porque tava de mini saia! AAAA, ela me provocou. Provocou porra nenhuma! Que ódio! Me dá vergonha. E quando você acha que não dá pra ficar pior, eles revogam a expulsão. Geisy, manda a UNIBAN à merda!

To torcendo por você. Ficou famosa internacionalmente, vai posar pra Playboy, ganhar muito dinheiro e escolher a faculdade que quiser em qualquer lugar do mundo. Viu seus babacas! Tudo as custas do gesto macabro de vocês, infelizmente, futuro (que futuro?) do nosso país.
Gente atrasada e ignorante. Não ignorante de conhecimento, esses não me incomodam, mas os ignorantes de espírito, que se acham melhores que os outros, que come atum e arrota caviar. VÃO CUIDAR DA VIDA DE VOCÊS!

Aproveitando a deixa, você que vai prestar vestibular, escolha bem a instituição e seus veteranos. Você que teve o cabelo raspado, fez pedágio para um bando de idiotas torrar a grana enchendo a cara e foi obrigado a participar de brincadeiras humilhantes, morra de inveja ao ver este vídeo, que mostra como é a semana de integração dos bixos em uma Faculdade de Québec no Canadá. É isso o que gente INTELIGENTE faz nas primeiras semanas de aula na faculdade.
Agora vamos abrir a polêmica: Depois de ver o vídeo, pensa um pouco se o Ronaldo falou besteira, como tantos disseram, ao declarar que prefere que seu filho seja educado na Europa? Se todos pudessem ... As vezes, ultimamente muitas, parece que caminhamos para trás, e Olimpíadas e Copa, passam a ser uma ilusão.
ps: Desculpe o vocabulário, mas um belo palavrão, bem SONORO, esta liberado para ser usado com todo seu vigor quando o assunto exigir. Ele nunca vem de graça, por isso sua força.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

A TRILHA DA MOSTRA



Cinema e música, duas paixões de minha vida. Claro que nem sempre o casamento entre as duas artes é harmonioso, muitas vezes no Cinema é preferível o silêncio, mas quando a música encaixa ... Temos um caso de amor eterno. Então apenas ao escutar aqueles primeiros acordes, nos encontramos sendo transportados para a fantasia e magia daquele filme, daqueles personagens e daquelas estórias. A música tem este poder de nos proporcionar uma viagem deliciosa. Ela nos leva para a infância, para a escola, para o colo da avó, para aquele amigo que você achou que estaria ao seu lado até hoje. São fragmentos da memória que despertam ao ouvir uma canção.

Selecionei algumas músicas de alguns dos filmes que conferi cujas músicas me chamaram a atenção.

Do lado A do compacto têmos "Sonhos" de Peninha do filme "Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo". Uma música que fala de um vacilo da amada do rapaz. Daquelas músicas para suicidar-se por amor. Caetano fez uma versão. Claro. Ela toca na cena inicial, na boléia do caminhão. Aquilo é um caminhão? Depois "Feel Like Making Love" do Bad Company, banda clássica da qual sou fã entoando seu belo rock and roll em "Lymelife". A seguir entra o clássico dos anos 60, "Runaway" de Del Shannon que está na ótima surpresa "Como Ser Mr. Kotchie", na cena do karaokê. O lado B inicia com a belíssima versão soul e rasgada de "California Dreamin", interpretada por Bobby Womack presente no excelente "Fish Tank". Cat Stevens marca presença com a sensível "How Can I Tell You", do filme "Todos Os Outros". E para finalizar, Rana Farhan com "Drunk With Love" do sensacional "Ninguém Sabe dos Gatos Persas". O cd de Rana você encontra na net. Das outras bandas só achei o myspace do protagonista Ash Koosha e da banda que ensaia no telhado, The Yellow Dogs. Se alguém souber onde acho a trilha deste filme ou musicas separadas ... ficaria muito grato. Sugestões são bem vindas. Sempre. Boa viagem.

LISTÃO DA MOSTRA


Repescagem chegando ao fim. Ainda temos alguns filmes de Angelopoulos na quinta (ótima oportunidade de conhecer um pouco o trabalho deste mestre) e alguns brasileiros hoje, mas sinto que já posso fazer a já tradicional lista dos melhores e piores da Mostra deste ano.

Vale lembra que o único critério utilizado nesta lista é a simpatia que o filme gerou neste que vos escreve, portanto, sinta-se livre para discordar. Aiai, já estou com saudades. Como é bom respirar cinema, estar em um país diferente a cada sessão e conhecer gente que divide a mesma paixão. Viva o Cinema! Até o ano que vem.

OS MELHORES

1 - DENTE CANINO
2 - LEBANON
3 - VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO
4 - TODOS OS OUTROS
5 - FISH TANK
6 - NINGUÉM SABE DOS GATOS PERSAS
7 - SOUL KITCHEN
8 - SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOURA
9 - AMANHÃ AO AMANHECER
10 - SEGUINDO EM FRENTE
11 - A TOWN CALLED PANIC

BOAS SURPRESAS

1 - EU MATEI MINHA MÃE
2 - ELEVADOR ARMADILHA
3 - COMO SER MR. KOTCHIE
4 - ASHKAN, O ANEL ENCANTADO E OUTRAS ESTÓRIAS
5 - O APEDREJAMENTO DE SORAYA M

PIORES, QUASE BOMBAS (este ano não peguei uma bomba daquelas! que pena hahaha)

1 - CARMO
2 - PARTIR
3 - AINDA ADORÁVEIS
4 - ENTRE DOIS MUNDOS
5 - HIMALAYA - TERRA DOS VENTOS
6 - IBRAHIM LABYAD

Na verdade tem uma bomba sim, e o pior é que essa éramos obrigados a assitir. O comercial ridículo da FAAP e seu homem da caverna hahaha. Terrível. Digno das melhores bombas!

É isso aí velhinho!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

EU MATEI MINHA MÃE



Canadá, 2009
Direção: Xavier Dolan

Hubert Minel é um jovem impetuoso de 17 anos que não gosta nem um pouco de sua mãe. Ele despreza suas roupas bregas, o estilo kitsch e as migalhas de pão que sempre ficam no canto de sua boca. Além desses traços, a relação dos dois é pautada pela manipulação e a culpa. Confuso e dividido por uma relação de amor e ódio que o deixa cada dia mais obcecado, o garoto vive uma adolescência que é ao mesmo tempo típica e marginal, marcada por novas experiências artísticas, amizades, sexo e abandono.

Vamos lá, não sejamos hipócritas. Todo mundo já sentiu nem que por alguns segundos ódio da mãe ou do pai. Provavelmente naquela fase aborrecente. Amar ou não os pais, é consequência da criação e não uma obrigação. Tudo bem, devemos dar um desconto para o garoto homossexual no ápice da adolescência, essa fase terrível e muito chata, mas o garoto foi sincero e na verdade, gostaria sim de amar sua mãe incondicionalmente, mas ser mandado para um colégio interno realmente deve ser algo perturbador.

O filme é muito bom, verdadeiro, atual e sincero. O diretor, que também interpreta o protagonista, mandou muito bem e não teve medo algum de se expor. Bom roteiro, boas atuações e tudo feito com o coração. Nota-se visivelmente o sentimento à flor da pele a cada frame. O desespero e sinceridade daquele garoto. Tá certo que contém alguns "tiques" do Cinema de arte, mas é o primeiro filme do rapaz e além disso, não deixa de ser belo.

Instigante estreia. Fiquemos de olho no garoto. Aliás, este filme é o indicado do Canadá para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro. Claro que a Academia não vai nem cogitá-lo, mas boa sorte.

CÚMPLICES



França, Suiça - 2009
Direção: Frédéric Mermoud

Vincent e Rebecca se apaixonam à primeira vista em um cibercafé. Eles são jovens, com apenas 18 anos, e têm uma atitude despreocupada com a vida. Dois meses depois, o corpo de Vincent é encontrado boiando no rio Rhône, e Rebecca está desaparecida. O tenente Hervé Cagan e sua parceira Karine Mangin são encarregados da investigação. Na medida em que remontam o condenado caso de amor de Vincent e Rebecca, Hervé e Karine se veem confrontados com os problemas de suas próprias vidas.

O que somos capazes de fazer por amor? Matar? Dependendo da situação ... Um filme policial um pouco diferente, podemos dizer que trata-se de um filme policial com sentimentos rss, além de ótimos atores. O roteiro não é la essas coisas, mas inova ao colocar um pouco de coração neste gênero tão "macho man".

O paralelo traçado entre a vida dos policiais que investigam o caso e os investigados é muito interessante. A conclusão baseada na emoção e sensatez, e não na racionalidade surpreende. Policiais também amam e tem seu bom senso, ao menos na Europa.

No banheiro tinha dois moleques confabulando sobre a película. Um dizia assim: Porra, pra que mostrar a bunda do cara tomando banho, desnecessário. Mas dos peitinhos da menina ele não reclamou né hahaha. Filme francês meu caro. Vai se acostumando. Se bem que, se tudo o que você conseguiu comentar sobre o filme foi da bunda do policial, sua vida de cinéfilo não deve ir muito longe.

OS DISPENSÁVEIS



Alemanha, 2009
Direção: Andreas Arnstedt

Uma criança de 11 anos é criada em uma família de classe média baixa. A mãe, alcoólatra, tem que ser internada para desintoxicação, e o pai se suicida dentro de casa. O menino tenta encobrir a morte do pai escondendo o corpo por duas semanas, com medo de ser enviado a um orfanato. Podendo agir em liberdade, ele começa a desenvolver traços de personalidade que odiava em seu pai.

Mãe e pai alcólatras. Belo exemplo para se criar uma criança. E até que o menino consegue seguir bem apesar de tudo, mas claro, impossível não se deixar influenciar. Os prêmios da Mostra foram justos. A direção está muito boa e como consequência temos o prêmio de ator para o personagem que interpreta o pai do menino.

Uma das coisas que odeio no público que frequenta a Mostra é a arrogância e nariz empinado de muitos. Um desses frequentadores saiu dizendo que quem havia ganho o prêmio de ator fôra o garotinho. Ok, talvez ele tenha achado que o menino foi melhor, mas daí a ficar passando informação errada ... Se intere homem. O mundo não gira ao seu redor.

Fora as ótimas atuações, o filme não acrescenta muita coisa e é até meio lugar comum. Mas em uma coisa eu concordo: " Ninguém pode ser herói, sem nunca ter fracassado." Bom filme.

MACABRO



Cingapura, Indonésia - 2009
Direção: The Mo Brothers

Os recém-casados Adjie e Astrid partem em uma viagem pela estrada com três de seus melhores amigos. A viagem é interrompida abruptamente quando se deparam com Maya, uma garota sem rumo que aparece sem explicação no caminho deles. Tudo o que ela diz é que foi roubada. Eles decidem levá-la até sua casa isolada na floresta, onde a garota vive com a família. Como agradecimento, a gentil mãe de Maya insiste em dar uma festa. A noite se transforma em um inferno sangrento para os amigos.

Tomar uns sustinhos em um bom filme de terror é sempre gostoso. Claro, se você tiver a capacidade de entrar na fantasia e não ficar achando que tudo aquilo é uma bobagem. O último filme do gênero que conferi na telona foi "Arraste-me Para o Inferno" de Sam Raimi, altamente recomendável.

E porque não conhecer o cinema de Cingapura através de um filme de terror? Bora, quero ver rss. Afinal, grande parte da produção do gênero vêm da Asia. Mas infelizmente "Macabro" esta muito mais para Terrir do que Terror. Gosto de filmes de espíritos, fantasmas e sobrenatural. Somente a matança em série acho uma merda, muito chato, apesar das gargalhadas. "Macabro" é uma matança só. Muito bem produzido, excelente fotografia, mas um roteiro que beira a comédia, além de óbvio.

Mas não me arrependo não. A Mostra é isso. Sai dando risada. O melhor foi entrar no estacionamento vazio e escuro depois da sessão e ouvir uma mulher correndo que nunca chegava. Comédia.

METROPIA



Suécia, 2009
Direção: Tarik Saleh

Em um futuro não muito distante, o mundo está ficando sem petróleo, e os subterrâneos são conectados por uma gigantesca rede de metrô que integra toda a Europa. Toda vez que Roger, de Estocolmo, entra nessa rede, ouve uma estranha voz em sua cabeça. Ele pede para a misteriosa Nina ajudá-lo a escapar dessa experiência perturbadora. Porém, quanto mais eles viajam, mais Roger se envolve em uma sombria conspiração.

Ok, o tema é batido. O próprio diretor afirmou ter se inspirado no livro "1984" de George Orwell. Mas eu particularmente, me interesso muito por ficções e previsões catástróficas ou não rs.

Temos aqui uma Europa unificada por um único sistema de Metrô. Perfeitamente possível. Agora o que dá uma certa meda é o xampu que permite ao governo saber tudo o que você pensa. O diretor quis causar uma reflexão. O filme é sobre olhar para o espelho e descobrir nosso inimigo interior. Não é um filme sobre o futuro e sim sobre o agora. Não é o governo que nos vigia, somos nós mesmos. Então saímos um pouco de "1984". Nem tudo é o que aparenta ser.

O protagonista Roger é uma mistura de Edward Norton com Vincent Cassel e um garçom onde Tarik costuma almoçar e todo o filme foi feito no photoshop. E ainda tem a visível inspiração no do clássico "Metropólis" com a inclusão de objetos retrô em um futuro não muito distante. No mínimo curioso. Eu gostei.

CARMO



Brasil, Espanha, Polônia - 2009
Direção: Murilo Pasta

Marco é um contrabandista espanhol paraplégico e solitário que atravessa as estradas do Brasil vendendo suas mercadorias baratas. Quando dois bandidos o assaltam e roubam sua carga, ele é milagrosamente salvo por Carmo, uma bela garota de uma cidadezinha do interior do Mato Grosso do Sul, que prefere morrer a passar mais um dia ali. Carmo e Marco iniciarão uma jornada vertiginosa e clandestina e um intenso romance em meio as paisagens das fronteiras da América do Sul.

O que se salva? A produção, a fotografia e Rosi Campos. Tenho uma amiga que diz: Se a fotografia for a resposta o filme é ruim. Não sou tão radical, mas concordo em grande parte. A fotografia deve ser um complemento. Película é arte por si só. Podemos filmar um tiozinho no centro de São Paulo e vai ficar lindo. É muito pouco, muito dentro de uma "fórmula" do filminho perfeito. Piadas fracas e forçadas, roteiro ... vazio, personagens estereotipados ao extremo como a dupla que teoricamente deveria fazer a dupla jeca comédinha interpretada pelos bons Seu Jorge e Marcio Garcia (quando bem dirigidos). O casal protagonista até que vai, mas ainda assim percebe-se claramente a fraca direção. Não achei ruim porque é tudo muito over, tudo bem se for a proposta, mas ficou muito falso, mecânico. Rosi Campos faz o over naturalmente, é uma grande e experiente atriz, mas os que ainda dependem muito do diretor, parecem meio travados, mecânicos, tipo aquela cena que não pode errar o texto, tudo ensaiadinho ao extremo, sem espaço para o improviso. A edição é meio irritante e parece um video clipe as vezes. Enfim, é tudo uma questão de opinião. O filme ganhou o prêmio do público de filme nacional, entonces ... Viva a democracia!


sábado, 7 de novembro de 2009

LEBANON




França, Alemanha, Israel, Líbano, 2009
Direção: Samuel Maoz

Quatro soldados em um tanque de guerra são enviados para uma missão perigosa durante a primeira Guerra do Líbano, em 1982. No claustrofóbico ambiente do tanque, eles tentam não se desesperar ao enfrentar o caos.

Confirmo e reafirmo: O cinema israelense é dos melhores. Dos grandes filmes que me chamaram a atenção nas últimas edições da Mostra, sempre havia um isralense. Para citar apenas dois fico com "As Coisas que o Sol Esconde" e "Beaufort", aliás, dois dos principais atores de "Lebanon" estão nesses filmes também. O roteiro foi escrito com base nas memórias do diretor que esteve presente na primeira guerra do Líbano em 1982. Têmos então a versão definitiva do triste episódio? Muito provavelmente. "Valsa com Bashir" é maravilhoso, mas "Lebanon" é poderoso e impactante. Parece que estamos dentro daquele tanque de guerra sofrendo com seus personagens. Soldados recém saídos da adolescência que precisam virar homens na marra. Como o capitão diz: Agora não é mais brincadeira de polícia caça ladrão, agora é guerra. A verdadeira relação dos jovens soldados com seus "impostos" inimigos. Porque eu tenho que odiar esse cara? Os diálogos são sensacionais, o terror psicológico gerado pelas imagens claustrofóbicas é pertubador. Um filme que prende sua atenção do início ao fim, sem tempo para piscar. Sensacional e merecedor de toda atenção que vêm recebendo. Imperdível!

AINDA ADORÁVEIS



EUA, 2008
Direção: Nicholas Fackler

Robert Malone é um senhor de idade, solteirão convicto que leva uma vida certinha, sem surpresas e (alguns podem dizer) vazia. No Natal, por algum motivo, ele sente a falta da família de maneira mais intensa que o habitual. Um dia, chega em casa de seu trabalho em uma mercearia e encontra uma bela mulher. Ela se chama Maria, e ao vê-lo chocado, rapidamente explica que acabou de se mudar para o outro lado da rua, viu a porta aberta e se preocupou com o bem-estar do proprietário. A confusão entre os dois a fazela seguir seu caminho, mas ela decide convidá-lo para jantar. Um tanto embaraçado, ele concorda, e assim começa um namoro tardio, que deixa o solteirão em um estado constante de encantamento. Ele admite que está se apaixonando. Mas há algo sobre Mary que não parece certo. É apaixonada demais, quase controladora, na maneira como se envolve com ele.

Elsa e Fred piorado? Muito piorado. É claro que o amor não tem idade, mas usar dois velhinhos mais pra lá do que pra cá soa muito apelativo aos meus olhos para contar uma história de amor. Têmos então todos, mas todos os clichês mais babas que se possa imaginar. Reações fofinhas, bigode de leitinho (aaaa que horror!) e por aí vai. Terrível. E durante quase todo o filme ficamos nisso. De repente, nos últimos 15 minutos o diretor resolve mostrar que é um gênio (na cabeça dele né) e dá uma reviravolta, mostrando ao espectador que a história não era nada daquilo, aquela coisa ridícula. Ufa, realmente não poderia ser tão óbvio pois levaria um belo RUIM PLUS, mas como deu uma saidinha da mediocridade, levou um regular. Demorou muito pra mexer na história. E olha que temos Martin Landau no papel principal. Coitado.

ASHKAN, O ANEL ENCANTADO E OUTRAS ESTÓRIAS



Irã, 2009
Direção: Shahram Mokri

Dois homens cegos decidem roubar uma joalheria. Um policial ama uma vendedora que trabalha no escritório, e um colega subordinado está apaixonado por uma estrela de cinema. Dois assassinos tornam-se boas pessoas. Um jovem que quer se suicidar causa alguns problemas. Um escultor desiludido deseja mudar de país. O destino de todos eles será alterado.

Confesso que estou surpreso e feliz com a diversidade da produção iraniana na Mosta deste ano. Existem inúmeros filmes para todos os gostos. O que mais impressiona é o fato de conseguirem realizar sua arte em um país que reprime qualquer manifestação artística. "Ashkan" abusa do humor negro. Temos dois cegos que planejam um assalto. Um delegado apaixonado por uma caixa de supermercado e um suicida que nunca consegue concretizar o ato. Ta armada a comédia que é garantia de boas risadas. Além dos ótimos personagens, o roteiro também é muito bem tramado, apesar da montagem atemporal poder confundir um pouco. Ótima surpresa. Fiquemos de olho nesse diretor.

FORMOSA TRAÍDA




EUA, Tailândia, 2009
Direção: Adam Kane

No início dos anos 1980, o agente do FBI Jake Kelly investiga o assassinato de um professor asiático em um pequeno colégio americano. Kelly segue os assassinos que fogem para Taiwan, onde ele se encontra em rota de colisão com o FBI, o Departamento de Estado, a máfia chinesa e o governo da República da China – em uma terra onde a verdade não é o que parece, e as únicas pessoas em quem ele pode confiar não são de todo confiáveis. Inspirado em fatos reais.

Formosa é como era conhecida Taiwan antigamente. Têmos aqui mais um filme sobre americanos tentando salvar o mundo do comunismo e da injustiça, neste caso mais precisamente, Taiwan. Supercine total, inclusive os atores, esforçados mas bem ruinzinhos. Direção fraca e roteiro idem. Típico filme que tenta ser mais do que realmente pode almejar. Quer ser grandioso e aproveitar-se do "inspirado em fatos reais" para aumentar e dramatizar até dizer chega. Para Supercine, está ótimo, mas na telona não rola.

MAKING PLANS FOR LENA



França, 2009
Direção: Christophe Honoré

Desde que se separou de Nigel, Léna enfrenta a vida da melhor maneira possível com seus dois filhos. Com valentia, supera todos os obstáculos colocados em seu caminho. Mas ainda precisa lidar com o pior deles: as ações de sua família insistente, que decidiu fazê-la feliz de qualquer maneira.

"Em Paris" e "Canções de Amor" são filmes leves, divertidos e deliciosos. Honoré quis arriscar-se em outra seara com este novo trabalho "Making Plans For Lena" e na minha humilde opinião, errou a mão. Tentou realizar um drama sobre as famílias bizarras francesas. Até aí tudo bem, afinal, eles sabem fazer muito bem este tipo de película, mas não Honoré, pelo menos não ainda. O foco deste trabalho são as mulheres da família, mulheres à beira de um ataque de nervos. E que mulherada chata! Mas o foco mesmo está em Lena, a mais problemática de todas e que chora durante quase todo o filme, aja paciência.Os outros personagens não passam de meros coadjuvantes. Acho que seria interessante ter desenvolvido um pouco mais os outros personagens, mas não, ele ficou só na chata da Lena que fez o seu filme ser muito chato e ruim. E ainda meteu um interlúdio no meio da película, longuìssimo por sinal, que quase me fez cochilar de tão maçante. Uma afetada sequência de filme de autor. Nem a participação especial de Louis Garrel no papel de quem, quem? François é claro, salva o filme. Fraco e decepcionante. O risco é sempre válido e deve ser vangloriado, mas desta vez o tiro saiu pela culatra.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

FISH TANK



Londres, 2009
Direção: Andrea Arnold

Mia é uma garota de 15 anos que mora com a mãe na periferia de Londres. Ela sonha em dançar e se divertir, mas sofre com as pressões de outras garotas do bairro e os conflitos com a mãe. Especialmente quando a mãe traz para casa seu namorado, Connor, um homem mais novo.

Tal mãe tal filha? Não. Ouvir sua mãe dizer pra você que ela pensou em abortar, que foi por pouco, não deve soar muito bem. Uma relação conflituosa resultante da falta de amor para com suas filhas. A menina tem bom coração, preocupa-se com os animais, sorri quando recebe um elogio, sonha em dançar profissionalmente. Sua maneira rispída de lhe dar com os outros é sua capa de proteção contra todos que a rejeitam, a começar pela mãe. É ai que entra Connor, o namorado da mãe que lhe dá atenção, a trata bem, e como bem sabemos, gentileza gera gentileza. Você começa a pensar: Poxa, que legal, era tudo que ela precisava, um cara legal que na cabeça dela faça o mínimo papel de pai, incentivando, dando dinheiro e lhe levando para passear . A garota tem 15 anos e esta em plena formação, normal começar a sentir desejo pelo sexo oposto. Ela cede. O filme dá uma reviravolta assim como a cabeça de Mia. Quando ela finalmente acredita e confia em alguém ...
Um filme intenso e vibrante. Os atores que interpretam Mia e Connor estão excelentes. Existe amor no ódio, mas para uma garota forte como Mia, o amor próprio é tudo que resta. A vida é dura. Muito bom.

Sessão 1433 05/11 18:10 Pompéia 10 (uma das melhores salas da cidade)

A PEQUENINA



Áustria, Itália, 2009
Direção: Rainer Frimmel e Tizza Covi

Abandonada, a menina Asia, de dois anos de idade, é encontrada por Patti, uma artista de circo que mora com o marido Walter em um trailer no parque San Basilio, nos arredores de Roma. Com a ajuda de Tairo, um adolescente que vive com a avó no container vizinho, Patti passa a procurar a mãe da menina. O filme tece um retrato de um universo de marginalizados na Itália nos dias atuais e lança um olhar sobre uma comunidade tradicionalmente reclusa.

Primeiramente gostaria de fazer um protesto. O filme que eu troquei para esta sessão era "Lebanon". Chegando lá fiquei sabendo que havia sido cancelado e que este entraria no lugar. Fui até a Central me informar e descobri que todas as sessões de "Lebanon" haviam sido canceladas e que a única sessão agendada era para dia 05/11 na festa de premiação ao ar livre na Cinemateca. Então, se eu quisesse tentar ir nesta sessão, eu teria que tentar no local, no dia do evento, uma vez que eu ja havia trocado todos meus filmes. Poxa que legal vocês né. Me programo com 4 dias de antecedência para ver o filme e depois eu que me vire para conseguir a entrada. Só espero que isso não tenha sido feito para garantir a lotação na festa de encerramento, porque se foi por isso, desejo que chova no dia e que falte bebida. Puta sacanagem, pois eu não posso perder meu dia todo em função de tentar o ingresso para a festa. No mínimo deveria poder ter trocado por outro filme na Central, mas não, não pude, somente na bilheteria. E pra confiar nos monitores mal treinados? Foda viu. Mas vamos lá, "A Pequenina" não tem nada ver com isso.

O filme não tem nada demais, mas utiliza-se de um artifício muito interessante: gerar expectativa. É o típico filme que você não sai até acabar pois precisa saber qual será o desfecho. Desde o início ele gera essa curiosidade. As crianças são maravilhosas e o elenco acompanha bem a história bonitinha. Bom filme, mas não o suficiente para esquecer do cancelamento. Deixa pra lá vai, a Mostra nunca foi um evento super organizado mesmo. E o Unibanco sem ar condicionado ontem? Aff.

Sessão 1298 04/11 15:20 Unibanco 3

HIMALAYA - TERRA DOS VENTOS



Coréia do Sul, França, 2008
Direção: Jeon Soo-Il

Choi chega a Jharkot, Nepal. Leva nos braços uma urna que contém as cinzas do operário nepalês Dorje, morto em um acidente. A família enlutada aguarda a chegada da urna. Encontrar os parentes do morto é mais doloroso do que ele pensava, e por isso ele decide ficar com a família. Cada vez que o vento sopra, rodas de oração em todo o canto da cidade entoam hinos melancólicos. Parece o fim do mundo, e não há ninguém para conversar. Fitando a esposa de Dorje ou um campo de neve nas terras altas, Choi deseja a paz de espírito, mas o vento apenas sopra pela cidade sem trazer resposta.

Os críticos e intelectuais que me perdoem, mas esse filme é chato demais. Não tem mensagem, metáfora, nada que me convença o contrário. Não caia na chamada roubada da sinopse, normalmente elas são sempre muito vagas. O filme é parado e praticamente sem diálogos. Se fosse bom, sem problemas, existem inúmeros filmes com essas características que são excelentes. O filme apela para a paisagem inóspita do Himalaya para tentar cativar o espectador com a estória deste homem que esta por lá de passagem. Ai mete no meio um cavalinho branco, a história do vento e blablabla. O filme todo temos este homem perambulando pelas montanhas e no resto vêmos o cotidiano da família onde ele está hospedado. O menino alimentando o bezerro, a mãe tirando piolho do menino e o avô tocando seu chocalho, tudo nos mínimos detalhes e em tempo real.Too much! O que me deixou mais triste foi que a sessão seguinte, que seria "Lebanon" e foi o motivo de eu pegar este filme foi cancelada e fiquei para conferir um filme que não estava na minha lista. Não gostei rsss.

Sessão 1371 05/11 21:40 Frei Caneca 4