segunda-feira, 9 de novembro de 2009

EU MATEI MINHA MÃE



Canadá, 2009
Direção: Xavier Dolan

Hubert Minel é um jovem impetuoso de 17 anos que não gosta nem um pouco de sua mãe. Ele despreza suas roupas bregas, o estilo kitsch e as migalhas de pão que sempre ficam no canto de sua boca. Além desses traços, a relação dos dois é pautada pela manipulação e a culpa. Confuso e dividido por uma relação de amor e ódio que o deixa cada dia mais obcecado, o garoto vive uma adolescência que é ao mesmo tempo típica e marginal, marcada por novas experiências artísticas, amizades, sexo e abandono.

Vamos lá, não sejamos hipócritas. Todo mundo já sentiu nem que por alguns segundos ódio da mãe ou do pai. Provavelmente naquela fase aborrecente. Amar ou não os pais, é consequência da criação e não uma obrigação. Tudo bem, devemos dar um desconto para o garoto homossexual no ápice da adolescência, essa fase terrível e muito chata, mas o garoto foi sincero e na verdade, gostaria sim de amar sua mãe incondicionalmente, mas ser mandado para um colégio interno realmente deve ser algo perturbador.

O filme é muito bom, verdadeiro, atual e sincero. O diretor, que também interpreta o protagonista, mandou muito bem e não teve medo algum de se expor. Bom roteiro, boas atuações e tudo feito com o coração. Nota-se visivelmente o sentimento à flor da pele a cada frame. O desespero e sinceridade daquele garoto. Tá certo que contém alguns "tiques" do Cinema de arte, mas é o primeiro filme do rapaz e além disso, não deixa de ser belo.

Instigante estreia. Fiquemos de olho no garoto. Aliás, este filme é o indicado do Canadá para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro. Claro que a Academia não vai nem cogitá-lo, mas boa sorte.

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