terça-feira, 31 de outubro de 2006

O Mestre



Polônia, 2005
Direção: Piotr Trzaskalski

Alexander Sapatin é o atirador de facas de um circo que está excursionando pela Polônia. Um dia, após beber muita vodca, liberta todos os animais da jaula e é despedido imediatamente. Ele monta então seu próprio espetáculo após conhecer um jovem acordeonista e sua assistente. O show é um sucesso. A maior atração é o número em que Sapatin dá uma incrível demonstração de força. O único problema é que ele só consegue fazer isso muito bêbado, quando se torna agressivo. No passado, Alexander participou de uma guerra traumática que deixou profundas marcas. Sua incapacidade de demonstrar emoções é colocada em xeque quando conhece Anna, jovem francesa por quem se apaixona.

Ótima surpresa. Também nunca esteve na minha lista, mas caiu como uma luva. Lindo filme. Roteiro original e inteligente, ótima direção de arte e fotografia. Um filme completo. Nunca é tarde e você sempre terá mais uma chance, mesmo que torne-se cético com relação à isso, um dia terá que perceber que você pode sim amar novamente. E quando isso acontecer, não vacile. Acredite, porque senão .... Ótimo filme.

Hamaca Paraguaya



França/Argentina/Holanda/Paraguai, 2006
Direção: Paz Encina

Em 1935, num lugar remoto do Paraguai, o casal de idosos Cândida e Ramón espera pelo filho que foi lutar na Guerra do Chaco. Faz muito calor, e eles também anseiam por chuva, que foi anunciada, mas nunca chega, assim como também o vento, que nunca sopra. Ele corta cana, ela cuida da casa, e o cachorro nunca pára de latir. Eles continuam esperando por tempos melhores. Ramón é otimista, Cândida acredita que o filho já esteja morto. As cenas repetem-se monotonamente a cada dia. Esta é a primeira produção concluída no Paraguai desde 1978 (ano de Cerro Cora, de Guillermo Vera).

Como amante da sétima arte eu não poderia deixar passar a oportunidade de ver o cinema paraguaio pela primeira vez, afinal a última produção concluída ocorreu em 1978, quando eu tinha 2 anos. Um filme muito bonito. Poesia pura. Ele é lento, porém o roteiro é muito bom, especialmente pelo texto. Maravilhoso. Apesar de serem pouquissímas cenas, menos de 10 em pouco mais de 70 minutos, o filme não cansa e desenvolve-se lindamente. A idéia de colocar os diálogos com outras imagens foi perfeita para a beleza do filme. Muito bonito, espero não ter que esperar mais 30 anos para ouvir "guarani" na sala escura novamente.

30° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


Como imaginava, a última semana da Mostra começou bem tranquila, a euforia acabou. Salas cheias somente para os destaques que tiveram mais divulgação da mídia. E eu fui conferir um destes, "Hamaca Paraguaya", primeiro filme paraguaio concluído após quase 30 anos, minha idade! Tinha que ver essa raridade. O dia foi muito bom.

Deus e o Diabo em Cima da Muralha



Brasil, 2006
Direção: Tocha Alves, Daniel Lieff

Imagine uma prisão com cerca de 10 mil detentos, muitos deles perigosos e reincidentes. Para controlá-los, apenas alguns funcionários desarmados. Em pequeno número, esses funcionários se revezam em turnos. Vivem como quase-presos, numa rotina de tensão, mas também de humor e emoção. Essa prisão era muito real. Enquanto existiu, o Carandiru foi o maior presídio da América Latina, administrado por um número reduzido de funcionários. O documentário mostra como funcionava o presídio sob a ótica desses poucos funcionários que detinham as chaves. O delicado equilíbrio das relações com os detentos, as afinidades entre os empregados, momentos de tensão e até mesmo de felicidade: são histórias relatadas por ex-funcionários, entre eles, o médico Dráuzio Varela, autor do livro Estação Carandiru. São segredos de um lugar que não existe mais.

O fato de o assunto (Carandirú) já estar bem desgastado, faz com que este documentário não seja muito procurado. Se você viu, ou caiu por acidente ou para esperar o próximo filme ou se aquele era seu único horário disponível e ele era o filme do horário. A, claro. Pode ser parente também. No fim das contas, acabei gostando. É um filme bem feito, dinâmico, com pessoas interessantes, o principal de um documentário. Não é pesado como o assunto sugere. É sempre bom ter a visão de todos. Bom.

Summer Palace




China/França, 2006
Direção: Lou Ye

A jovem camponesa Yu Hong abandona sua vila, sua família e seu namorado para estudar em Beijing. Na universidade, ela descobre um mundo intenso de liberdade sexual e prazeres proibidos. Ela apaixona-se perdidamente por seu companheiro estudante Zhou Wei. Conduzido por paixões obsessivas que nem mesmo o casal compreende ou consegue controlar, seu relacionamento transforma-se num jogo perigoso – envolvendo traições, recriminações e provocações – quando seus amigos começam a clamar por democracia e liberdade. Os protestos fracassam, e Yu e Zhou se perdem no meio do caos e das multidões em pânico. Zhou é mandado para um campo militar de verão e, quando é liberado, muda-se para Berlim para fugir do país e de suas lembranças de Yu. Ela encontra um emprego e um novo namorado, mas não consegue esquecer Zhou. Na Alemanha, também há inquietude social, numa luta por liberdade que é muito familiar para Zhou. Quando o muro de Berlim cai, ele volta à China. Depois de muito a procurar, Zhou encontra Yu numa pequena cidade. Durante um dia inteiro, ele colocam os futuros à sua frente, duas almas mudadas num mundo em transformação.

O filme conta uma história de amor que se passa na China e Europa dos anos de 1987 à 1997. Momentos históricos que aconteceram nestes 10 anos como a libertação de Hong kong e a queda do Muro de Berlim são lembrados, entre outros. O filme começa muito bem, mas perde a força do meio para o fim, na minha opinião. A música é um dos principais personagens, cinco minutos deve ser o tempo máximo em que ela não está presente, trilha maravilhosa por sinal, mas o tempo todo, não acho legal. Existem pessoas que passam por nossas vidas e é muito difícil esquecê-las, você fica com ela na cabeça por dias, meses, muitas vezes anos, com sentimento de algo que acabou prematuramente. Um dia se reencontram com expectativas do passado, mas após 10 anos, é quase impossível. Por muito menos já torna-se difícil. Por isso que dizem "errar é humano, persistir .... ". As pessoas mudam, o tempo passa ... Bom filme, mas não imperdível.

Dia Noite, Dia Noite




EUA, 2006
Direção: Julia Loktev


Uma jovem de 19 anos prepara-se para agir como mulher-bomba no Times Square, em Nova York. Ela fala sem qualquer sotaque e por isto é impossível definir sua etnia. Não se sabe por que ela tomou essa decisão, quem ela representa ou no quê acredita. O filme se inspira tanto numa história relatada num jornal russo quanto na vida de Joana d’Arc.

Não gostei muito não. Achei uma tentativa ruim de imitar " Paradise Now" com outro cenário. A atriz realmente é um achado. Mas perai, ela não é atriz, é babá. Pois é. Um achado. Foi selecionada entre mais de 600 garotas. A diretora conseguiu tirar tudo dela. Ótima direção e atuação, mas roteiro bem fraquinho. A Times Square não foi bloqueada para a filmagem, esta ocorreu normalmente entre os transeuntes, por isso, muitas cenas aparecem desfocadas ao fundo ou em planos mais fechados, mas percebe-se várias pessoas olhando. O povo aplaudiu, mas acho que eles quiseram puxar o saco da diretora que estava lá, ou não viram "Paradise Now". Realmente, talvez se eu não tivesse visto teria tido outra opinião. Enfim, confira você mesmo.

02/11quinta-feira18:20
Cine Bombril Sala 1

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Komma



Bélgica/França, 2006
Direção:Martine Doyen

O cinqüentão Peter de Wit, dado como morto, acorda no meio da noite e percebe que está deitado na maca de um necrotério. Como ele foi parar lá? Ele não se lembra e não quer se lembrar. Assumindo a identidade do cadáver cuja carteira ele roubou, Peter decide iniciar uma nova vida e inventa uma biografia própria. Ele se transforma em Lars Erickson, um enigmático homem de negócios sueco. Certa noite, ele conhece a jovem Lucie, uma artista neurótica e viciada em drogas, que parece ter perdido a memória. Sem perceber, Peter assume o comando de sua vida e se torna parte importante dela.

Ótima sinopse não? Pois bem, também achei, mas os elogios ao filmes param por aí. Uma das piores coisas que podem acontecer é o último filme do dia ser ruim. Após uma maratona, você ja cansado, mas mesmo assim ainda ávido para ver mais um que nunca mais terá a chance de conferir e descobrir que era melhor continuar sem ter visto. É o que eu disse, uma loteria. O filme até começa bem, você imagina que concluíra bem a noite e quando a coisa começa a desandar e as pessoas começam a sair da sala, você não quer acreditar que não será bom e insiste até o fim. De repente uma cena ótima, o músico de um restaurante cantando uma música chinesa, hilário, mesmo porque, ele não era chinês, mas ainda assim, não salva o filme e não vale nosso tempo, tampouco o dinheiro, mas se quiser arriscar ...

Half Moon



Irã/Iraque/Áustria/França, 2006
Direção: Bahman Ghobadi

Após a queda de Saddam Hussein, Mamo, um renomado músico curdo, recebe autorização para empreender uma jornada pelo Iraque e realizar um concerto. Seu fiel amigo Kako é quem conduz o ônibus escolar que vai recolhendo os dez filhos do músico espalhados pelo Curdistão. Um de seus filhos avisa que o ancião de sua aldeia previu que algo terrível aconteceria a ele antes da próxima lua cheia caso continuasse a viagem. Mesmo avisado, Mamo persiste na jornada, já que foi impedido de tocar durante os últimos 35 anos. Ao mesmo tempo, ele quer convencer Hesho, uma mulher solteira que vive com outras centenas de refugiadas nas montanhas, a entrar para o grupo. Mas Hesho perdeu a força de sua voz, assim como a autoconfiança. Durante este road-movie repleto de aventuras, o grupo enfrentará inúmeras dificuldades.

Do mesmo diretor de "Tempo de Embebedar Cavalos" e "Tartarugas Podem Voar", "Half Moon" é um filme lindo. Apesar do modo errôneo como ocorreu a queda de Saddam, ao ver este filme não restam dúvidas de que o feito foi um bem para a população local. Imagine você não poder mostrar sua música, sua cultura, simplesmente porque um ditador não permite. Muita coisa ainda tem que ser mudada, mas isso vem com o tempo. Por exemplo, o diretor teve que cortar um sequência de 10 minutos para o filme poder ser exibido no Irã. Motivo: Aparece uma mulher cantando e isso é proibido naquele país. Um filme sensível, engraçado as vezes e triste em outras. Ótimos atores e direção inquestionável, além do belo roteiro fazem com que "Half Moon" seja mais um exemplo do motivo de Bahman Ghobaldi ser um dos melhores novos diretores asiáticos em atividade.

It´s Winter



Irã, 2006
Direção: Rafi Pitts

É inverno. Um homem perde seu emprego e na ausência de oportunidades no país, decide emigrar. Parte deixando para trás mulher e filha. Passam-se meses sem que a família tenha qualquer notícia a seu respeito. Começa o outono. Um dia, um estranho chega à cidade. Ele é mecânico e está em busca de trabalho. Ele ouve dizer que uma atraente e jovem mulher já não tem marido, o que desperta seu interesse. O tema do filme é o esforço de sobrevivência de uma geração que deseja abandonar seu país, mas que se vê presa aos laços familiares.

Um filme para poucos com certeza. Difícil e sútil. O fato de ser parado ao extremo não é motivo para não gostar, mas eu achei que ele demora muito para desenvolver a história. Ok, talvez seja a maneira do diretor preparar o telespectador para o epílogo. O clímax do filme acontece nos últimos 20 minutos, ou seria nos últimos 5 minutos? Enfim, a conclusão é ótima, mas o desenrolar deixa a desejar. A mensagem é poderosa, mas você tem que estar envolvido para captá-la, o que chega a ser difícil, uma vez que o princípio e o meio chegam a ser tediosos. Resumindo: - As vezes é melhor ficar onde você esta e não trocar o certo pelo duvidoso. As vezes....

30° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo



Estamos entrando na última semana infelizmente. A semana passada foi maravilhosa e esta tende a ser ótima também, apesar do menor ritmo. Vamos aos filmes de ontem, onde comecei no Unibanco e terminei no Cinesesc.

Os Nossos 30 Anos - Gerações em Confronto



Itália, 2004
Direção: Giovanna Taviani

Uma viagem pelo cinema italiano dos anos 1950 até 2004. A jovem cineasta encontra cinco gerações de diretores. O documentário é estruturado em quatro grandes capítulos e um epílogo. I Figli del Miracolo Economico: Mario Monicelli e Dino Risi tratam do caráter particular da comédia italiana e da euforia e da inquietude dos jovens do pós-guerra; Furori e Utopie: i Giovani del 68: Marco Bellocchio, Bernardo Bertolucci e Paolo e Vittorio Taviani relembram um ano de contestação e falam da desmistificação da segurança burguesa e da construção de um projeto de mundo; Gli Anni dell’Ansia: Nanni Moretti apresenta os jovens que cresceram nos anos de desilusão política; Anni 80/90: i Trentenni tra Fuga e Oblio: Gabriele Salvatores e Paolo Virzì abordam os anos 1990, pós-queda do Muro de Berlim, com o fim da primeira república e a crise da ideologia; e L’Ultima Generazione: Marco Tullio Giordana reflete sobre o cenário mundial atual, tomado por guerras. Compõem o documentário entrevistas com os diretores, imagens de telejornais, fotos e seqüências de filmes.

Fica meio impossível não gostar de um documentário com este tema: - Cinema italiano político dos anos 60 e 70 com depoimentos dos grandes mestres e da nova geração de diretores. Um filme para apaixonados pela sétima arte deleitar-se. Não creio no conflito de gerações do título, mas sim uma renovação natural como acontece com quase tudo. Precisamos conhecer o passado para poder preparar o futuro. Não há preço que pague poder ouvir os conselhos de cineastas consagrados como Bertolucci, Monicelli e Moretti. Bertolucci diz: - Renove o cinema e renove-se à si mesmo. Muito bom!

domingo, 29 de outubro de 2006

A Vida Real Está em Outro Lugar



Suiça, 2006
Direção:
Frédéric Choffat

Estação de trem em Genebra, Suíça. Três tipos, três investigações, uma história. Uma cientista, um cérebro privilegiado, vai para Marselha, na França, para dar uma conferência. Um homem está a caminho de Berlim, na Alemanha, para conhecer seu filho recém-nascido, mas ele não sabe que o trem faz uma parada à noite. É nesse intervalo que ele conhece outra mulher, com irresistível ar de liberdade, e passa a noite com ela. A jovem mulher italiana, que vive na Suíça desde que nasceu, vai viver em Nápoles, na Itália, porque acha que ali estão suas raízes. Quando uma pessoa se convida para sentar ao lado de alguém num trem, uma nova realidade pode começar. Três pessoas encontram-se, três histórias de vida se cruzam na plataforma da estação de trem. E uma questão precisa ser respondida: como as pessoas lidam com a realidade no seu cotidiano?

O melhor do dia na minha opinião. Foram quatro, começando com "Nue Proprieté". Ótima forma de acabar a maratona deste Sábado. Vou dormir feliz. Por que as vezes é mais fácil desabafar para um estranho? Nada acontece por acaso e tudo tem seu porque. Se você acredita nisso, A Vida, é o seu filme. As vezes aparecem anjos em nossas vidas somente para ajudar-nos a concluir algo que por ventura, não tenhamos força suficiente para realizar só. Aquele empurrão final. E do mesmo jeito que surgem, eles se vão. Pode ser um mês, 1 dia ou algumas horas. Mas o efeito causado é eterno. Muito bom. Já diria meu amor: - Se pudesse eu dava 4 e 1/2. Eu também, mas como não pode, dou 5, pq acho que está mais para 5 do que para 4. Ótimos atores e excelente roteiro. Muito bom.

Lúcido



Canadá, 2005Direção: Sean Garrity

Joel Rothman não consegue dormir, mas a insônia parece ser o menor de seus problemas. Sua mulher o abandonou, seu chefe faz o possível e o impossível para demiti-lo e sua jovem filha, Jenny, passou a sofrer de sérios distúrbios psicológicos depois da partida da mãe. À noite, o inconformado Joel repete o mesmo ritual: ouvir obsessivamente ao longo da madrugada a mensagem de despedida que sua mulher deixou gravada na secretária eletrônica. Para piorar a situação, Joel tem, no trabalho, de cuidar de três pacientes com graves problemas mentais. São eles Victor, que vive num fantasioso mundo de conspirações e experimentos secretos; Sophie, suicida que acredita piamente que ela e o resto do grupo são imortais; e Chandra, que acha que a cidade está encolhendo lentamente e que gasta a maior parte do tempo cuidando de uma irmã em coma inexistente. Aos poucos, as ilusões do grupo começam a se fundir, transformando-se em alucinações coletivas. Tratando desses pacientes e lidando com suas angústias, Joel descobre o mistério de sua própria vida.

Pois é, e o mistério da vida de Joel, você descobre na metade do filme. O mais fraquinho do dia, so far. O diretor até estava lá e é bem simpático, mas não vai rolar de dizer que gostei. Longe de ser um filme abominável, mas ... Não envolve, não cativa, além de ser previsível. Bonitinho, mas ordinário. Quis surpreender, mas é impossível não associar à " O Sexto Sentido". Não , não trata-se de um filme de horror, mas a conclusão ... Nada original.

A Sensação de Ver



EUA, 2005Direção: Aaron J. Wiederspahn

Entre sonho e realidade, o drama de um homem que busca sentido para sua vida. O introspectivo Finn, um professor de inglês de meia-idade, enfrenta esse momento de impasse impelido por uma recente tragédia, da qual se sente responsável. Ele abandona sua rotina normal e sai a pé, vendendo enciclopédias pela cidade. Encontros se realizam, vendas são concluídas, mas a ansiedade de Finn começa a consumi-lo e ele se sente perseguido pelo próprio fantasma. Circulando entre noites sem dormir e dias de desespero, o filme entrelaça vidas de solidão e separação, conduzindo Finn de forma inevitável a um inesperado e sublime despertar. O protagonista do filme, Finn, representa nova oportunidade para o ator David Strathairn (de Boa Noite, e Boa Sorte, filme de abertura da 29ª Mostra) mostrar porque é um dos melhores atores norte-americanos em atividade.

Seria hoje o dia dos filmes com atores inspirados? Ao menos os dois primeiros que conferi foram. Neste, David Strathairn está muito bem, maravilhosa atuação. Quem conferiu "Boa noite, Boa Sorte" pode imaginar o que aguardar, digo, em relação ao talento de David. Um filme sensível, roteiro complexo e inexplicado, o que não chega a ser um problema. Nunca deixe de questionar. Não se culpe por todos os prolemas do mundo. Saiba controlar seus fantasmas. Agora vou dormir metade de meu sono, para na outra metade, sonhar; Diria Mr. F.

Nue Propriété



Bélgica/França/Luxemburgo, 2006
Direção: joachim Lafosse

Pascale vive numa antiga fazenda restaurada com seus dois filhos gêmeos, François e Thierry, adultos incapazes de tocar a vida por conta própria. Após um casamento de longa data, ela e o marido continuam a brigar entre si, mesmo depois de divorciados. O novo companheiro de Pascale a encoraja a vender a propriedade e, com o dinheiro, abrir uma pousada nos Alpes. Os filhos se opõem com violência e se desentendem com o amante da mãe. Desesperada pela falta de liberdade, Pascale sai de casa. Sua ausência provocará uma verdadeira guerra entre os filhos. O ator Yannick Renier é irmão de Jérémie Renier (de A Criança, seleção da 29ª Mostra). O filme marca sua estréia em longa-metragem e também a primeira vez em que contracena com Jérémie. Isabelle Huppert estrela também outra atração da 30ª Mostra, A Comédia do Poder.

Ótimo trabalho de atores. Entrosamento perfeito entre filhos e mãe. Claro que o fato dos irmãos serem verdadeiros colaborou imensamente para o realismo da atuação. O filme cresce muito do meio para o fim. O início é recheado de piadinhas e gracinhas, quem sabe para tentar amenizar um pouco a virada do filme. Brusca .... Isabelle Huppert arrasa, está ótima também. Não me agradou muito a conclusão, mas funcionou. Tenso ... E bom. Infelizmente, esse já não passa mais na Mostra, mas creio que deva estreiar. Em acontecendo, vá conferir e me diga o que achou.

sábado, 28 de outubro de 2006

Mundo Novo




França/Itália, 2006
Direção: Emanuele Crialese


Sicília, Itália, começo do século 20. Salvatore Mancuso está decidido a recomeçar a vida no Novo Mundo. Vende tudo o que tem para custear a viagem com os filhos e a velha mãe, para um lugar onde haja mais trabalho e oportunidades para todos. O destino escolhido é Nova York. Uma atmosfera misteriosa precede a viagem. Dos rituais de partida à energia de sua mãe, que subitamente consegue curar os habitantes da pequena vila em que moram, acometidos de uma estranha doença, tudo parece aconselhá-los a ficar. Mas nada demove os Mancuso da decisão de emigrar. O filme foi o vencedor do Leão de Prata de revelação no Festival de Veneza 2006.

"Mundo Novo" é daqueles filmes que você assimila aos poucos. Começa estranho, até meio bizarro. Depois você conhece os personagens e começa a achar interessante e quando chega ao meio você já está totalmente tomado.

Mistura o moderno muito bem com a história de época. Transmite a mensagem sutilmente e conta com uma direção perfeita, com atores sensacionais. O Roteiro consegue ser original recontando um momento da história conhecido por todos.

Direção de arte e figurino também chamam a atenção e a trilha sonora, a melhor que pude conferir dos filmes que vi. Canções regionais, instrumentais e a maravilhosa Nina Simone em passagens maravilhosas da película. Muito bom. Dei 4, mas como já disse. Assim que cheguei em casa, " Mundo Novo " já era um dos meus preferidos desta mostra. Muito bom!
28/10 sábado 23:20
Cinesesc
29/10 domingo 19:40
Espaço Unibanco de Cinema 3




Postado originalmente no O Crítico Sou Eu em 28/10/2006.

Big River



Japão/EUA, 2005
Direção: Atsushi Funahashi

Três personagens, à deriva no interior dos Estados Unidos, estão em busca do autoconhecimento. São eles Ali, um muçulmano paquistanês que procura a esposa perdida; Teppei, um andarilho japonês cruzando o país; e Sarah, uma garota que ambos encontram num estacionamento de trailers. Perambulando sem destino certo por lugares inóspitos, seus espíritos erráticos se encontram em consonância. Esse road movie reúne pessoas diferentes entre si, mas que se vêem unidas por um sentimento de fraternidade universal.

Encontros e desencontros no deserto. Um paquistanês procurando a mulher, um japonês procurando conhecer o mundo e uma americana procurando à si mesma. Tipíco filme que você gosta ou não gosta. Não existe meio-termo. Eu gostei, bastante rs e a mulher que estava ao meu lado soltou ao final: É lento até pra acabar.... Logo podemos ver que as opiniões divergem, mas quem não gosta, acho que é porque não são pessoas sensíveis o suficiente para captar a mensagem. Brincadeira. Na minha visão o deserto é o personagem mais importante do filme pois ele representa o vazio, o nada, a ausência de algo que cada um dos presonagens procuram. O encontro dos três acaba sendo decisivo para retomarem seus caminhos. Deve-se saber o momento de parar de procurar e aprender a deixar que lhe achem. Já dizia Sarah, a linda moça do filme: " Eu fecho os olhos para enxergar o escuro, mas por mais que os aperte, não consigo parar de ver A luz."

A Promessa



China, 2005
Direção: Chen Kaige

Uma jovem e pobre orfã faz uma promessa para se tornar bela e poderosa. Em troca, perderia todo homem que amasse. Anos depois, ela é uma deslumbrante princesa, arrependida da promessa que fez. Está rodeada de três homens apaixonados: um general, seu escravo e um duque. Aparentemente, a princesa está fadada a um destino solitário. Mas quando um outro escravo, disfarçado de general, salva sua vida, um sentimento forte e novo começa a nascer em seu coração. Com o despertar da paixão, ela prova com amargura o que o destino lhe reserva. Poderá o verdadeiro amor superar a mais temível das promessas? O compositor Klaus Badelt, cuja carreira começou na TV e no cinema alemães, já assinou a trilha sonora de grandes produções hollywoodianas, como O Recruta (2003), Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra (2003), Constantine (2005) e Poseidon (2006), e aqui marca sua primeira incursão no cinema oriental.

Já dizia a senhorinha carioca que sentou ao meu lado nesta sessão e insistia em fazer comentários. Já chegou dizendo: Ouvi dizer que não é muito bom não e sentou do meu lado hehe. Daí ela encontrou um casal conterrâneo e já viu né. 5 minutos de filme e ela vira pra mim e solta: Filme grandioso né, história de fadas... HUM HUM respondo e penso: Eu sei que é tudo isso, mas deixa eu entrar no filme e curtir .... Da escola de "O Tigre e o Dragão" e "Herói". Fotografia e efeitos maravilhosos. Direção de arte e figurino impecáveis. Como na maioria das vezes em que isso acontece o que menos importa é o roteiro, aqui não seria diferente, mas faz muito bem para os olhos e para a imaginação. No dia desta sessão, o filme saiu de quadro e ficou dividido na tela, resolvi sair correndo igual ao japa do filme para achar alguém que desse um jeito, mas foram mais rápidos que eu hehehe, ok, o que vale é a intenção.

Confia em Mim



EUA/Inglaterra, 2006
Direção: Andrew Kazamia

Danny Mars é um rapaz de vinte e poucos anos, publicitário numa pequena cidade, que parte para Hollywood com um grande sorriso, um palavreado bonito e uma namorada que quer ser atriz. Quando Danny encontra Joe Schmolensky, um porteiro de meia-idade, apaixonado por filmes velhos e com talento para a falsificação, seus olhos brilham pela oportunidade. Os dois fazem uma inusitada parceria. Combinando o charme de Danny e seus questionáveis métodos de trabalho com o talento raro de Joe, os dois embarcam numa série de hilárias aventuras malsucedidas. Com elas, ambos expõem-se a um mundo de variados tipos, incluindo um agente de Hollywood, um cobrador de dívidas, uma secretária de poucos atributos físicos, um gângster russo, um diretor de pornografia, um namorado ciumento, um viciado em internet e um executivo de TV megalomaníaco. É uma sátira à indústria do entretenimento, à política e à obsessão pela fama. Para Danny, a parceria significa uma chance de ficar rico, enquanto que para Joe é a oportunidade de deixar de ser um ninguém. Mas há um preço a pagar.

Rir é bom a qualquer momento, além de ser um santo remédio. Comédia muito boa, simples, até meio inocente e o personagem do protagonista Joe Schmolensky segura o filme. Ele mostra que quem planta colhe e que nunca é tarde para brilhar. Inúmeros gêneros cinematográficos poderiam completar estes ditados. Aqui somos presenteados com uma comédia leve e gostosa de assistir. Ótimo para qualquer hora do dia, garantia de muitas risadas. Divirta-se. Só uma curiosidade: O vencedor do último "Aprendiz" , Anselmo, aparece por 3 segundos. Bizarro, mas engraçado hehehe.

Decadência



Áustria/Suiça, 2006
Direção: Michael Glawogger

Preguiçoso, o rico Sebastian tem pouco respeito pelos outros, especialmente pelas mulheres. Por meio de sua boa aparência e seu charme, ele manipula facilmente as pessoas. Sebastian sempre joga com a vida dos outros, às vezes casualmente, às vezes cruelmente. Seu esporte favorito é percorrer os bares e cafés de Viena em busca de novas vítimas para suas brincadeiras. Ele também navega pela internet, procurando jovens mulheres e seduzindo-as com suas histórias. Pia, uma professora, é sua última conquista. Ela vai se envolver numa das brincadeiras de Sebastian, cujo resultado pode ser trágico.

A surpresa do dia. Roteiro ótimo, super original. Os primeiros 5 minutos do filme são nervosos, digo ... intensos, de tirar o fôlego. Ótima direção, seguro. Os atores consequentemente também realizam um trabalho de tirar o chapéu. O filme chega até a ser doce em alguns poucos momentos, mas o humor negro predomina. Personagens ótimos e exotismo fazem parte do pacote. Recomendadíssimo.

Meus 15 Anos



EUA, 2006Direção: Richard Glatzer, Wash Westmoreland

Magdalena é a filha mais nova de uma família mexicana religiosa radicada em Los Angeles. Ela está às vésperas de seu aniversário de 15 anos e seus pensamentos estão concentrados tanto no belo vestido branco que usará em seu baile de debutante quanto na magnífica limusine que a conduzirá para a comemoração. Pouco antes do grande dia, porém, o destino lhe traz uma ingrata surpresa: a gravidez sem ter sido penetrada. Quando seus pais descobrem seu estado delicado, eles a colocam para fora de casa. Magdalena encontra refúgio na casa de seu tio-avô Tomas, onde também mora seu primo Carlos, que é gay. Os três passam a viver como uma verdadeira família, tentando superar as adversidades. O filme foi rodado na mesma vizinhança (Echo Park) em que vivem os diretores e roteiristas Richard Glatzer e Wash Westmoreland. Amigos e vizinhos ajudaram na produção, oferecendo suas casas como locação, emprestando figurinos e atuando como coadjuvantes não-profissionais. Westmoreland inspirou-se em seu próprio tio-avô para compor Tomas. Meus 15 Anos conquistou o grande prêmio do júri e o prêmio do público em drama no Festival de Sundance 2006.

Filmes que mostram o cotidiano da comunidade hispânica nos EUA precisam de uma reciclagem já faz um tempo. São todos muito parecidos, já criou-se uma fórmula para caracterizá-los, assim como muitos filmes "primos" nacionais. Filme bonitinho, daqueles que não mexe com nada, do jeito que você entrou, você sai. O que você achou?

AzulOscuroCasiNegro



Espanha, 2006
Direção: Daniel Sánchez Arévalo

Jorge herdou o trabalho de seu pai, depois que este sofreu um derrame cerebral. Nos últimos anos, ele tem se esforçado para cumprir suas obrigações, cuidar do pai e ainda estudar para ter uma carreira profissional. Agora, aos 25 anos e recém-formado, Jorge aspira um emprego melhor. Por meio de seu irmão Antonio, conhece Paula, com quem desenvolve uma relação incomum e que o impulsionará a deixar de se sentir responsável por todos que o cercam. Ele também respeitará seus desejos, preocupando-se menos com o que esperam dele. Quando isso acontecer, tudo poderá ser diferente... ou não.

Aqui esta a prova de que Deus escreve certo por linhas tortas. Bom roteiro, atores bons, direção ok. Bom, porém não excelente, se é que me entende e eu sei que entende, porque nas opções de nota para votar, 3 = Bom. Ainda nos sobram muito bom e excelente. Enfim... esperava mais. Vá conferir e depois me diga. Vamos usar este espaço para dar dicas de filme e debater sobre os mesmos. Com certeza haverá todo o tipo de opinião. E isso é ótimo.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

As Coisas que o Sol Esconde



Israel, 2006
Direção: Yuval Shafferman

Com seu pai em estado de coma, Itzhak finalmente decide visitar o velho homem à beira da morte, quebrando dez anos de silêncio entre os dois. Mas enquanto está no hospital, Itzhak, um homem abatido e emocionalmente travado, frustra-se por se sentir negligenciado por sua própria família. Esta é formada por sua esposa, uma artista reprimida, seu filho de trinta anos, um filosófico junkie que ainda vive na casa dos pais, e sua filha do meio, uma lésbica atormentada que fugiu de casa há muito tempo. Itzhak não entende por que a filha caçula, Didush, de 10 anos, abandonada e quase invisível para a família, está visitando secretamente o avô, com quem ela nunca havia se encontrado antes. Para decifrar os mistérios daquela família, Didush terá que enfrentar uma jornada pelas alienadas almas de seus parentes. É a história de “ilhas” humanas isoladas, que tentam se reconectar. Aborda a necessidade de amor, separação e consolo para se obter paz entre pessoas próximas, encontrando assim formas de atingi-las emocionalmente.

Simplesmente sensacional. Talvez eu tenha me identificado com alguma parte do filme e esteja exagerando um pouco, mas foi lindo. A pequena Didush é a pequena atriz mais fofa que já vi, e olha que se ela sorri duas vezes no filme é muito. E como trabalha bem. A família e seus problemas. Personagens ricos, direção perfeita e atores ótimos. Roteiro super bem desenvolvido. Forte às vezes, engraçado outras, mas sempre verdadeiro. Sentimentos retraídos e outros ainda nem experimentados, mas nunca é tarde para colocá-los pra fora. Cuide e curta, enquanto é possível. O tempo passa. As coisas mudam ...

30° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo




Hoje fiquei entre Cinesesc e Espaço Unibanco. Essa região, Augusta e Paulista vira passarela dos frequentadores da mostra e causa um efeito migratório em massa de sala para sala curioso de se observar e participar. Só faltava isso para ser perfeito: - Emagrecer. Hoje foi um dia em que eu soube parar na hora certa, depois daquele filme, eu ganhei o dia. Nem a derrota do Palmeiras conseguiu me afetar, já estava blindado até o momento do descanso. O filme foi " COISAS QUE O SOL ESCONDE", recomendadissímo! Hoje foi assim ...

Fica Comigo



Cingapura, 2004
Direção: Eric Khoo

São três histórias, narradas simultaneamente, sobre a procura pelo amor por pessoas que vivem num mundo de solidão. Na principal, um homem perde a esperança depois da morte da mulher. Ao ler a biografia de uma cega surda, revelando sua coragem e vontade de viver, a vida desse homem toma novo rumo. O livro está sendo traduzido por seu filho, que durante o processo o aproxima da senhora. Na segunda, um segurança tem dois amores: a comida e uma empresária, que mora perto de seu apartamento. Na história final, duas jovens se conhecem pela internet. Uma delas, porém, abandona a outra de forma abrupta, levando esta a uma busca incansável para saber as razões do afastamento. O roteiro cria personagens fictícios em torno de Theresa Chan, surda desde os 14 anos e que ficou cega anos mais tarde. Ela interpreta a si mesma.

As sessões de "Fica Comigo" têm sido bem concorridas. Havia tentado uma vez sem sucesso na segunda; Hoje consegui. Talvez tenha me decepcionado um pouco, mas ainda não é minha opinião final porque ainda estou digerindo a obra. O filme não tem diálogos. É sempre um monológo (presta atenção) ou mensagens de "MSN" e torpedos. Confesso que no início não estava gostando. A história das garotas achei fraca. Achei que era mais um daqueles filmes orientais com personagens inocentes, cenário bucólico, poético e tal. E realmente é um pouco; Porém a sutileza do final, como tudo se encaixa de maneira perfeita quando parecia que não terminaria bem, deixa você querendo reavaliar a opinião inicial. Ao menos comigo aconteceu assim. Um filme de opiniões bem divididas com certeza.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

30° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


Quinto dia da mostra. EEE, nem chegou na metade ainda. Aqui o ditado `nada como um dia após o outro´, vale muito. Ou seria, nada como uma sessão após a outra. Realmente, ontem passei o dia no Cinesesc e não me dei muito bem. Foram 3 nacionais e um mexicano, diga-se de passagem, a salvação do dia. " As Tentações do ....... ", não vou nem terminar de escrever o nome para você não correr o risco de nem sequer cogitar em conferir este filme, mesmo que seja para completar o buraco da sua programação. Evite-o. Não deixe-se enganar pela pomposa sinopse.

"Corações Desertos" também foi outra decepção. Se sairia muito bem se estivesse na Bienal, como não é o caso ..... "O Violino", foi a pérola do dia. Para informações mais detalhadas é só conferir os comentários já postados anteriormente. No entanto, hoje foi compensador e espero que assim continue, pois acredito já ter tido o azar ou sorte de ter assistido três dos piores filmes da Mostra. Agora é só alegria, espero hehehe. Vamos aos filmes de hoje.

Time



Coréia do Sul, 2006
Direção: Kim Ki-Duk

Depois de dois anos, o relacionamento da atraente Seh-Hee com seu namorado Ji-Woo está passando por um período de desgaste. Apesar do amor por sua noiva, Ji-Woo olha para outras mulheres para sentir na cama a mesma excitação que tem quando está com outras parceiras. Seh-Hee, que não quer mais a desconfiança dominando sua vida, decide mudar sua aparência dramaticamente. Quer se transformar numa nova mulher, por quem seu namorado volte a se apaixonar. Ela se interna numa clínica de cirurgia plástica e desaparece por seis meses, tempo suficiente para que as cirurgias cicatrizem. Ji-Woo fica magoado e confuso com seu desaparecimento. Ressurgindo como uma garçonete na cafeteria que Ji-Woo freqüenta, Seh-hee – agora com o nome See-hee – tenta seduzi-lo. Mas entre eles está o fantasma da namorada perdida de Ji-Woo, por quem ele ainda sente um grande amor. A desconfiança entra mais uma vez na instável vida que Seh-hee criou artificialmente para si.

Se liga na filmografia do rapaz: "Casa Vazia", "Primavera, Verão, Outuno, Inverno... e Primavera", "O Arco", pois é, não é fraco não. Já vou avisando que mediante tais obras, " Time", talvez seja o mais fraco deles, mas mesmo assim, continua muito acima da média. Ciúmes todos temos, mas a partir do momento que isso torna-se obsessão, o negócio vira doença. A falta de diálogo e confiança é a chave para a paranóia, tratada aqui à maneira de Kim, ou seja, discretamente e sutilmente. Achei que o filme perdeu-se um pouco por alguns momentos na parte final, quando ele descobre a verdade, contudo a conclusão apaga esta má impressão momentânea e mais uma vez, Kim Ki-Duk conclui seu filme de maneira poética e linda. Vale seu tempo.