quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Dália Negra

EUA/Alemanha, 2006
Direção: Brian De Palma


Olha o homem aí gente. Já fazia tempo que Brian não dava as caras, o último foi o sem graça "Femme Fatale". A fêmea realmente era fatal, a estonteante Rebecca Romijn, mas o filme .... Bem vamos falar de seu mais recente trabalho.

"Dália Negra" é inspirado na obra literária de James Ellroy, o mesmo de "Los Angeles, Cidade Proibida", aquele filme que ressuscitou Kim Basinger. E realmente os dois são muito parecidos, filmes policiais que se passam na década de 40 em uma Califórnia meio decadente e controlada pelo crime organizado. Nada parecido com o nosso PCC é claro, naquele tempo, até o crime era mais glamouroso.

Em Dália, dois detetives (Josh Hartnett e Aaron Eckhart, do recente " Obrigado por Fumar ") investigam o brutal assassinato de uma jovem aspirante a atriz. Bota brutal nisso, mesmo porque, os motivos do crime ficam meio que vagos na conclusão do filme. O sorriso do cartaz de divulgação do filme mostra o que o assassino tentou reproduzir na vítima e parece que chegou bem próximo. A platéia masculina não precisa se assustar, a vítima não é a personagem de Scarlett Johansson, portanto podem ficar aliviados que ela estará com você durante quase todos os 121 minutos da película e ainda tem a menina de ouro Hilary Swank como chorinho.

Pois bem, diretor de nome, obra de sucesso e atores famosos e bonitões. E o filme? Bem, podemos dizer que deve chegar um ponto da vida em que todos esses diretores medalhões sofrem uma certa perda do ímpeto criativo da juventude, nada mais normal, anormal é insistir, forçar algo que já não ocorre naturalmente como nos anos de ouro.

Já falei sobre essa crise na crítica do filme "A Guerra dos Mundos" onde Spielberg realiza um trabalho deplorável. De palma está longe disso com este filme, porém pode-se dizer que ele perdeu a mão. O filme é bom, te prende, mas a direção já não é lá essas coisas. Fica tudo muito confuso na cabeça do espectador. Quando você acha que vai começar a entender alguma coisa, a casa cai. O problema não é você sair do cinema sem entender, o problema é você não entender, depois dele tentar explicar!!! Se a tentativa não tivesse existido, a história teria sido diferente ....

O filme é bom. A fotografia bonita e bem feita, estilo noir, como se fosse preto e branco e a trama promete, mas não deslancha. Até Josh Hartnett, galã de comédinhas juvenis convence no papel de investigador, mas a grande direção que sempre esperamos de Brian, não aconteceu. Já não havia acontecido com Femme e não acontece com Dália. Dá para esperar tranquilamente o DVD daqui uns dois meses. Bom divertimento, mas ficar confuso em casa é melhor do que sair confuso para casa. Entendeu? Saudades do Brian de "Blow Out", "Scarface" e "Os Intocáveis".





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