terça-feira, 20 de junho de 2006

A Criança



Bélgica/França, 2005
Direção: Jean Pierre e Luc Dardenne

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2005, " A Criança " é um filme que vai crescendo com o passar dos minutos.

Começa devagar, meio sonso até, mas cresce muito em seu decorrer.

Conta a história de um jovem casal francês à espera do primeiro filho. O pai é um vagabundo nato que vive de pequenos roubos e cambalachos e a mãe, uma apaixonada incondicional.

Tanta paixão proporciona cenas até meio bobas de tanta melação juvenil, mas isso não importa muito, felizmente os diretores foram breves no mostrar da paixão.

O filho nasce e o pai vê na criança a oportunidade de fazer um belo dinheiro, vendendo-a para adoção. E o faz, escondido da mãe. Esta quando descobre vira bicho e não há paixão que resista à tamanha traição, ao menos momentaneamente. É quando o pai se dá conta do tamanho da besteira que fizera e tenta desfazer seu ato. A partir daí o filme ganha muito em tensão e melhora consideravelmente.

As transformações que o chegar de uma criança proporciona à um jovem vagabundo.
Responsabilidade na marra e bons atores para mostrar esta mudança. Bom filme.








Três Enterros



EUA/França, 2005
Direção: Tommy Lee Jones

Parece que o destino de grandes atores é mesmo a direção. Foi assim com Clint Eastwood que a cada filme na direção se supera, George Clooney também mostra um grande futuro na função, vide o ótimo Boa Noite, Boa Sorte e agora temos Tommy Lee se aventurando na direção.

Aventurando é modo de dizer, pois trata-se de uma bela estréia na função. É verdade que existem outros que tentam, Kevin Costner é um deles, mas ele também nunca foi um bom ator, na minha opinião. Uma coisa leva à outra, diferentemente do futebol. Os bons técnicos em sua grande maioria foram jogadores medianos para não dizer medíocres. Em tempos de Copa a comparação até que cai muito bem. Pois bem, isso não ocorre no cinema, um ótimo ator pode vir a ser um ótimo diretor mas um péssimo ator dificilmente chega lá, Carlos Alberto Ricceli, O Boto, esta tentando, tem um filme dele para sair. Vá conferir para ver se não concorda com minha tese.

Tommy Lee Jones surpreende. " Três Enterros" é sobre justiça e perdão. Na fronteira entre EUA e México um policial da fronteira mata um mexicano por acidente. O mexicano por sua vez, era o melhor amigo de Tommy que leva o assassino em uma jornada pelo deserto para enterrar o morto em sua terra natal.

Durante a viagem muita coisa acontece, mas o principal é a mudança do personagem do assassino. Tommy não alivia em nenhum momento o castigo, consegue fazer com que aquele homem se arrependa profundamente pelo crime que cometera.

Tortura psicológica? Talvez, mas funciona e muito bem. Eles carregam o corpo do morto durante toda a viagem, o que proporciona cenas engraçadas e as vezes até bizarras, mas tudo tem um porque.

Um filme sobre Honra, dor e como lidar com ela acima de tudo. Ótimo roteiro, direção surpreendente e um lindo trabalho dos dois protagonistas, principalmente do policial sequestrado (Barry Pepper). Belo filme.





Missão Impossível 3



EUA, 2006
Direção: J.J Abrams

Minha mãe já havia comentado que gostaria de ver Missão:Impossível 3. Nunca esteve entre minhas prioridades porque já sabemos como é o filme antes mesmo de entrar na sala escura.

Um dia desses estava de bobeira e eu moro perto de um Cinema. Normalmente nesses dias eu dou uma passadinha no cine e resolvi levar minha mãe para conferir o astro Tom Cruise em ação. Já não me lembrava da última vez que havia ido ao cinema com a mama. Um simples gesto, pode fazer alguém muito feliz, vale a pena. Almoçamos e lá fomos nós.

Não me recuso à assistir aos blockbusters, pelo contrário, eu gosto, de alguns deles. São filmes leves, para descontrair e entrar na fantasia que somente Hollywwod nos proporciona, o filme que você não tem que pensar.

Haviam dois novos atrativos na película, ao menos para mim: A presença de Phillipe Seymour Hoffman e a direção de J.J Abrams, que é o mesmo diretor da série Lost, a melhor coisa que surgiu na tv nos últimos anos. Confesso que a presença deles não interferiu em nada. Phillipe após ganhar o Oscar por Capote, disse que de vez em nunca gosta de fazer estes papéis mais fúteis que não exigem muito dele, aliás, não exige nada e a direção de J.J não podia fugir muito do produto que é Missão: Impossível, sim , um produto, assim como 007. Só estou esperando o dia em que eles vão substituir os números, um, dois, três, por títulos, como em 007. Pois é amigos, sinto que ainda vamos ter muitas Missões Impossíveis pela frente.

Um filme de ação quase que ininterrupta, um pouquinho de drama e o final feliz. A fórmula perfeita para arrecadar milhões que quase nunca falha.

Phillipe não pode mostrar muito, aliás, faz questão de não mostrar. Tom Cruise, já conhecemos, gosto de seu trabalho, mas realmente o filme não serve de currículo para os atores, somente para a equipe técnica.

Se a intenção for apenas diversão, cinema sem questionamentos, M:I 3 é a pedida certa, vá e divirta-se. Se bem que dá para esperar o DVD.