quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Repescagem



Saiu a programação da repescagem para os primeiros 3 dias. Vê se não vai perder desta vez hein. Eita chorinho delicioso. Te vejo na sala escura.


Sexta-feira (31/10)

CINEMATECA - SALA PETROBRAS


Sessão 1 - 14:00 CRISE (KRIS), de Ingmar Bergman (93'). SUÉCIA. Falado em sueco. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 2 - 15:50 PRISÃO (FÄNGELSE), de Ingmar Bergman (80'). SUÉCIA. Falado em sueco. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 3 - 17:30 SEDE DE PAIXÕES (TÖRST), de Ingmar Bergman (84'). SUÉCIA. Falado em sueco. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 4 - 19:10 MÚSICA NA NOITE (MUSIK I MÖRKER), de Ingmar Bergman (87'). SUÉCIA. Falado em sueco. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


Sessão 5 - 21:00 A HORA DO LOBO (VARGTIMMEN), de Ingmar Bergman (89'). SUÉCIA. Falado em sueco. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.

CINE BOMBRIL 1


Sessão 6 - 14:00 AS LÁGRIMAS DE MINHA MÃE - BERLIM-BUENOS AIRES (DIE TRÄNEN MEINER MUTTER), de Alejandro Cardenas Amelio (93'). ALEMANHA. Falado em alemão, espanhol. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 10 anos.


Sessão 7 - 15:50 BODE REI, CABRA RAINHA + CURTAS (107'). Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14.


Sessão 8 - 18:00 AQUELE QUERIDO MÊS DE AGOSTO (AQUELE QUERIDO MÊS DE AGOSTO), de Miguel Gomes (150'). PORTUGAL. Falado em português. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 9 - 20:50 MALDEAMORES (MALDEAMORES), de Carlitos Ruiz Ruiz, Mariem Perez Riera (83'). PORTO RICO. Falado em espanhol. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


Sessão 10 - 22:30 IL DIVO (IL DIVO), de Paolo Sorrentino (118'). ITÁLIA, FRANÇA. Falado em italiano. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


CINESESC


Sessão 11 - 14:00 TRATO É TRATO (A DEAL IS A DEAL), de Jonathan Gershfield (96'). REINO UNIDO. Falado em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 12 - 16:00 ABSURDISTAN (ABSURDISTAN), de Veit Helmer (88'). ALEMANHA. Falado em russo. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


Sessão 13 - 18:10 CHE (CHE), de Steven Soderbergh (262'). EUA, ESPANHA, FRANÇA. Falado em espanhol, inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


Sábado (01/11)

CINEMATECA - SALA BNDES


Sessão 14 - 14:00 FUERA DE CARTA (FUERA DE CARTA), de Nacho Velilla (111'). ESPANHA. Falado em espanhol. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


Sessão 15 - 16:10 KFZ-1348 (KFZ-1348), de Gabriel Mascaro, Marcelo Pedroso (81'). BRASIL. Falado em português. Indicado para: Livre.


Sessão 16 - 17:50 OF ALL THE THINGS (OF ALL THE THINGS), de Jody Lambert (83'). EUA. Falado em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


Sessão 17 - 19:30 SÓ DEZ POR CENTO É MENTIRA (SÓ DEZ POR CENTO É MENTIRA), de Pedro Cezar (80'). BRASIL. Falado em português. Indicado para: Livre.


Sessão 18 - 21:10 MACHAN (MACHAN), de Uberto Pasolini (109'). SRI LANKA, ITÁLIA, ALEMANHA. Falado em sinhala. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


CINEMATECA - SALA PETROBRAS


Sessão 19 - 14:00 CONHECENDO ANDREI TARKOVSKY (MEETING ANDREI TARKOVSKY), de Dmitry Trakovsky (90'). EUA, SUÉCIA, RÚSSIA, ITÁLIA. Falado em inglês, russo, italiano. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


Sessão 20 - 15:50 NO LIMIAR DA VIDA (NÄRA LIVET), de Ingmar Bergman (85'). SUÉCIA. Falado em sueco. Legendas em francês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 21 - 17:30 QUANDO AS MULHERES ESPERAM (KVINNORS VÄNTAN), de Ingmar Bergman (108'). SUÉCIA. Falado em sueco. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 22 - 19:40 FANNY E ALEXANDER (FANNY OCH ALEXANDER), de Ingmar Bergman (188'). SUÉCIA, FRANÇA, ALEMANHA. Falado em sueco, alemão, ídiche, inglês. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


CINE BOMBRIL 1


Sessão 23 - 14:00 ESTRANHOS (STRANGERS), de Erez Tadmor, Guy Nattiv (85'). ISRAEL. Falado em inglês, hebraico, francês, árabe. Legendas em hebraico. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


Sessão 24 - 15:40 FORMIDÁVEL (FORMIDABLE), de Dominique Standaert (90'). BÉLGICA. Falado em francês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


Sessão 25 - 17:30 MAIS SAPATOS (MORE SHOES), de Lee Kazimir (72'). EUA. Falado em inglês, espanhol, francês, alemão, polonês, ucraniano. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 26 - 19:00 GOMORRA (GOMORRAH), de Matteo Garrone (135'). ITÁLIA. Falado em italiano. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 27 - 21:30 LOKI - ARNALDO BAPTISTA (LOKI - ARNALDO BAPTISTA), de Paulo Henrique Fontenelle (120'). BRASIL. Falado em português, inglês. Legendas em português. Indicado para: 10 anos.


Sessão 28 - 23:50 TITÃS, A VIDA ATÉ PARECE UMA FESTA (TITÃS, A VIDA ATÉ PARECE UMA FESTA), de Branco Mello, Oscar Rodrigues Alves (100'). BRASIL. Falado em português. Indicado para: 14 anos.


CINESESC


Sessão 29 - 14:00 MAIS TARDE VOCÊ ENTENDERÁ (PLUS TARD TU COMPRENDRAS), de Amos Gitai (89'). FRANÇA. Falado em francês. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


Sessão 30 - 15:50 LA BOHEME (LA BOHEME), de Robert Dornhelm (110'). ÁUSTRIA. Falado em italiano. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 31 - 18:00 FUMANDO ESPERO (FUMANDO ESPERO), de Adriana Dutra (104'). BRASIL. Falado em português. Indicado para: Livre.


Sessão 32 - 20:00 EL REGALO DE LA PACHAMAMA (EL REGALO DE LA PACHAMAMA), de Toshifumi Matsushita (104'). BOLÍVIA, JAPÃO. Falado em quechua. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 33 - 22:00 JODHAA AKBAR (JODHAA AKBAR), de Ashutosh Gowariker (205'). ÍNDIA. Falado em hindi. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


Domingo (02/11)

CINEMATECA - SALA BNDES


Sessão 34 - 14:00 RECURSO INTANGÍVEL NÚMERO 82 (INTANGIBLE ASSET NUMBER 82), de Emma Franz (95'). AUSTRÁLIA. Falado em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


Sessão 35 - 15:50 HARRISON MONTGOMERY (HARRISON MONTGOMERY), de Daniel Dávila (96'). EUA. Falado em inglês, espanhol. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


Sessão 36 - 17:50 CRIANÇAS DA PIRA (CHILDREN OF THE PYRE), de Rajesh S. Jala (74'). ÍNDIA. Falado em hindi. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14 anos.


Sessão 37 - 19:20 TULPAN (TULPAN), de Sergey Dvortsevoy (100'). ALEMANHA, SUÍÇA, CAZAQUISTÃO, RÚSSIA, POLÔNIA. Falado em cazaque, russo. Legendas em portugês. Indicado para: 12 anos.


Sessão 38 - 21:20 O ESTRANHO EM MIM (DAS FREMDE IN MIR), de Emily Atef (99'). ALEMANHA. Falado em alemão. Legendas em português. Indicado para: 14 anos.


CINEMATECA - SALA PETROBRAS


Sessão 39 - 14:00 THE BLUETOOTH VIRGIN (THE BLUETOOTH VIRGIN), de Russell Brown (80'). EUA. Falado em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 40 - 15:40 PROGRAMA DE CURTAS 7 (PROGRAMA DE CURTAS 7) (79'). Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14.


Sessão 41 - 17:40 PROGRAMA DE CURTAS 8 (PROGRAMA DE CURTAS 8) (93'). BRASIL. Falado em português. Indicado para: 14.


Sessão 42 - 19:50 MANDA O DIABO PARA O INFERNO (PRAY THE DEVIL BACK TO HELL), de Gini Reticker (72'). EUA. Falado em inglês. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 43 - 21:20 FORMIDÁVEL (FORMIDABLE), de Dominique Standaert (90'). BÉLGICA. Falado em francês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: Livre.


CINE BOMBRIL 1


Sessão 44 - 14:00 O AMIGO (DER FREUND), de Micha Lewinsky (87'). SUÍÇA. Falado em suíço-alemão. Legendas em inglês, alemão. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 45 - 15:50 SIDNEY POITIER: UM ESTRANHO EM HOLLYWOOD (SIDNEY POITIER : UN OUTSIDER À HOLLYWOOD), de Catherine Arnaud (67'). FRANÇA. Falado em inglês. Legendas em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 46 - 17:20 O'HORTEN (O'HORTEN), de Bent Hamer (90'). NORUEGA, ALEMANHA, FRANÇA. Falado em norueguês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 12 anos.


Sessão 47 - 19:10 SNEAKERS - ENTRANDO DE SOLA NA CULTURA URBANA + CURTAS (SNEAKERS - ENTRANDO DE SOLA NA CULTURA URBANA + CURTAS) (106'). Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 14.


Sessão 48 - 21:20 MEU WINNIPEG (MY WINNIPEG), de Guy Maddin (80'). CANADÁ. Falado em inglês. Legendas eletrônicas em português. Curta: PORNÔ VERDE ( VAGALUME, ARANHA, MOSCA, CARACOL, LOUVA-A-DEUS, VERME) (GREEN PORNO (FIREFLY, SPIDER, FLY, SNAIL, MANTIS, WORM)), de Jody Shapiro, Isabella Rossellini(8'). Indicado para: 12 anos.


CINESESC


Sessão 49 - 14:00 THREE MONKEYS (ÜÇ MAYMUN), de Nuri Bilge Ceylan (109'). TURQUIA. Falado em turco. Legendas em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 50 - 16:10 SOB CONTROLE (SURVEILLANCE), de Jennifer Lynch (98'). EUA, ALEMANHA. Falado em inglês. Legendas eletrônicas em português. Indicado para: 18 anos.


Sessão 51 - 18:10 VERÔNICA (VERÔNICA), de Maurício Farias (87'). BRASIL. Falado em português. Indicado para: 16 anos.


Sessão 52 - 20:00 PROGRAMA SURPRESA - CRY ME A RIVER, COMERCIAIS DE BERGMAN E MAKING OF DE PALERMO SHOOTING (75').


Sessão 53 - 21:30 CINZAS DO PASSADO REDUX (DONGXIE XIDU), de Wong Kar Wai (93'). HONG KONG, CHINA. Falado em cantonês, mandarim. Legendas em português. Indicado para: 14 anos.

Absurdistan

Uma comédia alegórica centrada em dois namoradinhos de infância que parecem ter sido feitos um para o outro. Até que as mulheres do vilarejo isolado em que moram, irritadas pela indiferença dos homens ao problema da falta de água, fazem uma greve de sexo que ameaça a primeira noite de amor do jovem casal.




Alemanha, 2007
Direção: Veit Helmer

Não se deixe enganar pela produção alemã. O filme foi rodado no Cazaquistão e utiliza a língua russa. Podemos dizer que trata-se de um pastelão de luxo. Qualquer semelhança com "Amélie Poulain" e " Peixe Grande" não é mera coincidência. O filme abusa da comédia e da fantasia. A narração da protagonista e o romantismo das cenas fantasiosas aproxima ainda mais "Absurdistan" do xodó francês. Um filme gostoso de se assistir, que flui facilmente sem grandes pretensões. Isso mesmo, não acho que todo filme deva ser cabeça e difícil. Alguns existem simplesmente para nos divertir e rir, é sempre muito bom. Me lembrou também um filme catalão que vi em alguma Mostra, onde a trilha era uma tuba tocando a todo momento. Aqui também a tuba está presente. Hilário. Agora não vou segurar o meu protesto. Quem frequenta a Mostra sabe que existe todo tipo de gente. Sou uma pessoa que abomina qualquer preconceito, mas falta de educação já é outra coisa. Na sessão de "Absurdistan", havia um ser querendo fazer tipo de cinéfilo gênio com sua barba a la "Los Hermanos", carregando seu catálogo e sua programação. Até aí normal. Mas ao começar o filme o cara não me tira o tênis (normal também) e enfia os pézões na poltrona da frente! Poxa vida, ninguém é obrigado a ficar com aqueles queijos nojentos atrapalhando a visão. E outra, aquilo é uma sala de CINEMA e não a sala da casa dele. Não satisfeito, o raparigo ficava preparando um chimarrão gerando um barulho enorme da água e da embalagem do mate. Sem contar que ele ficou mexendo no celular o tempo todo e soltava manifestações sonoras tipo resmungadas. PQP! , que falta de educação meu chapa! Não ta gostando do filme, sai fora. Agora não me fica fazendo pose de que é melhor que os outros e menosprezando as risadas dos outros espectadores com suas resmungadas. Cresça filhão e aprenda a ter educação. Essa barba de Moisés na sua cara não quer dizer que você seja melhor que ninguém, pelo contrário, demonstrou-se um verdadeiro babaca infantil. E no final do filme o cara ainda me solta uma resmungada escandalosa mais ou menos assim: - EEEEEEE, aquele eee de nerd que soltamos quando temos 15 anos para o colega ... "nerd" rsss. Vai ver que ele, recém saído de sua adolescência foi uma criança traumatizada. Mas a falta de educação não tem desculpa. Se esta for a nova geração de cinéfilos que esta surgindo, que só estão ali para fazer pose, estamos perdidos. Pronto, desabafei. E aliás, o filme é bom e está na programação da repescagem.


12
31/10 - sexta-feira 16:00
CineSesc






Three Monkeys

Contra todas as possibilidades, uma família tenta esconder as mentiras que a envolve para se manter unida. Para isso é preciso fingir que ninguém vê ou ouve qualquer coisa, bem como evitar de qualquer modo tocar em assuntos incômodos.


Turquia, 2008
Após a tormenta sempre vem a calmaria. E que calmaria meus amigos. Logo no início você já sabe que este será um grande filme. A tensão da cena inicial e a fotografia escura e sombria são os primeiros presságios. Momentos depois vem os dois personagens conversando no carro e quando a câmera pára na pessoa que teoricamente deveria estar falando, percebemos que sua boca não faz movimento algum. São pequenos elementos que agregados fazem uma grande diferença. Podemos citar ainda o suor constante de seus personagens, demonstrando que a tensão estará presente por toda a película. A pequena criança (Filho que falecera afogado. Pode-se constatar isso por ela ter aparecido pela primeira vez todo molhado e com os olhos roxos.) que surge para confortar pai e irmão, nunca para a mãe, pois ela, é a verdadeira vilã da história. As visões que o pai começa a ter com frequência após descobrir que havia sido traído e sua imobilidade diante da tragédia que poderia ocorrer na sua imaginação. Ele começa a delirar seus desejos proibidos. E por fim, o começo. Será que todos temos um preço? Magistral. Homem come homem. Só a antropofagia nos salva! Vencedor do prêmio de direção em Cannes 2008.

1176
30/10 - quinta-feira 21:40
Cine Bombril Sala 1
49
02/11 - domingo 14:00
CineSesc

Mortalmente Deliciosa

Esta é a história de um homem envolvido com duas mulheres, uma madura e feminina, enquanto a outra é pura e bonita... Ele acredita que pode controlar o complicado relacionamento com as duas, usufruindo de dois tipos diferentes de sensações, sensualidade e da culinária que suas amantes oferecem. Ele pensa que poderia esconder a existência de uma da outra e amá-las tanto quanto for possível. Um dia, o homem começa a perceber que seus cabelos e sobrancelhas estão caindo e sua gengiva está sangrando. Exames médicos provam que ele está sendo envenenado pela comida. O que vai acontecer com ele? Será uma trapaça do amor? Quem está ou esteve por trás da conspiração?
China, 2008
Direção: Tianyu Zhao
É uma trapaça contra o espectador isso sim. Estava surpreendido com o balanço de minha programação até hoje. Este foi o 2° filme que dei nota 1. Tá certo que se houvesse nota negativa, com certeza "Tony Manero" ganharia uma. A sinopse é interessante, mas o filme é uma enganação. O argumento é bom, mas o desenvolvimento do roteiro é horrível, a trama absurda, os atores fracos, direção pretensiosa e totalmente sem tato, enfim, uma sequência de erros. Na parte final então o filme descamba tornando-se uma espécie de "Atração Fatal" do oriente. Pior impossível. E o que mais dói são as tentativas do diretor de se mostrar inteligente e cabeça. Tanto dinheiro gasto nessa porcaria.




terça-feira, 28 de outubro de 2008

Tulpan

Depois de prestar serviço militar na Marinha, o jovem Asa volta às estepes do Cazaquistão onde sua irmã e o marido pastor vivem como nômades. Entusiasmado, Asa quer começar vida nova e tornar-se ele também um pastor. Mas, para isso, precisa primeiro se casar. E a única candidata possível é Tulpan, filha de outra família de pastores. Mas ela não gosta do rapaz porque acha suas orelhas grandes demais. Mesmo desapontado, Asa não desiste e continua sonhando com uma vida que talvez não seja possível naquele lugar.
Alemanha/Suiça/Cazaquistão/Rússia/Polônia, 2008
Impossível não comparar "Tulpan" com "Camelos também Choram". Não somente na parte geográfica, mas também na composição de seus personagens e na relação deste povo com seus animais. Mas "Camelos" é infinitamente melhor. Muito se falou de "Tulpan" nesta Mostra. Inclusive, ele está selecionado entre os 15 filmes que vão concorrer ao Grande Prêmio do Júri, logo, podemos constatar que o público da Mostra renova-se a cada edição de maneira surpreendente. Numa dessas conversas nas filas que se formam 1/2 hora antes da projeção, "Tulpan" estava entre os favoritos de um frequentador. Aaaa, o filme é lindo! Lento, já vou avisando, mas muito bom disse ele. Lento?!!! Nossa, se ele achou "Tulpan" lento, imagina o que ele diria sobre "O Canto dos Passáros"... E ser lento ou não, não implica na qualidade da fita. "Tulpan" é um filme bonitinho e engraçadinho, mas nada demais. A mensagem é bonita, mas o filme não é tudo isso que andam dizendo. Deve voltar na repescagem.








O´ Horten

Odd Horten tem feito o mesmo trajeto de trem todos os dias há tanto tempo que a sua vida se transformou numa rotina de confortáveis rituais. Mas o tempo passou para o engenheiro de 67 anos de idade, que vai se aposentar após quarenta anos de prestativos serviços. Sua ordenada e solitária existência é dedicada a revelar questões desconcertantes. Como pode Horten colocar a si mesmo numa situação embaraçosa quando está prestes a comemorar sua aposentadoria?
Noruega/Alemanha/França, 2008
Direção: Bent Hamer
Este é um daqueles filmes que você vai assistir sem pretensão alguma e acaba surpreendido. O comentário de um velho frequentador da Mostra resume bem o que quero dizer: - Muitas vezes você só tem interesse no 1° e 3° filmes e acaba encaixando um 2° somente para não ficar 2 horas de bobeira. E não é que mutas vezes acontece de você gostar mais do encaixe do que os outros tão comentados e bem avaliados. Pois é, situação muito comum na Mostra. Um filme sobre o peso da aposentadoria. O que fazer agora, após 40 anos de serviços prestados? Como se adaptar a quebra da rotina e a solidão? Com tempo livre, podemos descobrir que ainda há tempo de superar velhos medos e realizar novas conquistas. Uma ótima surpresa e um grande ator. Trata-se do candidato da Noruega para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro. Do mesmo diretor de "Factótum".


1107
29/10 - quarta-feira 22:30
Espaço Unibanco Augusta 3
1153
30/10 - quinta-feira 16:30
Unibanco Arteplex 3










Eu Quero Ver

Julho de 2006, Israel inicia uma guerra no sul do Líbano em resposta aos ataques de foguete e da captura de dois soldados israelitas pelo Hezbollah. Poucos meses depois, a atriz Catherine Deneuve vai a Beirute para um evento de gala em nome da caridade. Apesar do calendário apertado e da perigosa viagem, ela decide visitar o sul do Líbano. Guiada pelo ator libanês Rabih Mroué, percorrem zonas afetadas pela guerra em uma aventura imprevisível. Essa imersão da atriz permitirá que a beleza da área seja capturada? Os olhos libaneses serão capazes de acompanhar esta viagem?
França/Líbano, 2008
No começo deste "road doc." é nítida a expressão de perplexidade na fisionomia da diva Catherine Deneuve ao se deparar com as ruínas e o caos total impregnado na cidade de Beirute após a guerra de 2006. Ela fica indignada ao constatar que ninguém usa o cinto de segurança e não diferem o sinal verde do vermelho. (vemos isso todo dia em nosso país e nem passamos por uma guerra, não como a deles.) O desconforto do ator libanês também é visível, talvez por estar guiando a estrela do cinema francês pelos escombros de sua terra natal. No entanto, com o decorrer da viagem ambos vão se soltando. O fato de ser um documentário realizado em película, faz com que a realidade se confunda com a ficção em certas passagens como quando a equipe sai correndo do carro desesperada porque o ator havia pego a estrada errada onde teoricamente, haveriam minas à rodo. Mas isso não importa. Ao chegarem ao sul do Líbano, ficamos pensando como pode uma guerra absurda destas destruirem local tão lindo. A narração em arábe quase ao final do filme sobre as imagens da destruição à beira-mar é de arrepiar. Poderoso!

1078
29/10 - quarta-feira14:00
Unibanco Arteplex 4














Cinzas do Passado Redux

“A bandeira está parada. O vento está calmo. É o coração dos homens que está agitado!” (do cânone budista). Cinzas do Passado Redux é baseado nos personagens do romance de artes marciais de Louis Cha, The Eagle-Shooting Heroes. O filme é dividido em cinco histórias, cinco estações que fazem parte do calendário chinês, e se passa no jianghu, o mundo das artes marciais. Ouyang Feng viveu no deserto ocidental por alguns anos. Deixou sua casa na Montanha do Camelo Branco quando a mulher que amava escolheu casar-se com seu irmão mais velho. Em vez de buscar fama, ele vira um agente. Quando as pessoas o procuram com desejo de se livrar de alguém que as trapaceou, ele as coloca em contato com um espadachim que pode fazer o serviço.
Hong Kong/China, 2008
Direção: Wong Kar Wai
Após sua incursão pela América (não muito feliz na minha opinião) Wong Kar Wai traz mais um belo filme sobre o que ele faz de melhor: - Mostrar as dores do amor. Desta vez através da beleza das artes marciais. Você pode até pensar que ele teria feito algo parecido com "Herói", mas as lutas de seus personagens não estão centradas nos malabarismos de espadachins invencíveis e tampouco imortais. Um vinho que faz você esquecer do passado, pois já dizia-se que a memória, é a raiz dos problemas do homem. Está longe de suas melhores obras como "Amores Expressos" e o maravilhoso "Amor á Flor da Pele", mas ainda assim, um grande filme. E claro que não poderiam faltar seu ator e atriz fetiches Tony Leung e Maggie Cheung. Um kar Wai um pouco diferente, afinal é sempre bem vinda a renovação que um diretor procura para sua obra, mas a essência de seu trabalho está presente. Talvez não no auge, mas ainda assim, com muita beleza.

1012
28/10 - terça-feira 18:00
Cine Bombril Sala 1
1131
29/10 - quarta-feira 19:10
Cine TAM
1182
30/10 - quinta-feira 15:30
Espaço Unibanco Augusta 3









domingo, 26 de outubro de 2008

Choke

Uma colorida comédia de humor negro sobre a relação entre mães e filhos, compulsão sexual e o sórdido lado oculto dos parques temáticos de Colonial. Victor Mancini, um ninfomaníaco desistente do curso de Medicina, mantém sua mãe Ida, que está cada vez mais perturbada, em um caro hospital, para poder trabalhar como ator. Ele está representando um papel histórico em um parque temático de Colonial Williamsburg. À noite, Victor freqüenta finos restaurantes e finge estar engasgado, na esperança de ser salvo por um abastado cliente. Quando sua mãe, num estranho momento de lucidez, revela que guardou a surpreendente verdade sobre a identidade de seu pai, Victor conta com a ajuda de seu melhor amigo Denny e da bela médica Dra. Paige Marshall para desvendar o mistério. Antes que a verdade sobre seu parentesco divino se perca para sempre.
EUA, 2008
Direção: Clark Gregg
Uma comédia sobre vicíos e carências. O filme proporciona boas risadas e conta com bons atores. Angelica Huston faz o papel da mãe pertubada. Aliás, um papel onde ela vem se destacando em sua filmografia recente. Em "Viagem para Darjeeling" ela também faz uma mãe relapsa. Um filme justo com cara de comédia americana, (Não vá pensar em "American Pie") mas não é o tipo de filme que agrade muito aos frequentadores da Mostra. Espere o dvd que você ganha mais.

1137
29/10 - quarta-feira 14:30
Espaço Unibanco Pompéia 10




Gomorra

Poder, dinheiro e sangue: são estes os valores que os moradores da Província de Nápoles e Caserta têm de enfrentar diariamente. Eles quase nunca têm uma escolha e são praticamente obrigados a obedecer às regras do "sistema", a Camorra. Apenas um sortudo pode pensar em levar uma vida normal. Cinco histórias são tecidas em conjunto neste cenário violento, fixado em um mundo cruel e aparentemente imaginário, mas que está profundamente enraizado na realidade.
Itália, 2008
Direção: Matteo Garrone
Um retrato fidedigno da famosa máfia italiana (Camorra) contada através da história de 5 personagens. Impossível não perceber a influência de obras como "Scarface" e "Táxi Driver" nesta película. Não me refiro ao tema em si, mas a linguagem cinematográfica e atuação de alguns de seus personagens. Seja a máfia das drogas ou da moda. Gomorra é um excelente filme com atores muito bem dirigidos com um roteiro muito bom. A eterna guerra fantasma que ocorre sob nossos narizes e que ninguém faz questão de ver. Quantas vidas foram sacrificadas para que a bela Scarlett Johansson exibisse seu lindo vestido em um glamouroso festival de cinema? Descubra neste ótimo filme. Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes.

Waltz With Bashir

Uma noite em um bar, um velho amigo diz ao diretor Ari Folman sobre um pesadelo recorrente no qual ele é perseguido por 26 cães ferozes. Todas as noites, o mesmo número de bestas. Os dois homens concluem que há uma ligação com a missão do exército israelita na primeira Guerra do Líbano nos anos 1980. Ari fica surpreso, pois não se lembra de mais nada deste período de sua vida. Intrigado com esta questão, ele decide reunir e entrevistar velhos amigos e conhecidos de todo o mundo. Ele precisa descobrir a verdade sobre aquele tempo e sobre si mesmo. Conforme Ari aprofunda-se no mistério, sua memória começa a se arrastar através de imagens surrealistas...

Israel/Alemanha/França, 2008
Direção: Ari Folman

Animação para gente grande sobre um tema doloroso. Extremamente bem feita e com um roteiro muito bem amarrado. As lembranças e visões surrealistas do protagonista proporcionam imagens de encher os olhos. A narração no entanto faz com que o filme torne-se lento em excesso, provocando um certo cansaço. O desfecho contudo é arrebatador. Mesmo em se tratando de um episódio verídico, a animação com certeza dá uma amenizada na crueldade dos fatos ocorridos. Quando de repente vemos na tela as imagens reais desta guerra tenebrosa, a ficha cai e ficamos com uma sensação de impotência e fragilidade. Bom programa, mas não vá cansado.

Um Homem Bom

Na Alemanha dos anos 1930, John Halder é considerado um “bom alemão”. Professor de Literatura tímido, honesto e idealista, ele mora com a esposa muito ansiosa, dois filhos carentes, e a mãe que sofre de demência senil. Acabou de publicar um romance defendendo a idéia de que a eutanásia é um ato de compaixão. A pesquisa levou-o a investigar mais a fundo sua difícil situação familiar, o que poderia ter se transformado num rico material para o livro. No entanto, ele arriscadamente escolheu explorar o assunto dentro do ambiente deturpado da ideologia nazista. Não leva muito tempo até os nazistas voltarem sua atenção para a tese de John e ele é convocado para uma entrevista com o chefe local do partido. São tempos incertos e John rapidamente percebe que mesmo as pequenas escolhas podem ter conseqüências devastadoras. À medida que troca seu paletó de professor pela camisa marrom dos nazistas, ele descobre que a vida e as escolhas pessoais carregam muito mais peso do que jamais havia imaginado.
Inglaterra/Alemanha, 2008
Direção: Vicente Amorim
Mais um filme que disseca um dos piores momentos da história da humanidade. Desta vez sob o ponto de vista de um professor universitário que cede ao poder para conseguir atingir seus objetivos, mesmo sendo totalmente contra. Os atores estão excelentes, o roteiro é ótimo e a direção excelente. Amorim ainda consegue encaixar poesia dentro de um tema tão cruel. Os delírios do protagonista são uma amostra disso e um presságio do que estava por ocorrer. Um filme principalmente sobre as escolhas que tomamos no decorrer de nossas vidas. Filmaço!
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27/10 - segunda-feira 18:50
Unibanco Arteplex 2
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28/10 - terça-feira 21:40
IG Cine

Horas de Verão

As distintas trajetórias de dois irmãos e uma irmã de quarenta e poucos anos se chocam quando sua mãe — que preservava a obra de seu tio, o excepcional pintor do século XIX Paul Berthier —, morre repentinamente. Os filhos são levados ao confronto de suas diferenças. Adrienne, uma bem sucedida designer em Nova York; Frédéric, economista e professor universitário em Paris; e Jérémie, um dinâmico empresário que vive na China, são apresentados às texturas e lembranças do final da infância, às memórias partilhadas, criando uma visão única do futuro.

França, 2008
Direção: Olivier Assayas

Para quem aprecia arte é um prato cheio. Quadros, mobílias, peças com design inovadores e consagrados fazem parte do cenário deste belo filme que não é somente um catálogo de arte. Mas vale destacar o trabalho da produção de arte. Lendo somente a sinopse temos a impressão de ser mais um daqueles dramalhões onde os encontros proporcionados pela desgraça sempre possuem o mesmo desfecho: - Lavar a roupa suja acumulada por anos. Mas Assayas foge deste clichê e nos oferece mais um excelente exemplar da ótima cinematografia francesa, com certeza, a melhor da Europa nos últimos anos. O tema é delicado (espólio), mas o desfecho deste pesar é resolvido da maneira mais civilizada que a velha Grécia deixou de herança: - A Democracia. Discussões e diferenças? Claro que existem, mas seus personagens sabem dialogar para chegar a um senso comum. Assayas nos mostra um pouco do requinte e da sabedoria deste povo que eu admiro. Sempre elegantes, cultos e inteligentes com uma mente muito mais aberta que a de qualquer outro país. O dia que nosso povo entender que somente a educação e a cultura podem mudar nosso futuro, o Brasil começara a ser um país melhor. É um trabalho de gerações sim, mas se não plantarmos a semente ... E de lambuja, tem a presença da musa Juliette Binoche. Muito bom.








Por Sus Propios Ojos

Alicia, uma estudante de cinema, está prestes a ser reprovada porque não consegue terminar sua tese sobre mulheres associadas a condenações. Estas mulheres recusam-se a serem entrevistadas porque não querem ser estigmatizadas. Ela conhece Elsa, que concorda com uma entrevista contanto que seu filho, um prisioneiro, também seja entrevistado. Alicia acha que está sendo chantageada e tenta se livrar da situação, mas finalmente concorda em ir à prisão. E seu mundo desaba.

Argentina/França, 2007

É sempre interessante ver o filme dentro do filme. Contudo, no caso deste argentino, tudo parece meio inacabado. O documentário que a protagonista prepara para sua tese deve ser melhor que este filme que mostra o processo de realização do mesmo. As atrizes são esforçadas, mas falta mão na direção e o desfecho pareceu algo de quem não sabia muito como concluir a película. Fraco.

sábado, 25 de outubro de 2008

O Canto dos Passáros

Os três Reis Magos viajam em busca do Messias que está para nascer. A jornada é engraçada. Há uma constante brincadeira sobre se será possível ou não escalar uma montanha, já que dois dos reis são pesados. Encontram abrigo do sol e tentam dormir, mas não sabem como ficar confortáveis e discutem sobre quem está mentindo. Anjos aparecem e prenunciam a vinda do Senhor. José é o único personagem a não falar catalão no filme, preferindo se expressar em hebraico.

Espanha, 2008
Direção: Albert Serra



Tentemos entender o cinema de Albert Serra. Do mesmo diretor de "Honor de Cavalleria", que fez sucesso na 30° Mostra indo inclusive parar na repescagem, "O Canto dos Pássaros" é um filme tão chato quanto o da Mostra retrasada.

Existe uma diferença entre filme ruim e filme chato, e os dois filmes que vi de Serra são muito chatos. Os dois são adaptações mais que livres de clássicos populares. O primeiro de Dom Quixote e este último sobre a peregrinação dos 3 Reis Magos para encontrar o menino Jesus.

O cinema de Serra é totalmente autoral e sensorial. Ele gosta de provocar o público com sua câmera estática onde nada acontece. Por um momento achei que o cabritinho que Maria carregava pra cima e para baixo pudesse ser a representação de Jesus na visão de Serra. Vai saber hahaha.

O filme tem alguns lampejos sensacionais, como a cena dos magos reverenciando o menino Jesus, mas não chega a salvar a fita. Serra quer incomodar o público através de suas artimanhas cinematográficas como estourar a luz logo após uma cena escura. Suas sequências infinitas e estáticas fazem com que você se canse junto com os personagens (uma sacada muito boa da minha princesa).

Na verdade, acho que Albert Serra mostrou-se um diretor muito pretensioso nos dois filmes que acompanhei. Outro fenômeno que seus filmes provocam é o exôdo da sala. Concordo que isso não quer dizer (quase) nada. Neste caso acho que disse. Só neste último cerca de 20 pessoas deixaram a sala, média semelhante ao seu outro filme que conferi à 2 anos atrás. Não é ruim, mas é chato que dói.

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19/10 - domingo15:40
IG Cine883
26/10 - domingo21:30
HSBC Belas Artes 2







24 City

Chengdu, dias atuais. O estado possui 420 fábricas que virão abaixo para dar lugar a um complexo de apartamentos de luxo chamado 24 City. Três gerações, oito personagens: velhos operários, executivos e yuppies da fábrica e suas histórias se fundindo à história da China.



China, 2008
Direção: Jia Zhang-ke

Costuma-se dizer que quando muita gente sai no meio de um filme quer dizer que ele é muito ruim ou muito bom. No caso de 24 City posso dizer que trata-se da 2° opção. O cineasta mais atuante da China ultimamente, mais uma vez nos presenteia com um lindo filme. Um documentário que flerta com a ficção. Depoimentos emocionantes e sinceros que me fez lembrar um pouco o trabalho de Eduardo Coutinho. Como em todos seus filmes anteriores, Jia vai na raiz dos problemas da China moderna e as consequências sofridas por sua população. E como esse homem filma maravilhosamente bem. Poesia para os olhos! A força e determinação deste povo é captada através da lente mágica de Jia. Uma das pessoas retratadas em dado momento diz assim: " - Estou aposentada, mas continuo costurando para fora. Para não ficar parada e porque eu gosto. Quando você se mantém ocupada, a velhice chega mais devagar ... ". Sábias palavras de uma simples trabalhadora. Quando nosso país estava nascendo, os chineses já haviam inventado o papel. Bota história nisso. Do mesmo diretor de "Em Busca da Vida", "Plataforma", "O Mundo", "Inútil" , "Dong" entre outros.
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25/10 - sábado20:00
IG Cine
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28/10 - terça-feira17:30
CineSesc
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29/10 - quarta-feira17:10
Reserva Cultural Sala 1

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Tim Festival

SONNY ROLLINS NO IBIRAPUERA

Saindo um pouco do assunto "Mostra", não poderia deixar de citar aqui este evento que acontece paralelamente. O Tim Festival deste ano está bem interessante. Pena que acontece na mesma época e para conferir os dois eventos é necessário primeiramente um bol$o recheado e segundo, muita disposição após a maratona de filmes. Speranza Spalding e Sonny Rollins são os grandes destaques deste ano. Este último fará um show amanha na parte externa do Audiório Ibirapuera. Se você tiver pique de acordar cedo após a última sessão de hoje, não irá se arrepender. E olha que o horário é bonzinho para conosco. Dá para curtir o show, tomar um sol e depois se esconder o dia inteiro no friozinho do cinema. Programa imperdível. Enche a cara de café, pó de guaraná, energético e se joga.

Quando: Sábado/ 25-10 as 11:00
Onde: Auditório Ibirapuera
Quanto: Na faixa!!!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Café dos Maestros

Tango não é apenas uma dança, tango é um estilo de vida. O Tango pertence à Argentina - e em especial às cidades de Buenos Aires e Rosário, onde a dança é muito mais que um simples eco nostálgico. Muitos dos idosos continuam a praticar — alguns deles o fazem há oitenta anos. Temos o retrato de alguns destes músicos excepcionais, incluindo criadores de repertório clássicos do tango e fundadores de uma variedade de estilos e escolas, bem como os membros das bandas e orquestras que alcançaram a fama nos anos 1940 e 1950, na era dourada do tango. Vários protagonistas se tornaram grandes nomes no exterior, enquanto outros restringiram sua atuação ao interior da Argentina. O músico e compositor argentino Gustavo Santaollala (vencedor de dois Oscars por sua música para os filmes Brokeback Mountain e Babel) atua como guia, para apresentar as grandes estrelas do famoso ritmo — Leopoldo Federico, Lágrima Ríos e seu violonista Aníbal Arias, além do dueto Libertella e José Luis Stazo. O clímax acontece em uma noite no famoso Teatro Colón de Buenos Aires.
EUA/Brasil/Reino Unido/Argentina, 2008
Direção: Miguel Cohan
Sensação de déja vú ? Pensei que fosse o "Buena Vista" argentino. Bem que eles tentaram, mas este documentário está longe de poder ser comparado à obra de Wim Wenders. Amo tango, esta música forte que vem da alma e arrepia, mas o filme não corresponde aos Maestros retratados. Posso citar um documentário sobre o mesmo assunto que passou na Mostra do ano retrasado e esteve em cartaz neste ano: O lindo "O Último Bandonéon". Este sim um belo documentário à altura desta música fantástica. Aqui, Gustavo Santaollala que fez a lbela trilha de "Brokeback Mountain" seria o equivalente à Ry Cooder em "Buena Vista". O Teatro Colón é o Carneggie Hall. A diferença básica fica por conta do acréscimo da dança. Sem a dança o Tango não existe. E como é lindo ver um casal dançando. Chega a ser quase um ritual de acasalamento. A pegada, os olhares, o sex appeal ... Mas como cinema é fraco. Alguns depoimentos, imagens dos "milongueiros" em estúdio, imagens de casais dançando e o show no Cólon. Muito pouco. Você acaba saindo da sessão sem saber quase nada sobre os protagonistas. São muitos e é sobra pouco tempo para cada um, pois pelo menos 1/2 hora do filme é somente o show. Entendo que a beleza da música e da dança encantam qualquer um. Se fosse para avaliar somente o Tango, a nota seria 5 com certeza, mas como estamos falando de cinema ... Se tiver a oportunidade de assistir "O Último Bandonéon", faça-o e você irá me entender. "Café Dos Maestros" é um filme para se "ver" com os ouvidos. Resumo da ópera: -Compre a trilha sonora que você já terá visto tudo. Essa sim vale a pena.
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29/10 - quarta-feira 20:40
IG Cine









Caixa de Pandora

Um irmão e duas irmãs vivem no centro de Istambul. Com quase quarenta anos, ambos levam vidas muito diferentes, centradas em preocupações comuns às classes médias e altas. Um dia, um telefonema leva-os em uma viagem através da Turquia, subúrbios e aldeias, até uma pequena vila nas montanhas do Mar Negro, onde nasceram. Sua idosa mãe, Nusret, está desaparecida. Os irmãos começam a lembrar sobre ela e as tensões rapidamente se revelam, como uma Caixa de Pandora que, depois de aberta, espalha todos os problemas ao redor. Velhas feridas estão abertas novamente. Quando eles encontram a mãe e decidem trazê-la para Istambul percebem que ela está sofrendo de Alzheimer. O confronto com a sordidez de Nusret os leva a perceber como suas vidas são pobres.

Turquia/França/Alemanha/Bélgica, 2008
Direção: Yesim Ustaogu

Filmes que abordam o "Alzheimer" não são novidade. Confesso que minha primeira impressão para este filme não foi das melhores. Não que eu tenha achado ruim, mas assim que acabou, não via muitas qualidades a não ser a atriz principal (MARAVILHOSA!). No entanto, sou humilde para rever minha opinião. O que acontece é que achei algumas cenas forçadas no início. O carro que de repente não pega. As filhas que deixam a mãe sozinha sabendo que ela sofre de Alzheimer. É óbvio que vai acontecer alguma coisa. Nunca se pode deixar alguém que sofre desta doença sozinho. Mas a partir do momento que ela encontra o neto, o filme melhora da água para o vinho. Os dois estão fugindo. Ela quer ir para sua montanha e o garoto foge dos pais. Avó e neto fogem da família problemática, como não poderia deixar de ser. O neto parece trazer uma certa lucidez à personagem, que em alguns momentos, parece ser a mais lúcida de todos com suas frases de efeito. O final é lindo e somente o neto poderia entender o desejo de sua avó de fugir para a montanha, afinal, ele esteve fugindo durante todo o filme. Uma coisa que me incomoda são as risadas da platéia para cenas não muito agradáveis. Talvez eles achem engraçado uma velha mijando no tapete da sala porque não é a mãe deles. Não consigo rir dessas coisas e rezo todo dia para que esta doença não atinja ninguém de minha família. Mas de qualquer maneira, o filme é muito bom sim e o melhor dele é o seu final e sua protagonista. Que bela atriz.

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24/10 - sexta-feira22:00
Cinemark - Shopping Eldorado
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30/10 - quinta-feira17:20
Reserva Cultural Sala 1



A Floresta dos Lamentos

Shigeki sofre de uma demência senil e vive num pequeno e tranqüilo asilo ao lado de uma vasta floresta. Apegado à memória de sua esposa morta, Mako, escreve longas cartas a ela, como testemunho silencioso de seu eterno amor. Mas agora o 33º aniversário da morte de Mako está se aproximando e de acordo com a crença dos budistas japoneses, isto significa que sua alma deve viajar para a terra do Buda. Chegou a hora da separação. Machiko é uma jovem enfermeira que perdeu o filho recentemente e, apesar de ainda estar lidando mal com a perda, parece devotar especial atenção a Shigeki. Um passeio frustrado acaba levando a enfermeira e o velho à floresta onde, através de um jogo de fuga e perseguição, perdem suas identidades para depois resgatá-las e defini-las. O mais fraco torna-se o mais forte, quem cuida será cuidado.

França/Japão, 2007
Direção: Naomi Kawase

Mais um belo exemplar do cinema japonês presente na Mostra deste ano. Um filme delicado que aborda a linda filosofia da religião budista. O que é estar vivo? Como sei que estou vivo? Comer gohan (arroz em japonês) é o 1° sinal de que você está vivo. Você come gohan? O 2°, vêm das sensações pelas quais passamos, como um abraço de um amigo diria o mestre para o protagonista que por 33 anos esteve de luto. Ao chegar na floresta, ele consegue se despedir de sua amada esposa que está partindo para a terra de Buda. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2007. Um lindo filme.

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29/10 - quarta-feira 15:10
Reserva Cultural Sala 1
1192
30/10 - quinta-feira 15:50
CineSesc

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Varsóvia Sombria


Varsóvia, noite, um clube perto do rio. Ojka, jovem e bonita prostituta corre pelo estacionamento. O gordo Wolski, experiente político a segue, atraído pelo seu charme. Ninguém percebe que Ojka é apenas uma isca e que Wolski caminha para a morte... É o começo do filme com o estudo dos estranhos relacionamentos entre vários elementos. O filme revela uma nova e ainda complicada realidade polonesa. Diversos personagens interessantes surgem na tela, tornando o filme vívido e real. É uma história de amor universal, profunda e arrebatadora. Também descreve uma jornada que começa na total escuridão e no fim traz um fio de esperança.

Polônia, 2008
Direção: Christopher Doyle


Neste seu 2° filme como diretor, o colaborador assíduo de Wong Kar-Wai nos apresenta um filme um tanto "sombrio". O filme começa bem, mas acho que se perde do meio para o fim. Uma mistura de policial com filme de arte que não sabe muito bem que rumo seguir. Difícil sair da sala com uma conclusão. O comentário de um conhecido que encontrei após a sessão define bem a impressão que tive: - Não sei aonde cheguei ... De qualquer maneira está longe de ser um filme ruim. Mas uma coisa tenho certeza: - A trilha é excelente. As canções de Cat Power e PJ Harvey caíram como uma luva para a película de Doyle.

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26/10 - domingo 21:00
Espaço Unibanco Augusta 3


Machan

Para o barman Manoj, a recusa de mais um pedido de visto significa o fim do sonho de viver e trabalhar no Ocidente; para o seu amigo de toda vida, o vendedor de frutas Stanley, que está afundado em devastadoras dívidas e ainda precisa cuidar de tias loucas e um irmão mais novo, a recusa aponta o caminho da vida do crime. Com os espíritos deteriorados, o convite para um torneio de handebol na Bavária aparece como um presente dos deuses, mesmo que eles não saibam exatamente que esporte é esse.


Sri Lanka/Itália/Alemanha, 2008
Direção: Uberto Pasolini

Mais uma bela surpresa desta 32° Mostra. Taí uma amostra de como os filmes que tratam das mazelas do 3° Mundo podem ser filmados de maneira original sem o peso e drama que nossos diretores tupiniquins expõem em suas películas. Uma excelente estréia na direção de Pasolini que é um produtor rodado. Direção firme e delicada sobre uma história verídica. Pode incluir na sua programação sem medo de ser feliz.


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25/10 - sábado19:20
Espaço Unibanco Augusta 3

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Fronteira da Alvorada

Carole é uma solitária estrela de cinema. Seu marido trabalha em Hollywood e a rejeita. Surge um fotógrafo, François, e os dois se tornam amantes. Eles começam a se encontrar sempre no hotel onde François realiza as suas sessões de fotos e se encontram no apartamento de Carole de vez em quando.



França, 2008
Direção: Philippe Garrel


Este é daqueles filmes como bem disse meu amigo Daniel, que não é possível concluir muita coisa logo que chega ao fim. Vou dar minha opinião agora, mas pode ser que ela mude amanhã. O filme é cheio de altos e baixos. Em alguns momentos achei os diálogos sensacionais, em outros, como a parte fantamasgórica, confesso que beira a bizarrice. A conclusão da película ... É no mínimo estranha, mas com certeza inesperada. Pretensioso também em alguns momentos. Hoje eu daria um 3 para o filme, mas talvez acorde achando que ele merecia um 5. Mas somente pela bela fotografia pb e a presença de Louis Garrel, filho do diretor, já são motivos suficientes para dedicar alguns minutos de sua vida. Sem contar a dúvida que perdurará em sua mente para chegar à alguma conclusão sobre a qualidade da fita. Loucuras de amor! Somente um protesto: Adoro o trabalho de Louis Garrel, mas será o benedito! O homem parece sempre interpretar o mesmo personagem, o que ele faz muito bem, mas seria legal dar uma variada. "Em Paris", "Canções de Amor", "Os Sonhadores" ... Seu eterno François já está começando a enjoar. Do mesmo diretor de "Amantes Constantes". Bom , muito bom ou excelente? No mínimo bom.


784 25/10 - Sábado 21: 50 Reserva Cultural sala 1

854 26/10 - Domingo 14:20 Cine Bombril sala 1

1023 28/10 - Terça-feira 14:30 Reserva Cultural sala 1

Sonata de Tóquio

O retrato de uma família japonesa contemporânea, aparentemente comum. Visto do lado de fora, tudo é normal como sempre foi. No entanto, o pai repentinamente perde o emprego e esconde o fato da família; o filho mais velho, que freqüenta a faculdade, raramente aparece em casa; o filho mais jovem faz aulas de piano sem contar nada aos pais; e a mãe, que lá no fundo sabe que seu papel é manter a família unida, não tem ânimo para fazê-lo. De alguma maneira, uma ruptura aconteceu nessa família e vai, silenciosa e rapidamente, desintegrá-la.

Japão/Holanda/Hong Kong, 2008
Direção: Kiyoshi Kurosawa

O tema não é novidade, mas a maneira como Kiyoshi (que não é parente do mestre) filma o cotidiano de uma típica família japonesa é arrebatadora. Uma ácida crítica à sociedade extremamente machista do Japão. O orgulho ferido por não conseguir suportar o fracasso, o medo de ser rejeitado e como recomeçar são os temas deste belo filme. Sei bem como é difícil para o povo nipônico demonstrar afeto e carinho, uma vez que meus avós paternos eram japoneses. Nesta família cheia de traumas, todos seus membros estão querendo fugir, cada um à sua maneira, mas no fundo, pelo mesmo motivo. Mas todos têm direito a uma segunda chance e desta vez eles vão tentar fazer as coisas da maneira correta. Muito Bom.


Torça para voltar na repescagem.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Alexandra

Basicamente um conto sobre a avó que vai visitar o neto, um capitão do exército russo, em serviço na Chechênia. Entretanto, o sujeito de Sokurov não é apenas a Chechênia, mas sim todas as guerras e uma reflexão sobre as feridas psíquicas geradas pelos conflitos. Sustentando um nome que evoca uma antiga civilização, a determinada Alexandra viaja para Grosny para visitar o neto de 27 anos de idade, Dennis, que ela não vê há sete anos. No passeio pela base são atormentados pelo calor opressivo e pela violência. O quartel é apresentado pelo ponto-de-vista da mulher. Com um novo olhar, ela observa a rotina dos soldados e as maquinações numa guerra sem fim.

Rússia, 2007
Direção: Alexander Sokurov


(Suspiro). Nada como um filme após o outro. Após o trauma de "Tony Manero", eu sabia que a sessão seguinte seria a salvadora para eu não ter pesadelos na hora de dormir.
Sokurov, mesmo diretor de "Moloch", mais uma vez nos presenteia com uma aula de como o Cinema deve ser feito. Que belo filme!
Belo roteiro, uma atriz excepcional, silêncios na hora certa e diálogos arrebatadores. E a fotografia ... Que linda fotografia. Poderia ter visto 2 bombas anteriormente, o que não foi o caso, que "Alexandra" me salvaria de qualquer tormento.
Um filme de Guerra, onde não existe luta, sangue, nem morte. Somente a morte psicológica de seus jovens soldados que se encantam pela presença quase mística da protagonista.
Taí o meu primeiro 5 da Mostra de 2008. Com louvor. Lindo!


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25/10 - sábado14:30
Espaço Unibanco Pompéia 10