quarta-feira, 8 de outubro de 2008

SHORTBUS


EUA, 2006
Direção: John Cameron Mitchell

Podemos descrever este filme como um "SURUBÃO CULTURAL" contra a depressão de seus personagens. Em Nova Iorque, (onde mais poderia) pessoas se reúnem em um inferninho chamado "Shortbus" para se liberarem de todos seus pudores através de saraus com poesia, cinema, música e muito sexo. Imagina o elenco de "Hair" trepando como naquela famosa cena do polêmico "CALÍGULA". Esta frase resume boa parte do filme. O resto é enrolação pra mostrar a libertinagem do diretor. É mulher com mulher, mulher com homem, homem com homem, mulher com travesti, masturbações bizarras, vixi, um verdadeiro circo da putaria hahaha, um por todos e todos por um!

Sexo no cinema nunca foi novidade. Nú frontal masculino tampouco. Posso citar aqui vários filmes, mas lembro de um em especial, aliás, o filme que deu origem à este blog. "9 Songs". Este filme conta a história de amor entre um casal. Até aí nada mais comum. A única diferença é que o sexo filmado é praticamente explícito, praticamente não, é explícito. O filme é o casal transando e o casal em shows de bandas como "Primal Screen" e "Franz Ferdinand", daí o nome "9 Canções". Mas o jeito como é filmado com o acréscimo da música, torna-se algo delicado e até poético. Tem ainda a famosa cena da manteiga com Marlon Brando em "O Último Tango em Paris". Enfim, só escrevo tudo isso, para dizer que nada mais choca. Se o sexo fosse necessário para a trama, se a exposição de falos gozando à rodo fosse essencial para o desenvolvimento do roteiro, maravilha, sem problemas. Mas aqui o diretor faz o contrário. Utiliza-se dos dilemas mais clichês da sociedade moderna, criando uma trama fraca apenas para mostrar seu bacanal de luxo.

Uma das poucas coisas que se salvam neste filme são os personagens. Uma Dominatrix deprimida porque nunca conseguiu uma relação séria. Uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo. O casal homo em crise. O voyeur psicopata e por aí vai. Trata-se de um prato cheio para desenvolver um belo roteiro. No entanto, a única coisa que eles fazem, é trepar.

Por favor, não me entenda mal. Não é questão de moralismo. Longe disso, credo, saravá! Mas fica evidente que o importante aqui não é o cinema. Tipo, vamos inventar um historinha básica com atores bonitinhos e uma fotografia legal e mudérrna que já ta bom. E dá-lhe sexo! Vamos chocar, criar polêmica e algazarra! Devem ter pensado os produtores. PORRA, um filme que mostra um cara tentando chupar o próprio pau e não contente mostra o mesmo cara gozando na própria boca e ainda não satisfeito, o mesmo cara esta filmando tudo para seu filme de amor que ele está preparando para o namorado que ele não ama mais!!??! É óoooobvio que uma cena bizarra destas vai gerar publicidade e burburinho, ainda mais quando gratuita. E toda essa bizarrice fez com que este filme tivesse sessões lotadas na última Mostra de São Paulo, que aliás, eu amo e já vai começar. Mas confesso que alguns dos piores filmes que conferi na minha vida, foram presentes da Mostra. Sempre tem alguma bomba, vamos ver as deste ano hehehe. Voltando ao assunto, mais da metade de suas cenas de sexo explícito são desnecessárias. Não acrescentam nada.

Um filme desnessário que nunca teve grandes pretensões a não ser criar polêmica. E pior que nem isso eles conseguiram. Não odiei o filme não. Meu sentimento é pior: O de total descaso. Que perda de tempo...




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