segunda-feira, 26 de abril de 2010

OS FAMOSOS E OS DUENDES DA MORTE


Brasil, 2009
Direção: Esmir Filho

Gus Van Sant vai ao interior do Rio Grande do Sul. Guardadas as devidas proporções é claro, uma vez que este é o primeiro longa de Esmir.
Diretor do hit "Tapa na Pantera" e do curta premiado "Saliva", Esmir Filho é uma promessa tomando corpo. Apesar do título meio infantil, o filme traz temas sérios.
Em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul, garoto por volta dos 16 anos vive a ânsia de conhecer o mundo, sair daquela cidade onde todos se conhecem e tentar descobrir seu verdadeiro eu que encontra-se enclausurado e sufocado.

Têmos aqui mais um filme voltado para o universo adolescente, mas diferentemente do filme de Laís Bodanzky, "As Melhores Coisas do Mundo", o universo adolescente de Esmir é bem específico. Adolescentes de uma pacata cidade no interior do país que conhecem o mundo apenas pela internet. Aliás, o mundo virtual mais uma vez ganha bastante destaque no cinema jovem. Não há mais como ignorá-lo nos tempos de hoje, principalmente para os adolescentes.

O protagonista possue um blog onde ele assina como Mr. Tambourine man. Isso mesmo, ele é fã de Bob Dylan, que ótimo, e um show que irá acontecer em São Paulo, é seu pretexto para fugir daquela vida monótona e chata.

O personagem é bem andrógino, e fica evidente suas dúvidas com relação a sua própria sexualidade. A ausência do pai parece ser fundamental para isso. Arrisco ainda dizer, que o filme é voltado para o universo "emo". Isso mesmo, aqueles adolescentes emotivos que são tão zuados.
Mr. Tambourine é um jovem depressivo. Seus momentos de felicidade são raros, como quando toma vinho com a mãe ou quando fuma maconha com seu melhor amigo nos trilhos da cidade. Vive online criando coragem para fugir de sua cidadezinha. Meninas? Somente nos sonhos. Mr. Tambourine sonha com a irmã do melhor amigo. Irmã essa que suicidou-se. Tem mais essa, o suícidio parece ser algo comum naquela cidade e para que Mr. Tambourine Man não tenha o mesmo destino, o melhor a fazer é fugir.

O filme é totalmente escapista, com uma áurea misteriosa constante. Destaque para o granulado e estética escolhida, algo bem bucólico e poético, lembrando em muitos momentos, um vídeo arte. O roteiro não é dos melhores e a direção peca um pouco na mão.

Mas ei, péra lá. Trata-se do primeiro filme do rapaz, não sejamos tão ríspidos. Ao filmar adolescentes do interior do Rio Grande do Sul, Esmir leva para a tela algo até então praticamente inédito. Um universo que não faz parte do nosso cotidiano. Inspirar-se descaradamente em Gus Van Sant também acho algo positivo. Todos têmos nossas referências certo?
Ele vai encontrar seu cinema e por ora, acho que está de bom tamanho, vide o sucesso que o filme vem fazendo nos festivais mundo afora. Vale a pena ficar de olho no trabalho do rapaz.

VÍCIO FRENÉTICO

EUA, 2009
Direção: Werner Herzog

Diretor alemão responsável por filmes como "Fitzcarraldo", "O Homem Urso" e "O Sobrevivente", Herzog nos presenteia com mais um filmaço, desta vez inspirado na obra de Abel Ferrara de 1992. Não se trata contudo de uma refilmagem, uma vez que ele pegou somente os elementos principais. Trata-se sim da volta de Nicolas Cage aos filmes de peso, após sucessivas escolhas errôneas. Você viu "Despedida em Las vegas" ? Pois bem, aqui ele está melhor.

O filme conta a história de um policial viciado em heroína, crack, remédios e alucinógenos em geral. Após sofrer um acidente e machucar as costas, ele terá que medicar-se pelo resto da vida para suportar as dores. Com isso, seu vício só faz aumentar, uma vez que as drogas o ajudam a sentir-se aliviado e esquecer a dor.

Apesar de viciado, ele é um dos melhores investigadores da delegacia. Sabe trabalhar e conseguir o que quer. Com uma lábia poderosa e convicente, consegue o respeito necessário entre os bons e os maus. Na maioria do tempo encontra-se chapado e suas viagens com iguanas, jacarés e etc são ótimas.

Herzog não pretende classificar seu personagem como certo ou errado. Mesmo porque, como já disse, seu vício nunca foi empecilho para seu sucesso profissional. O cara sabe fazer seu trabalho e estar chapado parece até que ajuda às vezes. Já está incorporado. Louco 24/7.

Agora, a interpretação de Cage está sensacional. Os coadjuvantes Val Kilmer e Eva Mendes nada mais fazem do que servirem de moldura para o excelente trabalho que Cage realiza. Suas expressões de louco, seus maneirismos, sua coluna torta, seus insights viajantes, tudo, mas tudo, faz com que o Sargento Terence McDonagh seja um dos melhores personagens já interpretados por Cage. Aliás, minto. O papel de Eva mendes é importante sim, pois ela alimenta a alma de Terence e está lá pra botar mais lenha na fogueira. A direção dispensa comentários.




GARAPA


Brasil, 2009
Direção: José Padilha

Faz algum tempo que cansei de ver violência, miséria e favela no cinema nacional. Já disse isso em alguns posts. Sei que faz parte de nossa realidade, mas a glamourização deste horror pelo nosso cinema cansou. Não quero me conformar com a situação, dizer que o Brasil é isso aí e pronto, ver tudo de ruim que existe na tela e achar normal.

No caso do documentário de Padilha o negócio toma outro rumo. Primeiro: Não se trata da realidade glamourizada e ficcionada, trata-se da realidade nua e crua. Uma realidade de partir o coração, de não conseguir segurar a lágrima que corre involuntariamente pela face. Aqui não tem disfarce nem maquiagem, não tem herói. Segundo: É preciso sim que todos vejam este documentário, principalmente aqueles 5 % que detém o poder nesse país, aqueles que "ditam" as regras. Deviam ser obrigados a assistir. Sim, OBRIGADOS!

Garapa trata do problema da fome no Brasil, mas o problema é mundial como sabemos. Você sabe como é a vida de quem passa fome? Este filme trata o problema de perto, sem piedade.

Durante 4 semanas a equipe de Padilha acompanhou o cotidiano de 3 famílias no Ceará e suas estratégias para sobreviverem ao terror da fome. Foi filmado no esquema de "cinema direto" ou seja, sem interferências no que ocorre na frente das lentes. Além disso, foi filmado em pb e sem trilha, o que faz com que o foco esteja exclusivamente na história das famílias retratadas.

O homem destas famílias costuma sofrer de alcoolismo e a primeira impressão nos diz que são vagabundos que vivem as custas das mulheres, mulheres muito fortes e guerreiras por sinal, mas ignorantes, pois não sabem como proteger-se para não terem mais filhos, afinal, quanto mais bocas para alimentar, maior o problema. Os homens por sua vez, acredito que abusam do álcool primeiramente para aliviar a fome e segundo, para esquecerem de que são pais de família derrotados, uma vez que não são capazes de sustentá-la.

O documentário mostra uma família que recebe o bolsa-família, programa tão criticado e acusado de ser assistencialista. O bolsa-família atende mais de 50 milhões de brasileiros e ainda assim é insuficiente. A família retratada por exemplo, quando recebe o bolsa-família, consegue alimentar-se por 12 dias e depois, vive de garapa, uma mistura de água com rapadura ou açucar. Por isso é tão comum encontrar pessoas subnutridas e obesas e crianças com dores nos dentes. Outra coisa que chama a atenção, é que eles tem que escolher qual refeição irão fazer no dia. Se almoçam, não jantam e vice-versa.

Em depoimento uma das mães diz: Tem dia que meu filho diz que tá com fome e eu digo que não tem comida. As vezes eu choro ...

E se não existisse o bolsa-família? A, o Lula faz isso só para ser popular. E o que os antecessores fizeram? Enriqueceram os banqueiros com a inflação e taxa de juros abusiva, responsáveis por esse gigantesco abismo social. Criam leis estapafúrdias para eles mesmos como auxílio moradia, auxílio paletó e por aí vai. E o pior de tudo: Tudo pago com nosso dinheiro. Pra isso que serve o imposto que pagamos?! Enquanto uns morrem de fome, outros precisam de auxílio paletó! Ta tudo errado nesse país. Tudo errado! Trata-se de algo surreal e quer saber, é tudo culpa nossa, afinal de contas, quem elege esses bostas?

Quando eu dizia que meu voto era do Cristovam Buarque, riam da minha cara. Agora temos uma grande chance de deixar esses ladrões fora da próxima eleição. Você ja assinou o abaixo assinado para o projeto ficha limpa? Pois, é.

Sinceramente, tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo tanta coisa errada. Todas as belezas e maravilhas deste país, tornam-se insignificantes diante do desrespeito com o ser humano encontrado por aqui. Esse papinho de que o melhor do Brasil é o brasileiro, nunca me convenceu. Na verdade, acho exatamente o contrário. Povinho que sempre quer tirar vantagem de tudo, ser "esperto" e burlar as regras. Tenho nojo! Taí o país da Copa, o país olímpico ...

Bem, este é um assunto interminável. Mas para o bem do nosso país e das futuras gerações, faça um esforço e assista a este doc. Quem sabe nossos filhos poderão dizer um dia com orgulho, de que o Brasil é o país do futuro. Eu acreditava nisso. Meu filho ainda pode acreditar.



sexta-feira, 23 de abril de 2010

AS MELHORES COISAS DO MUNDO


Brasil, 2010
Direção: Laís Bodanzky

Livre-se de todos os preconceitos. Filme para adolescente? Também, mas o novo trabalho da talentosa Laís Bodanzky é muito mais do que isso, trata-se de um filme para toda família, dos 13 aos 80.

Laís mostra que podemos sim fazer filmes originais, criativos e ótimos, sem precisar apelar para a miséria, bandidagem, favela. Que frescor para nossa cinematografia. E você pode estar pensando: Mas o Daniel Filho nunca fez filme de favela e se dá muito bem. É verdade, mas o cinema de Daniel Filho esta muito mais para televisão do que propriamente cinema, então, apesar de reconhecer seu enorme sucesso, prefiro coloca-lo como caso a parte no cinema tupiniquim.

Após a ótima estréia com "Bicho de Sete Cabeças" e o meio sem sal "Chega de Saudade", Laís acerta em cheio com "As Melhores Coisas do Mundo".

Os adultos, principalmente aqueles que ja passaram dos 40, costumam achar que o adolescente é um nada. Dizem com frequência: O que você sabe da vida?! Os adolescentes por sua vez acham que os adultos são seres derrotados que abdicaram de seus sonhos e só fazem reclamar da vida. Dos dois lados, existem suas verdades e mentiras. É preciso achar o meio termo, é preciso saber ouvir e compreender.

O filme aborda temas presentes na vida de todo adolescente. A primeira vez, o bullying, que sempre existiu, mas ganhou muito mais força com a internet, blogs, depressão, a influência que o irmão mais velho causa no mais novo e sua relação de admiração e parceria e por ai vai. O roteiro é bem atual e aborda até o homossexualismo dentro de uma família "tradicional".

A escolha do cast não poderia ter sido melhor, o casal protagonista, Mano e Carol, são excelentes e carismáticos. Deco, o melhor amigo comedor esta perfeito no papel. Tem o galã adolescente do momento, Fiuk, filho de Fábio Jr. que tem seu talento. Denise Fraga no papel de mãe que pensa que sabe tudo e Caio Blat e Paulinho Vilhena no papel de professores. Todos muito bem dirigidos por Laís. O roteiro é ótimo, redondo. E o filme ainda introduz Beatles para a garotada, afinal, o que é bom não tem idade.

Laís acertou em cheio. "As Melhores Coisas do Mundo" é o melhor filme nacional lançado neste ano até agora. Impossível não se identificar com seus personagens, suas histórias, os amigos, o professor de violão ... Que saudade das minhas aulas de violão. Que saudade dos meus tempos de colégio, onde o céu era o limite. Saudosismo é bom, mas sem exageros. Como Mano diz: Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce. Só é mais complicado.

Um filme para todos. E não se preocupe com a sala cheia de adolescentes loucas pelo Fiuk. Elas soltam seus gritinhos sim, mas a forma como participam do filme, comemorando e aplaudindo, é algo muito legal. Belo filme. Parabéns Laís!





terça-feira, 20 de abril de 2010

LUA NOVA


EUA, 2009
Direção: Chris Weitz

E a saga de Bella continua. Após tomar um pé na bunda do vampirão galã Edward (Robert Pattinson) ela encontra-se desolada e deprimida. Como sofre a moça, coitada. Sofre tanto que até enche o saco. Sofre acordada e dormindo, 24 horas, sete dias por semana. Aff. Mas é nessas chatices que a saga identifica-se com seu público alvo. Adolescentes femininas sofrendo por amor.

Após muito tempo Bella resolve que é hora de voltar a socializar, chatíssima ainda, mas já é alguma coisa. Eis então que surge o ex-melhor amigo, o morenão Jacob (Taylor Lautner) para oferecer seu ombro cheio de más intenções. Bella o trata como criança, mas Jacob quer provar que virou homem. Corta o cabelo, fica malhadão e com os hormônios à flor da pele resolve impor-se a força.

Bella até começa a pensar que a presença de Jacob alivia sua depressão, mas nada tira da sua cabeça de que ela pertence ao branquelo que brilha e para tristeza de Jacob, ela não lhe dá chance alguma.

Sejamos sinceros, o filme é ruim. Trata-se de um caça níquel que acertou na escolha do cast e na trilha sonora. Acertou também ao levar para a tela uma personagem com quem as adolescentes se identificam, Bella Swan. Frágil, chorona e apaixonada por um vampiro. A cada 10 anos a moda vampiresca ressurge com força e não faltam menininhas imaginando-se sendo transformadas por Edward Cullen.

Em "Lua Nova", Jacob cresceu e quer Bella para si. Mas como na vida real, as meninas desprezadas pelo pretê nunca querem aqueles que a amam de verdade.

Para piorar, Bella, a bizarra, divide o coração de duas aberrações: um vampiro e agora, o homem-lobo. Não, não se trata de um lobisomem e sim um lobão! Realmente, Bella é uma privilegiada como Miss Monstruosidade.

É preciso muita fantasia para entrar no mundo de "Lua Nova". Em "Crepúsculo" ainda dá pra acompanhar, mas o lobão soa tão falso e ridículo que o filme torna-se piada.

Bem, ganhando o dinheiro que ganhou, não há porque mudar a fórmula. Não sei porque insisto em ver blockbusters que sei que não irei gostar, mas tudo bem. Prefiro ter a certeza dos meus olhos para dizer: É RUIM!

Se você é menina e tem entre 13 e 17 anos, vai amar. Torsos nús, o charme de Edward, a briga entre os dois inimigos ... Isso mesmo, para completar o enredo, os dois "homens" da vida de Bella são inimigos mortais; E a chatice da mesma são um prato cheio para seu deleite. Não, não estou menosprezando, são fases da vida. Quando eu tinha essa idade também gostava de algumas porcarias, normal.

Mas é isso aí, para mim, particularmente, a única coisa que se salva são os créditos embalados pela música do Death Cab for Cutie, and that´s it.







quinta-feira, 15 de abril de 2010

FREE JAFAR PANAHI


Um dos mais premiados cineastas do Irã, vencedor do Urso de Ouro, foi preso por opor-se ao regime daquele país. O Irã representa o mundo andando para trás.
Uma sociedade ávida por mudanças, uma juventude inquieta e insatisfeita, mas com medo, muito medo imposto pela tirania de quem os governa.
Ter uma cabeça pensante e não poder usufruir de sua liberdade de expressão deve ser algo extremamente frustrante e vergonhoso. Ser preso pela sua arte então ... Nem consigo imaginar.
Diretor de belos filmes como "O Espelho", "O Círculo" e "Fora de Jogo", Jafar encontra-se enclausurado.
Situação semelhante poderia estar vivendo Bahman Ghobadi, outro grande diretor iraniano de filmes como "Tartarugas não Podem Voar" e "Ninguém Sabe dos Gatos Persas" que desisitiu de ficar naquele país, porque senão, já estaria preso também.
Enquanto o mundo prega a paz, o Irã almeja a bomba. Relações com o Irã não nos trará nenhum benefício. Talvez não ser alvo da bomba, mas isso já são outros 500, viu Luis Inácio! FREE JAFAR PANAHI!



Irã, 2006
Direção: Jafar Panahi

Devido ao espetacular torneio dos torneios, a Copa do Mundo, o futebol está na cabeça de todos neste verão. Para alguns, esta obra-prima global do esporte é mais do que um evento esportivo, é um fenômeno cultural. Mas no Irã as mulheres são proibidas de assistir a jogos de futebol nos estádios. Um grupo de jovens loucas por futebol, assim como seus pares masculinos, cede ao frenesi e quer torcer e dar apoio aos jogadores de seu país, que estão participando da Copa. Para concretizar esse sonho, elas se disfarçam de jovens rapazes tentando enganar os guardas do estádio.

Uma das melhores coisas que o cinema nos proporciona é conhecer o mundo e outras culturas. Normalmente achamos que o Irã é um país retrógrado e machista, realmente o é, mas a partir deste filme podemos ter uma sensação de que as coisas talvez estejam começando a mudar.

É cultural e isso vem com tradição, mas mostra que as pessoas são mais acessíveis do que nosso mundinho enclausurado nesta ilhota urbana possa imaginar.

O filme é muito bom. Os atores sensacionais. As tiradas, a situação e os diálogos nos mostra que não importa onde você esteja, em que parte do mundo, todos somos apaixonados por futebol e cinema rs! Arrisque, conheça o mundo com o cinema e saia do mundinho limitado de Hollywood. Imperdível.

CHÉRI

Inglaterra/França, 2009
Direção: Stephen Frears

Stephen Frears, diretor consagrado de sucessos como "A Rainha", "Alta Fidelidade" e o clássico "Ligações Perigosas", reencontra a bela Michelle Pfeiffer e nos presenteia com um filme delicioso.
O filme conta a história de Léa (Michelle), uma cortesã aposentada que recebe o filho de uma ex-concorrente para iniciá-lo na arte de amar. A profissão mais antiga do mundo teve seus momentos áureos na Europa, onde as "cortesãs" em questão eram muito respeitadas. Com seu sex appeal conseguiam tudo que queriam de seus amantes e enriqueciam. O único perigo que corriam era o de se apaixonar.
Chéri, filho de Madame Peloux, interpretada pela ótima Kathy Bates, é um jovem diferente. Apesar da pouca idade já demonstra uma maturidade superior e seus interesses e inteligência, encantam Léa. O tempo passa e quando ela se dá conta, lá se foram mais de 5 anos de convivência do casal. Uma convivência que desde o início, tinha hora para acabar. E essa hora chega com o casamento arranjado para Chéri.

Por mais que Léa tente negar, sua paixão pelo rapaz é visível e ela sofre, sofre muito com sua ausência, apesar de nunca dar o braço a torcer. Seu sofrimento ocorre entre 4 paredes.

Ao mesmo tempo, Chéri também não aceita facilmente a convivência com a jovem esposa de 19 anos. Ele sente falta da inteligência e requinte de Léa. Sente falta de sua experiência na cama. Sente falta de tudo. Se amam, se idolatram, mas não podem estar juntos.

Léa vive iludindo e mostrando-se estar bem para a sociedade. Chéri não esconde sua frustração e vai atrás dela. Põe em risco seu casamento, mas para ele nada importa, a não ser estar com Léa novamente. Na realidade, agora que Chéri conhece a doce e fresca carne da juventude, ele meio que fica em cima do muro após reencontrar Léa, mas ficar indo e vindo entre as duas é algo que Léa não pode e não deve tolerar. O que será?

A dupla protagonista esta excelente. Michelle linda e talentosa como sempre e Rupert Friend muito bem como o galante andrógino, misterioso, esnobe e sexy. Kathy Bates arrasa como a cômica Madame Peloux e a direção de Stephen Frears super segura dá consistência para o roteiro bem tramado. Destaque ainda para a fotografia, figurino e produção de arte.





quinta-feira, 8 de abril de 2010

FESTIVAL SESC MELHORES FILMES 2010


Sabe aquele filme que você perdeu no ano passado? Você provavelmente conseguirá ver no tradicional Festival Sesc dos Melhores Filmes 2010.
Em sua 36° edição, o Festival mais antigo da cidade traz neste ano 36 filmes, sendo 16 nacionais. E tem mais, conversas com diretores e profissionais da sétima arte também estão programadas. Laís Bodansky e Anna Muylaert por exemplo estarão no evento.
De hoje até 29 de Abril poderemos desfrutar dos melhores filmes de 2009 na sala mais charmosa de São Paulo, com direito a estréia da nova tela.
Apreciar um filme e poder debatê-lo com quem faz ja é muito bom. No Cinesesc então ...

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É TUDO VERDADE


Começa hoje para convidados o Festival "É Tudo Verdade" que chega a sua 15° edição. A sessão de abertura para convidados terá o filme "Uma Noite em 67", de Renato Terra e Ricardo Calil. O documentário destaca a final do 3° Festival da Música Popular Brasileira da TV Record em Outubro de 1967.

Estavam naquela final nada mais nada menos que Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil com Mutantes, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sergio Ricardo que quebrou o violão após sua música receber uma bela vaia. Acontecia ali a explosão do Tropicalismo.

Para o público em geral o Festival começa amanhã (09/04) e vai até dia 18/04. Amir Labaki, criador do Festival recomenda 5 filmes para quem ainda não sabe o que conferir. São eles:

"No Meio do Rio entre as Árvores", de Jorge Bodanzky. "Quando o Dragão Engoliu o Sol", de Dick Simon. "Segredos da Tribo", de José Padilha. "Vuelve la Vida", de Carlos Hagerman e o filme de abertura do festival, "Uma Noite em 67", já citado acima.

São mais de 70 títulos entre longas e curtas vindos de quase 30 países. Tem o novo do Michael Moore, um indicado ao Oscar "O Homem Mais Perigoso da América: Daniel Ellsberg e os Documentos do Pentágono" e muito mais. Se joga.
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quarta-feira, 7 de abril de 2010

PINACOTECA DE SÃO PAULO


Muitos reclamam do acesso à cultura no Brasil. Realmente trata-se de um problema na maioria dos estados, mas acredito que São Paulo não se enquadre nas estatísticas. Aqui na capital sempre temos opções de exposições, festivais de cinema e teatro, a preços simbólicos e muitas vezes gratuitos. É uma questão de se informar.

Falemos então da sensacional Pinacoteca. Trata-se de um programa imperdível para amantes da arte e para quem quer conhecer e aprender um pouco mais. O espaço por si só ja vale a visita.

Projetada pelo escritório de Ramos de Azevedo em 1897, o museu nasceu inspirado nos ideais positivistas que tinha como objetivo oferecer educação e cultura à população carente.

Em um prédio de 3 andares com tijolos à vista, o museu conta com um acervo permanente de peso. Nomes como Rodin, Benedito Calixto e Lasar Segall estão presentes entre as mais de 5000 obras de seu acervo, sem contar as exposições temporárias como a excelente Coleção Brasiliana Itaú que reúne cerca de 300 itens com destaque para os mapas, livros históricos e as pinturas de Jean-Baptist Debret. Um espetáculo.

Destaque também para a Estação Pinacoteca, uma espécie de anexo que também abriga exposições temporárias e permanentes. Atualmente a Estação abriga a exposição Andy Warhol, Mr. America, que traz para o público paulista um dos nomes mais importantes e influentes da pop art. Obras famosas como Sopas Campbell e os retratos coloridos de Marlyn Monroe estão presentes, além de vários filmes experimentais que o mestre realizou.

Se não bastasse tudo isso, ainda temos nos arredores a linda e imponente Estação da Luz, o Parque da Luz e o Museu da Língua Portuguesa, ou seja, dá pra se perder fácil fácil o dia todo por ali.

A única ressalva fica por conta do descaso de nossos políticos. A importância histórica e cultural daquela região é inquestionável e mesmo assim, suas cercanias estão abandonadas e depredadas.

Para chegar a Estação Pinacoteca por exemplo, é necessário caminhar cerca de um quarteirão e meio, mas este pequeno trajeto, vira uma verdadeira aventura com direito a cenas deprimentes. Crianças fumando crack e drogadas abordam os transeuntes (aproveitando-se do policiamento ZERO) que caminham a passos rápidos e assustados para chegar logo ao museu. Uma verdadeira vergonha para nós da cidade e uma imagem escrota para os inúmeros estrangeiros que se aventuram por ali ávidos por cultura. Triste.

Mas São Paulo é isso não é mesmo? O lixo convivendo com o luxo. Ja dizia o saudoso Chico Science: O de cima sobe e o debaixo desce ...

Recomendo ir em grupo. E o resto é só alegria. Depois do passeio você ainda pode descansar as pernas tomando um cafézinho com direito a vista para o Parque da Luz. Um charme. Tudo isso por apenas R$ 6,00. O mesmo ingresso vale para a Pinacoteca e a Estação Pinacoteca. E quem estiver apertado não tem problema. Aos Sábados a entrada é gratuita e o metrô é coladinho. Sem desculpas meu amigo. Programa 10 para alimentar o espírito e a alma.

+ Info:

www.pinacoteca.org.br