segunda-feira, 5 de abril de 2010

SEDE DE SANGUE


Coréia do Sul, 2009
Direção: Park Chan-wook

Viva o cinema da Coréia do Sul, com certeza o mais despudorado e corajoso da atualidade. Diretor da trilogia da vingança, "Mr. Vingança", "Lady Vingança" e "Oldboy", Park Chan-wook nos presenteia com o filme mais bizarro de vampiro já feito em tempos de "Crepúsculo".

Padre se oferece como cobaia para testar vacinas contra um vírus mortal. Ele acaba infectado e morre, mas ao sofrer uma transfusão de sangue sabe-se lá de onde, ele volta a vida, mas como vampiro.

Uau! Quer melhor conflito que esse? Um padre vampiro. O homem que sempre pregou o bem, agora tem que matar para sobreviver. Ponto para Chan-wook que mais uma vez nos apresenta um belo roteiro.

O padre acaba sendo reverenciado como o único sobrevivente dos testes e vira santo para alguns que crêem que seus poderes vampirescos são coisa divina.

O mal cresce dentro dele embora ele relute. O desejo carnal, o prazer na jogatina e a sensação de poder são o contraponto perfeito para este roteiro criativo e enérgico. Tudo isso eleva-se a enésima potência quando ele envolve-se com uma mulher que lhe apresenta as delícias do sexo. Serão dias e noites regadas a muito sexo selvagem até que esta vira sua parceira das trevas.

A mulher gosta de matar e caçar. O padre tenta a todo custo não praticar o mal para conseguir seu sangue. Mais um conflito. Com o nascimento desta relação o filme cresce muito e Chan-wook não hesita em utilizar-se do incrível em suas imagens. Voos fantásticos e cenas cheias de um romantismo gótico de encher os olhos. A fotografia é bela. Tal fantasia parece pertubar espectadores desavisados. Risadinhas sem graça me irritam profundamente. Será tão difícil entender que aquilo é cinema e não a vida real?! Cinema não tem limites e para entendê-lo e apreciá-lo, é preciso estar totalmente imerso em seu universo onde TUDO é possível.

Chan-wook então ousa, perturba e inova mais uma vez. Polêmico? Sim, e daí? Quanto mais barulho melhor e isso é coragem! Não existe absurdo para a Sétima Arte. Quer um exemplo? Que tal o também coreano e ótimo "O Hospedeiro", uma versão contemporânea de "Godzilla" que não teve vergonha de inovar. Este é o cinema sul-coreano atual. Um cinema corajoso e vibrante!

O bem contra o mal. O amor contra o ódio. A comédia contra a sobriedade. Muito bom!





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