terça-feira, 25 de março de 2008

CONCERTO - ENNIO MORRICONE / TEATRO ALFA / 24.03.08


Uma noite para ficar na memória. Quem é apaixonado por cinema com certeza já deparou-se e emocionou-se com alguma das inúmeras trilhas compostas pelo mestre Ennio Morricone. " Cinema Paradiso ", " A Missão ", " Os Intocáveis ", " Pecados de Guerra " , " Malena " , para citar apenas alguns dos filmes que tiveram a trilha composta por Morricone. Não é a toa que ele recebeu à pouco tempo o Oscar honorário pelo conjunto da obra. E que obra.
A noite prometia muita emoção e ela veio logo de cara com a apresentação do coral infantil do Instituto Bacarelli que trabalha com crianças carentes de Heliopólis. Convidados a abrir o espetáculo pelo próprio Morricone, que recebeu uma homenagem emocionante do grupo durante a semana levando o compositor as lágrimas.
Regendo a Orquestra Roma Sinfonietta e acompanhado pelo Coral Paradiso de São Paulo, que por sinal foi muito aplaudido pela própria Orquestra, dá-se início ao espetáculo com a trilha de " Os Intocáveis ". Difícil descrever a emoção transmitida pelas notas de suas composições. Primeiramente vem o arrepio e consequentemente as lágrimas. Impossível não emocionar-se. Fechava os olhos para buscar na memória imagens dos filmes orquestrados. O choro do violino, a beleza da Harpa a leveza do sopro e a vibração dos metais, todos juntos em uma coreografia comandada pelo Maestro Morricone.
Com a emoção à flor da pele, o público aplaude sem parar o mestre que não conseguia abandonar o palco. Ennio voltou ao menos três vezes para o bis. Cada vez que ele saía a platéia o aclamava e pedia mais. Minutos e mais minutos de palmas fervorosas no Teatro lotado. Se dependesse do público o concerto vararia madrugada adentro.
Uma experiência única e inequecível para lavar a alma. Obrigado aos Deuses do Cinema e da Música por proporcionar uma noite mágica que ficará na minha memória para toda a vida. Os preços realmente eram abusivos e absurdos, mas quer saber ... pagaria de novo sem titubear.
Obrigado Mestre Morricone pela linda noite e por fazer-me sentir tão vivo. Obrigado por musicalizar os sonhos da humanidade. Existem coisas que não tem preço e a música de Morricone com certeza é uma delas. Lindo, maravilhoso, único. MAESTRO... BRAVO! BRAVO! BRAVO!


segunda-feira, 24 de março de 2008

XXY


Argentina/Espanha, 2007
Direção: Lucía Puenzo

Atendendo à pedidos de um(a) leitor(a) anônimo(a) rss, fui cavocar meu arquivo e encontrei o filme em questão. É importante frisar que as palavras à seguir foram escritas em Março de 2008, na época em que o filme foi lançado no Brasil. Adoro receber pedidos hehehe, mandem mais por favor. Vamos lá.

Já faz ao menos uns 10 anos que o cinema argentino consolidou-se como um dos mais produtivos e renovadores da América do Sul. "XXY" chega para fazer parte deste movimento com louvor.

O filme conta a história de um(a) hermafrodita. O tema por si só já é polêmico e inóspito. Não me recordo de outro filme que abordasse tal tema, talvez os leitores possam me ajudar. Lembro-me do ótimo "Transamérica", mas se não estou enganado, o personagem havia feito uma cirurgia para mudança de sexo.

"XXY" nos mostra este universo através de uma adolescente de 15 anos. Todos os personagens do filme não sabem lidar com a situação, incluindo os pais da garota que resolveram se mudar da agitada Buenos Aires para uma pequena cidade litorânea do Uruguai afim de esconder a garota e evitar constrangimentos para ela e para si mesmos. Teria sido esta a melhor solução?

A chegada de uma amiga da mãe da personagem hermafrodita acompanhada de seu marido cirurgião plástico que se interessa por anomalias e seu filho, colocam os moradores da casa à beira de um ataque de nervos, principalmente o pai da menina interpretado por quem? quem? Claro, Ricardo Darín, o ator onipresente do cinema argentino. Falemos dele depois, vamos ao filme.

A chegada do menino aflora e desperta os desejos e curiosidades da menina hermafrodita. Ela quer transar, mas não sabe se é ativa ou passiva, se gosta de meninos ou meninas. De uma coisa ela está certa: - Não quer saber mais do tratamento, nem de pílulas e remédios para evitar que seu corpo desenvolva-se como o de um homem. Ela não quer mais esconder nada e põe seus pais na berlinda, que claramente, nunca souberam lidar com a situação.

Em dado momento a menina consegue o que quer, transa com seu hóspede e o sexo rola naturalmente como àquela altura, deveria ser para ela. A garota literalmente come o menino, é tudo muito discreto e não existe nú frontal em nenhum momento, mas o simples fato de ver uma "menina" comendo um menino constrange e incomoda. E depois, o menino descobre que quer mais e está apaixonado pela hermafrodita. Seria perfeito para ele não? Namorar um homem que parece mulher ou vice-versa e continuar fazendo o que ele descobriu que gostava e não sabia e ninguém iria taxá-lo de homossexual.

É um filme polêmico e todos seus personagens estão perdidos e não sabem o que fazer. A menina que não sabe se gosta de homem ou de mulher, o rapaz que se achava garanhão e fica todo mole quando a "menina" entra nele, os pais que não sabem que caminho tomar ... Enfim, um mosaico de dúvidas e incertezas.

Acredito que não seja um filme de fácil aceitação pelo tema em si, mas é incrível como em pleno século XXI a sexualidade alheia ainda incomoda muito as pessoas, principalmente aqui no Brasil que se diz tão liberal e democrático, mas na realidade é muito moralista. Tenho convicção de que muita gente não gostou do filme devido à cena em que mostra o sexo entre a menina e o menino ou o menino e o menino se preferirem. Nossa, que absurdo!! Credo!! Cinema é fantasia, mas também é realidade e deve retratar as coisas como realmente são, principalmente em se tratando de tema tão polêmico. Sei que a realidade muitas vezes assusta, mas não é por isso que ela deve ser ignorada e escondida.

A direção não é um espetáculo, nem os atores são excepcionais, mas o tema abordado de maneira tão próximo a realidade conta a favor da diretora, muito corajosa por sinal. Minha única crítica é com relação a escalação do ator Ricardo Darín para o papel de pai da menina. Será que não existe outro ator neste país?!! Eu sei que ele é ótimo e tudo mais, mas já não aguento mais olhar pra cara desse homem em tudo que é filme argentino rs. Acho até que ele não era o nome ideal para este filme, sua interpretação como pai perdido ao meu ver, passou longe de suas melhores performances. É preciso tomar cuidado com tanta exposição. As vezes é melhor dar um tempo e fazer com que o público sinta saudades. Tira umas férias Darín ou melhor, diretores argentinos: procurem outros astros, sei que vocês têm inúmeras e ótimas opções. Tá feito meu protesto hahaha.

No geral, trata-se de um bom filme sobre um assunto nunca antes abordado, que eu me lembre, de maneira muito sensível e realista. Justo.

Taí querido leitor anônimo. Espero que tenha gostado e sinceramente: Adoraria que você se indentificasse para podermos conversar melhor sobre esta paixão em comum. Se não quiser, tudo bem, mas continue com o Cinemadicto. Beijos e abraços.





segunda-feira, 17 de março de 2008

ESTAMOS BEM MESMO SEM VOCÊ


Itália, 2006
Direção: Kim Rossi Stuart
Experiente ator, Kim Rossi Stuart resolveu encarar o lado de cá da câmera ao dirigir este belo filme onde também interpreta o pai do protagonista. O filme conta a história de uma família desunida devido as constantes idas e vindas da mãe. Kim, no papel do patriarca Renato, tenta sobressair-se no papel de pai e mãe e quando parece que está começando a sair-se bem, a mãe resolve aparecer novamente. Ela implora, diz que está arrependida e que nunca mais abandonará sua família. Renato, por sua vez, bobo como todo homem resolve perdoá-la mais uma vez. Tommy é o único a dizer que ela partirá novamente.
Embora seja o caçula, este pequeno ator mirim, excelente por sinal, é o que demonstra mais maturidade dentre todos os personagens. Incluindo-se aí o pai e a mãe. Seu olhar triste e sua desconfiança para com a mãe são desconcertantes. Talvez ele prefira não aproximar-se novamente para não se machucar quando ela vier a abandoná-lo novamente. Pois é, o menino é gato escaldado.
O inevitável acontece e mais uma vez Paula some sem deixar notícias. A profecia de Tommy havia se concretizado e para seu azar, seu pai resolve culpá-lo por todos seus problemas. Por ser um corno, por estar cheio de divídas, por não ter dinheiro ... Tommy absorve tudo isso com muita dor, porque com certeza, ele é o menos culpado de todos, pelo contrário, está sempre preocupado com o pai e sua situação financeira, não esbanja e nem pede nada, embora conviva com garotos ricos. Dá muita pena e revolta ver seu pequeno personagem tão injustiçado.
O roteiro do filme não é lá essas coisas, mas segura bem. Os atores são ótimos, principalmente o pequeno Tommy que é o grande atrativo da película. Alguns momentos são muito fortes e nada mais perturbador do que ver o sofrimento de um homem perdido. A direção de Kim está muito segura, com certeza a experiência como ator o ajudou muito.
Nunca desconte seus problemas nos outros, principalmente quando os outros, são seus filhos. A memória é cruel e existem coisas que o tempo não apaga. Eu por exemplo, me lembro até hoje de erros e bobagens que meus pais cometeram para comigo e com eles mesmos. Não, não sou um jovem adulto traumatizado, mas talvez, muitas das reações que tenho hoje em dia, devem-se a alguns fatos do passado. Eu não escolhi estas memórias para fazerem parte do meu acervo, elas simplesmente ficaram. Se tivesse o poder, com certeza gostaria de apagá-las, mas como não disponho de tal técnica, terei que conviver com isso da melhor maneira até minha morte.
O melhor remédio? Prevenção. Um trauma na infância, pode ser para a vida toda. Quem cometeu o erro com certeza nem se lembrará do episódio 30 anos depois, mas quem sofreu pelo erro do outro ... Este carregará o fardo eternamente. Muito cuidado com suas palavras e seus atos perante seu rebanho. Talvez eles não se lembrem .... Mas eu lembro.


SENHORES DO CRIME


Inglaterra/Canadá/EUA, 2007
Direção: David Cronenberg
Até parece a trilogia de Cronenberg sobre a violência. Será que ele já tem outro na manga? rsss. Brincadeiras a parte, o grande mestre do cinema fantástico, onde se misturava ficção, suspense e terror está cada vez melhor nesta sua nova fase de filmes mais próximos do público, eu diria um pouco mais pop sim, mas com uma pegada toda característica de sua obra. Sua grande obsessão pelo corpo humano continua, aqui retratada através das tatuagens dos mafiosos russos que retratam suas histórias no corpo. Cada tatoo tem um significado e uma importância.
Em "Senhores do Crime", Cronenberg tenta entrar no universo da máfia russa residente em Londres. A partir da morte de uma jovem prostituta ao dar à luz, a enfermeira responsável pelo parto (Naomi Wats) fica com o diário da moça afim de encontrar algum parente para entregar a criança. O diário está todo escrito em russo e dentro, existe o cartão de um restaurante, o qual ela visita em busca de informações e respostas.
Trata-se de um thriller excelente, cheio de reviravoltas e alguma violência. Um trabalho excepcional de Viggo Mortensen que mereceu a indicação ao Oscar e uma direção que dispensa comentários. O roteiro é excelente e cheio de surpresas, não aquelas surpresinhas que não se encaixam, são reviravoltas excelentes que quando acontecem, você pensa consigo mesmo: Como não saquei isso logo?! Aliás, tenho que ressaltar que esta dupla já mostrou-se bombástica e espero que tenha chegado para ficar, como nos casos de Depp e Burton, Banderas e Almodóvar e tantos outras duplas memoráveis do cinema, o casamento entre Cronenberg e Mortesen proporcionou ao cinéfilo dois dos melhores filmes da safra recente.
David nos mostra o submundo da máfia russa, capta a essência daquilo que o ser humano imagina e nos leva a um mundo desconhecido, porém muito intrigante. Alguns vão dizer que é muito caricato e que a cena da luta na sauna é muito surreal. Os que dizem isso, com certeza não conhecem a obra de Cronenberg. Trata-se de uma violência explícita apresentada muito próxima da realidade, totalmente diferente da violência gratuita e pop de Tarantino por exemplo.
Cronenberg mais uma vez depara o espectador com a dupla personalidade e nos presenteia com dois dos mais intrigantes e misteriosos personagens do cinema atual. O herói de "Marcas da Violência" e o motorista de "Senhores do Crime", ambos intepretados por um Mortesen convicente e muito bem dirigido pelo mestre. Cronenberg nunca esteve com a mão tão boa. Vida longa a dupla.



quinta-feira, 6 de março de 2008

SHOW - BOB DYLAN - VIA FUNCHAL / 05.03.08


Pára, pára tudo!! O que foi esse showww???!!! 22:00 em ponto. As luzes se apagam e de imediato já ouvimos aquela voz rouca tão conhecida de nossas memórias. No palco, 5 músicos mais Dylan. Todos elegantérrimos de casaca e chapéu. Cenografia? Nada, nada. Quando temos no palco uma banda tão afiada como essa e ainda por cima acompanhando um mito da música, qualquer graça que desvie a atenção do público seria um sacrilégio e não precisa de nada mesmo, nem os telões estavam ligados.

O repertório é baseado no sensacional " Modern Times ", o trabalho mais recente de Dylan. Uma mistura de folk, blues e muito rock n´roll, raiz total, melhor impossível. Sua voz está mais rouca do que nunca e anasalada como sempre. Sim, continuamos sem entender o que ele canta, afinal, sejamos sinceros, Dylan nunca primou pela voz rss, mas a música ... Nos momentos de solo, a platéia entrava em transe com o mantra blueseiro progressivo da banda. Simm!!!

PROGRESSIVO rss. Minutos e mais minutos hipnóticos de sua música maravilhosa. Os clássicos? Bem, foram somente dois: " Like a Rolling stone " e " All Along the Watchtower ", mas nem por isso o show deixou de ser muito bom. Tá certo que nosso querido Senador Suplicy deve ter ficado desapontado de sair de lá sem ouvir seu clássico preferido " Blowin in the wind ". Na verdade, acho que foi culpa dele Dylan não ter cantado esta canção. Alguém de sua assessoria deve ter falado: - Olha só Mr. Dylan, tem um senador aí que ta querendo fazer um show seu de graça, ele se diz seu maior fã e canta " Blowin in the wind " em seus discursos e palestras. Aaa ele mandou este livro para o senhor ( Renda Mínima ) hahaha. Tenho certeza de que a culpa é do Supla pai. Ele podia ao menos ter esperado o show acabar para entregar o livro rssss.

Nas 3 primeiras músicas Dylan está na guitarra, depois passa para o órgão, onde permanece até o fim do espetáculo. De vez em quando arrisca uns acordes na gaita e tome gritos histéricos. Houveram até 2 invasões de palco por meninas mais saidinhas hehehe. Comoção total!!! O show rola direto, sem intervalos, sem interação com a platéia e após 2 horas as luzes se acendem, frustrando o público que ainda teria fôlego para muitas horas.

Um show para a vida. Se tivesse que descrever somente em uma palavra eu diria: DIVINO!!! Você que ainda está indeciso, pense bem. Ainda tem mais um show hoje e o do Rio. Eu sei que os preços estão absurdos, abusivos até, mas dinheiro, a gente ganha de novo!!! Um show do mestre Dylan não tem preço. E quem sabe você tem mais sorte que eu e ouve alguns clássicos a mais. Se eu fosse senador, já estaria lá hoje também, afinal, o que são R$ 700,00 para um político ... Mas como não sou, ficarei aqui comigo mesmo, agradecendo aos deuses da música pelo presente de ontem. Obrigado MY LORD!!!!



terça-feira, 4 de março de 2008

TODOS CONTRA ZUCKER


ALEMANHA, 2004
DIREÇÃO: DANI LEVY


No último sábado eu tinha que dar uma enrolada para aguardar o horário da peça a que iria assistir. Havia mais de 3 horas para esperar. O que fazer? Ir ao cinema é claro rss. Procurei então uma sala que fosse próxima ao teatro e lá fui eu para a Sala Uol assistir esta estréia que nunca esteve nos meus planos, mas como a programação da sala costuma ser boa ...

"Todos Contra Zucker" conta a história de um ex-famoso locutor esportivo que após a separação das Alemanhas encontra-se falido, cheio de dívidas e com o casamento capengando. Seus filhos não querem saber dele e a única coisa que lhe resta é ganhar algum dinheiro jogando bilhar, que aliás, o faz muito bem. De repente chega uma carta avisando que sua mãe, que se encontrava na Alemanha Ocidental faleceu e que uma herança o aguardava. Parece um milagre. Porém, para usufruir da mesma existe uma condição: Passar uma semana com seu irmão que também estava na Alemanha Ocidental, em paz e sem brigas. Para isso ele teria que receber seu irmão em sua casa onde seria realizada a despedida da falecida. Detalhe: Toda a família ocidental é judia ortodoxa e Zucker, nunca seguiu a religião.

Sua mulher é católica e nada sabe das regras da religião judaica. Começa então um verdadeiro intensivão na religião para que a parte da família ocidental não percebesse a ignorância da família de Zucker com relação ao judaísmo. Tudo, na esperança de abocanhar parte da herança. É claro que o plano sai pela culatra.

Apesar do personagem Zucker ser interessante, proporcionando muito conflitos por ser um velho rebelde e trambiqueiro, o filme ainda assim, não se salva. As piadas são muito previsíveis, aliás, o filme todo é. A partir do momento que ele recebe a notícia da herança, o espectador já ganha o filme inteiro. E essa notícia nos é apresentada nos primeiros 15 minutos, logo ....

O plote em si é bastante interesante e o conflito está gerado. Esta situação irá nos proporcionar algumas risadas, somente algumas infelizmente. Apesar do bom tema, o roteiro é fraco. Os atores ... são ok, mas realmente, não existe nada de muito cativante neste filme que não faria feio na sessão da tarde. Um filme sem grandes pretensões, que é o que propôs a ser: Uma comedinha simples com final feliz e algumas piadinhas no decorrer da película.




TEATRO - SIMPATIA


TEXTO: JOSÉ RUBENS SIQUEIRA
DIREÇÃO: RENATA MELO
ELENCO: LEADRA LEAL, XUXA LOPES, MAURÍCIO MARQUES ...

Sempre fui fã da Leandra Leal, desde sua interpretação no maravilhoso "A Ostra e o Vento" que venho acompanhando o trabalho desta bela atriz em todos os sentidos. Logo, confesso que minha única intenção ao conferir esta peça era vê-la em ação nos palcos.

"Simpatia" é baseada numa série de entrevistas e depoimentos dados pelas funcionárias bem sucedidas da AVON. Isso mesmo, aquela empresa de cosméticos, eu acho rs. São histórias do cotidiano sobre casamento, velhice, alegrias e tristezas. Inicialmente, cada personagem conta sua história sozinha. Do meio para o fim vão acontecendo as interações entre os personagens.

Apesar do chamariz das duas ótimas atrizes, elas pouco aparecem. O texto é muito fraco e

simplório. Ao ouvir os relatos dos personagens, temos aquela sensação de repetição, seja no drama ou na tristeza. Tirando uma ou duas esquetes que são melhorzinhas, o resto é muito ruim. E para piorar, a diretora inventou de inserir momentos lúdicos e surreais, talvez para dar uma quebrada no texto horrível e poupar o espectador daquela baboseira repetitiva.

Momentos como, um casal dançando tango, muito mal por sinal, mulheres saindo de uma porta e entrando em outra em uma coreografia chata e por aí vai. Não é comédia nem drama, aliás, não sei o que é esta peça rss. A diretora ainda tentou "ousar" ao mostrar os peitinhos de uma das atrizes. ÓÓÓÓÓÓOÓÓ. Será que ela se achou-se radical e revolucionária? E o pior de tudo é que eram uns peitinhos muchinhoooooss, rs.

Mas a atriz despeitada, juntamente com as outras duas globais, são as únicas que se salvam neste elenco. Os dois rapazes da peça .... Não sei qual é pior, uma interpretação dura, sem emoção e forçada. Um deles tem o cabelo igual do Ronnie Von e o outro tem que parecer macho medindo 1,60! De doer viu gente. Pra não dizer que é tudo horrível, dou crédito ao cenografista que desenvolveu um ambiente simples mas muito útil cenograficamente e só!

O teatro vazio em pleno Sábado, com duas atrizes globais no palco, parece confirmar minha tese. Não adianta procução global, patrocínio de grande empresa se o espectador não enxerga paixão naquilo que está sendo realizado. E paixão, o "primo pobre" que encontra-se na sala inferior do teatro tem de sobra. Aliás, estou programando em breve rever "Aldeotas", este sim, um trabalho primoroso desenvolvido pelo pequeno grande homem Gero Camilo.

Leandrinha, gosto muito de você, mas esta peça ....