segunda-feira, 17 de março de 2008

SENHORES DO CRIME


Inglaterra/Canadá/EUA, 2007
Direção: David Cronenberg
Até parece a trilogia de Cronenberg sobre a violência. Será que ele já tem outro na manga? rsss. Brincadeiras a parte, o grande mestre do cinema fantástico, onde se misturava ficção, suspense e terror está cada vez melhor nesta sua nova fase de filmes mais próximos do público, eu diria um pouco mais pop sim, mas com uma pegada toda característica de sua obra. Sua grande obsessão pelo corpo humano continua, aqui retratada através das tatuagens dos mafiosos russos que retratam suas histórias no corpo. Cada tatoo tem um significado e uma importância.
Em "Senhores do Crime", Cronenberg tenta entrar no universo da máfia russa residente em Londres. A partir da morte de uma jovem prostituta ao dar à luz, a enfermeira responsável pelo parto (Naomi Wats) fica com o diário da moça afim de encontrar algum parente para entregar a criança. O diário está todo escrito em russo e dentro, existe o cartão de um restaurante, o qual ela visita em busca de informações e respostas.
Trata-se de um thriller excelente, cheio de reviravoltas e alguma violência. Um trabalho excepcional de Viggo Mortensen que mereceu a indicação ao Oscar e uma direção que dispensa comentários. O roteiro é excelente e cheio de surpresas, não aquelas surpresinhas que não se encaixam, são reviravoltas excelentes que quando acontecem, você pensa consigo mesmo: Como não saquei isso logo?! Aliás, tenho que ressaltar que esta dupla já mostrou-se bombástica e espero que tenha chegado para ficar, como nos casos de Depp e Burton, Banderas e Almodóvar e tantos outras duplas memoráveis do cinema, o casamento entre Cronenberg e Mortesen proporcionou ao cinéfilo dois dos melhores filmes da safra recente.
David nos mostra o submundo da máfia russa, capta a essência daquilo que o ser humano imagina e nos leva a um mundo desconhecido, porém muito intrigante. Alguns vão dizer que é muito caricato e que a cena da luta na sauna é muito surreal. Os que dizem isso, com certeza não conhecem a obra de Cronenberg. Trata-se de uma violência explícita apresentada muito próxima da realidade, totalmente diferente da violência gratuita e pop de Tarantino por exemplo.
Cronenberg mais uma vez depara o espectador com a dupla personalidade e nos presenteia com dois dos mais intrigantes e misteriosos personagens do cinema atual. O herói de "Marcas da Violência" e o motorista de "Senhores do Crime", ambos intepretados por um Mortesen convicente e muito bem dirigido pelo mestre. Cronenberg nunca esteve com a mão tão boa. Vida longa a dupla.



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