quinta-feira, 28 de junho de 2007

Homem Aranha 3



EUA, 2007
Direção: Sam Raimi

Mais um. Será que é o fim? Talvez até seja, mas por via das dúvidas não custa nada deixar a porta aberta ... O primeiro foi muito bom, o segundo ... caiu consideravelmente e neste terceiro...

Bem, a verdade é que não dá pra ver um filme como esse na telinha de casa, você até vê, mas perde muito da graça. Os efeitos especiais e sonoros são o verdadeiro motivo de assisti-lo, sua grandiosidade de produção é o tipíco exemplo do que Hollywood sabe fazer de melhor. Você não vai ver Homem Aranha esperando um primor de roteiro e dramaticidade, embora eles tenham tentado, mas não, não é por isso que você vai.

Como você já deve ter ouvido por aí, neste terceiro filme, o maior inimigo do Homem Aranha é ele mesmo. Neste filme ele é um herói consagrado e amado pelo povo de Nova Iórque. O sucesso sobe a cabeça e ele começa a esquecer das pessoas importantes de sua vida.

De onde que veio o monstrego pegajoso que o transforma no coisa ruim? Do céu. Só isso que você precisa saber. O que é aquilo? Alguma peste extra - terrestre. Pronto. Contente-se com poucas respostas neste filme. As coisas surgem da mesma maneira que se vão. Está aí o Homem Areia que não me deixa mentir, que aparece para dar um trato no Spider com o Duende Verde Júnior.

A melhor parte do filme sem dúvida alguma é quando tomado pela peste E.T, Peter Parker começa a sentir-se poderoso e gostosão. Torna-se arrogante e escroto e acha que pode tudo. Seus movimentos são exagerados, tudo over demais e pra completar, tem o detalhe do cabelixo de mau que fazem nele. Aquele cabelo EMO não assusta ninguém, pelo contrário, mas ... Que ficou engraçado, aaaa ficou. Ele ignora a Mary Jane e fica de olho na loirinha nova no pedaço, filha do chefão da polícia, a bela Bryce Dallas.

AAAAA já ia me esquecendo do fotógrafo que quer roubar seu emprego e que vira monstrengo também para acabar com o aranha devido a humilhação que ele o fizera passar. Incrivelmente, na hora que Peter Parker se livra do manto do mal, o fotógrafo invejoso encontra-se no mesmo local. Pois é, não pergunte, simplesmente aceite. Você irá se divertir mais assim.

O melhor do filme acaba sendo o Maitrê do restaurante francês onde Peter tenta pedir a mão de Mary Jane. Comédia.

Filmão no melhor estilo blockbuster hollywoodiano com tudo o que temos direito. Explosões, efeitos, erotismo, roteiro tosco e seja o que Deus quiser. Quanto mais dinheiro gastar, melhor!!!
Vá sem medo de ser feliz, mas não espere novidades. Justo, porém ordinário.





quarta-feira, 27 de junho de 2007

Blue Man Group - 07.07 - Credicard Hall - SP


Quando vivi em Nova Iorque fui conferir Blue Man Group em duas oportunidades. As pessoas que me visitavam eu queria levar para assitir Blue Man, pois trata-se de um espetáculo diferente de tudo e dificilmente alguém não gosta. Lá, eles fazem parte do circuito off-broadway, que são espetáculos independentes realizados em teatros menores, afinal, lá os espetáculos são permanentes. Blue Man é encenado hà anos, assim como "Stomp" e "De La Guardia", que também possuem seus próprios teatros.

Quando soube que eles viriam ao Brasil, fiquei super excitado para conferi-los novamente e claro, fazer a propaganda para todos de que trata-se de um espetáculo imperdível. Hoje o Blue Man virou uma indústria, são cerca de 60 Blue Men excursionando pelo mundo levando seu show "How to be a megastar 2.0" para os quatro cantos do universo.

Fiquei mais curioso ainda quando soube que o show seria no Credicard Hall, afinal de contas, ele é pelo menos 10 vezes maior que o teatro de Nova Iorque. Queria saber como seria o show em um grande palco.

O show é uma mistura de música, teatro, multimídia e performances. Muita interatividade com a platéia também faz parte. Uma banda de 10 músicos os acompanham fazendo um som potente e Rock n´roll, com direitos a clássicos do The Who e Pink Floyd, enquanto os homens azuis tiram som de tubos de pvc e de um piano de cauda aberto para ser usado como percussão.

O mote do show é uma série de dicas e regras do caminho a ser percorrido para torna-se um superstar do rock, o que na verdade, trata-se de uma crítica a banalidade e futilidade das estrelas atuais.

Visualmente e sonoramente é um espetáculo perfeito, cheio de efeitos e muitas luzes e muita sonzeira, a música dos caras é muito boa. Simplesmente imperdível. Se não conseguir conferi-los por aqui, não perca quando for a New York. Pelo fato do show por lá ser permanente, você encontra ingressos mais baratos no stand da tkts na Times Square. Os ingressos que não forem vendidos até 2 horas antes do espetáculo, são vendidos por lá com desconto de 50% .

Se não tem viagem programada, corre que talvez você ainda consiga um lugar para vê-los por aqui. Muito bom!





500 Almas


Brasil, 2005
Direção: Joel Pizzini

As iniciativas ainda são poucas se considerarmos o tamanha da cidade, mas já são válidas para um país onde cultura não é prioridade, então devemos vangloriar e prestigiar as instituições que oferem cultura gratuitamente.

O Cine Bombril já vem realizando sessões gratuitas hà algum tempo. Semana passada pude conferir a pré-estréia do documentário "500 Almas" seguida de debate com o diretor (Joel Pizzini), montadora (Idê Lacreta) e o músico (Lívio Tragtenberg) .

Quem conhece um pouco do cinema nacional sabe que trata-se de verdadeiras lendas do nosso cinema e somente pelo debate já valeria a pena, mas ainda teve o filme e tudo isso de graça! Não marque toca e antene-se para desfrutar das oportunidades que são ofertadas.

O diretor viveu na região do Mato Grosso, o que explica o fato dele querer contar esta história. Trata-se de um documentário poesia sobre os índios Guatós, ou melhor, sobre o que restou deles. Trata-se do processo de reconstrução da memória e identidade dos Guatós, hoje, dispersos na região pantaneira.

Durante o documentário, o ator Paulo José faz intervenções como um emissário papal, um juiz e outros personagens. Os índios Guatós estão desaparecendo e sua língua está praticamente morta. Joel mostra a relação desses índios com o homem branco, com as águas do Mato Grosso e faz uma ligação com a Alemanha através de uma ativista que estuda os Guatós.

Em alguns momentos o documentário mostra-se um pouco confuso e sinceramente, poderia ser mais curto. Mostrar os índios limpando seu próprio alimento pode ser interessante visualmente, mas uma vez basta e não o cardápio inteiro. As vezes parece uma aula de culinária Guató. Você aprende a limpar piranha, jacaré, galinha, anta ..... Haja bicho. E não é breve não, ele mostra minunciosamente, no melhor estilo francês.

Talvez seja interessante saber que os Guatós são os únicos índios com barba, embora rala como a de um chinês. Curioso? Talvez. O trunfo do filme na minha opinião está na bela fotografia e na linda trilha. A relação com a Alemanha achei forçada, ainda mais depois de saber que eles gastaram tanto dinheiro para filmar um museu por lá. Acho que é muita poesia pro meu gosto.

Tentei até enxergar algum paralelo com o maravilhoso "Serras da Desordem" do Tonacci, mas não rolou. Mas como o que vale é a intenção, parabéns, só acho que seus olhos estão viciados. O filme é cansativo e isso nunca é bom. Mas a discussão no final foi muito prazerosa. Para quem gosta de cinema, o debate é muito interessante e para quem faz cinema, o debate é obrigatório. Vira e mexe tem um. Então demorou. Corre atrás.





Não Por Acaso



Brasil, 2007
Direção: Philippe Barcisnki

Há 13 anos estive em Fernando de Noronha com um casal de amigos. Lá ficamos em uma pousadinha simples porém muito aconchegante e conhecemos um casal muito simpático, mais velhos, na época deviam estar na faixa dos 30. Ele disse que fazia cinema, que tinha alguns curtas, mais ou menos a situação que vivo hoje, mas hà 13 anos eu não imaginava qual caminho trilharia profissionalmente, minha paixão era fotografia. Se soubesse, teria grudado naquele rapaz que tornaria-se 10 anos depois, uma das maiores promessas do cinema nacional.

Seu nome era Philippe Barcinski. Pois é, ficamos amigos na época, mas não cultivamos a amizade. Uma pena. Mas de certa forma, hoje eu sigo os passos que ele trilhou e quem sabe daqui alguns anos eu também consiga ter um filme no circuito e receber metade das boas críticas que ele vem recebendo com seu primeiro longa.

"Não Por Acaso" conta duas histórias interligadas por uma tragédia que atinge dois homens. Os personagens de Rodrigo Santoro e o ótimo Leonardo Medeiros. Dois homens que pensavam ter o controle do destino em suas mãos, veêm o mundo desabar e desesperam-se ao sentirem que estão sujeitos as fatalidades do universo.

A famigerada frase "a gente nunca acha que vai acontecer conosco" cai muito bem aqui. De repente eles se encontram perdidos, sem rumo e fragilizados. Aquela sensação de segurança que antes tinham, escoa pelo ralo.

O personagem de Santoro é um marceneiro louco por sinuca. Ele faz as mesas e participa de campeonatos. Metódico, acha que pode controlar a vida da mesma forma como controla a bola branca. Já o personagem de Medeiros é um engenheiro de trânsito solitário e um tanto pertubado, que também acha poder controlar sua vida e destino da mesma maneira como digita um código para fechar um semáforo.

Mas a vida é dura e o destino mostra que não temos controle sobre nada, embora normalmente achemos o contrário. Como encaramos a realidade pós tragédia é a prova definitiva. Duas novas mulheres surgem em suas vidas. E o desenrolar dessas novas histórias mostra como nada é por acaso e toda experiência, mesmo que seja uma tragédia, é válida para amadurecermos e nos tornar-mos melhores pessoas.

Eu gosto mais da história do personagem de Medeiros. Sua relação com a tragédia e sua fragilidade. Como ele encara suas novas responsabilidades e seu medo de assumir o que ele sabe que é o certo, mas não considera-se capaz. Já a história de Santoro vai bem até o fatídico acidente. Ele está bem, como de costume, embora não tenha sido muito exigido, mas a presença da "sem sal" Letícia Sabatella esfria a história. Ainda assim, Barcinski consegue transmitir os medos e fragilidades do personagem de Santoro e mostra que devemos olhar pra frente e mudar, ou pelo menos tentar.

Apesar do acidente ser meio forçado, ele torna-se coadjuvante diante do que o diretor pretende mostrar. Ele serve como uma ponte para o ótimo desenrolar das histórias dos personagens.

Um filme delicado que trata de assuntos do cotidiano, mas nem por isso óbvio, pelo contrário. A trilha sonora funciona muito bem dentro do filme e São Paulo está fotografada de maneira muito aconchegante, diferente do caos como geralmente ela é retratada. Os paulistas irão adorar. Eu gostei muito. E não se assuste se as lágrimas escorrerem por seu rosto, afinal, essa pode ser a sua história.





terça-feira, 19 de junho de 2007

Escola Do Riso



Japão, 2004
Direção: Mamoru Hosi

Na Mostra de cinema de São Paulo do ano passado conheci o Sr. José, um simpático Sr. de 70 e poucos anos apaixonado pela Sétima arte. Ficamos amigos, assistimos alguns filmes da Mostra juntos e nunca mais o vi. Ele me liga de 2 em 2 meses para falarmos de cinema. Ele nunca me dá seu telefone, na verdade, acho que ele não tem um, pois sempre me liga de orelhão.


Quando demora pra ligar fico preocupado, afinal, ele já é um idoso. Nossas conversas são breves e nosso reencontro está marcado para Outubro quando começa a Mostra. Sua última ligação um mês atrás foi mais ou menos assim: ÉÉEE Sr Rogério? E aí japonês, não vou tomar seu tempo, só digo uma coisa: "Escola do Riso", lá da sua terra, muuuito bão! Vai ver e depois te ligo para saber o que você achou. Ele ainda não ligou de volta, mas eu não poderia deixar de conferir uma dica do Sr. José, uma verdadeira enciclopédia viva do Cinema. E lá fui eu.

"Escola do Riso" conta a história de um autor de teatro tentando convencer o censor a liberar sua peça. O Japão está em Guerra, logo , a censura torna-se um problema constante, já vivemos situações parecidas por aqui... Dos encontros constantes para reapresentar a peça com as alterações impostas pelo censor, nasce uma relação inesperada, porém verdadeira e extremamente forte.

O censor, interpretado pelo maravilhoso Kôji Yakusho começa a tomar gosto pela arte do teatro e da comédia. Sem dar-se conta, ele sugere alterações que sempre melhoram o texto do autor, tornando a peça, cada vez mais engraçada. Como diz o provérbio: "Deus escreve certo por linhas tortas". É exatamente o que ocorre neste filme.

O filme é lindo e mostra o quão excitante pode ser o processo de criação teatral. A cenografia e o figurino estão perfeitos, muita cor e vida, lembrando um pouco o final de "Zaitochi". A música é uma delícia, jazz de big bands dos anos 40 e os atores dão show, beneficiados pela ótima direção e pelo roteiro enxuto e conciso.

Não perca mais tempo e vá aprender ou reaprender a sorrir com este delicioso filme.

Passei minha infância ouvindo o Bozo dizer que o melhor é sempre rir e nunca tive dúvidas de que deveria levar suas palavras grudadas ao meu pensamento pelo resto da minha vida. Obrigado Bozo e obrigado principalmente ao Sr. José por ter designado esta tarefa de casa para mim.

Aguardo ansiosamente Outubro chegar para nos reencontrarmos e conversarmos sobre essa paixão em comum que arrebata nossos corações: O CINEMA!!!

ps: uma hora depois dessa postagem, Seu José me ligou.





Rockers - 16.05 à 01.07.07 - FAAP - SP



Nação rockeira, uni-vos! Está rolando na Faap a exposição "Rockers" com fotos de Bob Gruen e curadoria do papito Supla, esse mesmo, o filho da nossa ex-prefeita e ministra do "relaxa e goza".


A exposição está maravilhosa! Sem exageros. A FAAP caprichou e fez uma exposição com estrutura profissional, do jeito que o velho e bom rock n´roll merece, sem contar que Mr. Bob Gruen possue um currículo vasto neste meio.


Os fãs irão se esbaldar ao conferir clics da intimidade de nosso ídolos. Stones, Zeppelin, Ramones, Sex Pistols, The Clash, Iggy Pop, Blondie e tantos outros estão presentes. Claro, faltam alguns, mas por favor né, somente os que citei já dá para uma bela festa.


Há também 2 sofás super confortáveis onde você pode assistir alguns vídeos como o que conta um pouco da história dos excêntricos e afetados (quem não era?) "New York Dolls". Um quartinho temático que tenta reproduzir o quarto de um adolescente, meio tosco e irrelevante se formos considerar o restante da exposição. Há também fotografias da nova geração como Strokes, Green Day e até Lee"fuckin" Perry.


Minha única ressalva é com relação a falta de humildade do papito ao incluir-se na exposição no meio de tantas lendas, afinal, ele passa longe de qualquer um exposto por lá, mas ... Vai ver que é de família.


Levanta as nádegas daí e corre para essa exposição, garantia de entretenimento de qualidade. E de quebra vocês ainda estarão em um lugar agradável com circulação de gente bonita e várias opções gastronômicas para encerrar o passeio que é DE GRAÇA!!!


Gostou? Então demorô!!! Corre pra lá! Já dizia Neil Young : "HEY HEY MY MY, ROCK N ROLL WILL NEVER DIE ...".


SERVIÇO: EXPOSIÇÃO “ROCKERS“
CURADORIA: Supla
DATA: 16 de maio a 1 de julho de 2007
LOCAL: Salão Cultural da FAAP – Prédio 1ENDEREÇO: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis
HORÁRIO: De 3ª a 6ª feira, das 10H00 às 20H00.Sábados, Domingos e Feriados, das 13H00 às 17H00.


INFORMAÇÕES: (11) 3662-7198VISITAS EDUCATIVAS: Agendamento (11) 3662-7200


ENTRADA GRATUITA