segunda-feira, 30 de maio de 2011

PERDAS E DANOS

França/Inglaterra, 1992
Direção: Louis Malle

Stephen
- Tá decidido. Vou largar Ingrid. Vou largar tudo. Quero você.
Anna
- Tem certeza disso? Se vivêssemos juntos, no mesmo teto, você continuaria me querendo? Seria como é agora? Você não precisa largar sua vida para ter algo que você já tem. Vou me casar com Martyn.
Esse diálogo mostra um pouco da intensidade deste belo filme do mestre Louis Malle, diretor francês de clássicos como "Ascensor para o Cadafalso" e "Os Amantes".
Quando assisti ao filme pela primeira vez, não tinha a maturidade suficiente que ele exige. Claro que me chamou a atenção e marcou o início de minha adoração pelo talento e beleza da musa Juliette Binoche, mas rever o filme hoje com olhos de homem e não de adolescente, faz toda diferença.
"Perdas e Danos" conta a história de Stephen, respeitado membro do parlamento britânico que apaixona-se pela noiva do filho. Uma relação atração fatal que pode destruir suas vidas, mas o desejo é maior que tudo. Pura obsessão.
Com atuações magistrais de Jeremy Irons, Binoche e Miranda Richardson, que interpreta a mulher de Stephen, o filme é de uma intensidade incrível que prende o espectador na tela mediante o belo roteiro e a direção impecável de Malle.
Belas cenas de sexo demonstram o tesão à flor da pele destes amantes proibidos. Sim, o sexo filmado aqui é muito belo e não tem nada de pornográfico nem desrespeitoso como certos púdicos costumam afirmar. Malle filma como ninguém e transmite o sentimento de seus personagens de maneira muito convicente.
É claro que a história não poderia terminar bem, mas até seu desfecho muita água vai rolar. Um clássico.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A ÚLTIMA NOITE DE BORIS GRUSHENKO

EUA, 1975
Direção: Woody Allen

Allen pastelão é uma delícia. Seus primeiros filmes como "Bananas" e "Um Assaltante bem Trapalhão" seguem a linha comédia nonsense e absurda. Piadas a là Monthy Python e roteiros com uma piada atrás da outra.
"A Última Noite de Bóris Grushenko" não foge a regra. Para quem sempre preferiu o drama (Allen diz isso no livro "Conversas com Woody Allen"), mas não se achava competente o suficiente para fazê-las, pelo menos hà 40 anos atrás, Allen é sem dúvida um dos maiores comediantes de todos os tempos, da mesma escola de Chaplin e Jerry Lewis.
Allen interpreta um russo bananão que faz de tudo para não ter que defender seu país da invasão napoleônica, mas obviamente, não consegue e lá vai ele servir a pátria. Prato cheio para suas piadas besteróides e surreais. Irônicamente torna-se um herói de guerra e recebe várias condecorações.
Apaixonado desde sempre pela personagem da ótima Diane Keaton, após voltar da guerra finalmente consegue casar-se com a moça, mas o que ele não sabia é que essa planejava matar Napoleão, colocando o herói em hilárias situações.
Comédia para rasgar de rir. É claro que o timing é outro, a edição é lenta, mas eu particularmente adoro o início pastelão de Allen. Sem contar que sua cara de bobo é perfeita para seus roteiros e piadas. Vale a pena conferir a fase inicial deste mestre da Sétima Arte.