quarta-feira, 29 de julho de 2009

Há Tanto Tempo Que Te Amo


França/Alemanha, 2008
Direção: Phillippe Claudel

Bela estréia na direção do escritor Phillipe Claudel, que soube conduzir o talento da excelente atriz Kristin Scott Thomas muito bem. Ela que já foi indicada ao Oscar por "O Paciente Inglês", nos presenteia com mais um excelente trabalho.

O filme conta a história de uma mulher que esteve presa por 15 anos e tenta reencontrar seu lugar na sociedade. O motivo da prisão só é revelado lá pelo meio do filme e então começamos a entender um pouco essa personagem misteriosa e triste.

Quem a recolhe é sua irmã caçula interpretada por Elsa Zylberstein, que diga-se de passagem, também está muito bem. Somente o trabalho das duas já valeria o ingresso, mas o filme ainda guarda boas surpresas.

Como voltar a ser uma pessoa normal após 15 anos de confinamento? Claudel explora muito bem o tema e nos presenteia com belas cenas dessa tentativa da personagem de reintegrar-se ao mundo. O desejo carnal e ao mesmo tempo a dificuldade em se relacionar profundamente com alguém. A procura do emprego e a solidão no dia de seu aniversário. A dificuldade para falar sobre seu passado e principalmente, a difícil tarefa de livrar-se de seus fantasmas e recomeçar do zero.

Belo filme com interpretações inspiradas sobre um tema nada fácil de dissertar. Condenar é fácil quando a maioria prefere julgar.





quinta-feira, 23 de julho de 2009

Cinema ao Luar


Dentro dos eventos do ano da França no Brasil, teremos esta bela iniciativa que infelizmente nunca pegou em nosso país tupiniquim. Em toda a Europa e EUA, a exibição de filmes ao ar livre é uma cena corriqueira. Já houve outras tentativas de emplacar algo semelhante por aqui, mas parece não ser algo muito atrativo para os patrocinadores.

Então aproveitemos as raras chances. A partir de amanhã (24/07) o Auditório Ibirapuera irá exibir na área externa filmes franceses que serão precedidos por apresentações de música instrumental brasileira.

Apesar da seleção de filmes não ser nenhuma novidade, vale a iniciativa. E ainda tem o showzinho antes né. Boa oportunidade para se criar uma nova cultura de melhor utilização de nossos parques. Leve a mantinha, um bom vinho e curta o show!

Vai lá: http://www.auditorioibirapuera.com.br/

Onde: Área externa do auditório Ibirapuera
Quando: De 24 à 26 de Julho
Quanto: Na faixa!

A Era do Gelo 3



EUA, 2009
Direção: Carlos Saldanha

Tem brazuca fazendo história em Hollywood. Pois é, Carlos Saldanha tem uma história muito curiosa. Ele tinha apenas 22 anos quando decidiu que iria fazer um curso de animação em Nova Iorque. Casou-se e pediu como presente de casamento dos amigos o dinheiro para a viagem. E foi também com dinheiro emprestado dos amigos que pagou seu mestrado em animação.

Quando ainda era estudante, fez o curta "Time For Love" e chamou a atenção de Chris Wedge que dirigiu o primeiro filme da série e onde Carlos acabou sendo co-diretor. No segundo filme da franquia Carlos assumiu a direção e manteve a qualidade neste terceiro onde também assina a direção.

Em "A Era do Gelo 3", a já famosa turminha de animais encontra um mundo novo embaixo de todo aquele gelo. Em uma espécie de vale encantado, a preguiça descobre um mundo que parecia estar extinto, até mesmo para eles.

Neste novo filme temos a presença dos dinossauros, com destaque para a trinca de irmãos que a preguiça resolve adotar e o impagável "Buck", a doninha muito louca que causa passagens hilárias.

A qualidade da animação está mantida. Os novos personagens são ótimos e neste 3° filme, o amor está no ar. O mamute vai ser pai. O esquilo scrat, aquele que vive correndo atrás da nóz parece estar apaixonado e os solteirões, como a preguiça e o tigre Diego, resolvem repensar suas condições de solteirões convictos.

O filme está em cartaz com versões em 3D, o que só aumenta a diversão. Pois é, parece que a nova tecnologia veio para ficar e tentar dar um novo ânimo ao mercado cinematográfico que tenta dialogar com o público.

Agora um protesto: Por que raios não existem cópias legendadas e 3D? Ou é um ou outro. Eu, como homem-criança, gostaria muito de poder conferir uma versão onde eu pudesse desfrutar das vozes originais com a nova tecnologia. Umas 3 salinhas já estaria de bom tamanho.





quarta-feira, 22 de julho de 2009

Alice está chegando

Foi divulgado nesta quarta-feira (22/07) o primeiro trailer da próxima insanidade de Tim Burton e sua trupe.

O blog vem acompanhando todas as notícias desta refilmagem que promete mexer com muita gente. Então, ai vai uma pequena amostra do que está por vir. Owww yes!

terça-feira, 21 de julho de 2009

17° Anima Mundi


Começa nesta 4° (22) o 17° Anima Mundi. O tradicional festival de animação traz desta vez mais de 400 filmes de 40 países.

O papo animado deste ano terá a participação do francês Michel Ocelot, diretor dos ótimos "Kirikou e a Feiticeira" e "Azul e Asmar". Teremos também representantes da empresa Laika que nos contará os bastidores de "Coraline", além das oficinas gratuitas.

Ótimo programa. Vai lá:

www.animamundi.com.br

Quando: 22 - 26 de Julho
Quanto: R$ 6,00 (inteira)
Onde: Memorial da América Latina e CCBB.

Leonera


Argentina/Coréia do Sul/Brasil, 2008
Direção: Pablo Trapero

Trapero é um dos maiores representantes do cinema portenho atual e porque não dizer, mundial. Em seus filmes anteriores como "Do Outro Lado da Lei" e "Família Rodante" já podíamos deslumbrar um belo diretor, mas é com "Leonera" que ele mostra realmente a que veio.

Julia, interpretada magistralmente pela bela Martina Gusman e que concorreu em Cannes como melhor atriz, é presa acusada da morte do amante de seu namorado. Amante este que é interpretado por Rodrigo Santoro.

Uma vez condenada, Julia não apresenta sinais de revolta. A passividade com que aceita o veredito cria uma dúvida com relação ao seu envolvimento no crime. E quando o personagem de Santoro começa a visitá-la, essa dúvida só aumenta, deixando entender que Julia estaria mais envolvida do que se imaginava com o amante de seu namorado. Mas essa dúvida morre com o filme, pois Julia esta grávida e a maternidade é o motor deste roteiro.

Transferida para uma ala especial, uma espécie de creche onde as mães prisioneiras podem permanecer com seus filhos até que eles completem 4 anos de idade, a chegada de Tomás é como uma dádiva no meio da depressão em que Julia se encontrava e Trapero trata a questão como deve ser tratada: Nada mais será como antes. Dá-se então a reviravolta da personagem que brigará pela sua cria como uma verdadeira leoa. Isso é mostrado de maneira muito forte quando a mãe de Julia, interpretada por Elli Medeiros, tenta se apossar de Tomás.

Trapero filma com excelência o contraste da prisão fria e cinza com o colorido dos brinquedos espalhados e desenhos das crianças nas paredes. Sua câmera é sagaz e sabe captar como ninguém frames simbólicos e cheio de significados como quando filma Tomás brincando na grade da cela ou a nudez de Julia com sua barriga enorme no chuveiro. É nestes pequenos momentos que podemos reconhecer o amadurecimento de um diretor. Ele nos apresenta todo este simbolismo sendo sútil e sabendo exatamente o momento de parar.

Em se tratando de um filme sobre maternidade o grande destaque para as personagens femininas é justificável. Temos então 3 grandes atrizes com destaque para a protagonista e a ótima companheira e amante de Julia: Marta, interpretada por Laura García. Santoro, apesar da pequena participação, tem um papel muito importante e fez muito bem o que lhe foi proposto. E a conclusão ... Não poderia se melhor.

Aliás, a conclusão e o início do filme, que apresenta os créditos iniciais embalado pela versão em espanhol da canção "Ora, Bolas" de Paulo Tatit executada aqui por "Piojos y Piojitos". Belo filme que conta com a co-produção de Walter Salles.





segunda-feira, 13 de julho de 2009

4 anos de Cinema e Rock N´ Roll


No dia 13 de Julho de 2005 eu saía juntamente com minha irmãzinha Deebra da sessão de "9 Canções" no Reserva Cultural.
Após um café para conversarmos sobre o que acabávamos de ter visto, surgiu a idéia de começar um blog de cinema, que foi imediatamente super incentivado.
Tínhamos acabado de ver um filme sobre amor e rock n´roll. E para completar, sem querer, lembramos que era dia mundial do rock. Rock que sempre fez a trilha sonora de nossas vidas, já diria a Kiss Fm rss. Haveria então dia melhor que esse para começar um blog? Não rsss.
Nascia então "O Crítico Sou Eu". Inicialmente ele nasceu somente para falar de Cinema, mas com o tempo, fui incluindo outras formas de cultura e entretenimento. Teatro, música, arte, gastronomia ... A idéia inicial, era que os internautas interagissem diretamente com o blog, enviando suas críticas e comentários; daí o nome "O Crítico Sou Eu". Longe de mim me achar um crítico. Somente teço minha opinião. O que eu queria dizer com este nome, era que todos " Nós" somos críticos.
Infelizmente não houve a interatividade da maneira desejada e em outubro do ano passado (2008) resolvi mudar o nome do blog, pois não havia mais sentido utilizar um nome que não condizia com seus propósitos. E então nasceu o "Cinemadicto".
Por isso que de vez em quando vocês vão se deparar com textos antigos, pois aos poucos estou transferindo o conteúdo do Crítico para o Cinemadicto.
Enfim, nunca achei que fosse chegar tão longe e comemorar 4 anos! Por isso, gostaria de agradecer de coração a todos que me acompanharam nestes anos e também aos que virão. Graças ao blog fui convidado para ser colunista de um portal show de bola "Mundo Mundano" e conheci pessoas que compartilham as mesmas paixões.
Todo esse incentivo me deixa muito feliz e ávido pelos anos que virão.
Muito cinema, teatro, arte e diversão para todos nós. E Rock N´ Roll forever!
Valeu galera!
ps: E para comemorar, nada melhor que muito rock n´roll!!!. Então prepare-se, pois a rádio estará mais barulhenta que nunca neste mês! E aberta a pedidos hehehe.
Roger T.

O Equilibrista


Inglaterra/EUA, 2008
Direção: James Marsh

Já fazia tempo que eu queria conferir este documentário que venceu a categoria no Oscar deste ano. Super justo por sinal. Felizmente essa bela obra saiu em dvd e finalmente pude confêri-la.

"O Equilibrista" conta a sensacional história de Philippe Petit, um homem fabuloso e romântico (além de um pouco louco) que gostava de levar a vida perigosamente mostrando sua arte.

Tudo que ele precisava para ser feliz era um cabo de arame e pessoas que incentivassem sua loucura. O homem parece que nasceu para o ofício, tamanha facilidade com que a desempenhava.
Ele gostava de desafios e a dificuldade o excitava, afinal, os obstáculos foram feitos para serem superados certo?

Ele já havia se equilibrado na Igreja de Notre Dame e claro, foi preso. Mas seu maior desafio ainda estava por vir. Quando descobriu que as saudosas "Torres Gêmeas" estavam sendo construídas ele pensou consigo mesmo: Elas estão sendo feitas para mim! Ficou louco, não conseguia pensar em outra coisa a não ser vencer mais um desafio e por tabela, entrar para a história.

Começou então a planejar com seus colegas de loucuras como vencer aquele desafio. Viajou inúmeras vezes para New York a fim de estudar o cotidiano das torres. Como as pessoas entravam, se precisava de crachá ou não e etc. Conheceu americanos que teoricamente poderiam lhe ajudar na empreitada e tudo na surdina, uma vez que estavam planejando "o maior crime artístico do século".

Petit pensava com a emoção e seus compatriotas com a razão, o que é meio óbvio, afinal de contas, ninguém gostaria de se sentir culpado pela morte de Petit caso algo desse errado. E tinha tudo para dar errado. Como instalariam o cabo? Como vencer o vento das alturas? E principalmente, como fazer tudo isso sem que fossem notados?

Enfim, eles conseguiram e o documentário intercala cenas reais da época com reconstituições das ações de Petit e seus companheiros. Eles se escondendo dos guardas, preparando os cabos e se preparando para a grande aventura.

É hilário o próprio Petit narrando a reação dos guardas que o aguardavan no terraço do edíficio. "Eles (policiais) não sabem como reagir ao ver um homem conversando com uma gaivota". E por 45 minutos Petit permaneceu no arame indo e vindo, deitando, brincando e conversando com o passáros, proporcionando aos transeuntes um espetáculo de proporções inimagináveis. Uma beleza inexplicável que acometeu a cidade onde tudo é possível.

Já satisfeito com a conquista, Petit foi preso, virou celebridade e teve que responder a muitas questões, mas a que mais lhe irritava era: Por que Senhor Petit? E ele respondia: Acabo de andar nas nuvens proporcionando um espetáculo nunca visto e tampouco imaginado e tudo o que vocês sabem perguntar é, por que? Não tem porque.

O resto é história e que história meus amigos. Petit pode parecer louco à primeira vista, mas confesso que sanidade demais enche o saco! Prefiro muito mais os loucos, afinal, se ser louco é ir atrás de seus desejos e de sua felicidade, quero um hospício de amigos!




domingo, 5 de julho de 2009

A Partida



Japão, 2008
Direção: Yojiro Takita


Este foi o filme que desbancou "Waltz With Bashir" na corrida ao prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar deste ano. Se foi justo? Claro que não rs.

"A Partida" conta a história de um músico de orquestra frustrado. Com o fim da orquestra de que participava, ele resolve retornar a sua cidade natal para recomeçar a vida ao lado de sua esposa.

Chegando lá, ele revê pessoas que fizeram parte de seu passado e vai atrás de um emprego. Olhando o classificados ele encontra o anúncio que parecia ser perfeito: Ajudamos na partida, não é necessário experiência.

Pensando em se tratar de uma agência de viagens, Daigo o protagonista, dirigi-se ao endereço e descobre que na verdade, a partida refere-se a um ritual realizado para ajudar os mortos a partirem dessa para uma melhor com paz e tranquilidade. Sem grandes opções, ele aceita o emprego e então dá-se início uma jornada que mistura comédia e drama ao extremo.

O início do filme é uma comédia só, bem pastelão mesmo, afinal, o emprego inusitado é um prato cheio para boas piadas, ainda que bem inocentes. Mas com o passar do tempo, o filme salta para um drama que chega a ser perigoso para diabéticos. E dá-lhe lágrimas.

A mensagem está lá. Não importa o que os outros achem, o importante é você estar feliz com você mesmo, nem que para isso, seja necessário colocar em risco seu casamento, afinal de contas, a real companheira é aquela que te incentiva e dá força, independente da opinião alheia.

Destaque para o personagem do patrão de Daigo, na minha opinião o melhor de todos. O homem é a representação máxima do pensamento oriental. Falar pouco para não falar besteira e viver de acordo com as leis da natureza, infelizmente, como ele costuma dizer rs.

O filme é bonitinho e tem sua valia, mas achei que força muito algumas situações, além é claro de ser meio apelativo para que o espectador debulhe-se em lágrimas. Não precisava tanto e acabou ficando previsível.

O filme é bom, possue belas passagens e trabalha com louvor a sociedade machista e tradicional do Japão, mas poderia ter pegado mais leve no açucar.





Os Falsários



Áustria/Alemanha, 2007
Direção: Stefan Ruzowitzky

"Os Falsários" foi o grande vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2008. Pois é, demorou para chegar por aqui, mas antes tarde do que nunca.

O filme conta a história verídica de um falsificador judeu preso pelos nazistas e que no campo de concentração é obrigado a coordenar uma operação secreta para produção de dinheiro falso. Operação essa que tinha como principal função financiar a guerra.

Os judeus que faziam parte desta operação tinham certas "regalias", como camas decentes e direito a banhos, mas a principal delas, era saber que até que o objetivo fosse atingido, você estaria vivo. Como diria o protagonista ao justificar sua opinião contrária à sabotagem que um dos parceiros de operação tentava impor: "Prefiro morrer amanhã, do que hoje". Sempre lutando por um dia a mais de sobrevivência.

Como todos os filmes que abordam o episódio, as atrocidades que foram cometidas à época estão presentes na película. A humilhação, a maldade em seu estado mais puro e a xenofobia. Realmente fica difícil acreditar que aquilo aconteceu realmente e é por isso que por mais que o tema seja batido, nunca deve-se deixar de produzir filmes que retratem esse período cruel da humanidade. Para nunca, mas nunca mesmo ser esquecido. O mesmo deveria ser feito com relação as bombas de Hiroshima e Nagasaki.

O filme é pesado, como não deveria deixar de ser. O roteiro é muito bom, os atores ótimos, mas achei que a direção falhou um pouco na conclusão. Talvez o fato de já termos visto tantos filmes sobre o nazismo, faça com que não nos impressionemos mais. Mas o filme tem seu valor, sem dúvida.

O filme concetra-se todo no protagonista falsificador, e apesar de ser um bandido fora do campo de concentração, lá dentro ele mostra-se um homem de caráter, que não delata seus colegas e apesar de ser contrário à sabotagem, sempre segurou a onda para que seus companheiros não fossem fuzilados. Ele consegue reproduzir com fidelidade a libra, mas os nazis querem mais, querem que ele faça o mesmo com o dólar. É claro que ele consegue reproduzir o dólar também, só que o rebelde do grupo faz com que tudo se atrase e esse atraso, que foi de 6 meses, foi o tempo suficiente para que a guerra terminasse.

Pois é, mesmo correndo o risco de serem descobertos e mortos consequentemente, o plano acabou dando certo e eles tiveram mais uma chance de recomeçar. Heróis anônimos. Os verdadeiros heróis.






quarta-feira, 1 de julho de 2009

SP Terror - Sessão De Encerramento com Gary Lucas



Sou suspeito para tecer comentários sobre as sessões com trilhas executadas ao vivo. Portanto caro leitor(a), vá conferir com seus próprios ouvidos hehehe. Não irá se arrepender. Muito bom!