quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

AVATAR



EUA, 2009
Direção: James Cameron

O homem ataca de novo. Diretor de clássicos como "Aliens" e "Exterminador do Futuro", além do blockbuster "Titanic", que não tem nada a ver com sua filmografia futurística baseada em ficções científicas, James Cameron finalmente leva as telas seu tão antigo projeto de filme perfeito.
Visualmente o filme impressiona. Realmente confesso que nunca vi nada parecido e olha que já vi bastante filme. As cores impressionam, os gráficos, os desenhos, a fusão perfeita de atores de carne e osso com o mundo azul e hostil de Pandora e o povo Na´vi. Aliás tudo tem seu significado e o planeta chamar Pandora, remete ao perigo de tentar desvendar e explorar aquela espécie de Amazônia que guarda uma riqueza mineral desejada pelo homem branco. Ouvi dizer também, que Na´vi soa muito próximo a palavra hebraica "navi" ou "nabi", que quer dizer profeta. Ou seja, o povo Na´vi são profetas da deusa mãe natureza que tudo rege naquele planeta.

Agora o roteiro ... A história é um emaranhado de outros filmes que deram certo. Têmos ali um pouco de Matrix, ou seria muito? rsss. Um pouco de Alien, um pouco de Exterminador do Futuro e até referências do mundo das Sitcom, como Lost por exemplo. O personagem principal de Avatar é paraplégico, só que ao entrar no mundo de Pandora, ele recupera todos seus movimentos ... Qualquer semelhança não é mera coincidência rs. Um roteiro frankstein. Mas isso não tira a beleza do filme.

Cameron crítica o imperialismo americano que quer sempre se apossar de todas as riquezas do mundo utilizando-se de sua tirania. Temos no filme então um exército comandado por um capitão sem escrúpulos, ávidos por matar seres azuis afim de conquistar a tão desejada riqueza mineral. Os seres azuis por sua vez, lembram e muito os índios americanos. Por acaso? Claro que não. Se bem que já disseram que Cameron plagiou uma antiga história em quadrinhos, vai saber...

Apesar do roteiro fraco o filme oferta com excelência o que propôs: Entreter. Trata-se de entretenimento puro da maior qualidade. Para quem se impressionou quando adolescente com "Roger Rabbit", "Avatar" realmente levou esta fusão para outro patamar. Coloque sues óculos 3D e caia de cabeça no mundo belo e azul de Pandora. Só não vai fazer barulho, porque a floresta e seus seres são totalmente hostis rs.





500 DIAS COM ELA



EUA, 2009
Direção: Marc Webb

A comédia romântica do ano? Com certeza. Confesso que o gênero não me agrada. São sempre parecidos, açucarados demais e óbvios, mas "500 Dias Com Ela" conseguiu fazer algo diferente, ainda que o esqueleto do gênero esteja presente, eles foram muito felizes em mostrar o lado masculino do sofrimento por amor.

Tom é um solteirão rodeado de amigos nerds. Queria ser arquiteto, mas tinha que pagar as contas e foi trabalhar em uma empresa que faz cartões de natal, aniversário e etc, criando frases. Um belo dia seu chefe contrata uma assistente chamada Summer, uma bela morena de olhos azuis que vai literalmente revirar a cabeça do rapaz.

Eles começam o affair, só que Tom quer namorar, casar e ter filhos. Summer por sua vez, só quer curtir, sem maiores compromissos. Tom fica perdido e arrasado com a falta de comprometimento de Summer e pira. Tudo o que ele achava lindo nela, ele começa a odiar. Claro, fica difícil fugir de todos os clichês do gênero, mas Marc Webb não abusa deles.

Apesar de tudo, Tom nunca perdeu as esperanças até o dia em que descobriu que Summer estava noiva. Pois é, a mulher independente que só queria curtir caiu na armadilha do amor e apaixonou-se para subir ao altar, mas não com ele. Que punhalada não é mesmo?

O filme é sincero e mostra a vida como ela é. Quantas vezes você pensou que tinha encontrado a tampa perfeita para sua panela, o amor perfeito e quebrou a cara? Pois é.

Mas no final o que vale é o seguinte: Nenhuma experiência é em vão e se formos espertos e fortes, por mais cruel que ela seja, só irá nos fortalecer. Tom correu atrás de seu sonho de ser um arquiteto. Tornou-se um homem mais forte e experiente graças ao pé na bunda que levou de Summer.

Mas depois do Verão vem o Outono. Nada como um dia após o outro. Cést la vie!

O filme conta com uma trilha de respeito e deliciosa. Smiths, Clash e Pixies são sempre bem vindos.





O FANTÁSTICO SR. RAPOSO


EUA, 2009
Direção: Wes Anderson

Wes Anderson, diretor de filmes bonitinhos e cults como "Viagem à Darjeeling", "A Vida Áquatica de Steve Zissou" e "Os Excêntricos Tenenbaums" ataca na animação. E quer saber ... Mandou muito bem!

A animação de Anderson é baseada no conto de mesmo nome escrito por Roald Dahl, autor também de "A Fantástica Fábrica de Chocolate". Só que Mr. Fox é uma animação para adultos sem nenhum propósito educativo, portanto, pense bem antes de levar os rebentos.

Sr. Raposo com a voz de George Clooney promete para sua mulher, essa com a voz de Meryl Streep, que nunca mais roubaria galinhas. Dez anos se passam, eles têm um filho, que demora a entender que está longe de ser um grande atleta e Sr. Raposo encontra-se inquieto. Quer melhorar de vida, sair do buraco e comprar uma casa na árvore. A nova casa contudo trazia uma vizinhança muito perigosa: Simplesmente as três maiores fábricas da cidade. Uma granja, uma produtora de cidra e outra de perú.

Sr. Raposo fica atiçado, coça as patas, mas não consegue se segurar. Eis que ele convoca o gambá comédia e fiel escudeiro para realizar assaltos mirabolantes nas três fábricas. Ele precisava fazer isso? Claro que não, mas trata-se do instinto animal, justificativa que ele daria mais tarde para a mulher. Mensagem número 1: Vaso que nasce torto, morre torto, como tantos exemplos reais que conhecemos.

Resumo da ópera: Os donos das fábricas armam uma verdadeira operação de guerra para matar o Sr. Raposo, que por sua vez arrasta toda sua família e amigos para a fuga com ele. E eles começam a cavar e cavar e fazem todos os humanos de bobos. Continua a saquear sempre tirando sarro dos donos e ainda por cima convoca todos para lhe ajudarem na empreitada. Literalmente, ele leva todos para a bandidagem, filho e sobrinho inclusos.

Têmos ainda o ratão com a voz do excelente Willem Dafoe. Owe Wilson emprestando a voz ao técnico e Bill Murray ao advogado. Uma animação muito divertida e politicamente incorreta que mostra erroneamente que o crime compensa e que o malandro sempre leva a melhor, mesmo tendo que viver escondido para sempre. Como trata-se de entretenimento adulto, achei uma delícia, pois nós sabemos distinguir a realidade da fantasia, que no caso de Sr. Raposo, confunde-se totalmente. Ainda mais em tempos de dinheiro na cueca, na meia, na bunda ....

Ainda em tempo, a animação foi feita com a técnica stop motion e é muito bem feita. Uma delícia de assistir, mas não leve as crianças ok.





terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tô Chegando!

O Cinemadicto vêm acompanhando as informações sobre a nova insanidade de Tim Burtom há algum tempo e a ansiedade agora tem data para acabar: 16/04/10. Johnny Depp de chapeleiro louco não vai prestar hahaha!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

À PROCURA DE ERIC


Inglaterra, 2009
Direção: Ken Loach

Consagrado diretor britânico de filmes como "Ventos da Liberdade", Ken Loach resolveu realizar um filme leve e diferente de sua filmografia habitual, que em sua grande maioria tratam do movimento da classe operária e das atrocidades cometidas contra os irlandeses.

Eric Cantona, famoso e impestuoso jogador de futebol francês foi o maestro do renascimento do Manchester United, tendo conquistado 4 títulos ingleses em 5 anos nos anos 90. Em 1995 foi suspenso por agredir um torcedor adversário e nunca teve a oportunidade de defender sua seleção, fato este que fez com que ele declarasse abertamente que torceria pela Inglaterra. Polêmico e sem papas na língua, foi votado jogador do século no Manchester e voltou à tona recentemente em comerciais da Nike com a campanha "Joga Bonito".

"À Procura de Eric" conta a história de um homem de meia idade que encontra-se deprimido e sem forças para seguir adiante. Em um ato maior de desespero tenta suicidar-se e fracassa. Vive com dois enteados adolescentes problemáticos e culpa-se constantemente pela perda do grande amor de sua vida.

Ele vê no chará Cantona um grande guru, o homem com colhões em que ele tenta espelhar-se. E eis que o ídolo começa a aparecer para ele dando conselhos de como dar uma reviravolta na sua vida e retomar o controle da situação.

Entre um baseado e outro, Cantona incentiva o homem a seguir em frente e enfrentar seus fantasmas (ex-mulher). Faz ele abrir o olho para o maior e verdadeiro tesouro que todos nós têmos e muitas vezes deixamos de lado: os amigos.

O filme é agradável e divertido, nada demais, mas entretém. Vai do drama a comédia em segundos e nos abre o olho para dar mais valor aos amigos, que no fim, são sempre eles que estarão ao nosso lado, em todos os momentos e fases de nossas vidas. Clichê? Sim, mas e daí? O que importa é como utilizá-los e Loach o faz com maestria. Tem outro também: Nunca é tarde.

Diversão garantida sem muitas pretensões e ótima oportunidade para conhecer melhor um dos grandes personagens do futebol. Imperdível para fãs. Sabe porque as gaivotas seguem o barco? Impagável.





TOKYO!


França/Japão/Coréia/Alemanha, 2008
Direção: Michel Gondry, Leos Carax e Bong Joon-Ho

Agora é hora de conferir os filmes que tirei da programação da Mostra justamente porque iriam estrear. E parece que estréia tudo de uma vez. Ontem dei uma corrida e fui conferir dois filmes da lista pendente. Vamos a eles.

Tokyo! foi muito comentado. Parecia que nascia mais um filme cult. Depois do sucesso de "Paris, Te Amo", os filmes coletivos estão na moda e virou até franquia, com "New York, Te Amo" e ja tem até projeto para um "Rio, Te Amo", aff. Em "Tokyo!" (que não tem nada aver com a franquia do amor) três diretores badalados mostram suas peculiares visões da capital da terra do sol nascente. E bota peculiar nisso.

A primeira, entitulada de Interior Design, é dirigida por Michel Gondry, diretor de filmes como "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" e do mais recente "Rebobine Por Favor". Aqui temos a história de um casal cuja mulher sente-se incomodada pelo fato de não sentir-se útil. Não sabe o que quer da vida, mas na realidade isso não é isso que mais a incomoda, o que a incomoda é a eterna cobrança da sociedade japonesa e os comentários maldosos das pessoas a sua volta para com sua situação. Isso a entristece e como em um conto de fadas ela acaba transformando-se em uma ... cadeira. Isso mesmo. E tal fato faz com que ela finalmente sinta-se útil e prestativa. Fantasia à parte, Gondry toca em uma das grandes feridas dessa sociedade machista e arcaica, o fracasso. Infelizmente boas intenções não salvam filme algum, caso também do próximo segmento do filme.

A segunda história chama-se Merde, e é dirigida pelo francês Leos Carax, diretor de "Pola X". A história é chata e bizarra, mas a crítica mais uma vez é profunda. Conta a história de um ser que vive nos esgotos de Tokyo e que odeia os japoneses. Ele fala uma língua que poucos entendem e por longos minutos, temos o desprazer de aguentar diálogos na língua estranha. Seria uma metáfora para descrever como um estrangeiro se sente no Japão? Afinal, quando estamos no meio deles e eles começam a se comunicar têmos a mesma sensação desagrável que o filme proporciona. E o personagem bizarro não poupa críticas. Cheiro de preconceito no ar. Trata-se da pior história. Como eu disse, o cinema não vive de boas intenções ...

A terceira, melhor e última história chama-se "Shaking Tokyo" e é dirigida pelo sul coreano Bong Joon-Ho, do sucesso recente "O Hospedeiro". Ela conta a história de um hikikomori, pessoas que decidem viver em total isolamento da sociedade. O do filme não sai de casa fazem 11 anos. Não faz contato visual com ninguém desde então. Como ele mesmo diz: As pessoas me incomodam, o sol me machuca. Hoje conseguimos tudo por telefone. E assim ele segue vivendo, entre inúmeras caixas de pizza e rolos de papel higiênico, tudo organizado perfeitamente. Um belo dia uma cinta-liga da entregadora de pizza faz com que ele tenha o primeiro contato visual em anos e um terremoto muda sua vida para sempre. A melancolia e a dificuldade em relacionar-se do personagem causa aflição e sofrimento. Sua dificuldade em dar o primeiro passo para ir atrás daquela garota comove e incomoda. Triste, mas verdadeiro. Infelizmente não chega a salvar o filme como um todo.

Críticas são sempre bem-vindas e este Tokyo! representa exatamente o contrário das franquias de cidades amorosas. A cidade não deve ter-se orgulhado, pois todas as visões são ácidas ao modo de vida da sociedade japonesa. Até ai tudo bem, mas faltou alguma coisa. O melhor talvez fosse transformar a história do hikikomori em um longa, mas como não era a proposta ... Talvez pelo fato de também ser oriental, Bong tenha se saído melhor. Agora inglês e francês falando do Japão, deu muito certo não.





segunda-feira, 30 de novembro de 2009

POLÍCIA, ADJETIVO


Romênia, 2009
Direção: Corneliu Porumboiu

Terminada a Mostra, agora é hora de ir atrás dos filmes que deixamos de ver no Festival justamente porque estreariam nos próximos meses, ao menos eu faço assim. Já que vai estrear, prefiro gastar meus ingressos com outras produções sem data nem indícios de passagem por aqui.

Polícia, Adjetivo foi uma sessão muito concorrida e agora está em apenas 2 salas com poucos horários, sendo que uma delas, onde conferi, é uma das 2 pequenas salas do anexo do Unibanco Augusta. Vai entender. O mesmo acontece com A Procura de Eric e Hotel Atlântico, os próximos de minha lista.

E o cinema romeno continua badaladíssimo. Depois dos sucessos e prêmios de 4 Meses, três semanas e 2 dias, Como Festejei o Fim do Mundo e A Leste de Bucareste, ótima comédia do mesmo diretor de Polícia, o cinema romeno continua a presentear os cinéfilos com frescor e um cinema de ótima qualidade, diferente do que costumamos ver dos outros europeus, talvez assemelhe-se um pouco ao cinema francês, mas ainda assim, possue características somente suas.

Polícia, Adjetivo conta a história de Cristi, um policial que investiga um garoto suspeito de tráfico. No entanto, ele descobre que as suspeitas não são reais, trata-se apenas de um usuário que dá haxixe aos amigos quando procurado. A lei na Romênia ainda não diferencia usuário de traficante e Cristi encontra-se então em uma verdadeira cama de gato com sua consciência.

Ele recusa-se a prender o garoto justificando que tal ato poderá acabar com a vida do rapaz. Faz propaganda de outros países onde ninguém mais vai preso por fumar maconha e que a lei na Romênia em breve se adequará aos demais países europeus. Temos um policial em conflito com sua ética que bate de frente com a autoritária lei romena.

Cristi sofre com a situação e tenta postergar ao máximo qualquer decisão.

Esqueça os filmes policiais hollywoodianos cheios de ação e reviravoltas. Corneliu mostra com extrema realidade o cotidiano tedioso deste profissional da lei. Tão verossímel que muitas das passagens ocorrem quase que praticamente em tempo real. Daí a semelhança com o cinema francês que muitas vezes gosta de mostrar tudo nos mínimos detalhes. Outros exemplos se dão quando ele desfruta suas refeições e diáloga com sua esposa. Aliás, apesar de não ser uma comédia rasgada como A Leste de Bucareste, Polícia, Adjetivo nos reserva passagens cômicas e naturais como o tal diálogo entre o casal, onde entre outras coisas, questiona-se o que seria da pasta de dentes sem a escova ou a reunião entre policiais onde um dicionário torna-se o protagonista com questões como: Defina consciência. Hilário.

Aliás, consciência é a palavra que move o filme. Consciência e ética. E no final das contas, o que prevalece, é a comida na mesa no final do mês. Triste, mas real. Longa vida ao cinema romeno.





sábado, 28 de novembro de 2009

AC/DC - MORUMBI - 27.11.09


13 anos depois estamos lá novamente. Os mesmos melhores amigos de sempre, a turma rock n´roll inseparável, para mais uma vez curtir e reverenciar a maior banda de rock do planeta. Hà 13 anos eu tinha 20 e estava realizando um sonho. Ontem, fomos reviver os momentos marcantes e inesquecíveis que fez com que o AC tenha sempre seu lugar garantido no coração de todos os rockeiros deste mundo.

E mais uma vez foi emocionante. 3 gerações unidas por um só motivo, o velho e bom rock n´roll. Senhores na faixa dos 50, afinal a banda começou em 1973, trintões como eu e minha turma e adolescentes curtindo pela primeira vez o melhor espetáculo da terra. Sabe aquela frase: dance como se estivesse sozinho? Foi isso o que aconteceu no Morumbi ontem a noite. Todos hipnotizados, extasiados e felizes, com um puta sorriso no rosto de satisfação graças aos poderosos riffs de Angus Young e aos potentes vocais de Brian Johnson, que fazem o melhor rock do planeta. Um rock alegre e festeiro com base no blues, um blues acelerado.

18:45 Entramos no estádio. Cai um puta toró. E você acha que a galera esfriou? Pelo contrário. Todos começaram a gritar, ocorria uma batalha entre pista e arquibancada para ver quem gritava mais alto. O dj mandava Jimi Hendrix e Black Sabbath nas caixas e o povo delirava. Quanto mais a água caia, mais o povo enlouquecia. Sensacional. Mais rock n´roll impossível. 20 minutos depois a chuva parou e só apareceu novamente na hora de sair do estádio, ou seja, perfect!

20:30 Começa o show do Nasi com uma banda que contava também com Andreas Kisser na guitarra. E os caras exerceram extremamente bem a função de esquentar o povo. Com músicas do Clash, Plebe Rude, Stooges e Raulzito, o povo ja estava no ponto para receber os melhores do mundo.

21:30 As luzes se apagam. Brilham luzes vermelhas pelo estádio, referentes aos famosos chifrinhos atribuídos à Angus, que dizem: "He´s got the devil in his fingers and the blues in his soul". É a marca registrada do homem que é a representação máxima da banda. Os primeiros acordes de "Rock n´Roll Train", do novo disco, "Black Ice" fazem o estádio tremer, todos pulam como num verdadeiro mantra, uma manifestação de pura ode a esta verdadeira religião que é o ROCK. Para quem não conhece a banda e acha que eles são tipo daquelas bandas velhas que vivem dos sucessos antigos, dobre a língua, pois eles são extremamente produtivos e este último álbum lançado recentemente bateu recordes de venda de cds em tempos de download.

Mas foi com "Back in Black" que o povo veio ao delírio pela primeira vez. E depois com "Highway To Hell", "You Shook Me All Night Long", "The Jack" com o tradicional strip de Angus Young que corria ensandecido de um lado para o outro do palco suando bicas e ia pra galera através de uma ponte que entrava na pista para que o músico se aproximasse. Brian Johnson tocando o sino em "Hell´s Bells", a boneca gigante em "Whole Lotta Rosie", "Thunderstruck", enfim, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!

Teve também o solo de guitarra de Angus. Os chatos sempre reclamam dos eternos solos de guitarra dos shows de rock, mas meu amigo, não é qualquer um solando na sua frente não, baixa a bola e reverencie Mr. Angus Young.

Para finalizar tivemos explosões de canhões e uma chuva de fogos ao som de "For Those About to Rock: We Salute You". Mais de 2 horas pulando e cantando sem parar, com um coral de 70 mil vozes em estado de nirvana puro. Com certeza, uma das coisas que se deve fazer antes de morrer! Já garanti duas hahaha. Lindo, único e mágico. Alma Lavada. Muito obrigado Deuses do Rock, por poder presenciar mais uma vez o maior espetáculo da Terra. Ao menos para mim.

Oração do Rock

"Elvis Presley que estais no céu;
Muito escutado seja Bill Haley;
Venha a nós o Chuck Berry;
Seja feito barulho à vontade;
Assim como Hendrix; Sex Pistols e Rollings Stones.
Rock and roll que a cada dia nos melhora;
Escutai sempre Clapton e Neil Young;
Assim como Pink Floyd e David Bowie, Muddy Waters e The Monkees.
E não deixeis cair o volume.
Mas livrai-nos do Pagode e Axé.
Amém!”.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

VERSOS


Versos! Versos! Sei lá o que são versos ...
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz, cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma ...

Versos! ... Sei lá! Um verso é teu olhar,
Um verso é teu sorriso e os de Dante
Eram o seu amor a soluçar
Aos pés da sua estremecida amante!

Meus versos! ... Sei lá também que são ...
Sei lá! Sei lá! ... Meu pobre coração
Partido em mil pedaços são talvez ...

Versos! Versos! Sei lá o que são versos ...
Meus soluços de dor que andam dispersos ...
Por este grande amor em que não crês! ...

Florbela Espanca (manda muito)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

DISTRITO 9


EUA/Nova Zelândia, 2009
Direção: Neill Blomkamp

Deixem o preconceito de lado e embarquem na viagem de Distrito 9, este ótimo filme de ficção, um gênero muitas vezes discriminado pelos cinéfilos e críticos.

Produzido por Peter Jackson, diretor da trilogia O Senhor dos Anéis, Distrito 9 é um banho de frescor no segmento. Ficção cientifíca inteligente e renovada, passa longe dos clichês e renova a cada quadro.

Em tempos de filmes sobre o fim do mundo (vem mais um ai: 2012. Aff!), Distrito 9 inova em todos os aspectos. Primeiramente não apela para um diretor/elenco estrelar e vai muito bem. A cidade onde se passa a trama não é Los Angeles nem Nova York, ufa. Não temos somente um bando de ETs invadindo Joanesburgo e sim um roteiro inteligente que traça um paralelo até então inimaginável, tamanha a semelhança da situação dos ETs, com a dos negros à época do Apartheid na própria África e até a dos negros americanos de alguns anos atrás. O filme trata de preconceito e o vilão é o humano. Terrível, baixo e inescrupuloso.

Impossível não comparar as duas situações, histórica e fantasiosa. Joanesburgo é invadida por ETs, chamados vulgarmente de camarões devido a aparência. Sua nave está com problemas e eles não conseguem retornar. Situam-se então em uma área cedida pelo governo e passados 20 anos, o que antes era um acampamento transformou-se em uma enorme favela dominada pelos camarões.

Contrabando de armas ets, comida de gato e criminalidade. Os nativos odeiam os invasores, que não, não causam grandes confusões e até conseguem se comportar, mas o ódio impera. Eles são diferentes, são estranhos e devem ser totalmente isolados do contato com a raça humana. Sacou a semelhança? Camarões no filme, negros na história. Então eles são banidos e proibidos de frequentarem os mesmos locais. Tudo isso em uma mistura de falso documentário com depoimentos e ficção, dando ainda mais credibilidade ao filme sobre aquela história que parece estar acontecendo naquele exato momento em que você esta diante da telona. É tudo muito real.

Um funcionário do órgão responsável por transferir os ets para outro assentamento é contaminado e começa a sofrer uma metamorfose. Sua única chance de reverter a transformação é ajudando um ET a consertar a nave e consequentemente ser ajudado. Mostra-se então outra faceta escrota da humanidade: a incrível facilidade de plantar notícias falsas e acabar com qualquer um. O homem infectado é dado como traidor. Dizem que ele teve relações com uma ET e por isso contaminou-se. Sua mutação vira caso de exército, pois ele torna-se o único ser humano capaz de manusear as armas extraterrestres, que são desenvolvidas especialmente para sua genética.

Inteligente e revigorante. Diferente de tudo que você ja viu. Se sua cabeça for muito rasa, provavelmente achará tudo uma grande besteira. Se tiver ela aberta e for livre de preconceitos, verá que trata-se de um belo filme. A ficção da década.






quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ANDANDO PARA TRÁS


Onde estamos? No país do carnaval que se auto entitula o melhor país do mundo ou no Irã, que cobre as mulheres dos pés a cabeça?

O assunto da hora é Geisy Arruda, que ao usar um vestido curto, provocou o tesão dos rapazes e a ira das invejosas. O brasileiro perde muito tempo cuidando da vida dos outros ao invés de cuidar de si mesmo. Somente esse gesto já daria um belo impulso para deixarmos de ser esse paísinho de 3° mundo.

Qual o direito daquelas pessoas de hostilizarem a menina porque o vestido dela é curto? Vão cuidar da vida de vocês seus inúteis! Parasitas que encalham este país. Daí quando você acha que já viu tudo, vem a Faculdade e EXPULSA a menina, alegando que ela se insinuava. Vão se fuder! A sujeira ta na cabeça de vocês machistas antiquados. É a mesma coisa que dizer que a mulher foi estuprada porque tava de mini saia! AAAA, ela me provocou. Provocou porra nenhuma! Que ódio! Me dá vergonha. E quando você acha que não dá pra ficar pior, eles revogam a expulsão. Geisy, manda a UNIBAN à merda!

To torcendo por você. Ficou famosa internacionalmente, vai posar pra Playboy, ganhar muito dinheiro e escolher a faculdade que quiser em qualquer lugar do mundo. Viu seus babacas! Tudo as custas do gesto macabro de vocês, infelizmente, futuro (que futuro?) do nosso país.
Gente atrasada e ignorante. Não ignorante de conhecimento, esses não me incomodam, mas os ignorantes de espírito, que se acham melhores que os outros, que come atum e arrota caviar. VÃO CUIDAR DA VIDA DE VOCÊS!

Aproveitando a deixa, você que vai prestar vestibular, escolha bem a instituição e seus veteranos. Você que teve o cabelo raspado, fez pedágio para um bando de idiotas torrar a grana enchendo a cara e foi obrigado a participar de brincadeiras humilhantes, morra de inveja ao ver este vídeo, que mostra como é a semana de integração dos bixos em uma Faculdade de Québec no Canadá. É isso o que gente INTELIGENTE faz nas primeiras semanas de aula na faculdade.
Agora vamos abrir a polêmica: Depois de ver o vídeo, pensa um pouco se o Ronaldo falou besteira, como tantos disseram, ao declarar que prefere que seu filho seja educado na Europa? Se todos pudessem ... As vezes, ultimamente muitas, parece que caminhamos para trás, e Olimpíadas e Copa, passam a ser uma ilusão.
ps: Desculpe o vocabulário, mas um belo palavrão, bem SONORO, esta liberado para ser usado com todo seu vigor quando o assunto exigir. Ele nunca vem de graça, por isso sua força.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

A TRILHA DA MOSTRA



Cinema e música, duas paixões de minha vida. Claro que nem sempre o casamento entre as duas artes é harmonioso, muitas vezes no Cinema é preferível o silêncio, mas quando a música encaixa ... Temos um caso de amor eterno. Então apenas ao escutar aqueles primeiros acordes, nos encontramos sendo transportados para a fantasia e magia daquele filme, daqueles personagens e daquelas estórias. A música tem este poder de nos proporcionar uma viagem deliciosa. Ela nos leva para a infância, para a escola, para o colo da avó, para aquele amigo que você achou que estaria ao seu lado até hoje. São fragmentos da memória que despertam ao ouvir uma canção.

Selecionei algumas músicas de alguns dos filmes que conferi cujas músicas me chamaram a atenção.

Do lado A do compacto têmos "Sonhos" de Peninha do filme "Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo". Uma música que fala de um vacilo da amada do rapaz. Daquelas músicas para suicidar-se por amor. Caetano fez uma versão. Claro. Ela toca na cena inicial, na boléia do caminhão. Aquilo é um caminhão? Depois "Feel Like Making Love" do Bad Company, banda clássica da qual sou fã entoando seu belo rock and roll em "Lymelife". A seguir entra o clássico dos anos 60, "Runaway" de Del Shannon que está na ótima surpresa "Como Ser Mr. Kotchie", na cena do karaokê. O lado B inicia com a belíssima versão soul e rasgada de "California Dreamin", interpretada por Bobby Womack presente no excelente "Fish Tank". Cat Stevens marca presença com a sensível "How Can I Tell You", do filme "Todos Os Outros". E para finalizar, Rana Farhan com "Drunk With Love" do sensacional "Ninguém Sabe dos Gatos Persas". O cd de Rana você encontra na net. Das outras bandas só achei o myspace do protagonista Ash Koosha e da banda que ensaia no telhado, The Yellow Dogs. Se alguém souber onde acho a trilha deste filme ou musicas separadas ... ficaria muito grato. Sugestões são bem vindas. Sempre. Boa viagem.