sexta-feira, 26 de junho de 2009

Alice vem aí!


Foram divulgadas recentemente fotos da próxima insanidade de Tim Burton: Alice no País das Maravilhas, com Johnny Depp é claro, no papel do Chapeleiro Louco e a esposa e musa do diretor, Helena Bonham Carter como a Dama de Copas.

Algum tempo atrás comentei sobre a expectativa que esta refilmagem vêm causando nos inúmeros fãs. Agora já tem até a data de lançamento: 05 de Março de 2010.

Já dava pra imaginar que seria algo espetacular, ainda mais nas mãos de Tim Burton e a prévia das fotos, só faz a expectativa aumentar. Já estou me coçando. Por hora, desfrute das belas imagens que foram liberadas.




quinta-feira, 25 de junho de 2009

Loki no Auditório Ibirapuera


Ufa! A semana realmente está recheada. Difícil escolher. Bem, trago mais uma deliciosa dica.
O elogiadíssimo documentário sobre o mutante Arnaldo Baptista será exibido gratuitamente no lindo Auditório Ibirapuera. Belo filme em um lugar inusitado, mas não menos belo.
Vai lá:
Quando: 27 de Junho - 17h
Onde: Auditório Ibirapuera
Quanto: Na faixa!

São Paulo, A Symphonia da Metrópole


Considerado um clássico do cinema mudo brasileiro, mas pouco conhecido do público, "São Paulo, A Symphonia da Metropole", que foi lançado em 1929 é um documentário sobre uma São Paulo em pleno crescimento.
Agora, 80 anos depois de seu lançamento, o filme está sendo relançado e para celebrar tal evento, o filme será exibido com trilha sonora ao vivo executada pelo mestre Lívio Tratenberg, figurinha carimbada das trilhas nacionais e do Festival de Cinema Mudo da Cinemateca.
Quem já viu uma trilha executada ao vivo, sabe que trata-se de uma experiência maravilhosa e quem ainda não teve a oportunidade, aí está a chance.
Vai lá:
Quando: 29 de Junho - 21h
Onde: Teatro São Pedro, rua barra funda, 171
Quanto: Na faixa!

In Edit - Festival Internacional do Documentário Musical


O Festival dedicado exclusivamente aos documentários musicais nasceu há sete anos em Barcelona e chega este ano à Terra Brasilis trazendo na bagagem 29 filmes internacionais e 15 nacionais, dos quais 6 estarão em competição onde o público escolherá o vencedor, que será apresentado em Barcelona.
Que venham mais e mais festivais. Nós cinéfilos, agradecemos. Música para os ouvidos e para os olhos. Delícia!
Vai lá
Quando: 25 de Junho - 05 de Julho
Onde: Mis - HSBC - Cinesesc - Galeria Olido e Centro Cultural da Juventude
Quanto: de R$ 0 a R$ 16
Programação: www.in-edit-brasil.com

I SP Terror - Festival Internacional de Cinema Fantástico


Começa hoje (para convidados) e vai até 2 de Julho, o 1° Festival de Cinema Fantástico do Brasil. É isso aí, chega de hipocrisia, todos nós gostamos de levar uns sustinhos, se bem que, os últimos filmes do gênero que conferi me causaram muito mais gargalhadas que sustos.
Na realidade, vez em quando alugo um filminho destes para ver se encontro algo que realmente dê medo, mas tá difícil viu, pelo menos as risadas estão garantidas.
Fazendo muito esforço, recordo-me apenas de 2 filmes do gênero que conferi no telão: "O Exorcista" versão do diretor e mais recentemente "O Orfanato" (bom) em uma Mostra recente. Confesso que fui ver o filme sem nem saber que era de terror, mas a surpresa foi ótima hehehe.
Confira alguns títulos da programação: "Matadores de Vampiras Lésbicas" hahaha, "Sex Galaxy", os filmes trash sempre trazem um "Q" de erotismo, pra não dizer pornô mesmo, "Fim da Picada", óoootemo e "Yoroi: Zumbi Samurai", são apenas alguns dos títulos. Se você vai morrer de medo ou de rir, já é outro papo, mas a diversão está garantida.
Vai lá
Quando: 25 de Junho - 02 de Julho
Onde: Reserva Cultural
Quanto: R$ 13 por filme ou R$ 50 passaporte que dá direito a todos os filmes

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Erva do Rato


Brasil, 2008
Direção: Julio Bressane

Mais um filme do sempre polêmico Bressane chega as telonas. O filme foi até bem recebido no Festival de Veneza onde poucas pessoas deixaram a sala. Pois é, ele é famoso pela evasão da sala escura no decorrer de suas películas, embora eu nunca tenha abandonado um filme seu. Seu trabalho não me incomoda, na verdade, me instiga, porque eu sei que se trata de um homem muito inteligente, embora seja pessimista ao extremo.

Após "Filme de Amor" e "Cleópatra", chega "A Erva do Rato", baseado livremente em dois contos de Machado de Assis: Um Esqueleto e A Causa Secreta. De antemão já vou avisando, pois quem avisa amigo é, que será de enorme valia você procurar saber do que se trata tais contos para não correr o risco de abandonar a sala no meio do filme. Dá um google e salve sua sessão.

Mais uma vez a ligação de Bressane com as artes plásticas encontra-se intensa, mas o que realmente chama a atenção, é a presença da literatura, super marcante e decisiva para o desenvolvimento do filme.

Um casal protagonizado pelo ótimo e onipresente do cinema nacional Selton Mello e a atual musa (muito bem escolhida por sinal) de Bressane, a bela e talentosa Alessandra Negrini, se conhecem por acidente em um cemitério. Na cena seguinte já estão juntos em uma sala onde ela conta sua vida para ele e ele promete cuidar dela para sempre.

Não existe sexo nessa relação, mas a submissão feminina ao homem está fortemente presente. De início, nas transcrições literárias ditadas por ele e escritas por ela, onde eles tratam sobre Hércules e Cleópatra e mais adiante, nas fotos eróticas que ele realiza da mulher.

O rato surge para provocar o macho. Além de comer as fotos, ele compartilha uma relação erótica com a mulher. Desperta os desejos dela e provoca a ira do homem.

Aliás, mais uma vez o despudorado Bressane coloca a genitália em foco. Sempre o achei meio tarado. Pedro Cardoso teria um ataque cardíaco se sua mulher fosse convidada para um de seus filmes, mas descobri na conversa com o diretor pós filme, que ele é um tarado com teoria HAHAHA.

Para ele (e McLuhan) hehehe, o humano associa o belo à genitália, ao falo, que tudo que possue forma fálica é mais atrativo e etc, mas o pudor da sociedade atual, torna isso feio.

Os pontos fundamentais do filme estão na relação do Homem com a morte e com os animais. Não estou falando de sociedade protetora e PETA, o âmbito aqui discutido é muito mais filosófico. Enfim...

Confesso que sempre achei seus filmes meio bizarros, mas sua bizarrice atrai e instiga. Você fica pensando: O que virá agora? Isso move o cinema de Bressane. Para ele, o que decretou a morte do Cinema nacional foi querer fazer filme para o público. Público este que vive em função do consumismo. Peguntou-se se ele não estava sendo muito pessimista com relação ao cenário discutido e eis que ele responde: Rapaz, eu sou o pessimismo. HAHAHA.

Pessimista, tarado, polêmico, seja lá o que for, Bressane conquistou seu espaço filmando como sempre quis, filmando aquilo que ele acredita e aquilo que lhe satisfaz. Claro que isso gera confronto com parte do público, ao final alguns até ensaiaram uma vaia, embora a maioria tenha aplaudido. Como não amo e tampouco odeio, confesso que fiquei em cima do muro para discernir melhor sobre a obra após uma maturada. E como sempre, já estou curioso para a próxima insanidade Bressaniana. Acompanhe um rápido diálogo entre espectador e diretor, mais ou menos na íntegra:

Bressane: Machado de Assis achava seus leitores idiotas, gostava de brincar com eles ...

Espectador: À exemplo de Machado, você também acha seus espectadores idiotas?

Bressane: HEHEHE, éeeee, seria muito anti-social dizer isso né. Éeeee, claro que não.

Hahaha, claro que não ...









terça-feira, 2 de junho de 2009

Agreste


Encenação e direção de arte: Marcio Aurelio
Texto: Newton Moreno
Atores: Paulo Marcello e Joca Andreazza
Realização: Companhias Razões Inversas

Finalmente consegui conferir a tão premiada peça. Uma peça alternativa manter-se em cartaz por tanto tempo (ela estreiou em 2004) é algo muito raro de acontecer. "Agreste" já passou pelo Teatro da Aliança Francesa, Cacilda Becker, Teatro Vivo e mais recentemente, estava em cartaz no Espaço Parlapatões. Isso, somente em São Paulo. Teatros diferentes para públicos diferentes, e em todos eles, ela foi bem-sucedida, provando que quando o trabalho é bom, ele atinge à todos.

A peça conta a história de amor de duas pessoas que sofrem com o preconceito e a intolerância da população local. A morte de uma delas no entanto, desencadeia em uma revelação surpreendente que muda o curso da história.

A mistura de narração com representação cria um jogo metonímico e metafórico onde o espectador é convidado a embarcar para o sofrido universo nordestino.

Apesar do nome "Agreste", a peça poderia ser encenada em qualquer região do mundo, afinal, o plot concentra-se no preconceito e na intolerância, e isso, infelizmente, encontramos em qualquer lugar.

Os dois atores que permanecem em cena durante todo o espetáculo, narram e interpretam personagens femininos, mostrando que a questão masculino-feminino possue um limite extremamente tênue, mas ao mesmo tempo, de uma diferença gritante. Interpretam também outros personagens, mostrando uma versatilidade incrível por parte dos ótimos atores.

Temos aqui um excelente texto, isso ninguém pode negar, contudo, a montagem não é de fácil assimilação. Não questiono o trabalho dos atores nem do diretor. Na realidade, não questiono nada, agora que consegui digerir sua mensagem.

"Agreste" não é uma peça que você sai com opinião formada. Não dá pra dizer de imediato, gostei ou não gostei, ela vai além. Ela permanece na sua cabeça por horas e dias. Com certeza, é necessária uma bela maturação para que você consiga opinar.

Agora, já maturado, posso afirmar que "Agreste" é um trabalho extremamente belo e poético. Tudo é poesia no espetáculo e quando vêmos imagens de slides projetadas, podemos pensar que aquilo não combina muito com uma peça que narra o cotidiano de um casal no Sertão, trata-se de antinaturalismo, mas a imagem projetada é de um casebre no agreste, ou seja, tudo pensado nos mínimos detalhes.

Podemos encontrar também no espetáculo, uma grande influência do Teatro "". A delicadeza dos movimentos e a mudança quase que imperceptível de suas expressões, são grandes características desta forma de teatro japonês.

Confesso, está longe de ser uma peça de fácil entendimento e que em um primeiro momento você pode até tecer opiniões precipitadas, mas insisto em dizer que "Agreste", é um espetáculo para ser maturado vagarosamente e quando você menos esperar, ela estará incorporada à você, totalmente deglutida e abençoada. Teatro na essência e poesia pura.

Prêmio Shell de melhor texto/Prêmio APCA de melhor ator e melhor espetáculo (drama).





segunda-feira, 1 de junho de 2009

Gran Torino


EUA/Austrália, 2008

Direção: Clint Eastwood

Arrisco dizer que "Gran Torino" trata-se do filme mais popular dirigido por Clint nos últimos tempos. O filme é fácil, seus personagens não são complexos (talvez Walt o seja um pouco) e o roteiro, apesar de simples, guarda nas entrelinhas a sensibilidade à flor da pele apresentada no excelente "A Menina de Ouro" por exemplo.

Em "Gran Torino", Clint interpreta Walt Kowalski, um velho mal-humorado ao extremo que lutou na Guerra da Coréia. O filme começa com a missa para sua esposa que falecera e dá a entender que com sua ausência, a rotina de Walt será alterada bruscamente. Ele nunca se deu bem com os filhos, tampouco com os netos, todos interesseiros.

Racista, ele não admite a invasão de imigrantes orientais em seu bairro. Vive reclamando e brigando com qualquer um que não se encaixe no estereótipo americano. Odeia carros japoneses, odeia negros, odeia tudo rs.

Seu personagem é muito caricato. Confesso que na hora me veio a lembrança do eterno Charles Bronson em "Desejo de Matar". Ele é o velho durão que não teme nada, não precisa da ajuda de ninguém e que sempre quer fazer justiça com as próprias mãos.

Por ironia do destino, ele aproxima-se de seu vizinho e o toma como pupilo na intenção de ajudar o garoto a safar-se de uma gangue que insiste em pertubar a paz do bairro.

Pois é, o coração do velho durão aos poucos é amolecido por seus novos vizinhos e ele sente-se na obrigação de ajudá-los. Vira um herói para a comunidade, mesmo a contragosto.

Existem passagens ótimas como quando ele leva o pupilo para conhecer seu barbeiro afim de ensiná-lo como um homem de verdade deve se comportar.

O filme não deixa claro o porque de Walt ser tão amargo, mas podemos presumir. Talvez ele se arrependa de ter se afastado da família, mas também não encontra motivação para uma reaproximação. Seus filhos não colaboram para tal e nem ele dá o braço a torcer.

A conclusão inesperada emociona. Clint sabe mexer com os sentimentos do telespectador como poucos diretores. Foi assim com "Meninos e Lobos", "Os Imperdoáveis", "Menina de Ouro" e agora com "Gran Torino". Pode não ser seu melhor filme, mas ainda está muito acima da média.

O bronco Walt Kowalski diverte e emociona. Quem diria...