segunda-feira, 1 de junho de 2009

Gran Torino


EUA/Austrália, 2008

Direção: Clint Eastwood

Arrisco dizer que "Gran Torino" trata-se do filme mais popular dirigido por Clint nos últimos tempos. O filme é fácil, seus personagens não são complexos (talvez Walt o seja um pouco) e o roteiro, apesar de simples, guarda nas entrelinhas a sensibilidade à flor da pele apresentada no excelente "A Menina de Ouro" por exemplo.

Em "Gran Torino", Clint interpreta Walt Kowalski, um velho mal-humorado ao extremo que lutou na Guerra da Coréia. O filme começa com a missa para sua esposa que falecera e dá a entender que com sua ausência, a rotina de Walt será alterada bruscamente. Ele nunca se deu bem com os filhos, tampouco com os netos, todos interesseiros.

Racista, ele não admite a invasão de imigrantes orientais em seu bairro. Vive reclamando e brigando com qualquer um que não se encaixe no estereótipo americano. Odeia carros japoneses, odeia negros, odeia tudo rs.

Seu personagem é muito caricato. Confesso que na hora me veio a lembrança do eterno Charles Bronson em "Desejo de Matar". Ele é o velho durão que não teme nada, não precisa da ajuda de ninguém e que sempre quer fazer justiça com as próprias mãos.

Por ironia do destino, ele aproxima-se de seu vizinho e o toma como pupilo na intenção de ajudar o garoto a safar-se de uma gangue que insiste em pertubar a paz do bairro.

Pois é, o coração do velho durão aos poucos é amolecido por seus novos vizinhos e ele sente-se na obrigação de ajudá-los. Vira um herói para a comunidade, mesmo a contragosto.

Existem passagens ótimas como quando ele leva o pupilo para conhecer seu barbeiro afim de ensiná-lo como um homem de verdade deve se comportar.

O filme não deixa claro o porque de Walt ser tão amargo, mas podemos presumir. Talvez ele se arrependa de ter se afastado da família, mas também não encontra motivação para uma reaproximação. Seus filhos não colaboram para tal e nem ele dá o braço a torcer.

A conclusão inesperada emociona. Clint sabe mexer com os sentimentos do telespectador como poucos diretores. Foi assim com "Meninos e Lobos", "Os Imperdoáveis", "Menina de Ouro" e agora com "Gran Torino". Pode não ser seu melhor filme, mas ainda está muito acima da média.

O bronco Walt Kowalski diverte e emociona. Quem diria...






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