domingo, 22 de fevereiro de 2009

O Casamento de Rachel


EUA, 2008
Direção: Jonathan Demme


O diretor de filmes consagrados como "O Silêncio dos Inocentes" e "Philadelphia" cansou das superproduções e resolveu ser independente, ainda que por um filme rs.

Só que Demme quis ser tão fiel ao espírito de guerrilla das produções deste genêro, que trouxe consigo todos os cacoetes do cinema independente. Câmera na mão que dá tontura, quadros bizarros e atuações em altos decibéis. Caro Demme, não trata-se de uma fórmula e o seu filme ficou chato e pouco original.

Anne Hathaway está concorrendo ao Oscar de atriz pelo filme. Ela realmente é uma atriz que vem crescendo muito e até acho que sua hora irá chegar, mas sua personagem é tão chata! Uma mulher deprê com mania de perseguição em tratamento contra as drogas e que vive chorando. Um óóóó!

Ela sai da clínica apenas para o casamento de sua irmã, a Rachel do filme. Chegando em casa o clima já muda. Iiii, chegou a louca, escondam as facas e os fosfóros. E ela não faz por menos, arruma barraco com a irmã que está prestes a casar, com a melhor amiga da irmã, com sua mãe, com seu pai ... Vixi, a mulher é um porre! E la vem a velha história da lavação de roupa suja nos momentos mais inapropriados.

Pra falar a verdade, a melhor coisa do filme foi a sala onde fui confêri-lo. Resolvi dar um capricho para mim mesmo e fui conhecer a sala Premier do shopping Cidade Jardim. Uma beleza viu, você fica todo esticadão e se o filme for ruim dá até pra tirar um cochilo. Pena que eu tinha acordado tarde hahaha. Mas não vale a facada não. Vá uma vez e ja tá muito bom. A sala que realmente conquistou meu coração das mais recentes é a Sala 10 do shopping Bourbon Pompéia. A sala é usada para lançamentos e não possui mais do que 30 super confortáveis e espaçosas poltronas, além de um super sofá. E o melhor de tudo isso, é que você não paga nada a mais pelo conforto. Uma maravilha.

Mas voltando ao Casamento de Rachel, o filme é fraquinho viu. Além de chato. Demme vai ter que assistir a muitos filmes franceses para conseguir abordar este tema de maneira um pouco mais realista e convicente. Estes sim, verdadeiros mestres nos filmes que tratam das interpéries familiares.




Quem Quer Ser Um Milionário?


Inglaterra, 2008
Direção: Danny Boyle

Tá difícil de acreditar caros amigos(as), mas o Oscar deste ano está dividido entre "O Curioso caso de Benjamin "Forrest Gump" Button" e está fábula indiana, que é um verdadeiro retalho de outras produções, ou se preferir, uma homenagem as obras, muito fidedigna por sinal, que influenciaram o Diretor de "Trainspotting" e "A Praia".

A sequência inicial é uma verdadeira ode à "Cidade de Deus". Crinças faveladas sendo perseguidas por policiais nos becos da favela e a fotografia extremamente quente não deixam dúvidas da influência de "City of God". Não faltou nem a galinha hahaha!

Danny Boyle odeia a comparação, mas quer saber, quem deveria ficar ofendido é Fernandinho Meirelles, afinal, "Cidade de Deus" é infinitamente superior a "Quem Quer Ser Um Milionário?"

O filme conta a trajetória de 3 crianças de rua até atingirem a maturidade. As dificuldades e agruras pelas quais crianças de rua passam. Pois é. É o favela movie tupiniquim fazendo escola. Confesso que não sinto orgulho algum nisso.

O personagem principal é Jamal Malik, que nunca esqueceu seu amor de infância e foi traído pelo próprio irmão. Jamal é chamado para participar do Show do Milhão local e o rapaz vira uma celebridade em toda Índia, afinal, o até então favelado que serve chá em uma empresa de telemarketing está prestes a se tornar um milionário. Trata-se da ascensão do mais fraco e todos os oprimidos da Índia se veêm na figura de Jamal. Basta ele ganhar para tornar-se um herói local.

Achei o filme ruim, sem alma. Trata-se de um apanhado cheio de clichês sobre a miséria. Um verdadeiro clipão onde tudo soa artificial. Um filme difícil de se envolver, praticamente impossível. A edição é boa, a fotografia é boa, mas o roteiro, os atores e a direção não convencem muito. Principalmente o roteiro bizarro que poderia ter poupado os espectadores de cenas grotescas como quando Jamal ainda criança, literalmente se joga na merda para conseguir o autógrafo de um astro do cinema local. Boyle tenta tirar graça de uma cena como essa. Um humor muito baixo.

Tudo é previsível, tudo soa falso e forçado. O desfecho então ... Acho que beira o ridículo e quem achou a dancinha dos créditos muito legal, vá ver "Zatoichi" e você descobrirá que Mr. Danny Boyle está menosprezando os apaixonados pela Sétima Arte, mostrando-se um homem de idéias pouco originais, para não dizer aproveitador. Ele deveria ficar feliz pela comparação com "Cidade de Deus" e parem o mundo que eu quero descer se "Quem Quer Ser Um Milionário? " for o vencedor desta noite!

Indicações:

Filme/Diretor/Roteiro Adaptado/Fotografia/Edição/Trilha Sonora/Canção/Edição de Som/Mixagem de Som.




Milk


EUA, 2008
Direção: Gus Van Sant

Esqueça O Gus Van Sant de "Elefante" e "Paranoid Park". O Van Sant de "Milk" é um tanto diferente. Mais próximo do que a indústria cinematográfica americana costuma chamar de "aceitável" para seus padrões. Menos ácido e mais comercial, mas nem por isso, menos polêmico, no que diz respeito ao tema pelo menos.

Em "Milk", Gus apresenta a história de Harvey Milk. O primeiro político gay assumido a ser eleito na América. Ele é interpretado magistralmente por Sean Penn. Que ator meus senhores. O homem dá um banho de interpretação e praticamente leva nas costas a obra de Van Sant.

Cansado das injustiças contra os homossexuais, Harvey se manda da até então retrógrada New York, onde nunca tivera coragem de sair do armário para a cidade de San Frascisco. Acompanhado de seu namorado interpretado por James Franco, dão início a uma verdadeira revolução. Primeiramente no bairro local onde vivem e depois para todo o país.

Milk torna-se o defensor das minorias e é baseado nelas que angaria seus eleitores. Foram inúmeras tentativas até conseguir finalmente ser eleito. Até parece uma história bem conhecida em nosso Brasil, só que o homem não era gay rs.

Contracenando na contramão das propostas de Milk, aparece o personagem de Josh Brolin, que sinceramente, não sei porque foi indicado. Trata-se de um excelente ator que vem ganhando respeito filme após filme, mas confesso que seu trabalho do ano passado em "Onde os Fracos Não Tem Vez", foi muito superior a este e ele não foi indicado. Enfim, coisas da Academia.

Além de James Franco temos o problemático namorado latino interpretado por Diego Luna. Personagem desnessário no meu ver, além de chato.

Apesar de retratar um ativista gay, Gus está mais comportado do que nunca e as cenas de sexo e beijos entre homossexuais praticamente inexistem. Escolha bem feita, uma vez que o foco nos ideais de Harvey era o melhor a ser feito.

É difícil acreditar que a homossexualidade era tratada como uma doença. Na verdade, ainda hoje trata-se de um grande tabu. Mas naquele tempo, fim dos anos 60 começo dos 70, o assunto era tratado de maneira totalmente abominável. Chegaram a fazer um reverendo para que todos os professores gays fossem demitidos. A justificativa era que eles colocariam suas idéias homossexuais na cabecinha inocente das crianças, resultando em uma geração de seres repugnantes e doentes. Quanta ignorância. E o maior culpado de tudo quem era? quem era? A Igreja católica é claro. Dona de toda moral e verdade. Como se alguns padres não adorassem um coroinha não é mesmo. Hipocrisia pura.

E claro, como todos os grandes homens que tentaram mudar o mundo para que ele fosse um lugar mais justo para todos, seu fim não é dos melhores. A máquina vem e passa por cima de todos que vão contra seus interesses. Mas ele plantou a semente e sua coragem mudou muitas vidas.

Mas falemos de coisas mais agradáveis. Apesar de mais comercial, Gus faz um filme onde é possível ver sua marca, principalmente na ótima direção. Apesar de gay, nada é afetado e o roteiro é muito bom. Sean Penn dispensa comentários. Temos então, um bom filme. Melhor que todos os outros concorrentes que estão em cartaz no Brasil. Pode conferir.

Indicações:

Filme/Direção/Ator/Ator Coadjuvante/Roteiro Original/Edição/Figurino/Trilha Sonora.




sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

The Wrestler - Bruce Springsteen

O blog está em clima de Oscar, então para aclimatar ainda mais, estou incluindo na Radio Trilha a linda canção "The Wrestler", de Mr. Bruce "The Boss" Springsteen. Canção essa encomendada pelo seu amigo Mickey Rourke. Enjoy it!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

And the Oscar goes to ...


Está chegando a hora cinéfilos tupiniquims. Tá certo que este ano fizeram muito pouco caso de nós. Não poderemos conferir todos os indicados e ainda por cima tivemos a decepção de saber que a cerimônia não será transmitida devido a maior audiência que bundas e torsos nús proporcionam a "toda poderosa". Pois é, infelizmente não me surpreendi. Cultura não vale nada nesse páis mesmo.

Fico triste porque sei que a maioria das pessoas não dispõem de tv por assinatura. Sim, somos minoria e ao falar com meu amigo Sr. José esta semana, fiquei muito triste com seu desabafo de decepção. Mas isso é Brasil né meus amigos. Parece que não muda nunca.

Mas chega de lamúrias e vamos ao que interessa. Apesar de não poder conferir tudo, já deu pra ter uma idéia do que vai acontecer. Então vamos tentar pensar com a cabeça de um membro da Academia para adivinhar os vencedores deste ano. A primeira opção será sempre a que eu acho que saíra vitoriosa segundo os critérios da Academia e a segunda, o meu favorito e que eu acho que deveria ganhar. Vamos brincar?

Melhor Filme:

- O Curioso Caso de Benjamin Button
- O Leitor
- Milk
- Frost/Nixon
- Quem quer ser um Milionário?

Quem leva: O Curioso Caso de Benjamin Button
Quem deveria levar: Ficou faltando Frost/Nixon para avaliar. Dos outros 4, acredito que "Milk" seja o melhor filme. Mas a grande verdade, é que esta edição é das piores da história do Festival e todos os concorrentes são bem medianos.

Explicação: O Leitor, Milk e Frost/Nixon são filmes praticamente independentes e de baixo orçamento comparados à Benjamin por exemplo. Lembre-se que quem vota, são os membros da indústria e quanto mais empregos os filmes gerarem, mais simpatia ganha de seus membros. Quem quer ser um Milionário? foi filmado na Índia com uma equipe praticamente local, logo, houve pouca participação da mão de obra americana, o que não agrada nem um pouco os votantes.

Melhor Diretor:

- David Fincher - O Curioso Caso de Benjamin Button
- Ron Howard - Frost/Nixon
- Gus Van Sant - Milk
- Stephen Daldry - O Leitor
- Danny Boyle - Quem quer ser um Milionário?

Quem leva: David Fincher
Quem deveria levar: Gus Van Sant

Explicação: Ron Howard levou a estatueta a pouco por "Uma Mente Brilhante" e está praticamente fora da disputa. Gus Van Sant é por natureza um diretor meio marginal, além de ser totalmente independente. O Leitor não é um filme que a Academia morra de amores. Sobraram dois e pelos motivos que dei na explicação de melhor filme, David Fincher deve levar a estatueta. A Academia quer que Benjamin Button seja o queridinho da hora.

Melhor Ator:

- Richard Jenkins - The Visitor
- Frank Langella - Frost/Nixon
- Sean Penn - Milk
- Brad Pitt - O Curioso Caso de Benjamin Button
- Mickey Rourke - O Lutador

Quem leva: Brad Pitt
Quem deveria levar: Mickey Rourke

Explicação: Dizem que o trabalho de Richard Jenkins está maravilhoso, mas como não estreou por aqui ... Sean Penn levou recentemente por "Sobre Meninos e Lobos". Frank Langella não deve ter muitas chances. Mickey Rourke está renascendo agora e a Academia acha que a indicação já esta de bom tamanho. Pois é, vai dar Brad Pitt. A possibilidade, ainda que mínima, de acontecer uma dobradinha Pitt/Jolie ajuda, mas a Academia também reconhece o esforço de Pitt em ser um bom ator e o trabalho que vem desenvolvendo em prol da indústria. Qualquer outro resultado será uma surpresa.

Melhor Ator Coadjuvante:

- Josh Brolin - Milk
- Robert Downey Jr. - Tropical Thunder
- Philip Seymour Hoffman - Doubt
- Heath Ledger - Batman, O Cavaleiro das Trevas
- Michael Shannon - Revolutionary Road

Quem leva - Heath Ledger
Quem deveria levar - Heath Ledger

Explicação: Trata-se da primeira indicação de Brolin, que deveria ter sido indicado pelo ótimo "Onde os Fracos não Tem Vez". Não vai ser agora ainda. O mesmo serve para Michael Shannon. Hoffman foi agraciado à pouco por "Capote" e o trabalho de Downey Jr. em "Topical Thunder" apesar de bom, não explora esse excelente ator como poderia. Heath Ledger é a barbada deste ano, ainda mais que a Academia adora homenagens póstumas.

Melhor Atriz:

- Anne Hathaway - O Casamento de Rachel
- Angelina Jolie - Changeling
- Melissa Leo - Frozen River
- Meryl Streep - Doubt
- Kate Winslet - O Leitor

Quem leva - Kate Winslet
Quem deveria levar - Kate Winslet

Explicação: Anne Hathaway já mostrou que tem futuro e sabe transitar muito bem entre personagens mais pop como "O Diabo Veste Prada" e agora a problemática irmã de Rachel. Sua hora vai chegar, mas não vai ser agora. Parece que o trabalho de Jolie é muito bom, mas não, a dobradinha do casal mais famoso de Hollywood não vai acontecer. Melissa Leo é a azarona da vez. Meryl Streep, recordista de indicações, está acima de qualquer suspeita e apesar de já fazer bastante tempo, mais precisamente 26 anos, desde que levou o prêmio por "A Escolha de Sofia", ela não precisa provar mais nada. Winslet por sua vez, já bateu na trave por 5 ocasiões e saiu com sorriso amarelo, mas desta vez, sinto que algo de muito bom a aguarda. E merecidamente.

Melhor Atriz Coadjuvante:

- Amy Adams - Doubt
- Viola Davis - Doubt
- Penélope Cruz - Vicky Cristina Barcelona
- Taraji P. Henson - O Curioso Caso de Benjamin Button
- Marisa Tomei - O Lutador

Quem leva: Taraji P. Henson
Quem deveria levar: Amy Adams

Explicação: Penélope Cruz já provou que além de linda, também é uma grande atriz, mas acredito que a indicação ja esteja de bom tamanho. Marisa Tomei esta renascendo, após chegar ao auge com "Meu Primo Vinny" no já distante ano de 1992. Viola Davis fez um excelente trabalho, mas não o suficiente para levar. Amy Adams sim, esta maravilhosa no papel da freirinha inocente e deveria levar, mas como o Oscar nunca foi justo ... Sobrou para Taraji P. Henson, que não vou mentir, esta muito bem em Benjamin e é a melhor coisa do filme, mas não supera o trabalho de Amy. Contudo, como já disse, Benjamin é a bola da vez e a Academia não irá hesitar em dar esta forcinha, pelo contrário.

Outras apostas:

Melhor Animação - Wall-E (barbada)
Direção de Arte - O Curioso Caso de Benjamin Button
Fotografia - Quem quer ser um Milionário?
Figurino - O Curioso Caso de Benjamin Button
Edição - Quem quer ser um Milionário?
Maquiagem - O Curioso Caso de Benjamin Button
Efeitos Visuais - O Curioso Caso de Benjamin Button

Não tenho mais dúvidas de que Benjamin será o grande vencedor da cerimônia. Se é justo? Acho que não, mas como já disse, o Oscar nunca foi justo.

Dúvida

USA, 2008
Direção: Jonh Patrick Shanley
Como só estrearam por aqui dois dos candidatos à melhor filme, já comentados no blog, resta a nós brasileiros conferir os filmes que obtiveram outras indicações, como as de melhor ator e melhor atriz. E neste quesito, sem dúvida, este filme é o campeão, afinal, foram 4 indicações.
O filme se passa em 1964 em uma escola católica. Meryl Streep sempre ótima, faz o papel da diretora carrasca. Ela não é uma freira, é uma bruxa perversa e rancorosa que impõe medo nos alunos. O gordinho Philip Seymour Hoffman faz o papel do padre bonzinho e moderno, que quer reaproximar a paróquia de sua comunidade adotando idéias pouco bem-vindas a pré-histórica igreja católica.
Ainda temos a simpática irmã interpretada pela bonitinha Amy Adams. Aliás, a melhor das interpretações no meu ver, afinal, os outros dois já citados dispensam comentários.
A irmã interpretada por Meryl é ortodoxa ao extremo e não gosta do jeito moderninho de ser do Padre Hoffman, que cultiva belas unhas, gosta de açucar e bebe vinho. Mas mesmo não aprovando sua maneira de ser, ela sabe que quem manda na Igreja são os homens. Ela pede então para que todas as irmãs fiquem de olhos bem abertos para qualquer movimento suspeito do famigerado padre.
A inocente irmã Amy Adams vê algo que desperta suas suspeitas e vai correndo contar tudo para a irmã bruxa Meryl Streep. Era tudo que ela queria. Ela então convoca o padre para um téte a téte, o clima esquenta e está declarada a guerra. Mesmo sem provas, ela acusa o padre publicamente de pedofilia.
O filme não mostra nada explicitamente, querendo gerar a dúvida no espectador também.
Trata-se de um filme de ator. As interpretações são ótimas e mereceram as indicações. Confesso que Amy Adams surpreendeu-me muito positivamente e outra bela surpresa foram os 10 minutos de Viola Davis, a mãe do garoto supostamente abusado. Sua breve aparição no diálogo com a irmã bruxa foi o suficiente para lhe render a indicação de atriz coadjuvante.
O filme contudo é previsível e a conclusão me decepcionou. Achei bem fraca. Com atores de tamanho calibre, fica difícil observar o trabalho do diretor e o roteiro adaptado não me convenceu.
Fora as interpretações, destaco a cena do jantar dos padres, cheio de cigarros, bebida e muitas risadas, seguida do jantar ao melhor estilo velório das freiras. Destaque também para os belos sermões do padre Hoffman.
Se você quiser ver somente ótimas interpretações, este é o filme. Mas ele resume-se a isso. Um filme de atores.
Indicações: Melhor ator/Melhor atriz/ 2 indicadas a melhor atriz coadjuvante/Roteiro adaptado.





terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Viva 2006!

Queridos amigos leitores, desejo um ótimo ano para todos. Algo me diz que esse ano será maravilhoso, principalmente no aspecto cinematográfico, em especial para a produção nacional. 2005 apresentou novos nomes que prometem concretizar a nova cara do cinema nacional em 2006. Sangue novo é o que precisamos e tenho certeza que as novidades não nos decepcionarão. É isso ai. Nunca desista. Podemos andar devagar, mas nunca para trás!!!!! Viva 2006, Viva o cinema.

postado em 12/01/2006 no O Critico Sou Eu.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Lutador

EUA, 2008
Direção: Darren Aronofsky


THE RAM! THE RAM! THE RAM! Salve, salve meus caros amigos(as). Mickey Rourke voltou e não está para brincadeira. Temos aqui o filme que tem tudo para ser o xodó de 2008. Não se trata de um filme impecável ou fabuloso, mas vira e mexe, sempre aparece aquele filme que conquista nosso coração e reserva seu cantinho por ali. Pois bem, "O Lutador" teve este efeito sobre minha pessoa.

Após escolhas erradas na carreira (ele recusou participar de "Pulp Fiction") e totalmente deformado pelas pancadas do boxe e plásticas medonhas, o galã de outrora de filmes como "9 e 1/2 Semanas de Amor" e "Coração Satânico", voltou com tudo.

"O Lutador" conta a história de um lutador de wrestler, luta -livre, telecatch ou como queiram, que foi muito famoso na década de 80 e agora vive no ostracismo, vivendo de sua glória do passado e fazendo bicos em um supermercado.

Inicialmente o papel tinha sido oferececido para Nicolas Cage, mas ao saber do filme, Rourke entrou em contato com o diretor para abocanhar o papel. A troca foi uma grande jogada de Darren, uma vez que sem Mickey Rourke com certeza este filme não teria a mesma força e impacto.

Parace até autobiográfico não é mesmo? Afinal, a carreira de Rourke também chegou a beirar o esquecimento após seu surgimento como grande galã dos anos 80. Após retomar a carreira de ator com um pequeno papel em "Sin City", ele agora pretende mudar o rumo da história e é com certeza, um dos grandes favoritos ao Oscar de melhor ator, ainda mais após arrebatar o mesmo prêmio no Globo de Ouro. Temos outros grandes concorrentes como Sean Penn e Philip Seymour Hoffman, mas esses já são figurinhas carimbadas e a Academia adora esses casos de volta por cima, então acredito que ele saia com a estatueta, ao menos irei torcer muito para ele.

Do mesmo diretor de "Requiém para um Sonho" e "Pi", este drama sobre Randy "The Ram", vai fundo nas dificuldades encontradas para se reerguer na vida após a queda, ainda mais quando você conheceu o topo e foi rei. A idade pesa, o corpo já não corresponde mais e você começa a fazer uma avaliação de sua vida, de seus atos e descobre que certas coisas são muito difíceis de se mudar, como o relacionamento de pai e filha. As vezes, uma segunda chance é oferecida e um erro desta vez, pode ser fatal.

Ainda temos a presença da bela Marisa Tomei, atriz que também era uma grande promessa quando surgiu com "Meu Primo Vinny" e perdeu-se no caminho. Reapareceu recentemente no ótimo "Antes que o Diabo Saiba que Você esta Morto" e ja ganhou indicações graças ao seu papel de stripper em "O Lutador". Taí o casal perfeito.

A sequência dos dois em um bar falando sobre os anos 80 é ótima. Aliás, a trilha não poderia ser outra a não ser o bom e velho rock n´roll. Temos então Guns n´Roses e AC/DC a deliciar nossos ouvidos embalando imagens que parecem terem sido feitas para acompanhar a música. E não posso esquecer de mencionar a maravilhosa canção do "The Boss" Bruce Springsteen executada já nos créditos, que venceu o Globo de Ouro também.

Emocionante, saudosista, verdadeiro e crú. Bom roteiro, ótima direção e atuações dignas de grandes prêmios, principalmente a de Rourke, no mínimo, memorável. Taí o meu mais novo xodózinho das telonas. THE RAM! THE RAM! THE RAM!

Indicações:

Melhor ator/ Melhor atriz coadjuvante






quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Leitor


Alemanha/EUA, 2008
Direção: Stephen Daldry


Será Kate Winslet a nova Meryl Streep? Se depender do quesito "indicações ao Oscar" com certeza. Já até perdi a conta do número de indicações que Meryl recebeu, sempre merecidas diga-se por sinal. E Kate segue no mesmo caminho, com muita justiça. Duas excelentes atrizes de gerações distintas.
"O Leitor" conta a história da relação entre um adolescente e uma cobradora de bonde, muita mais velha interpretada por Kate. O encontro casual toma proporções maiores. O menino está apaixonado e nunca esteve tão confiante perante sua masculinidade. A personagem de Kate no entanto, parece não dividir os mesmos sentimentos.
Todas as tardes eles se encontram no apartamento dela. Fazem amor e lêem, quer dizer, ele lê para ela. Uma de suas exigências é que ele sempre traga algo para ler para ela. Kate mostra-se uma mulher muito fechada e que não tolera que invadam sua vida privada, nem mesmo o garoto. Seus encontros estão restritos ao apartamento ou a alguma eventual viagem onde ninguém a conheça. E assim se passa este amor de verão.
De repente, a personagem de Kate some do mapa sem dar satisfação. O menino sofre e tenta esquecê-la, coisa que nunca conseguiu por completo.
O filme se passa durante o fim da 2° Guerra Mundial. O menino que agora esta na faculdade de direito, reencontra seu passado na corte, onde a personagem de Kate está sendo julgada por crimes de guerra. Ela é acusada de deixar morrer incendiados mais de 200 prisioneiras em Auschwitz. Todas as provas são muito convincentes contra ela e somente o agora rapaz poderia intervir ao revelar um segredo que ela sempre guardou por vergonha. Segredo que ele descobriu 8 anos depois por suposição. Trata-se da prova crucial para livra-lá da prisão perpétua, contudo, ela prefere a reclusão à sentir-se ridicularizada. E uma vez que a própria decide não expô-lo, o rapaz fica então sem poder o que fazer.
Ainda temos a parte final da película com uma cena de arrepiar, com ela já na prisão, velha e solitária. Ela recebe uma caixa com várias fitas cassetes. Fitas essas que proporcionarão aos seus ouvidos e principalmente ao seu coração um conforto que a muito não sentia.
Dizem que trata-se do azarão na corrida ao Oscar. Como só consegui conferir "Benjamin Button", mesmo porque os outros indicados ainda não entraram em cartaz (QUE VERGONHA!), posso afirmar que "O Leitor" é um filme muito superior ao de David Fincher. O roteiro é mto bom, muito bem traçado e resolvido, além de abordar de maneira muito original um tema tão desgastado como o Nazismo. Kate dispensa comentários, ela esta cada vez melhor. O ator que faz o garoto apaixonado também faz um bom trabalho. A fotografia, a relação proibida dos dois, o jogo de erotismo e até um certo tabu da relação entre uma mulher muito mais velha e um adolescente, e ainda algumas surpresas, dão a garantia de um programa acima da média. Um belo filme, pra gente grande!
indicações:
filme/direção/atriz/roteiro adaptado/fotografia






segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button


EUA,2008
Direção: David Fincher


Finalmente consegui conferir o tão comentado filme. Se for no fim de semana, recomendo que vá a primeira sessão (costuma ser mais tranquila). Mas ao mesmo tempo, não fique tão agoniado para confêri-lo, o filme não é tudo isso.

Ele conta a história surreal de Benjamin Button, um homem que nasce velho e vai rejuvenescendo. Quando nasce, seu pai acredita que aquela criança deva ser uma aberração (realmente ela é muito feia) e após uma tentativa frustrada de matá-la, ele a deixa na porta de um lar de idosos. O pequeno velho rebento é então adotado pela responsável do asilo onde conviverá com seus moradores e conhecerá a mulher de sua vida.

Que destino cruel. Benjamin é um velho jovem em um asilo, ou seja, todas as pessoas com que ele convive e aprende a amar, vão se esvaindo de sua vida. Ao mesmo tempo em que ele vai ficando mais jovem, seus amigos vão morrendo. Ele resolve então partir para descobrir o que o mundo lhe reserva. Vai para a guerra, conhece mulheres, aprende a beber e claro, retorna para o lar como todo bom filho.

Temos então o tipíco filme que a Academia adora: Um épico fantasioso de quase 3 horas de duração. Mas sinceramente, não sei o porque de tanta babação em cima dele. Trata-se de um bom filme, uma diversão justa, mas está longe de ser um GRANDE filme. E ainda temos a questão do plágio. Auto-plágio define melhor. Como assim?! Pois é meus amigos, eu também desconhecia esta história até meu amigo Daniel do Blog parceiro BalaioBaio revelar-me o "escandâlo" rs.

O roteirista (Eric Roth) de Benjamin Button é o mesmo de Forrest Gump. Certo e daí? Bem, realmente se você vai conferir o filme desconhecendo esta teoria, talvez passe despercebido. Você vai sair com uma sensação de déja vu, mas não irá perceber nada de muito estranho. Mas se você vai já sabendo da teoria, é impossível não encontrar as semelhanças.

Eric transpôs para o conto de F. Scott Fitzgerald muitos dos elementos que tornaram Forrest Gump um filme inesquecível, ao menos para minha geração. Um homem excepcional, o amor de infância, a passagem pela guerra, o retorno para casa e até mesmo sua experiência como marinheiro com um capitão bêbado. Triste né? Eu acho. E extremamente oportunista.

Vejam bem, o filme não é ruim. Trata-se de uma superprodução, a maquiagem e os efeitos surpreendem. As atuações também estão ótimas, Brad Pitt mereceu a indicação, mas o roteiro é totalmente previsível, além de ser praticamente uma cópia, ainda que sutil, de Forrest Gump.

Realmente não cabem aqui as 13 indicações e a Academia dará um passo para trás caso Benjamin venha a receber a estatueta de melhor filme. Após a premiação do ótimo "Onde os Fracos não tem Vez" no ano passado, dar a estatueta para Benjamin representaria o retorno da caretice de seus membros. Trata-se do festival mais famoso e glamouroso, mas esta longe de ser o de maior credibilidade.

O mundo está cheio de novos e ótimos cineastas, e realizar um festival tão fechado não condiz com a realidade atual da Sétima Arte onde tantas parcerias intercontinentais vem ocorrendo. Prefiro ficar com Berlinale e Veneza. Realmente, os europeus sempre estiveram um passo a frente e sabem reconhecer um grande filme, independente de sua origem.

Talvez para os cinéfilos que estejam sendo formados neste momento, Benjamin seja a representação de um excelente filme, mas o encanto será quebrado assim que ele for apresentado para "Forrest Gump". É triste, mas é a realidade.

Confira as 13 indicações:

- Filme/Direção/Ator/Atriz Coadjuvante/Roteiro Adaptado/Direção de Arte/Fotografia/Figurino/Edição/Maquiagem/Trilha/Mixagem de Som/Efeitos Visuais.



Trailer oficial


Trailer da conspiração

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Joy Division e Nina Simone

A trilha de "Amor à Flor da Pele" fez sucesso. Também pudera, trata-se de um trabalho fenomenal e belo. Mas ja faz um tempinho que ela anda tocando no blog e já esta na hora de acrescentar novas canções. Mas não precisa ficar triste pois ela continuará disponível .

Estou acrescentando 3 novas canções, uma do Joy Division "Love Will Tear Us Apart" do ótimo "Control" e duas canções da eterna e maravilhosa diva Nina Simone. A primeira é "Feeling Good" e a outra "Sinnerman", ambas na trilha do excelente filme italiano "Mundo Novo".

Puro deleite para ouvidos exigentes e sensíveis. Divirtam-se. "Sinnerman" é simplesmente DIVINA!

Confira os filmes que tocam na Radio Trilha:

- Back to the Future (De Volta para o Futuro) - "The Power of Love"
- Control - "Love Will Tear Us Apart"
- Ferris Bueller´s Day Off (Curtindo a Vida Adoidado) - "Oh, Yeah!"
- In the Mood for Love (Amor à Flor da Pele) - 17 músicas
- Into the Wild (Na Natureza Selvagem) - completa
- Nuovo Mundo (Mundo Novo) - "Feeling Good" e "Sinnerman"
- Once (Apenas uma Vez) - 5 músicas
- The Talented Mr. Ripley (O Talentoso Ripley) - "Tu Vuo Fa Lamericano"

Juventude

Brasil, 2008
Direção: Domingos Oliveira


Este filme foi umas das minhas frustrações da última Mostra de Cinema de São Paulo. Por quê? Porque era um dos filmes que eu mais queria ver e além das poucas sessões, todas estavam sempre lotadas. Só por isso. O filme é simplesmente M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!

3 amigos de infância resolvem se reunir por um fim de semana onde eles matarão as saudades dos velhos tempos, falarão do presente e divagarão sobre o futuro. 3 amigos beirando a 3° idade. Eles vão beber (muito), conversar, trocar confidências e até brigar.

Trata-se da estréia como ator do consagrado diretor teatral Aderbal Freire Filho. Ainda fazem parte da trinca o excelente Paulo José e o próprio Domingos Oliveira.

Admiro o trabalho de Domingos Oliveira que sempre roda seus filmes, com dinheiro ou não, (normalmente sem) e anda produzindo muito ultimamente. Além do bom "Carreiras" que teve pré-estréia no Canal Brasil a uns 2 anos eu acho, ainda temos "Todo Mundo tem Problemas Sexuais" que também estava na Mostra e deve estrear ainda no primeiro semestre.

O roteiro de "Juventude" é lindo. Diálogos inteligentes, emocionantes, engraçados, ácidos e sinceros. A interpretação da trinca de atores é algo difícil de encontrar tamanho entrosamento disposto na tela. O fato de ser quase autobiográfico, faz com que os sentimentos se aflorem. Em dado momento o personagem de Domingos diz que ainda quer fazer tanta coisa, tem tantas idéias. E na vida real, realmente o vem fazendo. Sorte a nossa!

3 grandes amigos recordando grandes momentos e divertindo-se como se não houvesse amanhã. 3 velhos de 70 anos que voltam a ser crianças através da simples presença de um colega de infância.

Apesar de ter sido filmado pela lenda da fotografia Dib Lufti que filmou com Glauber Rocha, a produção mostra-se meio tosca. As imagens não são tão belas, tecnicamente falando. Tem ainda a fala arrastada de Domingos que chega a ser incompreensível em alguns momentos, mas a beleza está lá. Na força dos atores e na força do belo roteiro. Para nós homens então, é impossível não se identificar com um dos 3 personagens. Mas como eu, um belo raparigo de 30 anos vou me identificar com um velho de 70? Certas coisas nunca mudam meu caro. A amizade sincera entre homens é uma delas. Você pode ficar 10, 20, 30 anos sem ver aquele amigo. Mas quando acontece o reencontro, o tempo volta atrás.

Confesso que fui as lágrimas. O filme realmente emociona. E ver 3 mestres deste porte em ação, não é algo que deva-se desperdiçar. Infelizmente o filme não teve muito dinheiro para o lançamento, o que faz com que ele se restrinja a uma platéia de cinéfilos, mas recomendo para todos. Esquece um pouco o Oscar. "Se eu Fosse Você 2" vai sair em dvd, vai passar na tv e na "Grobo" é claro. Prestigie as cabeças pensantes do nosso cinema e do nosso Brasil. Juventude não é o tipo de filme que você vai encontrar na Blockbuster. Então meu amigo, não perca. "O melhor é ter ideais, nem que seja para perdê-los e sair procurando outros ...".




Marley e Eu

EUA, 2008
Direção: David Frankel


Já fazia um belo tempo que eu não fazia isso: Ir à um shopping em pleno sábado para pegar um cineminha. Costumo frequentar os cinemas de rua, mais especificamente os da região da Paulista e os poucos cinemas de bairro, como o IG Cine e a Sala Uol, mas naquele Sábado em especial, eu estava com uma certa preguiça de me deslocar até a Paulista (não moro perto) e como o filme que eu pretendia ver estava em um shopping perto de casa, resolvi arriscar.

O filme em questão era "O Curioso Caso de Benjamin Button". Ao chegar perto da bilheteria deparei-me com uma fila desagrádável e ao chegar no meio soltam um aviso dizendo que a sessão de Benjamin estava lotada. Que que eu vim fazer aqui, pensei. Como não havia tempo de ir para outro cinema e eu teria que pagar o estacionamento, resolvi ficar por ali mesmo e encarar "Marley e Eu".

Pra ser sincero eu estava curioso sim para assistir ao filme canino, mas ele não estava entre minhas prioridades.

Estava curioso porque eu li o livro. CREDO! você leu o livro? Pois é, eu li e ainda fui ver o filme! Não vou dizer que se trata de um primor da literatura, tampouco uma obra master do Cinema, mas poxa, deem uma brecha vai! Se eu não fosse um APAIXONADO por cachorro (tenho 3) provavelmente não estaria nem aí, mas não é o caso.

Mesmo quem não leu o livro sabe do que trata a história. Jovem casal de jornalistas, o bom Owen Wilson e a sem sal Jennifer Aniston, compram um labrador, afinal, seria um bom teste para os pimpolhos que viriam futuramente.

O filme não é somente um cachorro louco e babão aprontando todas, tem isso também, mas ele vai além. O foco está nas escolhas que fazemos para nossas vidas. Criar uma família ou satisfazer meus anseios? Poxa, não dá pra conciliar os dois? Difícil companheiro. Quando você tem um filho, tudo muda. Você passa a viver não mais para você e sim para aquele pequeno anjo. Viagens de trabalho, cobertura do tráfico na Colômbia, esquece, você agora tem uma pessoinha que não dá um passo sem sua ajuda. Então o personagem de Owen vê-se de frente para esta nova realidade. Ele recebe um convite do amigo eterno galanteador e solteirão convicto para realizar uma reportagem especial para o New York Times. É tudo o que ele sempre quis, mas o que dizer para a mulher que está pronta para ser mãe? Em dado momento ele diáloga com Marley (pois é, eu também falo com os meus dogs) e pergunta? Marley, as vezes você não tem a sensação de que não fez tudo que queria? Também tem a depressão pós parto enfrentada pela personagem de Jennifer. Cuidar de 3 crianças pequenas mais um cachorro louco não é pra qualquer um e em algum momento a barra vai pesar, é questão de tempo. O casal tem que ser forte e o homem muito compreensível com sua esposa. Enfim, o filme fala do cotidiano que aflige todo casal que sonha em formar uma família e mostra que não é nada fácil, mas extremamente compensador.

Divagações a parte, Marley é um lindo e endiabrado labrador. Só quem tem cachorro pra entender o amor e apego que estes seres nos transmitem. Um dos meus vira-latas é diabético. Ja ta velhinho (11 anos) e toma injeção de insulina 2 vezes por dia. Todo mês o levo até a USP para exames de rotina. Lá encontro pessoas apaixonadas assim como eu e ouço histórias incríveis sobre estes seres que são sem dúvida o melhor amigo do Homem.

Para um cachorro, não importa se você é rico ou pobre. Ele não precisa de uma mansão, tampouco de rações premium ou banhos diários no petshop. O cão pode ter tudo à sua volta e ainda assim ser infeliz, afinal, para muitas madames ele é apenas um objeto de decoração. Um exemplo que ilustra bem isso são os cães dos catadores de papel que estão sempre ao lado de seus donos balançando o rabo como se fossem os seres mais felizes da Terra. E são. O cachorro ama incondicionalmente. Ele nos dá o amor na sua forma mais pura. Basta amar, para ser amado e ter um amigão até que a morte os separe. A vida ao lado de um cão ... Só quem tem ou teve pode descrever essa experiência maravilhosa. Amor eterno.

O filme? Como já disse, não é nenhuma obra-prima, longe disso, mas recomendo para todos os amantes destes ônibus de pulgas. Cachorro é tudo de bom!