terça-feira, 16 de agosto de 2011

A ONDA

Alemanha, 2008
Direção: Dennis Gansel

Incrível como a Europa, mais precisamente a Alemanha, com todo seu horrível histórico parece sempre uma bomba prestes a estourar. Manifestações de racismo pipocam pelo velho continente e a iminência de uma guerra, ainda que civil, não deve ser descartada, infelizmente. Vide o que aconteceu em Londres recentemente.

"A Onda" é um belo filme. Belo, inteligente e assustador. Nele, um professor dá aulas de autocracia, queria dar a aula de anarquia, mas o professor mais velho não permitiu. Ele então prepara um projeto de uma semana, onde os alunos deverão imergir na matéria literalmente. Eleito líder natural pela classe, o professor começa a destacar tarefas. A primeira pergunta a ser respondida é: É possível na Alemanha atual um governo ditador? A resposta inicial de seus alunos é de que não, claro que não. E ele, irá conseguir provar o contrário.

Primeiramente precisamos de um nome declara o professor. Depois, uma identidade visual e um uniforme, para que todos sejam tratados iguais e sempre nos reconheçam. Com o decorrer da experiência, adolescentes que sempre procuraram uma identidade, um grupo para fazer parte, assume todos os mandamentos de "A Onda". Até saudação eles possuem e o negócio toma proporções incontroláveis, a ponto de rejeitarem quem não faz parte do movimento. Sensação de deja vu, certo?

O professor começa a ser idolatrado. Sua classe enche de novos alunos e o movimento extravasa o muro escolar. Tal experiência nunca poderia acabar bem e a tragédia era questão de tempo.

Bom, estava provado que sim, a Alemanha pode ser o berço de uma nova guerra. Tudo isso foi um experimento que acabou mal, mas o pior de tudo, é que foi verdade!

Forte, com um roteiro muito bem tramado, grande atuação e uma direção segura. Encantador e assustador. Eduque bem suas crianças, porque após uma certa idade, ela quem irá escolher quem seguir e a base de sua educação será a chave elementar de seu destino.





RIO


EUA, 2011
Direção: Carlos Saldanha


Grande Carlos Saldanha. É sempre bom poder elogiar um compatriota. Carlos Saldanha virou uma grife na animação. Tá certo que é tudo muito americanizado, para gringos e "average people" se esbaldar, mas o homem conquistou seu espaço em Hollywood e para quem prefere navegar na zona de conforto cinematográfica, seus filmes são ótimo$.

"Rio" e´mais do mesmo, mas se você se dispôs a assisti-lo, já deveria imaginar isto certo? Pois é. O filme conta a história de Blu, uma ararinha-azul que foi contrabandeada ainda filhotinho para um gelado estado dos EUA. Lá ele vivia como um verdadeiro pet da mamãe. Sempre teve tudo fácil e por isso, nunca preocupou-se em aprender a voar. Blu não sabe voar e é paparicado por sua dona. Um belo dia aparece um cientista brasileiro atrás do último espécime macho da ave, que por acaso é Blu. Ele convence sua dona de que se Blu não for até o Rio de Janeiro procriar com Jewel, a última fêmea da espécie, será o fim destas aves.

E lá vai Blu para a terra exótica e selvagem. Desde o momento em que pisa em território brasileiro, uma verdadeira avalanche de clichês toma conta da tela. Gringo já não sabe muito sobre nós. É sempre a mesma coisa, sol, futebol, violência, mulheres popozudas e carnaval. "Rio" usa e abusa de todos eles e não acrescenta mais nada, ou seja, vão continuar sem saber sobre nós.

Aqui ele descobre o amor e aprende a voar. Faz amizades e inimigos. Toda aquela fórmulinha da animação que quer agradar a todos (ou quase) está presente. Os amigos bobos, o velhinho mentor e o bichinho malvado. Tá tudo lá. Inclusive na trilha, as músicas escolhidas são as mesmas velhas e batidas músicas pra gringo ouvir.

As vozes são famosas. Têmos Jesse Eisenberg como Blú, Anne Hathaway como Jewel, Rodrigo Santoro como Tulio, o cientista, e Jamie Fox como Nico.

O filme é bonitinho, mas como disse, não apresenta nada novo. Talvez funcione melhor como filme turístico para atrair turistas para a Copa e Olimpíadas. Plasticamente é lindo, afinal, o Rio é belo em qualquer moldura, mas o roteiro ...

Enfim, o filme entrega o que promete, mas se quiser ver uma animação diferente e mais interessante, sugiro as francesas ou japonesas de mestres como Sylvain Chomet e Hayao Miyasaki.





sábado, 6 de agosto de 2011

CAPITÃO AMÉRICA: O PRIMEIRO VINGADOR


EUA, 2011
Direção: Joe Johnston


Convidei minha mãe para o ir ao cinema. Como ela prefere filmes dublados (já não consegue enxergar bem as legendas) prôpus um filme pipoca. "Assalto ao Banco Central" e "Capitão América" eram as opções. Consegui convencê-la pela segunda opção. Justificativas: Filme de super herói tem que ser no telão, a versão era dublada e de quebra, ela veria o primeiro filme 3D de sua vida. Tinha mais uma, o Brasil nunca teve fama por filmes de ação ... Convencida, lá fomos nós.

A maioria das críticas negativas que li e ouvi em relação ao filme é sobre o excesso de patriotismo. Mas péra lá caros críticos. Vocês conhecem a história do personagem? Sabem sua origem? E o que esperar de um filme que já é patriótico no título e no nome do protagonista? Por favor, sejam menos azedos. O filme não deve ser considerado ruim pelo patriotismo em excesso e sim por seu roteiro e direção. Aliás, não vejo mau nenhum no patriotismo americano. Ao contrário do brasileiro que só é patriota em época de Copa do Mundo, nos EUA, a cada esquina tem um bandeira americana hasteada. Esqueçamos as diferenças e concetremo-nos na película.

O filme foi bem fiel a HQ. A primeira HQ do Capitão América foi lançada em 1941. O personagem surgiu para combater os nazistas na 2° Guerra Mundial. Chris Evans, de "Sunshine - Alerta Solar" e "Quarteto Fantástico", foi escalado para protagonizar o herói.

Steve Rogers, alter ego do capitão, é um mirrado e esquelético homem que quer a todo custo servir sua pátria na guerra, contudo, sempre é reprovado devido seu porte pouco avantajado para combater. Eis que surge o Dr. Abraham (Stanley Tucci), que comovido pela insistência do rapaz, o convida para ser cobaia de um projeto do exército americano para desenvolver super soldados. Steve topa na hora, e após uma passagem pela máquina transformadora (é cinema gente) vira um musculoso e grande homem.

Como nada são flores, é claro que havia um nazista espião infiltrado no projeto e este mata o Dr, o único que detinha a fórmula da poção mágica, e o que era pra ser um exército de super soldados, virou o exército de um homem só.

A missão do Capitão América é destruir todos os bunkers da H.I.D.R.A, organização paralela ao nazismo comandada pelo Caveira Vermelha (Hugo Weaving) que só vai sossegar quando é claro, dominar o mundo.

Bom, a primeira parte, quando Steve ainda é um raquítico, até que é interessante, mas depois que cresce, são só explosões e lutas a rodo, o que enche um pouco o saco. Pra aliviar, tem Tommy Lee Jones no papel do Coronel Phillips, o que proporciona algumas risadas.

Com certeza para ver no telão e se você curte uma explosão e efeitos especiais, este é o filme. Roteirinho fraco e um pouco longo demais. Dava pra cortar metade das cenas de combate. Um cast muito interessante, principalmente por Tommy Lee e Stanley Tucci, mas infelizmente, muito pouco aproveitados. E em 2012 outro figurão deve aparecer na sequência do filme. Trata-se de Samuel L. Jackson, que estará ao lado do Herói que permaneceu congelado por décadas e acorda nos tempos atuais para "Os Vingadores". Espero que seja melhor.