quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tarantino´s Mind



Brasil, 2006
Direção: 300ML

Já faz algum tempo que "Tarantino´s Mind" arrebanhou críticos e fãs com sua tese sobre o "código Tarantino".

Nada mais justo então do que divulgar esse belo trabalho (antes tarde do que nunca) que teve direção e roteiro coletivo da 300 ML e produção da Republika Filmes, além é claro, de dar uma força para o formato curta-metragem taõ pouco divulgado.

Em uma conversa de botequim, Seu Jorge e Selton confabulam entre uma batatinha e um chopp sobre a obra de Tarantino. Segundo Selton, o homem fez um filme só e dividiu em várias partes. Tirando Jackie Brown, todos os outros filmes estão interligados através de personagens e detalhes sucintos.

Uma conversa deliciosa e surreal sobre a Sétima Arte e seus novos mestres. Muito bom!




quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fatal




USA, 2008
Direção: Isabel Coixet


Taí uma bela surpresa. Baseado na obra de Philip Roth, "Fatal" nos conta a história de um famoso crítico literário e professor universitário que desaba do alto de sua maturidade ao apaixonar-se perdidamente por uma aluna.

O filme possue um elenco firme e talentoso. Temos o eterno Gandhi e ótimo ator Ben Kingsley no papel do protagonista. A excelente e linda vencedora do último Oscar Penélope Cruz em um papel totalmente diferente do que lhe rendeu o prêmio e ainda os ótimos coadjuvantes Dennis Hopper no papel de melhor amigo de Ben e Patricia Clarkson no papel da amante que só busca sexo, embora se encontrem a 20 anos para isso.

Se não bastasse, a direção fica por conta da boa surpresa Isabel Coixet, mais famosa por seu trabalho "A Vida Secreta das Palavras", com Tim Robbins.

O ótimo roteiro gira em torno do ápice da maturidade atingida por seu personagem principal. Ben Kingsley interpreta um homem muito bem sucedido e reverenciado no seu meio. Um crítico das letras que conhece tudo do bom e do melhor. Um homem com a cultura à flor da pele, que toca piano, revela suas fotos, entende de Teatro e odeia a instituição casamento, pois já viveu um que foi um fracasso e repete a todo momento como se arrepende. Tem verdadeiro pavor a qualquer relacionamento mais profundo e talvez por isso, prefira conquistar as suas jovens alunas, pois sabe que o encanto pela sabedoria do velho uma hora será trocada pela juventude de um pretê mais compromissado.

Para ele a vida está ótima assim, até que ele conhece a jovem e encantadora Consuelo. Ele apaixona-se perdidamente pela moça e perde o auto-controle que sempre teve. Afinal, onde está toda aquela sua vivência e experiência. E a paixão vira obsessão e ele vê-se paranóico quando ela não está por perto e chega ao cúmulo de vigiá-la para ver se ela diz a verdade.

Dennis Hopper é o amigo do peito para quem ele desabafa suas atitudes adolescentes como o próprio Ben classifica, ao relatar o episódio da perseguição com uma certa repulsa e vergonha.

O problema maior é que seu amor é correspondido. Consuelo também o ama, mas como trabalhar o início de uma nova relação e fazer planos quando a mulher por quem você está apaixonado é quase 40 anos mais nova que você? Como atender ao simples pedido da moça para que você vá conhecer os pais dela, quando esses pais devem ter a mesma idade que você? Imagino que seja um verdadeiro calvário. E foi o que Ben imaginou também. Apesar de perdidamente apaixonado, seu lado racional foi mais forte e mais uma vez, ele expulsa uma mulher de sua vida.

Seu amigo diz que mulheres bonitas são invisíveis, que ele está apaixonado pela beleza exterior dela, mas que nunca procurou saber como é realmente aquela beldade internamente. Ele está certo. É preciso trespassar este muro da beleza para atingir o centro de seu coração num processo de desmistificação do belo.

Ben não aguenta a barra e foge. E sofre. Sofre muito. Mas o destino lhe reserva uma surpresa e ele terá uma nova chance de mostrar que realmente ama aquela mulher e que não se importa com o futuro. Pois Consuelo questionou certa vez se ele via um futuro com ela e quando esta pergunta parte de uma mulher 35 anos mais nova que você, fica praticamente impossível vislumbrar um futuro comum para os dois. O negócio é viver o presente e não se ater ao que pode vir a acontecer, na verdade, o melhor é não pensar.

Bom filme, com ótimos atores e um belo roteiro. Para se pensar e pensar ou melhor ... Para se esquecer. Viva o presente!





sábado, 11 de abril de 2009

Kind of Blue - O Místico Álbum de Miles Davis Completa 50 Anos


New York, 02 de Março de 1959. Jimmy Cobb chega ao lendário estúdio da Columbia Records. Enquanto aguarda os outros músicos que participariam das sessões antológicas, a outra foi em Abril do mesmo ano, prepara sua bateria.

Os músicos vão chegando. John Coltrane, mago do sax, Cannonball Adderley, Paul Chambers, Winton Kelly, Bill Evans e o mito Miles Davis. Após confabularem sobre o que estaria prestes a ser realizado e como o fariam, dá-se início à gravação do álbum mais místico da história do Jazz, senão, da história da música: Nascia Kind of Blue.

Miles abandona o hard bop e entrega-se ao modalismo, estilo que proporciona aos músicos maior liberdade de improviso e utilização de notas longas e silêncios.

Após o sucesso de "Porgy and Bess", Miles torna-se astro das celebridades, que compareciam as suas jams em busca do status que Miles proporcionava para quem acompanhava suas peripécias musicais. Astros do calibre de Marlon Brando e Elizabeth Taylor eram figuras carimbadas em suas apresentações. Miles passou a ser sinônimo de status e requinte musical.

Com a moral lá em cima, Miles recebe carta branca da Columbia para a gravação do novo álbum. Pela primeira vez ele teria o comando de todo o projeto, desde a composição, passando pela escolha da banda e a direção da gravação. Detalhe: os arranjos foram definidos no dia da gravação, para que a música fosse captada em seu estado mais puro de espontaneidade. Nascia o álbum que até hoje é sinônimo de Jazz.
Neste ano teremos a oportunidade de conferir o álbum executado pelo lendário baterista Jimmy Cobb (baterista original do álbum), que fará o show em homenagem aos 50 anos do disco antológico no Bridgestone Music Festival . Imperdível!

E quem se interessou e quiser saber mais sobre a lendária gravação, não deve deixar de ler, "Kind of Blue - A História da Obra-Prima de Miles Davis", de Ashley Kahn. Se for amante da arte, aconselho ainda, "A Love Supreme : A Criação do Álbum Clássico de John Coltrane", do mesmo autor.

Em homenagem aos 50 anos de Kind of Blue, a rádio trilha presenteia seus leitores com o místico álbum do mestre do trompete na íntegra. Soooo What!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Insanidade à Vista


Sou fã incondicional do trabalho de Tim Burton, tá certo que Sweeney Todd foi meio estranho, mas tudo bem.

Para deleite de seus fãs, Tim Burton está trabalhando na refilmagem de nada mais nada menos que "Alice no País das Maravilhas". É isso mesmo, o clássico sombrio de Lewis Carroll´s não poderia ter caído em mãos melhores. Assim que fiquei sabendo da notícia já começou a me dar comichões de excitamento imaginando o que Mr. Burton será capaz de nos proporcionar com esta refilmagem.
É claro que sua maior musa estará presente. Johnny Depp será encarregado de interpretar o "Chapeleiro Louco", perfeito, e sua mulher Helena Bonham Carter, ficará com a "Dama de Copas". Taí um exemplo de nepotismo do bem, afinal, Bonham Carter é uma tremenda atriz. Ainda teremos a ótima Anne Hathaway como a "White Queen".
O filme está sendo rodado na Inglaterra e a Alice de Burton será revivida pela atriz australiana Mia Wasikowska.

Pelas fotos já da pra ver que os figurinos e cenários estão divinos. Imagina tudo pronto. Mas se segura aí, porque o filme só deverá ser lançado em 2010. Não vejo a hora!