sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Zeitgeist - The Movie


Aproveitando a deixa do último post, venho aqui falar sobre este polêmico documentário amador lançado em 2007 no serviço Google vídeo, onde em poucas semanas tornou-se o filme mais visto, tendo até Novembro do ano passado, 8 milhões de page views.
Produzido e escrito pelo até então anônimo Peter Joseph, Zeitgeist aborda assuntos extremamente polêmicos como o Cristianismo, 09/11 (September eleven) e as famosas Guerras Mundiais e do Vietnã.
Coloca tudo no mesmo barco para chegar a conclusão de que tudo que conhecemos e "acreditamos", não passou de encenação e enganação para facilitar a manipulação da massa pelos "Homens atrás da cortina".
Uma mistura de Michael Moore com o documentário de Al Goore. Não, isso não foi uma crítica rs. Talvez por tratar-se de um anônimo e sem nenhuma amarra com ninguém nem nada, Peter realizou um trabalho que vai fundo nas suas convicções e nos oferece explicações mais que plausíveis para quem sempre teve uma pulga atrás da orelha com as explicações que a "caixa" nos dá.
Jesus Cristo foi uma farsa? O September eleven foi um trabalho interno? Qual foram os verdadeiros motivos para que ocorressem as famigeradas Guerras? Tá tudo aqui, explicado nos mínimos detalhes. É somente questão de você decidir em quem acreditar.
Infelizmente, acho que a versão de Peter para os fatos é a que melhor se aproxima da realidade. Triste, mas real.
"O dia em que o Amor superar o amor pelo poder, daí sim, o Mundo conhecerá a paz."
ps: sei que não é confortável assistir à um filme na tela do comp, mas juro que vale a pena tentar. Eu por exemplo assisti em 3 partes rsss.




Veja o filme. Vai lá: http://video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Kirill

Essa Internet é uma loucura mesmo ... Em tempos de Youtube, a TV tradicional vem cada vez mais perdendo seu espaço e audiência. O surgimento de produções de qualidade feitas exclusivamente para o internauta era questão de tempo.
Tentativas já foram feitas. All TV é um exemplo. Acho que somente trazer a televisão como é feita tradicionalmente para o "meio" internet, nunca vai funcionar. Pelo menos não agora. Quando tivermos tudo reunido somente em um aparelho, daí sim poderemos usufruir de uma infinidade de possibilidades. Navegar, interagir, conversar, comprar. Fazer tudo isso apenas com o controle remoto ou simplesmente com um toque de dedo na tela. Um futuro não muito distante.
Kirill é uma série de suspense e ficção produzida pela produtora holandesa Endemol, isso mesmo, aquela do Big Brother, para a MSN inglesa, isso mesmo, aquela do amado e odiado messenger. São pequenos episódios de 3 minutos em média cada. Tempo aliás muito bem pensado, afinal, o computador não costuma ser o aparelho mais apropriado, tampouco confortável para se assistir algo muito longo. (ainda) rs.
Assisti aos 5 primeiros e confesso que me pareceu bem interessante. Não sou desses fanáticos por séries. Gosto muito de Lost e é o único que acompanho. Tentei ver Heroes, mas não passei da 1° temporada. Agora tem os clássicos Seinfield e Friends, sempre gostosos de se assistir.
Kirill parece com Lost, muito até rss. Não o roteiro claro, mas o suspense, a câmera, a fotografia, a música, mas principalmente o suspense, aquela vontade de querer saber o que vai acontecer no próximo episódio, e como são curtinhos, você acaba vendo tudo que há disponível de uma tacada só. Pelo menos foi assim comigo.
Mas o legal mesmo é que no meio de tudo isso, a única forma de comunicação disponível para o protagonista é um, um, ummm BLOG! Outros dois personagens também mantém seus Blogs onde o espectador pode interagir e obter informações complementares sobre a série. Ainda não entrei na nóia de tentar procurar pistas nos Blogs em questão e espero que isso não aconteça rs. Mas se entendi bem o projeto, acho que vou ter que achar um tempinho extra para os tais blogs. Estaria eu me tornando um "geek"?! NÃO, NÃO! hahaha.
O que realmente me atraiu foi a qualidade da produção, top. E se você pensar que foi feito exclusivamente para a net ... Tem também a questão da contemporaneidade do projeto. Uma série produzida para a Internet onde a única forma de comunicação do protagonista com o Mundo é um Blog e aí eu, você, podemos visitar os Blogs dos personagens e descobrir informações precisossímas hehehe. Vejo Kirill como um rascunho de algo inevitável de acontecer na indústria do entretenimento em um futuro muito próximo.
Mas é claro que pode acontecer de você resolver dar um olhada (é de graça e você faz o horário), achar tudo uma bosta gigante e me xingar por ter perdido seu tempo hahaha. Vai saber. Eu mesmo, talvez se não me remetesse tanto à Lost eu não estaria nem aí e talvez nem estivesse escrevendo agora. Mas com certeza a idéia é muito boa, isso você não pode negar hahaha.




Gostou do trailer? Então manda ver no full screen e vai: Kirill

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Rebobine Por Favor, A Exposição



Diretamente de New York chega à São Paulo a exposição interativa inspirada no filme "Rebobine Por Favor", nova película de Michel Gondry, diretor do adorável "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças".

No filme estrelado por Jack Black e Mos Def, o personagem de Black desmagnetiza as fitas da locadora onde trabalham. Resolvem então, refilmar os filmes à sua maneira, ou seja, toscamente.

A idéia da exposição (sensacional ao meu ver) é fazer com que os frequentadores realizem seus próprios filmes utilizando-se de alguns dos cenários do filme original.

Funciona assim: Formam-se grupos de até 6 pessoas, só é necessário cadastrar-se em um dos grupos ou formar o seu com amigos. Escolhe-se um dia disponível e na data e horário marcados é só aparecer no MIS com o rg na mão. Todo o material será fornecido pela produção da expo, figurinos, câmera e etc. Ao final, o filme será exibido para que possamos conferir o delírio realizado hehehe. Muito bom!!!


Fiquei na pilha de fazer um filminho trash rss. Alguém se candidata a formar um grupo comigo? Alguém? Alguém? rsss. Visitem o site da expo. Quem sabe não se entusiasmam ao ver as super produções realizadas pelos "new yorkers". Instrutivo e divertidíssimo hehe.



vai lá: http://www.rebobineporfavorexposicao.com.br/site.html

Venezia Cinema Italiano IV


Começou ontem a versão brasileira do Festival de Cinema mais antigo do mundo. São sete filmes, sendo seis inéditos e a cópia restaurada de "Os Monstros" de Dino Risi que foi premiado pelo conjunto da obra no Festival de Veneza de 2002.

Os filmes serão exibidos no Centro Cultural São Paulo e na Sala Bombril gratuitamente. Retirar ingressos com uma hora de antecedência.

Ta dada a dica. Cinema de qualidade na faixa! Que delícia. Veja a programação:

Cine Bombril

- Quarta (26/11) 19h30: Terra Vermelha/21h30: Il Papà di Giovanna
- Quinta (27/11) 21h30: Un giorno perfetto
- Sexta (28/11) 21h30: Il seme della discórdia
- Sábado (29/11) 19h30: Os Monstros/21h30: Pa-ra-da
- Domingo (30/11) 19h30: Almoço em Agosto

Centro Cultural São Paulo

- Terça (25/11) 20h: Terra Vermelha
- Quarta (26/11) 17h30: Debate com Silvio Orlando e exibição de Il Papà de Giovanna
- Quinta (27/11) 20h: Il Seme della Discordia
- Sexta (28/11) 20h: Um giorno perfetto
- Sábado (29/11) 20h: Almoço em Agosto
- Domingo (30/11) 18h: Pa-ra-da/20h: Os Monstros

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Trilha da Hora - Into The Wild - Eddie Vedder


A música faz parte de muitos filmes. Ela tem participação fundamental no andamento do roteiro, nas características dos personagens e principalmente na edição.

Os cinéfilos mais ortodoxos vão dizer que filme bão mesmo é aquele com fotografia terrível e sem música. Ainda bem que não somos tão rigorosos assim né. Também acho que na questão Cinema, a música não seja elemento fundamental, pelo contrário, quem sabe filmar o silêncio filma qualquer coisa, mas quando é a opção e bem utilizada, pode operar verdadeiros milagres.

Inauguro este pedacinho da farmácia então para falarmos da música do cinema. As trilhas inesquecíveis, as imagens que vem imediatamente a cabeça ao ouvir os primeiros acordes daquela canção, a trilha sonora antes e depois de Tarantino ...

A trilha que me deu a idéia para a criação deste marcador foi a trilha do filme "Na Natureza Selvagem".

Conferi este belo trabalho de Sean Penn na Mostra do ano passado. Na época a linda trilha já havia me chamado a atenção. O tempo passou e semana passada em uma daquelas andanças na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (embaçando para o filme da repescagem deste ano) deparo-me com este cd. Uma escutadinha básica bastou para tomar a decisão da compra. Em pleno crowd da livraria eu conseguia visualizar Alex Supertramp brincando na sua casa sem teto.

Eddie Vedder incorporou o personagem e realizou um trabalho sensacional. Meio folk, com algumas baladas, um toque de ukelele e até tambores indígenas (americanos) em alguns momentos, resultando numa sonoridade perfeita para as lindas imagens. Tudo isso embalado pela voz rouca de Vedder. Perfeito!

Realmente este cd já ta furando o rádio do meu carro, e como ele é curtinho, dá pra ouvir duas vezes no longo trajeto percorrido todo dia, que não seria tão longo, se não fosse nosso querido trânsito. Mas enquanto ele fizer minha mente visualizar o rio de Alex no lugar do fétido rio Pinheiros, continuará furando. Daqui a pouco vem outro filme, outra trilha ...

Aproveitei a deixa e criei também a Radio Trilha, radio do blog que será dedicada exclusivamente ... as trilhas que fazem, fizeram e irão fazer a nossa cabeça. Então deixo vocês com as lindas canções de "Na Natureza Selvagem".

ps: o filme é bom, rs.

All songs written by Eddie Vedder, except where noted:

  1. "Setting Forth" – 1:37
  2. "No Ceiling" – 1:34
  3. "Far Behind" – 2:15
  4. "Rise" – 2:36
  5. "Long Nights" – 2:31
  6. "Tuolumne" – 1:00
  7. "Hard Sun" (Indio) – 5:22
  8. "Society" (Jerry Hannan) – 3:56
  9. "The Wolf" – 1:32
  10. "End of the Road" – 3:19
  11. "Guaranteed" – 7:22
    • "Guaranteed" contains the hidden track "Guaranteed" (Humming Vocal) at 4:40

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Piaf, Um Hino ao Amor

França/ Inglaterra/ República Tcheca, 2007
Direção: Olivier Dahan

Quando era piazinho a voz dessa mulher já mexia comigo. Agradeço minha mãe por ter embalado a trilha sonora de minha infância nas tantas viagens de carro que fizemos. Piaf, Aznavour, Chico Buarque ... Posso dizer que fui muito bem introduzido no universo musical e guardo seus resquícios até hoje.

Deixei de ver este filme várias vezes, não porque não quisesse, pelo contrário, mas o tempo foi passando, saiu do cinema, eu nunca achava disponível para locar ... e não é que ele deu de cara comigo neste fim de semana. Peguei sem pensar.

Um filme maravilhoso sobre uma personagem ímpar dotada de um talento genial. As cinebiografias costumam ser o trabalho perfeito para qualquer ator mostrar seu potencial. Podemos citar alguns exemplos como "Ray", "Johnny and June", "As Horas", "Capote" e por aí vai. Marion Cotillard não deu chance as suas concorrentes na corrida pelo Oscar de melhor atriz. Simplesmente excepcional sua imersão na personagem de Edith Piaf.

Se não bastasse a atuação de Marion, o filme é muito bom com um roteiro bem tramado e atores coadjuvantes que mantém a qualidade da fita. A vida sofrida de Piaf também ajudou bastante.

Praticamente abandonada pelos pais, foi deixada menina ainda na "Casa de Moças" da avó onde viveu por algum tempo e conheceu Tetine, que foi praticamente sua mãe durante o período em que lá viveu. Belo dia o pai resolve aparecer e a levou para trabalhar com ele no circo onde era contorcionista. Começou a acompanhá-lo em suas apresentações de rua e numa dessas descobriu seu dom.

Cresceu cantando nas ruas para sobreviver e foi descoberta pelo personagem de Gérard Depardieu que a levou para cantar em cabarés. Foi seu primeiro mentor. Depois veio outro que a fez explorar a exaustão todo seu talento, mas sempre pegando no pé com relação a dicção e entonação, apresentação visual e corporal. Ela dizia: "Eles não se importam com minhas mãos, com minha aparência, eles querem me ouvir cantar..." Virou uma estrela.
Genial ela já era. O seu pânico diante da primeira grande apresentação deixa evidente de que ela não se encaixava neste mundo. Ela tinha uma visão totalmente peculiar da vida. Vivia em um mundo somente seu onde 90% dele era ocupado pela música. Tudo isso agregado aos inúmeros traumas sofridos no decorrer de sua vida. Parecia que não havia outro destino para ela a não ser acabar sozinha, pois todos que se aproximavam dela, principalmente aqueles que ela muito amou, não terminavam muito bem. Essa mulher sofreu demais e de todo este sofrimento, surgiu uma das maiores cantoras que este mundo já testemunhou. Sem dúvida, uma artista genial e eterna, com um talento inquestionável e uma música maravilhosa, que por sinal, não sai de minha cabeça.

Non, Je Ne Regrette Rien - Não, Eu Não Lamento Nada Non, rien de rien - não, nada de nada Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada Ni le bien qu'on m'a fait - nem o bem que me fez Ni le mal, tout ça m'est égal - nem a dor, tudo aquilo sou eu mesmo Non, rien de rien - não, nada de nada Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada C'est payé, balayé, oublié - nem o bem que está acabado e esquecido Je me fout du passé - eu tiro sarro do passado






Bienal do Vazio?


Segundo o curador Paulo Herkenhoff a Bienal vive uma crise ética em relação a seus conselheiros. ???!!! E o Kiko? Então resolvem deixar um ANDAR INTEIRO vazio em um dos eventos mais importantes do calendário de arte nacional e internacional como forma de protesto?!

Existem diversas maneiras de protestar, mas essa do VAZIO, foi demais. Enfia um monte de obra de artista independente que batalha por um mísero cantinho em qualquer galeria e nunca consegue porque não é "chegado" do curador ou do galerista. Coloca uma tela e disponibiliza o espaço para instalações de vídeos e performances. Qualquer anarquia artística preencheria muito melhor o espaço do que esse vazio ridículo.

Como em uma Bienal de arte a estrela da vez pode ser o VAZIO?! Pois é meus amigos. Cada um colhe o que planta não é mesmo, depois não adianta ficar culpando Deus e o mundo por tudo de ruim que acontece neste país. Arte e educação. Sem elas, não há solução. Leia trechos de algumas opinões sobre esta Bienal da Vergonha. Triste, muito triste.

"Sob o ponto de vista do curador ele conseguiu o que queria: deixar a todos indignados! Mas eu acredito que a função da Bienal seja maior do que deixar o mundo indignado. O curador conseguiu! Ele acabou com a terceira maior exposição de arte do mundo! Um verdadeiro Iconoclasta!"

"Então, simplesmente esqueça os corredores repletos de visitantes, a quantidade infindável de trabalhos, a necessidade – em todas as edições que vi – de ir mais de uma vez e os trabalhos que nos farão pensar por dias seguidos. Acredite: reserve somente uma hora do seu dia e torça para algo melhor surgir daqui a dois anos."

"O vazio é o nada. É ausência de tudo. É a falta de preenchimento de algo. É oco, inodoro, incolor e quiçá insípido. É desprovido de conteúdo. É vazio. Um tanto anacrônico considerar a proposta do vazio na 28º Bienal de Artes de São Paulo sendo algo de vanguarda. A todo o momento somos estimulados a lidar com a complexidade do múltiplo, o acúmulo material e intelectual, o preenchimento do tempo e do espaço a fim de suprir as necessidades existentes. Somos impulsionados ao consumo. A satisfação do ser está intimamente ligada ao ter. A felicidade é moeda de troca: só é feliz aquele que se realiza ao mesmo tempo na vida pessoal e profissional. Quando há o vazio, há a impressão de que algo saiu errado. Logo somos levados a crer que os objetivos não foram alcançados; falhamos. Existe uma incompetência subtendida no conceito do vazio que chega a superar a própria percepção da ausência. Pode-se dizer que a angustia que toma conta de nossos sentidos chega ser um alento, pois ela preenche a sensação do nada que havia até então."

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Acabou.


Após 3 semanas intensas respirando e vivendo cinema (um pouco acima da média rotineira rs), chega ao fim a 32° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

38 filmes, 25 cafés e algumas novas amizades depois, posso dizer que a Mostra estava mais organizada neste ano. Claro que problemas houveram e sempre irão acontecer, mas acredito que foram minimizados neste ano ou eu tive muita sorte, pois só enfrentei problemas no meu 1° dia de Mostra.

Filas intensas, noites mal dormidas, refeições esporádicas e discussões cinematográficas fazem parte deste evento que é um dos maiores do Cinema no Brasil. Mas não fique triste não. Pra quem quiser continuar no clima, já começa hoje o Indie Festival, já comentado por aqui e logo em seguida vêm o Mix Brasil, depois o Varilux de Cinema Francês e por aí vai. Opções não irão faltar, mas como a nossa querida Mostra, somente no ano que vem. Já estou com saudades. Te vejo na sala escura.

Acompanhe abaixo, a minha já tradicional lista dos melhores e piores da Mostra.

Os Preferidos

1 - Sonata de Tóquio

2 - Three Monkeys

3 - 24 City

4 - Alexandra

5 - Il Divo

6 - Aquele Querido Mês de Agosto

7 - A Floresta dos Lamentos

Deliciosas Surpresas

1 - Estranhos

2 - Machan

3 - Jodhaa Akbar

4 - Absurdistan

5 - Eu Quero Ver

6 - Moscou, Bélgica

Graaaandes Filmes

1 - A Caixa de Pandora

2 - Horas de Verão

3 - Gomorra

4 - O Estranho em Mim

5 - Um Homem Bom

6 - Cinzas do Passado Redux

Decepções

1 - Café dos Maestros

2 - A Fronteira da Alvorada

3 - Mais Tarde Você Entenderá

4 - Varsóvia Sombria

5 - Tulpan

Bombas

1 - Tony Manero

2 - Mortalmente Deliciosa

3 - Formidável

That´s all folks! Ano que vem tem mais. Inté!

ps: ainda tá sentindo falta da vinhetinha antes dos filmes? Vai lá e mata a saudade! Vinheta da 32° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Hanami - Cerejeiras em Flor

Apenas Trudi sabe que seu marido Rudi está sofrendo de uma doença terminal e ela precisa decidir se vai contar a ele ou não. O médico sugere que eles façam algo juntos, como realizar um velho sonho. Trudi decide não contar ao marido sobre a gravidade de sua doença e aceita o conselho do médico. Ela há muito tempo gostaria de ir ao Japão, mas primeiramente convence Rudi a visitar seus filhos e netos em Berlim. Quando chega na cidade, o casal percebe que os filhos estão tão ocupados com suas próprias vidas que não têm tempo para sair com eles. Na segunda viagem que Rudi aceita fazer com a esposa, ela morre repentinamente. Rudi fica devastado e não tem a menor idéia do que fazer. Através do contato com a amiga de sua filha, Rudi compreende que o amor de Trudi por ele havia feito com que ela deixasse de lado a vida que queria viver. Ele começa a vê-la com outros olhos e promete compensar sua vida perdida embarcando em uma última jornada, para o Japão, na época do festival das cerejeiras, uma celebração da beleza, da impermanência e de um novo começo.

Alemanha, 2008
Direção: Doris Dörrie

Muito se comentou sobre este filme nos bastidores da Mostra. Todos com quem eu conversava e que haviam visto diziam que era lindo, que eu não poderia perdê-lo na repescagem. Criou-se uma expectativa de minha parte e lá fui eu hoje conferir Hanami.
Hanami é o nome da festa que se dá no Japão para celebrar o desabrochar das flores de cerejeira que duram somente uma semana. No filme tem a função de ligar a festa à mulher de Rudi que filosofa sobre efemérides.
A primeira parte do filme não me cativou. Demorei para ser conquistado por ele, fato ocorrido também com meu amigo Daniel.
Na primeira parte os protagonistas descobrem que já não conhecem mais seus filhos e que os mesmos já não têm mais tempo disponível para eles. Eles sentem que são um peso para os rebentos ingratos.
O excesso de imagens bucólicas como patos, o mar, o poste de luz e alguns "slowmotions" à la Wong-Kar-Wai chegaram a me irritar. Para mim soava como algo forçado, mas na segunda parte do filme tudo começa a se encaixar.
Para mim o filme ganhou muito com a entrada da personagem "Yu". Uma japonesinha linda que enxerga o mundo de outra maneira e que Rudi conhece por acaso em um parque. A aproximação dos dois é instantânea e natural. Os momentos que Rudi pensou em passar com seu filho, foram transferidos para a doce "Yu".
O filme trata de dois assuntos específicos. Primeiro, que não devemos deixar para depois o que podemos fazer hoje. Depois que morre, não adianta ficar arrependido e pensar no que poderia ter feito de diferente. O "se" não existe. Seize the day pode ser um velho clichê, mas é sábio. Se não fosse assim, o tempo presente não teria este nome não é mesmo? Por isso decidi que amanhã irei almoçar com minha mãe.
O segundo assunto, trata sobre tentarmos sermos nós mesmos e nos livrarmos das amarras, da jaula que nos impede de realizar e buscar nossos sonhos e vontades, por mais absurdas que possam ser. Quando Rudi conhece "Yu", ele começa a entender que a vida é muito mais do que simplesmente acordar, trabalhar e dormir. Solta suas amarras e se libera de qualquer pudor para realizar o sonho de sua mulher que ele não permitiu que ela realizasse. Acho que nos preocupamos muito com os outros. O que importa é estarmos felizes com nós mesmos. Se isso agrada aos outros ou não, azar.
Se todos enxergassem o mundo como "Yu", tenho certeza de que seríamos mais felizes. Uma garota de 18 anos foi ensinar ao velho Rudi como ser ele mesmo. Chega de viver de aparências. Se todos nós vestissemos as mesmas roupas, ninguém utilizaria-se do terrível pré-julgamento. É o que acontece na pousada onde Rudi e Yu se instalam para esperar o Monte Fuji perder a vergonha. Sob aquele teto, ninguém é melhor que ninguém.
O filme ainda traz uma crítica ao Japão atual que como no resto do mundo, sofre com a globalização e os cortes drásticos que provocam o desemprego ao mostrar "Yu" vivendo em um acampamento "homeless". Realmente é uma situção recente. Quando estive no Japão a quase 10 anos atrás, lembro-me de ter visto somente um mendigo durante os dias que lá permaneci.
Resumo da ópera: - Seja você mesmo e não se importe com que os outros dizem ou acham. E claro, não deixe para amanhã, o que você pode fazer hoje. Básico, clichê e verdadeiro. Amanhã talvez seja tarde.
ps: Momento Monte Fuji em família ... Não tem preço!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Good Luck Obama!

Não poderia deixar de comentar sobre esse feito histórico ocorrido no Império Americano recentemente.

Nunca na história recente das eleições americanas houve tanta comoção em torno de um candidato como a ocorrida com Obama. A gana por mudança dos americanos enchem o resto do Mundo de esperança, afinal, o que acontece ali em cima ainda é determinante para o restante do planeta.

Convivi de perto com as atrocidades desse governo irresponsável do Sr. Mad Bush. Tenho amigos que tinham vergonha de dizer que eram americanos quando viajavam. Diziam que eram canadenses. Foram oito anos de um governo irresponsável e troglodita. Concordo quando dizem que eles merecem o governante que têm, mas parece que tiveram humildade para reconhecer o erro. Antes tarde do que nunca.

Obama é esperança e vêmos isso estampado no rosto de cada cidadão americano. Estou muito feliz com essa mudança e desejo do fundo do coração muita boa sorte ao novo presidente americano. Que ele saiba utilizar o poder com sabedoria. Luther King está vibrando nos céus.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Indie 2008


Já está ficando triste com o fim da repescagem? Sentindo um vazio no peito depois da maratona cinematográfica? Pois fique tranquilo que não vai dar nem tempo de você sentir saudade do ar - condicionado da sala mais charmosa de Sampa.
Pois bem queridos adictos e adictas. No dia 06/11, um dia depois do encerramento oficial da Mostra, começa o Festival de Cinema Independente "Indie 08". Não precisa ficar chateado de ter de voltar ao velho circuito. Se bem que o Indie costuma ser para aventureiros de coração.

Ótima oportunidade de conferir o que há de mais novo no mundo do cinema com gostinho de Mostra. Hummmm.
Abaixo você pode conferir uma pequena amostra de "Go Go Second Time Virgin" (que está na programação) do cineasta Koji Wakamatsu, homenageado desta edição.

vai lá : http://www.indiefestival.com.br/



O Estranho em Mim

Um jovem casal apaixonado, Rebecca, 32 anos, e seu namorado Julian, 34, está ansiosamente esperando seu primeiro filho. O mundo deles parece perfeito quando Rebecca dá à luz a um menino saudável. Mas ao invés do amor incondicional que esperava sentir, ela se vê imersa num redemoinho de sensações de impotência e desespero. Seu próprio filho lhe parece um estranho. Com o passar dos dias, fica cada vez mais aparente sua inabilidade para cumprir com as obrigações maternas. Incapaz de admitir seus sentimentos para alguém, nem mesmo para Julian, ela desce ao fundo do poço, a ponto de perceber que está se tornando uma ameaça à criança. Depois de um ataque de nervos, Rebecca é mandada para uma clínica. Lentamente, ela começa a desejar o toque, o cheiro e a risada de seu filho. Talvez um despertar da mãe que há dentro dela...

Alemanha, 2008
Direção: Emily Atef

Ainda bem que este foi meu último filme do dia. Mesmo que não fosse, talvez eu cogitasse parar por ali, pois este é daqueles filmes que não saem da sua cabeça quando você deixa a sala escura. Ele fica matutando e matudando por dias. Adoro quando isso acontece. O tema é pesado, mas muito pouco explorado no cinema. A depressão pós-parto é uma doença mais comum do que imaginamos e somente pelo fato da diretora filmar assunto tão polêmico, já é merecedora de elogios. O filme é angustiante. Acompanhamos na tela o sofrimento e a "queda" da protagonista. O coração chega a ficar apertado na cena em que ela dá banho na criança. De início você sente vontade de bater nessa mulher e depois fica com raiva do marido dela e do sogro e da cunhada. Uma atuação impecável que desperta sentimentos até então adormecidos, pois não se trata de um filme qualquer. Extremamente bem dirigido, roteiro excelente e uma protagonista no melhor de sua forma. E quando o filme termina, você ainda vai demorar um pouco para se levantar. Primeiro, porque o final não era esperado naquele momento e segundo porque depois que ele termina, você pensa: - Terminou na hora certa. Desta vez o Júri da Mostra escolheu muito bem o vencedor. Não é o meu preferido, mas com certeza trata-se de um grande filme. A atriz também levou o prêmio de melhor atriz por sua impressionante atuação.

Moscou, Bélgica

Moscou é o nome de um bairro periférico de Ghent, na Bélgica, com uma densa classe trabalhadora. Matty, 41 anos de idade, três filhos, bate seu carro contra um caminhão no estacionamento de um supermercado. Johnny, 29 anos, pula da cabine, enfurecido pelo amassado no pára-choque dianteiro, gritando com Matty. Chocada com o acidente, ela responde com sarcasmo. A discussão transforma-se numa violenta briga e a polícia tem de intervir. De volta a seu apartamento, Matty está tomando um banho para se recuperar das emoções vividas, quando o telefone toca. É Johnny desculpando-se por seu comportamento anterior. Matty pede que a esqueça. Alguns dias depois ele aparece em sua casa. Ele consertou o estrago feito com a batida. O filme é uma comédia romântica sobre uma mulher cuja vida está cheia de acidentes e machucados.

Bélgica, 2008 Direção: Christophe van Rompaey

Este é um exemplo clássico das boas surpresas que a Mostra nos reserva se estivermos dispostos a aventura. Meu amigo Daniel disse dia desses: - Não sou contra os clichês, desde que sejam bem-feitos, bem tramados. Taí, concordo com ele em gênero, número e grau. "Moscou, Bélgica" possue um enredo simples, uma história que já vimos muitas vezes sobre a mulher recém divorciada que ficou com três filhos para cuidar, sendo uma adolescente. O ex-marido que se encontra na crise da meia idade e saiu de casa para ficar com uma garota 30 anos mais nova. E a descrença total na espécie masculina após ter sido abandonada. A história não é novidade, mas a forma como é conduzida, faz com que este filme seja muito bom. Um roteiro bem tramado, atores ótimos e o que é melhor, sem intenção de reinventar a roda. Sutil, delicado e divertido. Uma abordagem muito sincera sobre os altos e baixos do ser humano e sobre a segunda chance de sermos felizes que todos merecemos ter na nossa passagem por este planeta. Muito bom. A conclusão é linda.

Set

Na maioria das vezes, o espaço e os objetos que vemos nas telas do cinema e da televisão são o resultado do trabalho de uma rede de produção complexa chamada Direção de Arte. Seu condutor, o Diretor de Arte, imagina e então leva sua equipe a criar os mundos materiais que vemos na tela. A partir do momento em que um Diretor de Arte lê o roteiro, desenrola-se uma série de processos paralelos. Set acompanha o processo mágico do rascunho à destruição dos arquivos, no qual toda sorte de imagens de referência, sentimentos, habilidades, e eventos estão conectados para criar uma nova imagem; uma nova realidade material e efêmera onde acontece a maior parte das ações que vemos na tela.

México, 2008
Direção: Adriana Camacho

O tema escolhido para este documentário é fascinante. Infelizmente a diretora não soube filmá-lo com a grandeza merecida. Ela quis mostrar muitas produções e acabou não mostrando nada. É tudo muito superficial. Seria melhor se ela se atesse somente a um filme e fosse explicando o processo de criacão do diretor de arte. Os depoimentos são interessantes, principalmente do diretor de arte do belíssimo "Labirinto do Fauno", onde foi realizado um trabalho sensacional principalmente na ambientação cenográfica, mas é muito pouco. Acrescento ainda que o filme poderia ter metade de sua duração cortada que não perderíamos nada. Ficou uma sensação de que ela estava somente enchendo linguiça. Talvez se fosse mais curto, ela poderia concorrer ao documentário de média metragem e quem sabe bater "Bode Rei, Cabra Rainha" hehehe. Mas o filme é muito fraco. Dei até umas pescadas e olha que era o primeiro do dia.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Jodhaa Akbar

Superprodução épico-musical de Bollywood, Jodhaa Akbar conta a história de uma aliança entre duas culturas e religiões, onde o Imperador muçulmano Jalaluddin Mohammad Akbar casa-se com a jovem e destemida Jodhaa, filha do Rei hindu Bharmal de Amer. Um romance épico do século 16 que parte dos campos de batalha onde o jovem Jalaluddin é coroado, passando pelas conquistas que lhe deram o título de Akbar, o Grande. Em seus esforços para fortalecer suas relações com os hindus, Akbar aceita desposar a bela e desafiante Jodhaa, sem saber que vai por sua vez embarcar numa nova jornada – a jornada do amor verdadeiro.
Índia, 2008
Brega de luxo? Previsível? Clichês ao cubo, direção e atuações suspeitas? A resposta para todas estas perguntas é SIM!. Mas o filme de 205 minutos é uma delícia, acreditem. Você acaba nem percebendo o tempo passar. Podemos dizer que se trata da versão musical indiana para Romeu e Julieta com direito a cenas de luta que deixariam qualquer lutador de telecatch com inveja. É tudo super exagerado, principalmente as atuações dignas de dramalhões mexicanos, mas o que torna tudo isso muito bom é o fato de nada ser feito com essa intenção. As jogadas de cabelo a la comercial de shampoo da protagonista, lindíssima por sinal. Os sorrisos e expressões do sósia indiano do Nicolas Cage. Você até pensa que é de sacanagem, mas não é rsss. Dá até pra imaginar as tiazinhas indianas se emocionando com essa história de amor. No começo até dá um certo estranhamento, mas depois que você relaxa e entra na fantasia, tudo fica lindo e divertidíssimo. Na primeira cena musical achei que o filme fosse descambar de vez. E não é pra menos, me aparece um ser cantando que parecia ter saído diretamente do Planeta dos Macacos. Mas para minha surpresa esta cena foi a parte mais linda da película. A partir daí comecei a vê-lo com outros olhos. Trata-se do filme dos sonhos para qualquer diretor de arte. Um luxo só. Cenários imponentes e roupas impecáveis, tudo cuidado nos mínimos detalhes. Tá certo que na parte que cabe a cinematografia, como jogo de câmeras, cenas de luta, direção e atuações, eles ainda tem muito o que aprender, mas no quesito produção, não deixa nada a desejar para Hollywood. Visualmente é lindo. Minha dica é: - Não se leve tão a sério, relaxe e embarque nesta sensacional história de Jalaludin Mohammad Akbar, abra concessões que você não irá se arrepender. Vida longa à Bollywood hahaha. Kilt e cult ao mesmo tempo. Diversão garantida.

Mais Sapatos

O lendário cineasta Werner Herzog disse uma vez que se alguém quisesse se tornar cineasta, deveria deixar a escola de cinema de lado. Em vez disso, deveria fazer uma viagem de 5.000 Km, sozinho, à pé, “digamos de Madri a Kiev”. “Enquanto estivesse caminhando”, disse Herzog, “ele aprenderia muito mais sobre a arte de fazer filmes e o processo envolvido do que se estivesse sentado numa sala de aula. Suas experiências seriam o oposto do conhecimento acadêmico, porque a escola é a morte do cinema”. Em março de 2006, Lee Kazimir decidiu testar a idéia de Herzog. Realizou a longa jornada de Madri a Kiev carregando o básico: uma tenda e saco de dormir, cadernos, e algum equipamento de câmera. A viagem levou-o à Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Polônia e Ucrânia.
EUA, 2008
Direção: Lee Kazimir
Estarei eu louco? Ai que meda. Confesso que simpatizei com este documentário. Esqueçamos a parte técnica. Roteiro? Também não existe. A única coisa que existe é o mapa que indica qual a próxima cidade. A dificuldade de se comunicar nos países além da Espanha influenciou negativamente o documentário, pois não pôde aprofundar-se em nenhum dos personagens interessantíssimos que cruzaram seu caminho. Pra falar a verdade ele é todo tosco, cheio de clichês, mas transmite uma mensagem bacana. Cada vez menos damos valor as coisas simples da vida, ainda mais vivendo em megalópoles como São Paulo. Precisamos saber administrar nosso cotidiano para não entrarmos em curto. Existem coisas que somente aprendemos quando fazemos uma viagem desse tipo. E tem que viajar sozinho. Passei por experiência semelhante. Fui viver em um país onde não conhecia ninguém com uma cultura totalmente diferente, fiz amigos do mundo todo, do Japão á Rússa, da Coréia à Arábia Saudita. Trabalhei com mexicanos que não acreditaram em mim quando eu disse que Roberto Carlos era brasileiro. Experiências como essas são para a vida toda e se ele não voltou um melhor cineasta, com certeza voltou um homem muito melhor. Talvez seja algo muito pessoal, mas é bem melhor que Tony Manero por exemplo hahaha.






Formidável

Matthieu é um desempregado profissional que vende doces na porta de uma escola e ajuda crianças a atravessar a rua. Um dia, ele causa uma colisão. Isso pode fazê-lo perder o emprego e ele apela para Marc, a outra parte envolvida no acidente, para livrá-lo da culpa. Mas Marc, que vende equipamentos para a polícia, está cheio de problemas. Ele enfrenta um divórcio litigioso e a falência total de sua empresa. Sua esperança é conseguir vender o estoque de pisca-piscas para a polícia federal para tentar recuperar o que perdeu. Mas sua esposa toma seu carro e seu cartão de crédito é recusado. Matthieu propõe ajudar Marc se ele se responsabilizar pelo acidente. Então, os dois homens com nada em comum viajam para o sul numa motocicleta barata, com os pisca-piscas nos ombros e nenhum dinheiro no bolso. A convivência mais próxima revela o que está por trás das aparências e mostra as diferenças. Mesmo assim, eles aprendem a se conhecer e começam a simpatizar um com o outro. Formidável, não?
Bélgica, 2007
Sessão da tarde. Um filme que parece ter sido feito para a televisão. Roteiro tosco, piadas fracas, atores esforçados e direção sem rumo. Perda de tempo. Um amigo disse que parece os filminhos do Daniel Filho. É pior rsss. Rir para não chorar.




segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mais Tarde Você Entenderá

Rivka nunca contou a seu filho Victor, um advogado bem-sucedido, sobre a deportação dos pais dela, judeus russos que foram perseguidos na época da Segunda Guerra. Por mais que pergunte, ele não consegue respostas diretas de sua mãe idosa. Batizados na religião católica como o pai, Victor e sua irmã Tania nada sabem sobre o passado de guerra da mãe. Tentando juntar os pedaços perdidos da história de sua família, Victor viaja com sua esposa e filhos para o minúsculo vilarejo onde seus avós foram obrigados a se esconder durante a guerra.
França, 2007
Direção: Amos Gitai
Sempre admirei o trabalho de Gitai. Filmes como "Laços Sagrados", "O Dia do Perdão" e "Terra Prometida" fazem parte da minha formação cinematográfica, mas confesso que o tema repetitivo já esta cansando e começando a dar premissas de esgotamento. Quem viu um já viu "quase" todos. Tá certo, concordo que este tema deva ser passado para as novas gerações, pois trata-se de um assunto que nunca poderá cair no esquecimento para que nunca mais ocorra tais atrocidades. A intolerância contra qualquer manifestação de preconceito deve ser mantida, mas acho que Gitai possue bagagem suficiente para abordar outros assuntos e mostrar que não é cineasta de um filme só. Neste seu mais recente "velho" filme, acompanhamos mais do mesmo. E está longe de constar entre seus melhores trabalhos. A cena na sinagoga é maravilhosa, mas não chega a salvar o filme.









Il Divo

Em Roma, ao amanhecer, quando todos ainda dormem um homem está acordado: Giulio Andreotti. Ele tem que trabalhar, escrever livros e, ainda, rezar. Calmo, misterioso e astuto, há quatro décadas é sinônimo de poder na Itália. No começo dos anos 90, assumiu seu sétimo mandato como primeiro ministro, sem arrogância e tampouco humildade. Perto dos 70 anos, Andreotti não conhece o significado da palavra medo, embora esteja acostumado a vê-lo estampado no rosto de seus interlocutores. Sua relação com o poder é simbiótica. Quase intocável, ele sai incólume de tudo: batalhas eleitorais, massacres terroristas, acusações difamatórias. Isso até a Máfia declarar guerra a ele. Aí as coisas mudam, até mesmo para o imortal Andreotti. Mas será que mudam mesmo ou apenas parecem mudar? Uma coisa é certa: é difícil atingir Andreotti, o homem que conhece os meandros do mundo melhor do que ninguém.
Itália, França, 2008
Direção: Paolo Sorrentino
Alguns filmes você já sabe que serão bons apenas pelos minutos iniciais. "Il Divo" é um exemplo clássico disso. FILMAÇO! O cinema italiano vem renascendo nos últimos anos. Podem não produzir muito como a França, mas ultimamente vem presenteando os cinéfilos com excelentes películas. Podemos citar por exemplo "Novo Mundo" e "Gomorra", este último presente na Mostra deste ano. Não poderia deixar de citar também o excelente "Bom dia, Noite" que foca no sequestro de Aldo Moro, um dos personagens que mais pertuba a cabeça de Andreotti. Aliás, são filmes complementares. Se quiser ler umas das centenas de cartas que Aldo Moro escreveu enquanto estava no cativeiro é só dar uma clicada neste link que será direcionado para meu comentário sobre o filme onde você encontrará uma das cartas. "Il Divo" é uma reconstituição fidedigna deste homem astuto, peculiar e inteligentíssimo que dominou a Itália por anos. O roteiro é ótimo, a direção firme e segura e o ator ... Sensacional! A montagem também merece destaque especial, assim como a exótica trilha que complementa maravilhosamente as imagens. Já diria algum sábio: - "Quem serve ao poder, não pode servir o povo." EXCELENTE filme.
















Aquele Querido Mês de Agosto

No coração de Portugal, em meio às montanhas, o mês de agosto é repleto de pessoas e atividades. Emigrantes voltam para casa, soltam fogos de artifício, combatem os fogos, cantam no karaokê, atiram-se das pontes, caçam javalis, bebem cerveja, fazem filhos. Se o diretor e a equipe de filmagem tivessem ido direto ao assunto e resistido às tentações de se juntar às festividades, a sinopse diria apenas que se trata de uma história que acompanha as relações afetivas entre pai, filha e o primo desta, todos músicos numa banda de bailes. Amor e música, portanto.
Portugal, 2008
Direção: Miguel Gomes
Ficção, documentário ou musical? Que tal tudo ao mesmo tempo? O divertidíssimo "Aquele Querido Mês de Agosto" é um dos filmes mais originais que já vi, portanto ouso dizer, que ele é o pioneiro deste novo gênero que mistura tudo e você acaba não sabendo onde começa a ficção e acaba a realidade. E quem se importa com isso? O filme é delicioso. Tão gostoso de se assitir que os 150 minutos passam despercebidos. A 1° parte mostra a equipe do filme mais preocupada em curtir a festa e as comemorações do que procurar as pessoas ideais para os papéis. Aliás, os personagens vêm até a equipe, como é o caso da gracinha protagonista. Os diálogos são impagáveis e cômicos e para ajudar, ainda tem aquele sotaquezinho gostoso e arrastado de Portugal. Posso citar alguns exemplos como: - "Estavam eles lá a filmar e aquele coelhinho (o microfone boom) a me seguir." Ainda tem o saltador que em dado momento de seu depoimento solta: - " Tive que subir de cú." HAHAHA. Ó-TE-MO!!!! Ainda há inúmeras cenas e diálogos que fazem você chorar de rir. E quando você menos espera começa o filme. O filme protagonizado por alguns dos personagens que aparecem na parte "documentário" da fita. Mais um filme que utiliza da artimanha da metalinguagem, mas que o faz de maneira extremamente criativa e original, ou pode ter até sido por falta de dinheiro mesmo e se foi este o caso, acredito que não poderia ter acontecido melhor coisa. Pensa que acabou? Nada disso. Para completar, o filme é embalado por canções breguíssimas locais e brasileiras também ora pois, com direito a "Nossa Senhora" do nosso rei e grand finale com Nelson Ned já nos créditos. Nasceu clássico. Ou estaria mais para cult? Enfim, imperdível!







domingo, 2 de novembro de 2008

As Lágrimas de Minha Mãe

Alex, 27 anos, volta para a Argentina para visitar seu pai que está morrendo. Lá, sua mãe e velhos amigos da família juntam-se a ele, o que lhe provoca lembranças de sua infância no início dos anos 80. Muitos anos antes, seus pais haviam saído da Argentina por causa da ditadura militar. Fixaram residência na zona oeste de Berlim, onde viveram num loft industrial, junto com um grupo eclético de pessoas que logo se tornaram importantes figuras na vida do menino. Quando ele completou sete anos, descobriu que tinha um dom especial: poderes telecinéticos. Isso o ajudou a adaptar-se à sua nova vizinhança e à sua nova vida. Mas enquanto Alex sofria com as dores da primeira paixão e com problemas na escola, seus pais tentavam lidar com a frustração de uma vida no exílio e com a falta de dinheiro. Lizzie, a mãe, via na Alemanha uma chance de criar seu filho em liberdade. Ela aprendeu a língua, absorveu a cultura e rapidamente encontrou um emprego. Já Carlos, o pai, sentia-se cada vez mais rejeitado e incompreendido. À medida que o tempo passava, o relacionamento deles piorava. Então, numa tentativa desesperada de salvar o amor de seus pais, Alex usou seu dom especial.
Alemanha, 2008
As dificuldades de se adaptar à um novo país, uma nova cultura, principalmente quando esta mudança é fruto de uma fuga e não por opção é o principal mote deste bom filme que guarda muitas semelhanças com o brasileiro " O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias". Diante de tantas mudanças, quem sofre mais com suas consequências é o filho do casal em crise. E devemos sempre tentar preservar ao máximo as crianças de nossos atos inconsequentes, pois algo que talvez seja insignificante para nós, pode traumatizar uma criança para toda sua vida. Um belo filme sobre as escolhas que tomamos no decorrer de nossas vidas. Um filme sobre ser menos egoísta.