segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Aquele Querido Mês de Agosto

No coração de Portugal, em meio às montanhas, o mês de agosto é repleto de pessoas e atividades. Emigrantes voltam para casa, soltam fogos de artifício, combatem os fogos, cantam no karaokê, atiram-se das pontes, caçam javalis, bebem cerveja, fazem filhos. Se o diretor e a equipe de filmagem tivessem ido direto ao assunto e resistido às tentações de se juntar às festividades, a sinopse diria apenas que se trata de uma história que acompanha as relações afetivas entre pai, filha e o primo desta, todos músicos numa banda de bailes. Amor e música, portanto.
Portugal, 2008
Direção: Miguel Gomes
Ficção, documentário ou musical? Que tal tudo ao mesmo tempo? O divertidíssimo "Aquele Querido Mês de Agosto" é um dos filmes mais originais que já vi, portanto ouso dizer, que ele é o pioneiro deste novo gênero que mistura tudo e você acaba não sabendo onde começa a ficção e acaba a realidade. E quem se importa com isso? O filme é delicioso. Tão gostoso de se assitir que os 150 minutos passam despercebidos. A 1° parte mostra a equipe do filme mais preocupada em curtir a festa e as comemorações do que procurar as pessoas ideais para os papéis. Aliás, os personagens vêm até a equipe, como é o caso da gracinha protagonista. Os diálogos são impagáveis e cômicos e para ajudar, ainda tem aquele sotaquezinho gostoso e arrastado de Portugal. Posso citar alguns exemplos como: - "Estavam eles lá a filmar e aquele coelhinho (o microfone boom) a me seguir." Ainda tem o saltador que em dado momento de seu depoimento solta: - " Tive que subir de cú." HAHAHA. Ó-TE-MO!!!! Ainda há inúmeras cenas e diálogos que fazem você chorar de rir. E quando você menos espera começa o filme. O filme protagonizado por alguns dos personagens que aparecem na parte "documentário" da fita. Mais um filme que utiliza da artimanha da metalinguagem, mas que o faz de maneira extremamente criativa e original, ou pode ter até sido por falta de dinheiro mesmo e se foi este o caso, acredito que não poderia ter acontecido melhor coisa. Pensa que acabou? Nada disso. Para completar, o filme é embalado por canções breguíssimas locais e brasileiras também ora pois, com direito a "Nossa Senhora" do nosso rei e grand finale com Nelson Ned já nos créditos. Nasceu clássico. Ou estaria mais para cult? Enfim, imperdível!







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