segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Piaf, Um Hino ao Amor

França/ Inglaterra/ República Tcheca, 2007
Direção: Olivier Dahan

Quando era piazinho a voz dessa mulher já mexia comigo. Agradeço minha mãe por ter embalado a trilha sonora de minha infância nas tantas viagens de carro que fizemos. Piaf, Aznavour, Chico Buarque ... Posso dizer que fui muito bem introduzido no universo musical e guardo seus resquícios até hoje.

Deixei de ver este filme várias vezes, não porque não quisesse, pelo contrário, mas o tempo foi passando, saiu do cinema, eu nunca achava disponível para locar ... e não é que ele deu de cara comigo neste fim de semana. Peguei sem pensar.

Um filme maravilhoso sobre uma personagem ímpar dotada de um talento genial. As cinebiografias costumam ser o trabalho perfeito para qualquer ator mostrar seu potencial. Podemos citar alguns exemplos como "Ray", "Johnny and June", "As Horas", "Capote" e por aí vai. Marion Cotillard não deu chance as suas concorrentes na corrida pelo Oscar de melhor atriz. Simplesmente excepcional sua imersão na personagem de Edith Piaf.

Se não bastasse a atuação de Marion, o filme é muito bom com um roteiro bem tramado e atores coadjuvantes que mantém a qualidade da fita. A vida sofrida de Piaf também ajudou bastante.

Praticamente abandonada pelos pais, foi deixada menina ainda na "Casa de Moças" da avó onde viveu por algum tempo e conheceu Tetine, que foi praticamente sua mãe durante o período em que lá viveu. Belo dia o pai resolve aparecer e a levou para trabalhar com ele no circo onde era contorcionista. Começou a acompanhá-lo em suas apresentações de rua e numa dessas descobriu seu dom.

Cresceu cantando nas ruas para sobreviver e foi descoberta pelo personagem de Gérard Depardieu que a levou para cantar em cabarés. Foi seu primeiro mentor. Depois veio outro que a fez explorar a exaustão todo seu talento, mas sempre pegando no pé com relação a dicção e entonação, apresentação visual e corporal. Ela dizia: "Eles não se importam com minhas mãos, com minha aparência, eles querem me ouvir cantar..." Virou uma estrela.
Genial ela já era. O seu pânico diante da primeira grande apresentação deixa evidente de que ela não se encaixava neste mundo. Ela tinha uma visão totalmente peculiar da vida. Vivia em um mundo somente seu onde 90% dele era ocupado pela música. Tudo isso agregado aos inúmeros traumas sofridos no decorrer de sua vida. Parecia que não havia outro destino para ela a não ser acabar sozinha, pois todos que se aproximavam dela, principalmente aqueles que ela muito amou, não terminavam muito bem. Essa mulher sofreu demais e de todo este sofrimento, surgiu uma das maiores cantoras que este mundo já testemunhou. Sem dúvida, uma artista genial e eterna, com um talento inquestionável e uma música maravilhosa, que por sinal, não sai de minha cabeça.

Non, Je Ne Regrette Rien - Não, Eu Não Lamento Nada Non, rien de rien - não, nada de nada Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada Ni le bien qu'on m'a fait - nem o bem que me fez Ni le mal, tout ça m'est égal - nem a dor, tudo aquilo sou eu mesmo Non, rien de rien - não, nada de nada Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada C'est payé, balayé, oublié - nem o bem que está acabado e esquecido Je me fout du passé - eu tiro sarro do passado






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resmunga ai