segunda-feira, 27 de março de 2006

Paradise Now



Palestina/Holanda/Alemanha/França, 2005
Direção: Hany Abu-Assad


Paradise concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em sua última edição. O prêmio foi arrebatado por Tsotsi da áfrica Do Sul. Indicação mais que merecida por sinal.

Paradise conta a história de dois amigos de infância, palestinos, que são recrutados para uma missão importante para a causa da resistência palestina. Homens bomba.

De primeiro momento um deles está muito orgulhoso de ser designado para tal missão, o outro, não sabe se o que esta prestes à fazer é o correto. Nenhum teme a morte, afinal, o paraíso lhes aguarda. Ao tentar concluir a missão algo sai errado e esta deverá ser abortada ou adiada. Neste meio tempo, a trama cresce muito, principalmente devido aos conflitos interiores dos protagonistas.

Os diálogos são ótimos, muito fortes, palavras que sabem conduzir. A questão Palestina mostrada de forma realista pela visão de dois homens bomba prontos para o paraíso.

O filme é muito bem dirigido e executado, os protagonistas estão ótimos e convicentes. Além de tudo isso o filme ainda consegue ser sutil, na minha opinião o cineasta que consegue transmitir sua mensagem sem precisar utilizar-se das imagens em si, esta no caminho certo. Quando menos é mais.

Spielberg na certa não assistiu Paradise. Deveria. Talvez realizasse melhor trabalho em Munich. Enfim, um ótimo filme em todas as questões. Para pensar, refletir e levitar. Não perca.








Postado em 27/03/06 no O Crítico sou Eu.

Mentiras Sinceras



Inglaterra, 2005
Direção: Julian Fellowes

Um filme justo. São 85 minutos de uma boa trama, não precisava de mais. Um filme sucinto que realizou seu papel de forma brilhante: - Servir de aperitivo para o main course da noite, Paradise Now, em breve, nas páginas do crítico.
Até que ponto uma pessoa está disposta a fazer tudo por amor? Qual o limite? As respostas para estas questões não podem ser dadas de maneira científica, não existe amostragem para os assuntos do coração, uma vez que cada um responde à sua maneira.

Imagine que você descubra estar sendo traído, que a pessoa que lhe traiu assuma isso e ainda por cima admita que nada fará para mudar a situação. Em Mentiras Sinceras, o traído passa por tudo isso e ainda por cima aceita a traídora no aconchego de seu lar, toda noite após esta voltar das loucuras sexuais com o amante. Ele expressa seus sentimentos, sua ira e inconformação, mas ainda assim, não consegue deixá-la, ele esta em suas mãos.

Entre idas e vindas do casal problemático, a investigação de um crime em que a traídora e seu amante são suspeitos rola solta. E o que acontece? É claro que o traído a ajuda. Resumindo, ao final do filme, amante e traído são praticamente amigos intímos.
Mentiras Sinceras mostra um casal pertubado e um marido pior ainda. Ainda penso se seus gestos foram de insanidade devido a cegueira do amor ou por ser um humano mais desenvolvido espiritualmente. Ele aceita tudo que a esposa impõe e ao contrário do que pensei no início, não tinha nenhum plano de vingança. Ele é testado ao limite e sobrevive.

No final das contas, todos nós sobrevivemos. Quem nunca sofreu por amor que atire a primeira pedra .... Mas o tempo é sábio e thanx God, na maioria das vezes, resolve tudo, ou quase. Bom filme.


Postado em 27/03/06 no O Crítico Sou Eu.

sexta-feira, 24 de março de 2006

Crime Delicado


Brasil, 2005
Direção: Beto Brant

Muito se falou do mais recente trabalho de Beto Brant... Brant atinge a maturidade, um filme sólido e excelente, sensibilidade à flor da pele e blá blá blá. Realmente fiquei muito ansioso para vê-lo, mesmo porque gosto muito do diretor e de seus antigos trabalhos.

Se você , assim como eu acompanha a carreira de Beto, esqueça tudo o que já viu dele, Crime Delicado parece mais um filme do Júlio Bressane, nada a ver com Beto. Sinceramente, não sei o que ele pretendia com este filme, causar polêmica, andar por outras searas, agradar a pouquissímos, porque sim, o filme foi extremamente elogiado e eu achei bem ruinzinho.
Crime Delicado conta a história de um crítico famoso de teatro que se apaixona pela musa de um pintor erótico. Detalhe: a tal musa tem apenas uma perna. Por quê isso? São todos personagens freaks, escatológicos... Por quê? Para os críticos ridículos falarem: OHHH, que obra-prima, o melhor de Brant...FAÇA-ME O FAVOR!!!!!!! Se eu quisesse ficar desvendando metáforas leria Mcluhan.

Tem uma coisa boa no filme: a direção de atores está muito boa e a estréia de Lilian Taublib, a musa perneta. Não posso deixar de mencionar também a integração de 3 grandes formas de arte que é o teatro, a pintura e o cinema. Isso me agradou. Pronto, dei 2 pontos favoráveis ao filme. Agora o resto.... que me perdoem as pessoas cabeças e intelectuais, e olha que eu gosto muito de filme de arte, mas desta vez Brant chutou o pau.

Tem uma parte do filme em que o pintor taradão fica falando por mais de 10 minutos, o monólogo mais chato da história do cinema, nessa quase pisquei, ohhh Lord que coisa chata, filme chato para pessoas chatas gostarem. E olha que não estou revoltado não, pra você ter uma idèia, faz uma semana que vi o filme, não quis escrever logo de cara pois estava tentando digêri-lo, dar mais um tempo para ele na minha cabeça, quem sabe eu mudasse de opinião, mas não foi o que aconteceu.
Beto!!! Sempre fui seu fã, mas este filme realmente me decepcionou, espero que você não esteja passando por nenhuma crise e queira mudar seu cinema tão característico, não se deixe levar pelos críticos caquéticos e retrógrados viajandões, ainda há tempo de voltar a ser o que lhe trouxe reconhecimento, um cinema jovem e vibrante. Quero o Brant de Ação Entre Amigos, O Invasor, Matadores, filmes que tantas alegrias me deram, vamos lá queridão! You can do it!







Postado em 24/03/06 no O Crítico Sou Eu.

quinta-feira, 16 de março de 2006

11° É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários


Já vai começar o tão esperado Festival.

Principal evento dedicado à cultura do documentário na América Latina, fundado e dirigido pelo crítico Amir Labaki, o É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários realizará em 2006 sua 11ª edição entre 22 de março e 2 de abril em São Paulo, 24 de março e 2 de abril no Rio de Janeiro e 3 e 16 de abril em Brasília.


A Retrospectiva Brasileira homenageia Jorge Bodansky, diretor do aclamado docudrama “Iracema, Uma Transa Amazônica” que foi relançado em DVD no final do ano passado, junto com um documentário atual sobre o filme. Dentro da Retrospectiva serão apresentados os seguintes títulos:

- Iracema, uma Transa Amazônica.

- Era Uma Vez Iracema

- Terceiro Milênio

- Os Mucker

- Volkswagen: Operários na Alemanha e no Brasil

- As Aventuras de Igor na Antártida

- Jarí

- Igreja dos Oprimidos

- Caminhos de Valderez

- Surfista de Trem

- A Propósito de Tristes Trópicos

- Amazônia, o Último Eldorado

- Hitler Terceiro Mundo



A Retrospectiva Internacional homenageia Werner Herzog, um dos maiores representantes do novo cinema alemão, movimento que surgiu nos anos 70. A maioria de seus documentários nunca passou no Brasil e, segundo a crítica européia, possuem um estilo pessoal e ares de ficção. A programação é a seguinte:

- Além do Infinito Azul (The Wild Blue Yonder)

- Fata Morgana (Fata Morgana)

- Juliane Cai na Selva (Wings Of Hope)

- Lições da Escuridão (Lessons Of Darkness)

- Meu Melhor Inimigo (My Best Fiend)

- O Diamante Sinos do Abisni: Fé e Supestição na Rússia (Bells From The Deep)

- Branco (The White Diamond)

- O Grande Êxtase do Entalhador Steiner (The Great Ecstasy Of Woodcarver Steiner)

- O Homem-Urso (Grizzly Man)

- O Pequeno Dieter Precisa Voar (Little Dieter Needs To Fly)



O Festival ainda apresenta a Competição Brasileira de Longas e Médias, onde concorrem:

- À Margem do Concreto – Evaldo Mocarzel

- Atos dos Homens – Kiko Goifman

- Caparaó – Flávio Frederico

- Deus e o Diabo em Cima da Muralha - Tocha Alves e Daniel Lieff

- Dia de Festa – Toni Venturi

- Diário de Naná – Paschoal Samora Dona Helena

- Dainara Toffoli Herbert de Perto – Roberto Berliner e Pedro Bronz

- Pixote in Memoriam – Felipe Briso e Gilberto Topczewski

- O Profeta das Águas – Leopoldo Nunes

A Competição Brasileira de Curtas, com:

- Uma História Severina – Débora Diniz e Eliane Brum

- Sexo e Claustro – Cláudia Priscilla

- Visita Íntima – Joana Nim João do Vale

- Muita Gente Desconhece - Werinton Kermes

- Rap, o Canto da Ceilândia – Adirley Queirós

- De Glauber para Jirges – André Ristum

- Passeios no Recanto Silvestre – Miriam Chnaiderman BerlinBall

- Anna Azevedo Dormente – Joel Pizzini

E a Competição Internacional, com os documentários:

- Amigo (L'Ami), de Sara Rastegar

- Briga de Rua (Street Fight), de Marshall Curry

- China Blue (China Blue), de Micha Peled

- Cinco Dias (Chamisha Yamim), de Yoav Shamir

- Descendentes (Leszármazottak), de Ágota Varga

- El Perro Negro - histórias da Guerra Civil Espanhola (El perro negro - Stories from the Spanish Civil War), de Péter Forgács

- Guantánamo - As Novas Regras da Guerra (Gitmo-The New Rules Of War), de Erik Gandini

- Tarik Saleh I de Índia (I for India), de Sandhya Suri

- Irmãs na Lei (Sister in Law), de Kim Longinotto & Florence Ayisi

- Kha-Chee-Pae (Kha-Chee-Pae), de Miroslav Janek KZ

- Campo de Concentração (KZ), de Rex Bloomstein

- No Buraco (En el hoyo), de Juan Carlos Rulfo

- O Cabelo de Beethoven (Beethoven's Hair), de Larry Weinstein

- O Grande Silêncio (Die Grosse Stille), de Philip Groening

- Os Budas Gigantes (The Giant Buddhas), de Christian Frei

- Quantas Estradas (How Many Roads), de Jos de Putter

- Rio Congo (Congo river), de Thierry Michel

Para quem gosta de documentários é realmente um evento imperdível, esperado o ano inteiro. Por ele podemos conhecer muitas culturas sentados na sala escura.
Para saber um pouco mais, consulte o site do É Tudo Verdade http://www.itsalltrue.com.br/2006/inscricoes/index.html

Camila Andrietta

Valeu Camis pela dica. É isso ai amigos, o festival esta realmente imperdível, vamos prestigiar.


Postado em 16/03/06 no O Crítico Sou Eu.

quarta-feira, 15 de março de 2006

Match Point


EUA/Inglaterra/Luxemburgo, 2005
Direção: Woody Allen

Well, well, well, ohh boy!!!! Que filme bom. Um Woody Allen renovado, seguro e diferente da maioria dos filmes que já tivemos a oportunidade de vê-lo dirigir. Esqueça as comédias de situações do cotidiano, os diálogos excepcionais que sempre marcaram sua obra, mas o sarcasmo, aaaa, este está mais presente que nunca em Ponto Final. E ainda tem a exuberante Scarlet Johansson, pois é, Woody escolheu muito bem sua nova musa.
Match Point é um trailer com um final inesperado. A tensão está presente durante quase todo o filme e te prende na poltrona da sala escura. Trata-se também de seu filme mais erótico, se assim podemos dizer. Simmmm, há cenas calientes!
Um tenista profissional que não obteve sucesso tenta galgar melhor posição em sua vida dando aulas de tênis para pessoas importantes da high society britânica. Assim ele conhece os aristocratas e vai ganhando sua confiança, sendo convidado para festas, óperas e etc...
Em um desses encontros, conhece a irmã de um de seus alunos e começa um romance totalmente com segundas intenções. O problema é que ele não contava com a presença da linda cunhada, Scarlet, e claro, cai de joelhos e começa a galantear a moça que de santa também nada tem. Esta iniciado o caso extra conjugal.
A partir daí a tensão só aumenta. A relação deles torna-se um verdadeiro vai e vem até o momento em que ele descobre que seu cunhado havia desfeito o noivado com Scarlet, pronto, era tudo o que ele precisava saber para começar uma busca doentia pela moça e ao encontrá-la o estopim estoura. Tardes quentes de sexo selvagem.
Numa dessas ela engravida e começa a pressioná-lo para largar da esposa. Agora ele está numa esboscada: Jogar tudo que conseguiu pela janela para ficar com a amante ou continuar levando a vida que ele sempre sonhou e tanto sacrifício fez para consegui-lá.
Ou você acha que é fácil fingir gostar de alguém? Não deve ser. Pois bem, vá ver o filme para saber o que ele decidiu e qual atitude ele tomou. Garanto que sua decisão não foi nada comum, pelo contrário.
O ritmo do filme é muito bom, o roteiro está bem tramado e a direção sem comentários. Parece que os ares europeus fizeram muito bem para Allen, que nunca havia filmado fora de sua New York. E melhor, não que ele seja um ator ruim, mas prefiro muito mais Allen atrás das câmeras.
Ele não atua no filme. Ótimo e obrigatório programa. Grande filme. Se você não gosta de Woody, releve e vá para ver a musa Scarlet, garanto que vale a pena. Tem uma cena em que o casal protagonista faz amor sob a chuva em cima do mato, Scarlet está somente com uma camisa branca e ...... Bem , vamos parar por aqui, vai logo conferir meu!









Postado em 15/03/06 no O Crítico Sou Eu.

terça-feira, 7 de março de 2006

Oscar 2006



A muito tempo a Academia vem perdendo credibilidade e deixando de ser referência para as pessoas que convivem com o mercado cinematográfico. Claro, o Oscar sempre será o Oscar na cabeça de quem não vive cinema, mas as coisas vêm mudando devido a postura antiquada e conservadora dos membros da Academia. Se não houver uma renovação, daqui alguns anos será apenas mais um evento do " american way of life", ou seja, banal. Vamos aos vencedores de 2006, depois não deixem de ver os meus favoritos. Abraços.

MELHOR FILME "Crash - No Limite"


MELHOR DIREÇÃO "O Segredo de Brokeback Mountain" (Ang Lee)


MELHOR ATOR Philip Seymour Hoffman por "Capote"


MELHOR ATOR COADJUVANTE George Clooney - "Syriana"


MELHOR ATRIZReese Witherspoon por "Johnny e June"


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Rachel Weisz - "O Jardineiro Fiel"


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO "O Segredo de Brokeback Mountain"


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL "Crash - No Limite"


MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO "Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais"


MELHOR FILME ESTRANGEIRO "Tsotsi" (África do Sul)


DIREÇÃO DE ARTE "Memórias de uma Gueixa"


FOTOGRAFIA "Memórias de uma Gueixa"MELHOR EDIÇÃO"Crash - No Limite"


EFEITOS VISUAIS "King Kong"


FIGURINO "Memórias de uma Gueixa"


MELHOR DOCUMENTÁRIO "A Marcha dos Pingüins"


MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM "A Note of Triumph: the golden age of Normal Corwin"


MAQUIAGEM "As Crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa"


MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL "O Segredo de Brokeback Mountain" (Gustavo Santaolalla)


MELHOR CANÇÃO "It"s Hard Out Here for a Pimp" - "Hustle & Flow"


MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO - CURTA-METRAGEM "The Moon and the Son: An Imagined Conversation"


MELHOR CURTA-METRAGEM "Six Shooter"


MELHOR EDIÇÃO DE SOM "King Kong"


MELHOR MIXAGEM DE SOM "King Kong"


Agora minha lista dos melhores filmes na sequência. Incluo na lista " O Jardineiro Fiel " de Fernado Meirelles que podia muito bem ter entrado no lugar de Munique por exemplo, vamos lá:


MELHOR FILME


1 - Boa Noite, Boa Sorte - Direção George Clooney
2- O Segredo de Brokeback Mountain - Direção Ang Lee
3 - O Jardineiro Fiel - Direção Fernando Meirelles
4 - Capote - Direção Bennet Miller
5 - Crash, No Limite - Direção Paul Haggis
6 - Munique - Direção do mico do ano : Steven Spielberg ( acorda Steve, acorda!!!!)


Postado em 07/03/06 no O Crítico Sou Eu.

Crash



EUA/Alemanha, 2004
Direção: Paul Haggis

O azarão do Oscar 2006, ou será que os conservadores da Academia não aguentaram a idèia de premiar um filme GAY?!!!! Pois é, na verdade, em minha opinião, eu acho que nem Crash, nem Brokeback eram dignos de levar a estatueta de melhor filme, meu favorito sempre foi Boa noite, Boa Sorte, mas depois falamos disso.

Crash é um filme de roteiro polêmico e político, ponto para ele. O filme trata da conviência de diversas etnias na cidade de Los Angeles, logo o racismo é o grande mote da película.
Simpatizo com a idèia, pois meu curta também trata do racismo. Grandes astros hollywoodianos estrelam o filme, logo, nenhum se destaca. Entre eles, Don Cheadle, Sandra Bullock, Matt Dillon, Brendan Fraser e Terence Howard que concorreu ao Oscar de melhor ator por " Ritmo de um Sonho".
Através de acidentes automobilísticos, as diferenças surgem, dando início ao estopim que está sempre prestes a explodir devido a segregação racial, social ou religiosa. Tolerância zero. É daqueles filmes que possuem vários personagens nada a ver e que com seu desenrolar vai encaixando e ligando suas vidas e histórias. Todas elas voltadas ao racismo.
O tema é importante e já foi muitas vezes filmado, mas à maneira com que Crash trata do assunto, ao meu ver , é um pouco forçada. Situações meio que surreais e sem explicação. O ritmo do filme é bom, mas é preciso um pouco de fantasia para você entrar nele e tratando-se de um filme com um tema tão presente em nossas vidas acho que deveria ser tratado com mais realidade. Ok, é cinema.
Apesar de tudo, vale o ingresso. Qualquer forma de abordagem de assunto tão polêmico é válida para entendermos o quão ridículo é o racismo. Abominável em qualquer uma de suas formas. Valeu a tentativa, mas como espetáculo, deixa a desejar.
Melhor Filme, Roteiro Original e Montagem








Postado em 07/03/06 no O Crítico Sou Eu.

Capote



EUA/Canadá, 2005
Direção: Bennet Miller
Belo filme. Cinebiografia de Truman Capote focado em sua pesquisa para o livro " A Sangue Frio ", um clássico do novo jornalismo que foi concluído em 1966. Capote é também o autor de " Bonequinha de Luxo".


Muitos me disseram que tratava-se de um filme chato, mas como todo cinéfilo, só acredito vendo. Após o fim, chego a conclusão de que quem deve ser o chato sou eu, afinal de contas, achei o filme muito bom. Parado? Sim é parado, mas isso é critério para dizer se um filme é bom ou ruim? Acho que não. O roteiro está muito bem tramado, embora seja parado, ele desenrola bem todas as questões propostas, ao contrário de Munique, que também é um filme parado e longo, muito longo, sem necessidade.

Falar da atuação de Seymour é irrelevante, a muito tempo que ele vem mostrando seu talento, vide Magnólia, Boogie Nights ou até mesmo Happiness, onde ele faz um dos personagens mais escrotos de minha lembrança cinematográfica. E se ele consegue despertar tamanha ânsia na audiência, o cara só pode ser muito bom. E o é. Que atuação, realmente ficou pequeno para o Oscar. É claro que Capote trata-se de um personagem super interessante e rico e isto ajudou, mas o talento de Seymour é notável. Sou seu fã. Impecável.

O filme conta a história de Capote tentando relacionar-se com um criminoso que assassinara uma família inteira. Aos poucos ele vai conquistando a confiança do réu e o ajuda com advogados.


No início você acha que a ajuda é sincera, depois você percebe que trata-se de interesse, afinal, o criminoso fôra condenado à morte e insiste em não revelar à Truman o que aconteceu naquela fatídica noite, consequentemente, Truman não pode escrever seu final.


Ao final do filme, você está confuso com relação aos sentimentos de Capote para com o réu. Era por interesse? Por amor? Afinal, Capote era homossexual assumido. O que importa é que ele conseguiu o que queria, o livro tornou-se um marco e dizem até que revolucionou a maneira de escrever obras não ficcionais. Agora seu sentimento com o condenado fica no ar. Eu acho que no começo era sincero, no meio obsessão e no final ilusão.

Muito bom filme, ator espetacular e roteiro bem tramado. Demorou pra você assistir, principalmente se você for jornalista.

Melhor Ator - Philip Seymour Hoffman










Postado em 07/03/06 no O Crítico Sou Eu.

A Pantera Cor de Rosa



EUA, 2006
Direção: Shawn Levy

Pois é, na verdade eu estava curioso para ver este remake do clássico, não estava entre minhas prioridades mas gostaria de vê-lo. Eis que na véspera do Oscar, vou à Paulista na tentativa de assistir a performance de Philip Seymour Hoffman, estava chovendo, entao isso me encheu de esperanças que talvez eu fosse conseguir. Ledo engano, não sei porque insisto em tentar ir ao cinema Sábado a noite. Resumindo, para não perder a viagem, fui assistir à Pantera.
Refilmar um clássico é uma pedreira, ainda mais quando este é protagonizado por outro clássico, o comédia ou ex comédia, que Deus o tenha Peter Selles. Como este cara me divertiu em minha infância e adolêscencia. A bucha então caiu sobre Steve Martin, que na minha opinião, também é um grande comediante. Exerceu bem o papel do agente trapalhão, talvez Jim Carey o representasse melhor, mas isso é para a próxima refilmagem, quando Jim já terá seus 50 e poucos.
Não espere uma super produção ou um super roteiro, nada disso. Trata-se de uma comédia bem acima das comédias juvenis americanas. Se você era fã do Gordo e o Magro, Os 3 Patetas, saiba que o humor da Pantera segue esta linha. Inocente, simples mas muito engraçado, pastelão mesmo. O quê? Você é muito novo(a) para se lembrar destas velharias? Então lá vai um conselho: Vá atrás destas velharias para você saber como se faz humor inteligente. Ainda podemos citar o cômico Mr Bean e até mesmo o grupo Monthy Piton, ou seja, você vai rir muito. Principalmente se for homem, confesso, é um filme que agrada muito mais aos homens. Por causa da Beyoncè? Também, mas principalmente, porque somos crianças em corpo de adultos. Sua namorada vai virar pra você e dizer: - Mas que coisa mais sem graça e ridícula e você vai concordar com uma pequena diferença e um super sorriso no rosto para que ela pare de reclamar, afinal de contas é mais fácil concordar do que argumentar. Em tratando-se de mulheres é claro.
Martin não decepciona no papel de Clouseau, não é o original, mas é uma imitação bem feita, aiaiai, estes chineses hahaha. A sequência com a professora de sotaque inglês é impagável, de chorar de rir, eu quase pulei da cadeira kkkkk. " I would like a cheese burguer." Imagina Clouseau falando esta frase? Não imagine, assista e morra de rir.
Se sua companheira reclamar, não desista, espere o DVD e passe mal nem que seja sozinho. Você vai gargalhar tanto que todos por perto ficarão curiosos e irão compartilhar de sua alegria. Viva a Pantera.










Postado em 07/03/06 no O Crítico Sou Eu.