terça-feira, 7 de março de 2006

Capote



EUA/Canadá, 2005
Direção: Bennet Miller
Belo filme. Cinebiografia de Truman Capote focado em sua pesquisa para o livro " A Sangue Frio ", um clássico do novo jornalismo que foi concluído em 1966. Capote é também o autor de " Bonequinha de Luxo".


Muitos me disseram que tratava-se de um filme chato, mas como todo cinéfilo, só acredito vendo. Após o fim, chego a conclusão de que quem deve ser o chato sou eu, afinal de contas, achei o filme muito bom. Parado? Sim é parado, mas isso é critério para dizer se um filme é bom ou ruim? Acho que não. O roteiro está muito bem tramado, embora seja parado, ele desenrola bem todas as questões propostas, ao contrário de Munique, que também é um filme parado e longo, muito longo, sem necessidade.

Falar da atuação de Seymour é irrelevante, a muito tempo que ele vem mostrando seu talento, vide Magnólia, Boogie Nights ou até mesmo Happiness, onde ele faz um dos personagens mais escrotos de minha lembrança cinematográfica. E se ele consegue despertar tamanha ânsia na audiência, o cara só pode ser muito bom. E o é. Que atuação, realmente ficou pequeno para o Oscar. É claro que Capote trata-se de um personagem super interessante e rico e isto ajudou, mas o talento de Seymour é notável. Sou seu fã. Impecável.

O filme conta a história de Capote tentando relacionar-se com um criminoso que assassinara uma família inteira. Aos poucos ele vai conquistando a confiança do réu e o ajuda com advogados.


No início você acha que a ajuda é sincera, depois você percebe que trata-se de interesse, afinal, o criminoso fôra condenado à morte e insiste em não revelar à Truman o que aconteceu naquela fatídica noite, consequentemente, Truman não pode escrever seu final.


Ao final do filme, você está confuso com relação aos sentimentos de Capote para com o réu. Era por interesse? Por amor? Afinal, Capote era homossexual assumido. O que importa é que ele conseguiu o que queria, o livro tornou-se um marco e dizem até que revolucionou a maneira de escrever obras não ficcionais. Agora seu sentimento com o condenado fica no ar. Eu acho que no começo era sincero, no meio obsessão e no final ilusão.

Muito bom filme, ator espetacular e roteiro bem tramado. Demorou pra você assistir, principalmente se você for jornalista.

Melhor Ator - Philip Seymour Hoffman










Postado em 07/03/06 no O Crítico Sou Eu.

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