quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Caixa de Pandora

Um irmão e duas irmãs vivem no centro de Istambul. Com quase quarenta anos, ambos levam vidas muito diferentes, centradas em preocupações comuns às classes médias e altas. Um dia, um telefonema leva-os em uma viagem através da Turquia, subúrbios e aldeias, até uma pequena vila nas montanhas do Mar Negro, onde nasceram. Sua idosa mãe, Nusret, está desaparecida. Os irmãos começam a lembrar sobre ela e as tensões rapidamente se revelam, como uma Caixa de Pandora que, depois de aberta, espalha todos os problemas ao redor. Velhas feridas estão abertas novamente. Quando eles encontram a mãe e decidem trazê-la para Istambul percebem que ela está sofrendo de Alzheimer. O confronto com a sordidez de Nusret os leva a perceber como suas vidas são pobres.

Turquia/França/Alemanha/Bélgica, 2008
Direção: Yesim Ustaogu

Filmes que abordam o "Alzheimer" não são novidade. Confesso que minha primeira impressão para este filme não foi das melhores. Não que eu tenha achado ruim, mas assim que acabou, não via muitas qualidades a não ser a atriz principal (MARAVILHOSA!). No entanto, sou humilde para rever minha opinião. O que acontece é que achei algumas cenas forçadas no início. O carro que de repente não pega. As filhas que deixam a mãe sozinha sabendo que ela sofre de Alzheimer. É óbvio que vai acontecer alguma coisa. Nunca se pode deixar alguém que sofre desta doença sozinho. Mas a partir do momento que ela encontra o neto, o filme melhora da água para o vinho. Os dois estão fugindo. Ela quer ir para sua montanha e o garoto foge dos pais. Avó e neto fogem da família problemática, como não poderia deixar de ser. O neto parece trazer uma certa lucidez à personagem, que em alguns momentos, parece ser a mais lúcida de todos com suas frases de efeito. O final é lindo e somente o neto poderia entender o desejo de sua avó de fugir para a montanha, afinal, ele esteve fugindo durante todo o filme. Uma coisa que me incomoda são as risadas da platéia para cenas não muito agradáveis. Talvez eles achem engraçado uma velha mijando no tapete da sala porque não é a mãe deles. Não consigo rir dessas coisas e rezo todo dia para que esta doença não atinja ninguém de minha família. Mas de qualquer maneira, o filme é muito bom sim e o melhor dele é o seu final e sua protagonista. Que bela atriz.

708
24/10 - sexta-feira22:00
Cinemark - Shopping Eldorado
1188
30/10 - quinta-feira17:20
Reserva Cultural Sala 1



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