sexta-feira, 13 de novembro de 2009

DISTRITO 9


EUA/Nova Zelândia, 2009
Direção: Neill Blomkamp

Deixem o preconceito de lado e embarquem na viagem de Distrito 9, este ótimo filme de ficção, um gênero muitas vezes discriminado pelos cinéfilos e críticos.

Produzido por Peter Jackson, diretor da trilogia O Senhor dos Anéis, Distrito 9 é um banho de frescor no segmento. Ficção cientifíca inteligente e renovada, passa longe dos clichês e renova a cada quadro.

Em tempos de filmes sobre o fim do mundo (vem mais um ai: 2012. Aff!), Distrito 9 inova em todos os aspectos. Primeiramente não apela para um diretor/elenco estrelar e vai muito bem. A cidade onde se passa a trama não é Los Angeles nem Nova York, ufa. Não temos somente um bando de ETs invadindo Joanesburgo e sim um roteiro inteligente que traça um paralelo até então inimaginável, tamanha a semelhança da situação dos ETs, com a dos negros à época do Apartheid na própria África e até a dos negros americanos de alguns anos atrás. O filme trata de preconceito e o vilão é o humano. Terrível, baixo e inescrupuloso.

Impossível não comparar as duas situações, histórica e fantasiosa. Joanesburgo é invadida por ETs, chamados vulgarmente de camarões devido a aparência. Sua nave está com problemas e eles não conseguem retornar. Situam-se então em uma área cedida pelo governo e passados 20 anos, o que antes era um acampamento transformou-se em uma enorme favela dominada pelos camarões.

Contrabando de armas ets, comida de gato e criminalidade. Os nativos odeiam os invasores, que não, não causam grandes confusões e até conseguem se comportar, mas o ódio impera. Eles são diferentes, são estranhos e devem ser totalmente isolados do contato com a raça humana. Sacou a semelhança? Camarões no filme, negros na história. Então eles são banidos e proibidos de frequentarem os mesmos locais. Tudo isso em uma mistura de falso documentário com depoimentos e ficção, dando ainda mais credibilidade ao filme sobre aquela história que parece estar acontecendo naquele exato momento em que você esta diante da telona. É tudo muito real.

Um funcionário do órgão responsável por transferir os ets para outro assentamento é contaminado e começa a sofrer uma metamorfose. Sua única chance de reverter a transformação é ajudando um ET a consertar a nave e consequentemente ser ajudado. Mostra-se então outra faceta escrota da humanidade: a incrível facilidade de plantar notícias falsas e acabar com qualquer um. O homem infectado é dado como traidor. Dizem que ele teve relações com uma ET e por isso contaminou-se. Sua mutação vira caso de exército, pois ele torna-se o único ser humano capaz de manusear as armas extraterrestres, que são desenvolvidas especialmente para sua genética.

Inteligente e revigorante. Diferente de tudo que você ja viu. Se sua cabeça for muito rasa, provavelmente achará tudo uma grande besteira. Se tiver ela aberta e for livre de preconceitos, verá que trata-se de um belo filme. A ficção da década.






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