terça-feira, 26 de outubro de 2010

POESIA

Coreia do Sul, 2010
Direção: Lee Chang-dong

Não há mais discussão, o cinema da Coreia do Sul é um dos mais poderosos e corajosos atualmente. "Poesia" não é excessão. Trata-se de um filme difícil. Como na maioria dos filmes atuais da Coreia do Sul, a mensagem nunca vem mastigada para o espectador, ela é sucinta e deixa para o público uma abertura que leva a uma infinidade de teorias. Gosto que seja assim.
Temos aqui uma atriz inspirada, com uma atuação forte. Delicada como a personagem, complexa como exige o roteiro. Sem dúvidas, o ponto forte da película.
A personagem é a própria poesia. Poesia essa que proporciona a ela, uma nova maneira de enxergar o mundo e seus pequenos detalhes, as coisas simples da vida. O quão contraditório é uma senhora que sofre de alzheimer querer aprender a escrever poesia? As palavras não vem, mas seus atos, a maneira como encara os problemas e a tentativa de resolvê-los, sem os questionamentos normais de uma sociedade antiquada, é a própria poesia.
O filme lembra outro coreano bem sucedido: "Mother". A família acima de tudo. O castigo é consequência, mas ao menos, ela fez o que estava ao seu alcance para poder descansar em paz. Bela direção. Atuação impecável.


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