quarta-feira, 19 de outubro de 2011

REFLEXÕES DE UM LIQUIDIFICADOR

Brasil, 2010
Direção: André Klotzel

André é diretor de um dos filmes nacionais mais apaixonantes na minha modesta opinião. "A Marvada Carne", de 1987. Este filme da já longínqua década de 80 traz uma Fernanda Torres novinha e já muito cômica. Aliás o filme desbravou trincheiras numa época em que o cinema nacional praticamente inexistia, além de ter marcado minha infância.

Apesar de ter ficado um bocado de tempo sem filmar, André não perdeu o humor ácido, tampouco o timing da Sétima Arte. "Reflexões de um Liquidificador" é puro entretenimento. Engraçado, com uma atriz excelente como protagonista (Ana Lúcia Torre), a voz inconfundível de Selton Mello dando vida ao liquidificador do título e um roteiro surreal beirando o trash.

O filme conta a história de Elvira observada pelo velho liquidificador que seria seu alter ego. A mulher é solitária, o marido trabalha a noite e eles não mais conversam. Elvira então começa a desconfiar de que o marido tem um caso e já viu né, mente vazia, casa do diabo. O liquidificador torna-se então seu conselheiro e ombro amigo. Os dois tagarelam sem parar. Diálogos cômicos a dar de rodo. Moer é pensar... Pensar é moer. Costuma dizer o eletrodoméstico.

Além da voz de Selton, o filme ainda conta com a participação do saudoso Marcos Cesana como o carteiro dedo-duro. Aramis Trindade como o investigador Fuinha, apelido que lhe serve como uma luva e Fabíula Nascimento como a vizinha Milena.

Trata-se de uma comédia policial com pitadas de surrealismo e um tempero trash. Em tempos de comédias enlatadas estreladas por globais, "Reflexões de um Liquidificador" é um verdadeiro frescor para nosso cinema, mostrando que não precisa ser babaca para ser engraçado.





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resmunga ai