sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Quanto Dura o Amor?


Brasil, 2009
Direção: Roberto Moreira

Incrível como um diretor consegue realizar trabalhos tão díspares, em todos os sentidos. Roberto Moreira dirigiu o excelente "Contra todos" e é co-autor do bom "Cabra Cega".

Em seu mais novo filme "Quanto Dura o Amor?", Moreira resolveu filmar os sonhos da classe média paulistana. Abandonou a periferia de "Contra todos" e foi focar sua lente no condomínio encravado na esquina da Paulista X Consolação, onde apresenta alguns de seus moradores.

O roteiro é muito fraco. Os personagens são um marasmo só com suas crises existenciais
e parecem que a maioria está ali somente pra encher linguiça, sem muita função no desenrolar da história como um todo.

Até temos alguns personagens interessantes como o escritor Jay que apaixona-se por uma prostituta, mas os personagens não tem função alguma, nem interagem com a obra. Só existem pelo fato de morarem todos no mesmo prédio. Parecem fora do lugar e do contexto. O elenco não é ruim não, pelo contrário. Destaque para a ótima Silvia Lourenço, a menina jóinha de "O Cheiro do Ralo". Mas apesar de ser a protagonista, sua personagem é tãoooo bobinha. Temos ainda o debut da fazendeira Danni Carlos, que não vai mal não, mas sua personagem Justine, também é muito fraca e forçada, fazendo o tipo: mamãe quero ser Amy (Winehouse). Ainda temos o casal de advogados chatos, caretas e preconceituosos. Paulinho Vilhena? Bem, sua participação chega a ser ridícula.

O filme enrola, enrola e não chega a lugar algum. Aaaa, já ia me esquecendo. A história é a seguinte: Jovem interiorana resolve largar tudo e todos para vencer na paulicéia como atriz. Chegando na metrópole ela deslumbra-se com tudo e começa um romance com Justine, que descobrimos ao final, é esposa de Paulinho Vilhena. Talvez a intenção fosse surpreender o espectador, mas o tiro sai pela culatra. O mesmo acontece com a revelação "bombástica" da advogada.

O final resume tudo. A advogada e a jovem atriz dividem um cigarro no terraço do prédio. A advogada pede um trago e dá a entender, que aquilo é o maior sinal de rebeldia que poderia partir daquela "mulher". Chocho e sem ousadia alguma. Assim como o filme.

Talvez não seria má ideia voltar novamente para a periferia, onde o olhar de sua lente trabalhou muito melhor.

Pra dizer que nada se salva, eu particularmente adoro ver minha cidade na telona. São Paulo está lá, linda e caótica como conhecemos. Ja ta virando lugar comum sua presença nas telas, mas eu sempre adoro. E tem também a trilha embalada por Radiohead. Pronto.





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resmunga ai