quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Vik Muniz no Paço das Artes



Nascido em São Paulo e residindo em Nova Iorque, Vik Muniz é mais um tipíco caso de artista nacional que é mais valorizado no exterior. Já venho acompanhando seu trabalho a algum tempo e sempre gostei muito de sua arte.

Vik utiliza-se dos materiais mais inóspitos e surreais para realizar suas obras. Desde chocolate e macarrão até lixo, terra e ar, isso mesmo, ar.

Embora alguns críticos venham torcendo o nariz dizendo que sua fórmula esta desgastada e repetitiva, eu ainda o considero um dos grandes artistas plásticos contemporâneos e um dos mais originais com certeza.
Nesta exposição no Paço das Artes, Vik apresenta a exposição "Beautiful Earth" onde ele apresenta desenhos escavados em superfície de terra batida na Bahia e "Pictures of Junk" onde ele utiliza lixo para retratar cenas de pinturas renascentistas.
O interessante da exposição além dos trabalhos em si obviamente, são os vídeos que mostram o processo de realização das obras. Muito interessante e curioso. O lixo vira luxo nas mãos de Vik Muniz.




SERVIÇO:
PAÇO DAS ARTES (dentro da Usp)
Av. da Universidade, 1, Butantã
ter. a sex: 11h30 às 19h
Sáb e Dom: 12h30 às 17h30. Até 7/10.
GRÁTIS!

Kimera - Estranha Sedução



França/Espanha/Portugal, 2007
Direção: Paul Auster

O bem-sucedido escritor Martin Frost acabou de publicar seu mais recente livro. Decide viajar sozinho para descansar sua cabeça numa casa de campo. Ao amanhecer do primeiro dia, ele descobre com surpresa uma mulher misteriosa e arrebatadora deitada ao seu lado. Fascinado por sua beleza e inteligência, Martin se apaixona profundamente. Ele encontrou a musa que o ajudará a escrever sua mais perfeita obra. Quem é essa estranha mulher que conhece tão bem a vida e o trabalho de Martin? Seria ela realmente uma musa? Ou apenas imaginária? Seria ela um fantasma que penetrou na intimidade de Martin Frost?

Ninguém nega o talento de Paul Auster como escritor, que inclusive já participou de uma das mesas mais concorridas da história da Flip, mas nem tudo que dá certo no papel funciona na tela. O filme começa bem, os diálogos são inteligentes é claro, não se poderia esperar menos de Paul. Referências a clássicos como Hume por exemplo não poderiam faltar. Se eu não soubesse que Paul era o diretor, com certeza desconfiaria que o filme partiu de alguém do mundo literário. Mas sinceramente, não captei a mensagem. Se alguém entendeu, por favor me explique. E não venha me dizer que as mulheres eram anjos e que ele estava morto porque daí o meu 3 vai virar -1. Fico com a frase da menina que saiu da mesma sessão: Não entendi nada, mas tudo bem.

SESSÃO DATA SALA
773
27/10 sábado 19:00 Cine TAM
833
28/10 domingo 19:10 CineSesc
946
30/10 terça-feira 21:50 Unibanco Arteplex 2
1048
31/10 quarta-feira 20:30 Cinemateca - sala BNDES

Indo Para Casa



Hong Kong/China, 2007
Direção: Zhang Yang

História real de dois colegas de trabalho e velhos amigos, Zhao e Liu, ambos na casa dos 50 anos. Eles estavam bebendo bastante quando Liu morre inesperadamente. Para manter uma promessa que fez ao amigo, Zhao decide viajar milhares de quilômetros pela China para levar o corpo até sua terra natal. Ele finge que seu companheiro é apenas um bêbado desfalecido, sobe a bordo de um ônibus e encontra um bando de assaltantes armados. Zhao diz a eles para o matarem primeiro e assim poupar o amigo. Comovidos por sua lealdade, os assaltantes demonstram respeito e descem do ônibus. Depois de passar uma noite num hotel, Zhao descobre que seu dinheiro de viagem foi roubado. Quando precisa de dinheiro, ele faz o corpo de Liu posar de mendigo. Quando precisa comer, ele chora num funeral de um estranho qualquer para ter comida de graça. Quando precisa esconder os sinais de putrefação de Liu, ele encontra uma prostituta compreensiva que o maquia. Ao longo de sua odisséia, Zhao encontra diferentes tipos de chineses.

As sinopses do site e do catálogo deveriam receber um cuidado melhor. Na Mostra, a não ser os filmes mais manjados, a grande maioria é escolhido através das sinopses fornecidas neste dois meios. Mais de uma vez já deparei-me com uma sinopse que não condizia com a realidade do filme e isso não é nada legal. "Indo para Casa" é um desses casos. Lendo a sinopse achei que fosse uma super comédia com um roteiro originalíssimo. Ledo engano. O filme é uma baba só. A música é de doer de tão deprê. Existem algumas passagens que até passam, mas não são suficientes para salvar o filme. Quando filme chinês dá pra ser melodramático, sai de baixo. Bobo e inocente demais, forçado até. Proibido para diabéticos.

SESSÃO DATA SALA
1012
30/10 terça-feira 16:40 Memorial da América Latina
1047
31/10 quarta-feira 18:40 Cinemateca - sala BNDES
1154
01/11 quinta-feira 17:30 CineSesc

Lado B - Como Fazer Um Longa Sem Grana No Brasil



Brasil, 2007
Direção: Marcelo Galvão

Um retrato nu e cru da realidade do cinema independente nacional, tendo como fio condutor a história da realização de Quarta B (2005). O longa-metragem anterior do diretor Marcelo Galvão foi produzido com apenas R$ 30 mil e eleito pelo público o melhor da 29ª Mostra. É mostrado cada dia dos quatro anos de batalha para se produzir o longa. Apesar do ponto de partida pouco esperançoso, o documentário mostra de forma bem humorada todo o drama que a equipe enfrentou, permeado por depoimentos de pessoas importantes no cinema brasileiro, como Fernando Meirelles, Ugo Giorgetti, José Eduardo Belmonte, Alexandre Stockler e Theodoro Fontes. Os profissionais expõem suas próprias experiências e dificuldades tendo como referência o longa que está sendo produzido.

Você assistiu Quarta B? Se não, arrume um jeito de conferir este filme que foi o grande vencedor da 29° Mostra. Lado B conta a história da produção do filme que foi realizado com um orçamento super reduzido. Imperdível para nós cineastas. Fazer cinema no Brasil realmente é uma tarefa árdua. Lado B pretende dar uma mãozinha e algumas dicas para tornar esta tarefa menos difícil.

SESSÃO DATA SALA
279
22/10 segunda-feira 20:50 Unibanco Arteplex 2
371
23/10 terça-feira 15:50 IG Cine
1051
31/10 quarta-feira 17:50 Cinemateca - sala Petrobras

Help Me Eros



Taiwan, 2007
Direção: Lee Kang-Sheng

Ah Jie perdeu tudo no mercado de ações por causa de uma grave crise econômica. Ele passa seus dias fechado em seu apartamento, fumando baseados e cuidando da planta de maconha que ele secretamente cultiva em seu guarda-roupa. Num momento de desespero, Ah Jie telefona para uma central de ajuda para suicidas e quem lhe atende é Chyi, cuja voz doce e gentil o faz se apaixonar pela imagem idealizada que cria dela. Tenta convidá-la para sair, mas é rejeitado repetidas vezes. Ele começa a projetar suas fantasias a respeito de Chyi em Shin, a nova funcionária da loja de sementes instalada no térreo de seu prédio. Shin veste-se sempre de forma sexy para atrair clientes. Ele se torna íntimo dela e logo os dois mergulham num mundo de prazeres eróticos e psicodélicos. O desenho de produção do filme é assinado pelo cineasta Tsai Ming-Liang.

Difícil classificar este filme. Uma das melhores coisas da Mostra é poder ver aqueles filmes dos lugares mais inóspitos. Poder conferir a cinematografia de outros países que raramente entram no circuito comercial por aqui. Este é um desses casos. A paisagem de Taiwan proporciona uma linda fotografia. Muitas cores, belos figurinos e direção de arte, contudo, o roteiro não ajuda muito. Não que seja ruim, mas é meio insosso. O protagonista que está falido fica fumando maconha e transando o dia todo. Que delícia não é mesmo? Pra ele com certeza foi rss, mas para o telespectador ... Pelo exotismo e pela bela trilha vale a pena. Não chega a ser um primor nem uma bomba.

SESSÃO DATA SALA
68
19/10 sexta-feira 23:40 Reserva Cultural Sala 1
481
24/10 quarta-feira 22:40 Espaço Unibanco de Cinema 3
1050
31/10 quarta-feira 15:50 Cinemateca - sala Petrobras

El Orfanato




Espanha, 2007
Direção: Juan Antonio Bayona


Laura passou os anos mais felizes de sua infância num orfanato à beira do mar, onde recebeu cuidados dos funcionários e dos outros órfãos que amava como irmãos. Trinta anos depois, ela retorna com seu marido, Carlos, e Simon, o filho de sete anos, com o sonho de restaurar e reabrir o orfanato há muito abandonado como abrigo para crianças inválidas. O novo lar e seus mistérios despertam a imaginação de Simon e o menino cria uma teia de histórias fantásticas e jogos pouco inocentes. São brincadeiras perturbadoras que começam a incomodar Laura, que adentra o estranho universo do garoto e com isso resgata memórias incômodas e há muito esquecidas de sua própria infância. Conforme se aproxima o dia da inauguração, a tensão se instala na família. Carlos permanece cético, pois acredita que Simon esteja inventando tudo isso só para chamar a atenção. Mas Laura aos poucos se convence de que algo terrível vagueia pela velha casa, algo que espera emergir e infligir danos extremos à sua família. O filme é produzido pelo cineasta Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno, 30ª Mostra).

UAUUUU, que medaaaaaaa!!!! Produzido por Guillermo Del Toro, uma das atuais sensações do cinema espanhol e diretor do maravilhoso "Labirinto do Fauno", "El Orfanato" é um filme excelente. Sombrio como "Labirinto", mas sem entrar no fantástico, na fantasia. Trata-se de um filme de suspense que deixa M. Night no chinelo. Realmente Guillermo comprovou que onde tem sua mão pode confiar e conferir sem medo de ser feliz. Maravilhosamente produzido, o filme é de tirar o fôlego. O tio que estava atrás de mim não parava de chutar minha cadeira com os sustos que levava rss. Muito bom.


SESSÃO DATA SALA
572
25/10 quinta-feira 21:50 CineSesc
896
29/10 segunda-feira 20:10 Cine Bombril Sala 1
938
30/10 terça-feira 18:20 Unibanco Arteplex 1
1044
31/10 quarta-feira 13:30 Cinemateca - sala BNDES

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Tim Festival 2007 - Auditório Ibirapuera


Um dia após após o rock n´ roll fui curtir outra musa de minha adolêscencia. Desta vez no Auditório Ibirapuera, um dos mais bonitos e charmosos palcos desta cidade.

Com um perqueno atraso de 20 minutos, comparado com ontem, foi melzinho na chupeta rs, entra no palco o projeto Winona que faz um electro bem lounge. Muito boa música, a instrumental e a cantada também, que conta com uma vocalista francesa e outra londrina. Completam a banda Craig Armstrong e Scott Fraser, com teclados e baixo. Excelente início para preparar o público para o main course da noite: A grande volta de Neneh Cherry aos palcos!

Sempre adorei essa mulher e sua música. Estava sumida desde 96 e recentemente, incentivada pelo seu marido, criador do projeto Cirkus, ela voltou a ativa como uma das vocais da banda. Não poderia ter sido melhor, quer dizer, poderia, mas isso não tem nada a ver com o show, que foi MUITO BOM!

O som do Cirkus passeia entre o black e swing de Cherry e a leveza do eletrônico. É rap com aquela batidinha gostosa para balançar, com um leve toque de eletrônico. Simpáticos e carismáticos, ganharam o público com as mensagens ferrenhas contra o presidente Bush.

Ótimos shows, localização perfeita e organização 10. E o show acabou as 23:30 hein! Perfeito!

Tim Festival 2007


Tá certo que o atraso já era previsto, afinal, todo ano é a mesma coisa, mas o que aconteceu ontem ... Vamos aos elogios primeiramente.

Estrutura muito boa. Não houve problemas para utilizar o banheiro, haviam vários, se bem que a parte feminina reclamou da falta de papel. Não havia tumulto nos bares. Mas como nem tudo são flores, o som da Arena Skol é muito ruim. Já havia presenciado este problema no show do Strokes e nada melhorou.

O show de Juliette and the Licks foi o melhor na minha opinião. Talvez porque eu tenha ido ao Tim especialmente por conta dela, rock n´roll na veia e que presença de palco, sem contar que a mulher é musa da minha geração ... Mas ela saiu prejudicada porque o som estava mais baixo que nos shows seguintes... Uma pena, mas mesmo assim, um showzaço!

Artic Monkeys chegou do jeito que já se esperava, sem muito papo, aliás, nada de papo, um som atrás do outro, super seco, mas super competentes também. O som estava muito melhor que o da Juliette e fizeram um belo show.

Após quase uma hora, chegaram os The Killers. Eu também queria muito ver este show. E como queria porque ele começou as 4 DA MANHÃ!!! No final do Artic Monkeys eu já não estava aguentando e tinha muita gente cansada, por muito pouco não fui embora. Tinha comido um cachorro quente que me deu aquele revertério, mas resolvi esperar passar e voltar ao normal.

Esperei 5 minutos e os Killers entraram. Apesar do show ter sido ótimo, o atraso absurdo prejudicou muito a experiência do público. O show acabou as 5 da matina, DE DOMINGÃO!Ninguém merece né! Sem contar que no show do Artic Monkeys a cerveja já tinha acabado, aliás, acabou tudo que tinha para beber, só sobrou um Yakisoba de R$ 8,00 e um dog de R$ 6,00, mais seco que sertão. Foram duas mordidas e correr para o banheiro, mas não vamos entrar em detalhes ...

Os shows foram excelentes, mas o atraso foi desumano e a falta de bebida em um evento deste porte, em um local patrocinado por uma marca de cerveja foi no mínimo vexatório. Eles acharam que iria sobrar cerveja?! Todo ano é a mesma coisa. E quem tinha força pra reclamar as 5 da manhã?!

Apesar de tudo, FOI MUITO BOM! Rock n´roll pra sempre! AAAAA , já ia me esquecendo da Bjork. Visualmente é bem legal, mas sinceramente, não gosto de sua música, logo, não farei meus comentários pois alguém pode não gostar rsss. Só digo uma coisa, o show da Bjork serviu de pré-aquecimento para a sonzeira que viria na sequência. E dá-lhe breja ...

Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto



EUA, 2007
Direção: Sidney Lumet

Dois irmãos desejam assaltar a joalheria dos pais. Eles precisam de dinheiro extra e planejam o crime perfeito, sem armas, sem violência, sem vítimas. Hank é um perdedor, um encostado, enquanto o convencido Andy é um drogado cuja carreira numa grande corporação está prestes a ruir. A mulher de Andy tem um caso com Hank. Tudo corre aparentemente bem, até um cúmplice do esquema ignorar as regras e ultrapassar os limites, desencadeando uma série de eventos que não deixará ninguém impune. O filme sobrepõe tempos narrativos, revelando informações a partir de diferentes pontos de vista. O veterano cineasta Sidney Lumet busca uma possibilidade no desespero humano e no desconforto familiar. Resgatando o espírito do cinema dos anos 70, Lumet questiona mais uma vez a auto-imagem da América.

O que segura o filme são as ótimas perfomances que dispensam comentários e a mão firme do veterano Sidney Lumet que consegue segurar a tensão apesar do roteiro surreal e chocho na verdade. É difícil imaginar que tudo aquilo realmente possa acontecer e quando você tenta convencer alguém de que absurdos deste tamanho acontecem, o resultado nem sempre é o esperado. Você duvida. Você tem que acreditar ou falar para si mesmo: Ok, é cinema, mas a cagada é de um tamanho tão grande que fica difícil engolir, e o desfecho .. Bem, eu não gostei, mas gosto não se discute. Leva um três pela performance dos atores e pela originalidade da montagem.

SESSÃO DATA SALA
36
19/10 sexta-feira 16:00 Cinemateca - sala Petrobras
107
20/10 sábado 19:50 Unibanco Arteplex 3
856
28/10 domingo 20:50 Cine TAM
983
30/10 terça-feira 20:40 Espaço Unibanco de Cinema 3

Em Paris



França, 2006
Direção: Christophe Honoré

Paul está deprimido por ter se separado de Anna e volta para Paris, onde vai morar com o pai divorciado e o irmão mais novo, Jonathan. Enquanto o despreocupado irmão e o sempre alegre e companheiro pai tentam em vão reanimá-lo, só uma visita de sua mãe parece lhe trazer a alegria de volta. Quando um dia Paul fica em casa e se entrosa e conversa com uma das namoradas do irmão, ele começa a pensar que, enquanto as coisas não saem como planejadas, é sempre possível encontrar algum motivo para viver.

AAAAAAAAA, que delícia de filme. Com certeza o melhor do dia e um dos melhores da Mostra. Uma fita super requintada embalada por uma trilha maravilhosa. A música é muito importante no trabalho de Honoré e isso não quer dizer que as outras partes sejam fracas, pelo contrário. Excelente roteiro que mostra as fragilidades do ser humano para com os assuntos do coração. Como dois irmãos lidam com seus amores e entre eles o pai protetor que cuida do rebanho. O filme chega ao fim e você fica com gostinho de quero mais. Alto astral, apesar da depressão de um dos personagens. A sequência cantada ao telefone já é uma das minhas preferidas na cinemateca de minha vida. Tudo passa e logo outro amor aparece. E assim é a vida. Não se leve muito a sério e curta enquanto pode. Lindo!

SESSÃO DATA SALA
261
21/10 domingo 19:00 Cine TAM
734
27/10 sábado 21:00 Cine Bombril Sala 1
987
30/10 terça-feira 18:50 CineSesc

A Casa de Alice



Brasil, 2007
Direção: Chico Teixeira

Alice trabalha como manicure num salão de beleza e vai levando a vida. Ela acredita que esse é o seu destino. Aos 40 anos de idade, divide a casa com seu marido, o taxista Lindomar, seus três filhos jovens e ariscos e sua mãe Jacira, que frequentemente recorre a trabalhos e simpatias para tentar resolver os problemas. Depois de 20 anos de casamento, nem Lindomar nem Alice esperam grandes emoções a dois. O casal está naquela fase em que nem um esforço de sedução por parte de Alice funciona mais. Pelo contrário, é motivo para um desalento ainda maior. E as coisas sempre podem piorar. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri para a atriz Carla Ribas no festival de Miami, foi considerado o Melhor Filme no festival de Friburgo, na Suíça, e Prêmio Especial do Júri, Atriz e Crítica no festival de Guadalajara, no México, todos em 2007.

Ótima estréia no mundo da ficção do diretor Chico Teixeira. Um filme sobre segredos e mentiras, sobre a ambiguidade humana. Até que ponto você conhece alguém? É possível confiar totalmente no ser humano? Você botaria a mão no fogo pela sua mãe? E pelo seu pai? Seu irmão? Não na casa de Alice. O filme segue na mesma linha de "Contra Todos". A verdade nua e crua doa a quem doer e só não enxerga quem não quer. Ótimo trabalho da protagonista e uma direção firme com passagens muito fortes. A vida como ela é. A personagem da avó é a única que se salva. Ela é o olho que tudo vê e mesmo assim não delata ninguém. Cada um que cuide da sua vida. E irônicamente ela esta perdendo a visão. Chega de enxergar tanta falsidade. Muito bom.

SESSÃO DATA SALA
285
22/10 segunda-feira 20:30 Unibanco Arteplex 3
986
30/10 terça-feira 17:00 CineSesc
1089
31/10 quarta-feira 19:00 Cinemark - Shopping Eldorado

Os Otimistas



Sérvia, 2006
Direção: Goran Paskaljevic

As cinco histórias do filme são inspiradas no famoso romance satírico de Voltaire, "Cândido", e em seu mote: "Otimismo é insistir que tudo está bem, quando tudo está mal." O filme ambienta-se nos dias atuais, na Sérvia pós-queda de Slobodan Milosevic. Com pinceladas de humor negro, as tramas refletem um tempo de esperança e também desespero, de otimismo verdadeiro e falso; um tempo em que ficção e realidade co-existem lado a lado e em que muitos pescam nas águas turbulentas das ilusões perdidas. O aclamado ator Lazar Ristovski (Underground – Mentiras de Guerra, 19ª e 25ª Mostra; Bumerangue, 26ª Mostra; e Amanhã Cedo, 30ª Mostra) atua nas cinco histórias. Os Otimistas ganhou o Ferrão de Ouro de filme e ator (Lazar Ristovski) e o prêmio do público no festival de Valladolid (Espanha), em 2006, e também o prêmio do público no Festróia – Festival Internacional de Cinema de Tróia (Portugal), em 2007.

As três primeira histórias são comédias com pitadas de um humor negro e ácido. As duas últimas mudam o tom do filme totalmente. Até que ponto um homem consegue suportar a humilhação? Até onde o ser humano é capaz de segurar seu orgulho e honra ? Estariam os problemas somente em nossas mentes? É possível ser otimista mesmo diante de uma tragédia? Talvez você não encontre as respostas para todas estas questões no filme, mas que você vai pensar muito .. a isso vai. A vida é cruel e temos que aprender a lidar com isso. Muito bom filme e uma ótima surpresa.

SESSÃO DATA SALA
874
29/10 segunda-feira 21:00 Unibanco Arteplex 2
985
30/10 terça-feira 15:10 CineSesc
1035
31/10 quarta-feira 20:10 Unibanco Arteplex 3

Londres Proibida



Inglaterra, 2006
Direção: Paul Andrew Williams

São 3:07 da madrugada e duas garotas arrebentam a porta de um banheiro público abandonado. Joanne não consegue conter as lágrimas e sua roupa está totalmente rasgada. A face de Kelly está machucada e começa a inchar. Duncan Allen sangra até a morte em seu banheiro. O filho de Duncan, Stuart, encontra seu pai e exige respostas. Derek, o cafetão de Kelly, precisa encontrá-la ou será ele quem arcará com as conseqüências. Kelly e Joanne precisam sobreviver às próximas 24 horas. Ganhou, entre outros, o prêmio de Melhor Produção segundo o British Independent Film Awards, o prêmio para Novos Diretores no Festival Internacional de Cinema de Edinburgo e o prêmio do júri para filme britânico no festival de Raindance, todos em 2006.

Excelente trabalho das protagonistas e uma direção muito segura. O roteiro segura o ritmo até o fim e você fica preso à poltrona apreensivo e ansioso pelas cenas seguintes. Ótimo triller e uma grata surpresa. Talvez o gênero não agrade muito a maioria do público da mostra, mas o filme é bom.

SESSÃO DATA SALA
573
25/10 quinta-feira 13:00 Reserva Cultural Sala 1
786
28/10 domingo 20:00 Unibanco Arteplex 1
872
29/10 segunda-feira 17:30 Unibanco Arteplex 2

domingo, 28 de outubro de 2007

Across The Universe



EUA, 2007
Direção: Julie Taymor

Ao mesmo tempo ousado e extravagante, Across the Universe é um musical original. Uma história de amor ambientada na década de 60, anos turbulentos marcados por protestos contra a guerra, exploração mental por vias químicas e rock’n’roll. O filme desloca-se dos estaleiros de Liverpool à psicodelia criativa de Greenwich Village, das ruas de Detroit tomadas por distúrbios aos campos de morte no Vietnã. Amantes apaixonados, Jude e Lucy e um pequeno grupo de amigos e músicos envolvem-se nos emergentes movimentos anti-guerra e de contracultura, com o doutor Robert e o senhor Kite como guias. Mas forças incontroláveis acabam por separar o casal, obrigando Jude e Lucy a encontrarem seus próprios caminhos para poderem ficar juntos. O roteiro foi construído de forma a inserir as letras de conhecidas canções dos Beatles na estrutura dramática.

Oportunista? Talvez, mas a grande verdade é que é impossível alguém não gostar deste filme. Como cinema não apresenta muito, mas trata-se do que os americanos fazem de melhor: Os musicais. Como não gostar de um musical embalado pelos grandes clássicos da maior banda de todos os tempos? É pop sim, mas é uma delícia. Todas as referências ao período cultural e ideológico mais efervescente da história moderna estão lá. A cantora que canta igual Janis Joplin, o guitarrista que lembra Jimi Hendrix, Bono vox como o professor que remete a Timothy Leary, Vietnã, está tudo lá. Emocionante, alegre e delicioso, Para quem gosta de música é simplesmente imperdível. Não ligue para os críticos mais ferrenhos, a grande verdade é que este filme tem tudo para voltar na repescagem e com certeza já é um dos maiores sucessos da Mostra. A sessão que participei estava lotada e o filme foi aclamado ao final com direito a gritinhos. Doa a quem doer, mas o filme agrada ... e muito!!!

SESSÃO DATA SALA
716
27/10 sábado 21:20 IG Cine
835
28/10 domingo 22:30 CineSesc
893
29/10 segunda-feira 14:00 Cine Bombril Sala 1

O Mundo



China, 2004
Direção: Jia Zhang-Ke

Tao vive suas fantasias no World Park, na região central de Pequim, atração em que os visitantes podem ver monumentos internacionais sem sair da cidade. A jovem dançarina e seu namorado fazem performances em frente à réplica do Taj Mahal, da Torre Eiffel e do Big Ben. Mas a relação dos dois está num impasse, pois Tainsheg sente-se atraído pela bela designer Qun, que ele conheceu numa viagem. Enquanto isso, a jovem Xiaowei questiona seu futuro, já que o namorado Niu é um irresponsável. Todos eles formam o retrato de uma nova geração sem grandes sonhos nem perspectivas. O filme recebeu o Prêmio da Crítica de melhor filme estrangeiro na 29ª Mostra.

Simplesmente o maior cineasta chinês da atualidade. Jia possui uma maneira muito peculiar de filmar. Seu olhar é delicado e algumas vezes precisamos analisar muito cada cena para "tentar" compreender a mensagem que quer transmitir. A grande maioria de seus filmes abordam a transição que seu país ven sofrendo nos últimos anos com o avanço do capitalismo e os males que ele causa. São filmes lentos e difíceis, por isso mesmo ele é um diretor que ou você ama ou odeia. Pior seria se não provocasse reação alguma. Para mim, é programa obrigatório para qualquer amante da sétima arte e não é a toa que ele ganha uma retrospectiva de sua obra na Mostra. Lembrando que ele não tem nem 40 anos ainda, pode-se dizer que é um feito e tanto. Confira com seus próprios sentidos, nem que leve dias para você entender o que ele quis dizer.

SESSÃO DATA SALA
756
27/10 sábado 18:10 Reserva Cultural Sala 1
1026
31/10 quarta-feira 15:30 Unibanco Arteplex 2
1152
01/11 quinta-feira 13:30 CineSesc

Maus Hábitos



México, 2006
Direção: Simón Bross

Matilde é uma freira convencida de que a fé move montanhas. Ela inicia em segredo uma jornada mística para dar fim ao que ela considera ser o segundo grande dilúvio. Elena é uma mulher magra e na moda, que sente vergonha da filha rechonchuda. Ela fará o impossível para deixar sua filha Linda magra, de forma que ela pareça uma pequena princesa no dia de sua primeira comunhão. Já o marido de Elena, o professor de Arquitetura Gustavo, não agüenta mais sentir os ossos salientes da esposa em momentos de maior intimidade. Para se aliviar, ele volta sua atenção para uma atraente estudante com grande apetite. Uma família, diferentes desordens alimentares. Sua fé, amor e vaidade são todas testadas à mesa da sala de jantar.

Parece que o dia hoje promete. Mais uma bela surpresa. O grande mote do filme aqui é a comida. Todos os conflitos dos personagens principais giram em torno dela. A anoréxica neurótica, sua filha gordinha e a freira que quer ser santa e salvar o mundo. Técnicamente impecável com um roteiro criativo e bem amarrado. Tá certo, existem alguns elementos de humor negro e até algumas bizarrices e crueldades, mas não chega a assustar, pelo contrário, encaixam perfeitamente na película. Boa direção e atuações.

SESSÃO DATA SALA
207
21/10 domingo 21:10 Unibanco Arteplex 4
549
25/10 quinta-feira 17:20 Cinemateca - sala Petrobras
742
27/10 sábado 15:10 Espaço Unibanco de Cinema 3

Céu de Dezembro



Japão, 2007
Direção: Hiroshi Toda

Todos precisam de sorte vez ou outra. Um homem que perdeu o rumo em sua vida procura por sorte com a ajuda de um jovem punk e de um velho adivinho. Zenko é um ancião que lê a fortuna das pessoas nas ruas. Ele tem apenas um sonho – que todos se protejam com os amuletos que confecciona. É comum as pessoas pararem em sua tenda a fim de pedir ajuda para procurar por coisas ou apenas para aproveitar seus conselhos. Alguns de seus clientes memoráveis incluem uma estranha garota que adora posar para as câmeras, casais apaixonados e um punk de bom coração chamado Yabuta. Ao final de cada visita, Zenko dá a cada um seu amuleto e lhes deseja boa sorte. E então chega Nagaoka, um ancião cuja vida foi devastada pela morte recente de sua mulher. Ele procura e encontra a ajuda de Zenko e Yabuta para resolver suas angústias financeiras. Agora ele retorna para pedir a ajuda de Zenko para encontrar algo precioso.

Antes tarde do que nunca, mas realmente foi uma pena ter esperado tanto tempo para termos a oportunidade de descobrir o cinema de Hiroshi Toda. Roteiro super original, personagens bem construídos e uma delicadeza que passa uma sensação gostosa, daquelas que te faz sair feliz e leve do cinema. Filmado em preto e branco, o filme não chega a ser um primor de técnica, pelo contrário, mas quando o roteiro é bom e a direção segura, a parte técnica não importa muito não é mesmo? E o cara ainda é xará do meu paizão rsss. Com mais um filme na Mostra, "Memória de Setembro", parece que Hiro tem muitas histórias pra contar. Sorte a nossa.

SESSÃO DATA SALA
217
21/10 domingo 17:50 Cinemateca - sala Petrobras
614
26/10 sexta-feira 12:30 Unibanco Arteplex 3
741
27/10 sábado 13:30 Espaço Unibanco de Cinema 3

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Principiante



Polônia, 2007
Direção: Piotr Szczepanki

Um road-movie urbano que segue as convenções do gênero e apresenta dois personagens que tentam se encontrar durante uma noite. É uma história sobre a cidade que se torna uma metáfora do subdesenvolvimento às avessas da "Polônia lado B". A imaturidade, vista como uma fuga das obrigações, é o principal tema do filme. Isso resulta na solidão das pessoas. Principiante foca o problema da imigração. Marcin e Kasia querem se mudar para a capital do país porque não têm coragem de ir a um lugar mais distante. Jan engana a si próprio e escolhe uma migração interna ao mundo que ele mesmo construiu para si no abrigo de seu apartamento e estúdio. Radek escapa para um mundo de sonhos em que alienígenas um dia o levarão a um lugar melhor. Igor constrói ao seu redor uma barreira de mentiras e aparências. Todos procuram pela felicidade a seu modo e, como resultado, eles perdem a habilidade de se comunicar com outras pessoas. A cidade de Lodz é uma metáfora da Polônia, como nas primeiras palavras do filme: "É cinza, triste... a rua Piotrkowska é a única atração aqui."

BOMBA, BOMBA , BOMBA!!! Histórinha de um casal que vive em uma cidade na Polônia que todos os moradores odeiam. Roteiro fraco, direção ruim, atuações prejudicadas. Filme chato, sem conflito e nonsense. O diretor até tenta surpreender no final, mas já era tarde demais. Conselho de amigo: Corra!!!

SESSÃO DATA SALA
406
23/10 terça-feira 15:10 Reserva Cultural Sala 1
612
26/10 sexta-feira 20:30 Unibanco Arteplex 2
766
27/10 sábado 18:30 Cine Olido

Estação Seca



França/Bélgica/Chade/Áustria, 2006
Direção: Mahamat-Saleh Haroun

Chade, 2006: o governo concedeu anistia para todos os criminosos de guerra. Atim, de 16 anos, ganha um revólver de seu avô, com o qual pretende matar o homem que assassinou seu pai. O jovem deixa seu vilarejo com destino a N’djamena, à procura de um homem que não conhece. Atim logo o encontra: o ex-criminoso de guerra Nassara agora está casado e estabilizado como dono de uma pequena padaria. Com a idéia fixa de matá-lo, Atim se aproxima de Nassara com a desculpa de precisar de trabalho e é empregado como aprendiz de padeiro. Intrigado com o comportamento de Atim, Nassara o torna seu protegido e lhe ensina todos os segredos de como fazer pão. Com o passar das semanas, uma estranha relação se desenvolve entre os dois. Apesar da repulsa, Atim parece ver em Nassara a figura do pai que sempre lhe faltou, enquanto Nassara encontra no adolescente um filho em potencial. Até que um dia ele sugere a adoção. O filme recebeu o prêmio especial do júri no festival de Veneza 2006, o de diretor no festival de Gijón 2006 (Espanha) e o da imprensa estrangeira no festival de Adelaide 2007 (Austrália)

Bom filme, mas não chega a cativar. Apesar de bem desenvolvido, o roteiro do filme não é nada original, o que torna o seu desfecho previsível. O protagonista esta muito bem. Um filme justo, mas nada de espetacular.

SESSÃO DATA SALA
580
25/10 quinta-feira 14:20 HSBC Belas Artes 2
605
26/10 sexta-feira 18:20 Unibanco Arteplex 1
1187
28/10 domingo 22:00 Unibanco Arteplex 3
943
30/10 terça-feira 16:20 Unibanco Arteplex 2

De Cabeça Para Baixo



Macedônia/Croácia, 2006
Direção: Igor Ivanov

Jan Ludvik é um artista de circo que está abandonando o picadeiro para retornar ao lugar de onde ele um dia foi expulso. Jan foi uma criança iluminada e excepcional, depois um jovem que não obedeceu aos princípios do coletivismo e perdeu por isso seu lugar na sociedade. É uma história de ascensão e queda de alguém forçado a reagir. A multidão é uma força que move todos em sua direção, em direção à mediocridade, como a gravidade. O circo é um espaço em que a gravidade não se aplica.

Sinopse não condiz muito com a realidade do filme. Rapaz problemático com um desfecho decepcionante devido a obviedade. Nada original com as metáforas mais clichês que você possa imaginar. Trem da morte, um anjo ... aiaiai. Fuja!

SESSÃO DATA SALA
616
26/10 sexta-feira 15:50 Unibanco Arteplex 3
1192
29/10 segunda-feira 22:10 Espaço Unibanco de Cinema 3
1169
01/11 quinta-feira 18:40 Cine Olido

Inútil



China/Hong Kong, 2007
Direção: Jia Zhang-ke

Três retratos sobre vestuário baseados em pessoas que fazem as roupas e pessoas que as vestem. Um dia quente e úmido em Cantão (Guangzhou). Imersas no barulho tonitruante das máquinas de costura, mulheres trabalham em silêncio numa confecção, sob lâmpadas fluorescentes. As peças ali produzidas serão vendidas para clientes desconhecidos. Do mesmo modo, o futuro de cada trabalhadora na linha de produção é obscuro. Um dia de inverno em Paris. A estilista chinesa Ma Ke prepara num evento espetacular o lançamento de sua nova marca Wu Yong (Inútil). Criadora anti-fashion, ela abomina a linha de montagem. O diferencial em sua linha de roupas é o procedimento de enterrá-las para permitir que a natureza e o tempo dêem o toque final em seu trabalho. Um dia poeirento na região das minas de Fenyang. A pequena loja de um alfaiate atende sua habitual clientela de mineiros, que precisam de reparos em suas roupas e aproveitam para ter animadas conversas. O filme ganhou o Prêmio Horizontes de melhor documentário no festival de Veneza 2007.

Divido em duas partes o documentário aborda a indústria da moda na China atual sob dois pontos de vista: Primeiramente o do glamour e luxo com a moda de autor que é exportado para os principais mercados do mundo da moda e o segundo sob o ponto de vista da área pobre e agrícola. Delicado e de poucas palavras, assim como nos seus filmes de ficção, Zhang-ke faz questão de mostrar a discrepância da China atual. E como de costume, a fotografia é sensacional, mas ainda prefiro suas ficções. De qualquer maneira, é um programa obrigatório para quem se interessa por moda sob o ponto de vista do maior cineasta chinês da atualidade.

SESSÃO DATA SALA
103
20/10 sábado 12:30 Unibanco Arteplex 3
397
23/10 terça-feira 18:30 Espaço Unibanco de Cinema 3
615
26/10 sexta-feira 14:10 Unibanco Arteplex 3
1028
31/10 quarta-feira 19:20 Unibanco Arteplex 2

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O Banheiro Do Papa



Brasil/Uruguai/França, 2007
Direção: Enrique Fernández, César Charlone

Corre o ano de 1988, e o papa João Paulo II visitará Melo, cidade uruguaia na fronteira com o Brasil. Calcula-se que 50 mil pessoas verão o papa. Os habitantes mais humildes acreditam que, se venderem comida, bebida, bandeirinhas de papel, souvenires, medalhas comemorativas e outras bugigangas a esta multidão, ficarão ricos. Mas o contrabandista Beto tem outros planos. Ele decide construir um banheiro em frente a sua casa para atender aos “necessitados”. A idéia, no entanto, lhe traz muita dor de cabeça. Ele testa a paciência de sua esposa, Carmen, e desaponta sua filha adolescente, Silvia, pois a situação interfere em seu sonho de ser radialista. Beto aumenta também a freqüência de suas longas e arriscadas viagens através da fronteira e desiste de seu grande sonho, que é comprar uma moto. Determinado a fazer tudo a tempo do divino evento, Beto venderá até sua mais amada bicicleta para assegurar a peça principal que garantirá sua futura riqueza: a privada. O filme conquistou o prêmio Horizontes no festival de San Sebastián de 2007.

Com certeza o melhor do dia. Bélissíma estréia na direção do fotógrafo Charlone, o mesmo de "Cidade de Deus", aliás, você reconhecerá em alguns momentos semelhanças na fotografia. Roteiro criativo e original, atores ótimos e uma direção firme. Técnicamente perfeito, "O Banheiro" chega para ser uma das gratas surpresas da Mostra. Muito Bom.

SESSÃO DATA SALA
519
25/10 quinta-feira 20:30 Unibanco Arteplex 1
662
26/10 sexta-feira 19:20 Reserva Cultural Sala 1
712
27/10 sábado 14:00 IG Cine

Cochochi



México/Inglaterra/Canadá, 2007
Direção: Israel Cárdenas, Laura Amelia Guzmán

Na Serra Tarahumara, no noroeste do México, duas crianças estão à procura de um cavalo desaparecido. É um retrato sutil dos povos indígenas da região e de seu comportamento, parece um registro de momentos reais da vida dos garotos e das pessoas que eles encontram. Os irmãos Evaristo e Tony concluíram o ensino básico na escola em que estavam matriculados. Evaristo gostou dos estudos e quer continuar o aprendizado de espanhol. Tony, por outro lado, apesar de bastante inteligente, é fiel às tradições de sua cultura e prefere voltar para casa e trabalhar no rancho em que ele e seu irmão cresceram. Assim que retornam ao rancho, o avô lhes pede que levem medicamentos até uma comunidade serrana. Tony empresta sem permissão o cavalo do avô, o que deixa Evaristo, que não quer entristecer os mais velhos, muito nervoso. Os meninos escolhem uma trilha difícil pelas montanhas e se deparam com um cânion impossível de atravessar. Enquanto tentam descobrir uma saída dali, ambos perdem o cavalo, perdem-se um do outro e embarcam em aventuras separadas pelos vilarejos da Serra Tarahumara. O filme levou o prêmio Descoberta no festival de Toronto de 2007.

Filme previsível. O protagonista é muito bom e é só. Uma câmera nervosa que deixa o telespectador tonto, embora isso seja opção dos diretores ou falta de técnica mesmo. Prefiro acreditar na primeira hipótese. Roteiro fraco, não desenvolve, e o conflito é quase inexistente e arrastado. Metade da sala saiu durante o filme, sinal de que não agradou muito, mas se você quiser arriscar ...

SESSÃO DATA SALA
153
20/10 sábado 20:10 CineSesc
518
25/10 quinta-feira 18:50 Unibanco Arteplex 1
843
28/10 domingo 16:30 HSBC Belas Artes 2

Viagem A Darjeeling



EUA, 2007
Direção: Wes Anderson

Os três irmãos Whitman não se falam há um ano, mas decidem juntos realizar uma viagem de trem através da Índia. A idéia do mais velho, o autoritário Francis, tem por objetivo reencontrar a mãe, que se enclausurou num mosteiro do país. Sem muito jeito para se entenderem e com algumas rusgas, eles têm de sobreviver entre o compartimento do trem e as aventuras na vastidão do país, que vão tornando a viagem mais e mais inusitada, como no incidente que envolve uma criança e os faz conhecer a hospitalidade de uma pequena comunidade hindu. A sensação de estranheza daqueles estrangeiros cheios de manias, que carregam malas Louis Vuitton by Marc Jacobs, numa região desolada e pobre é reforçada pelo estilo excêntrico dos filmes de Wes Anderson, com seus personagens extravagantes, figurinos caprichados e ambientes multicoloridos. O diretor recorre a trechos das trilhas sonoras do pioneiro cineasta indiano Satyajit Ray e dos filmes da dupla James Ivory e Ismail Merchant. Antes do início do longa, será exibido o curta Hotel Chevalier, o epílogo de um caso de amor num quarto de hotel parisiense e prólogo de Viagem a Darjeeling.

Wes Anderson já virou uma grife do cinema. Assim como Almodovar, Von Trier, você olha para o filme e diz: Este é do Wes Anderson. O cineasta mais colorido dos EUA, não poderia ter escolhido melhor cenário para seu masi recente filme, a Índia. Os 3 protagonistas dispensam comentários. Entre eles está um dos meus atores prediletos da atualidade, Jason Schwartzman, que também assina o roteiro com Wes. O cuidado com a direção de arte, os figurinos perfeitos e muita cor. Sem contar que todos os atores fetiche de Wes estão lá, nem que seja por poucos segundos como é o caso de Bill Murray que sequer aparece nos créditos. O filme é leve, despretensioso e uma delícia de assistir, bem melhor que sua última película, Zissou. Vá rir com os personagens sempre bizarros e caricatos de Wenderson.

SESSÃO DATA SALA
373
23/10 terça-feira 19:00 IG Cine
517
25/10 quinta-feira 16:50 Unibanco Arteplex 1
854
28/10 domingo 21:30 Cinemark - Shopping Eldorado

Pancho Villa, A Revolução Não Acabou



México, 2006
Direção: Francesco Taboada Tabone

Em 1999, o senhor Ernesto Nava completou 85 anos. Reunido com a família, sentiu-se velho o suficiente para revelar um segredo que, por medo e respeito, tinha mantido por toda sua vida. Para tanto, ele relembra que ao completar oito anos, sua mãe lhe disse que ele na verdade era filho de Pancho Villa, mas que nunca deveria contar isso para ninguém. Aos 82 anos, depois de atravessar o rio Bravo, Nava decidiu retornar ao México para descobrir quem foi seu pai. Paradoxalmente, tratava-se de um caudilho assassinado em 1923, que hoje em dia, de sua cova e com a cabeça mutilada, representa um dos ícones morais da América Latina. É a história de Pancho Villa, contada por quem de fato o conheceu. O filme recebeu os prêmios de Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema Latino, em São Francisco, Melhor Documentário e Fotografia no Festival da Memória (México), Melhor Projeto no Festival de Santiago Álvarez (Cuba) e Menção Honrosa (Prêmio José Rovirosa) da Cinemateca de UNAM (México).

Documentário realizado do modo mais convencional, ou seja, depoimentos e imagens de arquivo. Técnicamente muito ruim e a edição de som ... Tem um momento que o som aumenta bruscamente. Desagradável. Quem se interessa por história, não vai ligar para esses detalhes, os entrevistados são simpáticos, contudo achei que o diretor apelou um pouco ao abusar de algumas cenas que considero desnecessárias. Apelou porque todos os entrevistados já passaram dos 100 anos, logo, o que era para ser algo fraternal, ficou apelativo. Ele tem que ver os filmes do Eduardo Coutinho para aperfeiçoar-se.
SESSÃO DATA SALA
527
25/10 quinta-feira 14:10 Unibanco Arteplex 3
880
29/10 segunda-feira 19:00 Unibanco Arteplex 4
1076
31/10 quarta-feira 17:00 Reserva Cultural Sala

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Caramel



França/Líbano, 2007
Direção: Nadine Labaki

Em Beirute, cinco mulheres encontram-se regularmente num salão de beleza, um microcosmo colorido e sensual da cidade, onde várias gerações entram em contato, conversam e trocam confidências. Layale ama Rabih, mas ele é casado. Nisrine é muçulmana e seu futuro casamento representa um problema: ela não é mais virgem. Rima atormenta-se com a atração que sente por mulheres e em especial por uma gentil cliente de cabelos compridos. Jamale recusa-se a envelhecer. Rose sacrificou sua vida para cuidar da irmã mais velha. No salão, suas conversas íntimas e francas versam sobre homens, sexo e maternidade, entre cortes de cabelo e depilação com uma pasta caramelada. O longa venceu em 2007 os Prêmios de Público, o da Juventude e o Sebastiane no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian, na Espanha.

Como disse o Sr. que saiu da sala ao mesmo tempo que eu, ele para fumar e eu para tomar um café: Sessão da tarde não dá né ... Realmente, "Caramel" é uma perda de tempo. As atrizes nem são tão ruins, acredito que a culpa maior seja do diretor, quer dizer, com certeza a culpa é dele. O filme é bem produzido, tem seus toques de exotismo por ser líbânes, mas não dá pra aguentar. Roteiro besta, uma musiquinha melosa e uma personagem louca para fazer piadinhas ... Blargh! Clichês ao cubo. E o filme é uma BOMBA! Fuja!

SESSÃO DATA SALA
469
24/10 quarta-feira18:00 Cine Bombril Sala 1
871
29/10 segunda-feira15:00 Unibanco Arteplex 2
1175
01/11 quinta-feira21:30 Cinemark - Shopping Eldorado