terça-feira, 6 de setembro de 2011

A ÁRVORE DA VIDA

EUA, 2011
Direção: Terrence Malick

"Onde estavas tu, quando eu fundava a terra?" Jó 38:4

Com esta citação biblíca Malick inicia "A Árvore da Vida". O filme discute o sofrimento e dor da raça humana. Qual sua origem? Se eu fizer o bem, irei receber o mesmo em troca? Malick mostra que esta suposta lógica inexiste.

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Malick atinge sua maturidade com esta obra. Apesar de uma carreira de já 40 anos, este é apenas seu sexto filme, ou seja, seus lançamentos costumam ser um evento.

Referências biblícas, origem do universo, o bem, o mal e muita filosofia são o fruto elementar do roteiro deste filme que diverge as opiniões. Mais um caso de ame ou odeie. Não cheguei a amá-lo, mas reconheço que se trata de um belo filme e que faz pensar. Nietzsche e Sócrates adorariam debatê-lo.

Brad Pitt faz o papel do pai rígido, disciplinador, enquanto Jessica Chastain, interpreta a mãe doce e afável. A consequência da educação recebida pelos pais e como esta se dará no futuro da criança é o grande mote da película.

O filho mais velho é o que mais sofre com estas consequências, virando um retrato em dose menor do pai. Interpretado quando criança pelo excelente Hunter McCracken e na idade adulta por Sean Penn, Jack é o espelho da educação recebida, alternando com extrema habilidade características de ambos, com ênfase para o pai. Jack aliás é o protagonista da história, apresentando toda angústia pela pressão de ser o primogênito e momentos de inveja do irmão mais novo, que é o querido do pai.

O papel do irmão mais novo também é de importância fundamental para o desenrolar do roteiro. Através dele, Malick tenta provar que a vida não é justa. Por que justamente a criança mais doce e amável perde a vida? Qual o papel dos pais neste acontecimento e a projeção do que virá a ocorrer no futuro dos progenitores e irmãos que ficaram.

O filme é recheado de referências de toda sorte e vai fundo na tentativa de explicar o que ninguém consegue: O que é a vida? Como nossas ações podem interferir no nosso cotidiano e no futuro de quem nos cerca. Em dado momento o filme parece um documentário da Discovery com direito a dinossauros, imagens belíssimas que tentam explicar o início de tudo e como elas se relacionam com a atualidade.

Como já foi dito, é um filme que diverge opiniões, mas na minha simplória opinião, de grande valia para pararmos um pouco para pensar em nossas ações e principalmente no legado que estas deixarão. Filme para se ver no telão, pois além das belas imagens estilo Discovery, o filme todo é fotografado lindamente, com ângulos extremamente bem trabalhados e muito bem pensados, imagens que fogem do padrão, portanto, se tiver oportunidade, assista-0 no telão.

Com relação a interpretação, a que mais impressiona é a do garoto Jack. Brad Pitt está ótimo, mas o filme não é um filme de ator, portanto não exige muito dos mesmos. São poucos diálogos e Sean Penn, apesar de perfeito para o papel do velho Jack angustiado que busca respostas no passado para o que tornou-se, também não é muito exigido. Trata-se de uma obra literalmente filosófica, onde as ideias sao apresentadas e cabe ao telespectador tirar suas próprias conclusões. Recomendo.





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