sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Saneamento Básico



Brasil, 2007
Direção: Jorge Furtado

Sempre fui fã de Jorge Furtado. Da leva de diretores brasileiros, ele sempre procurou fazer um cinema mais voltado para o público e não para seu ego. Filmes com temas mais simples e de fácil entendimento. Ele consegue ser popular, sem apelar para estereótipos ou fórmulas desgatadas e batidas, e thank´s god, sai da mesmice do cinema lavoura arcaica e miserável, onde só vemos desgraça e tristeza. Já vemos isso no dia a dia, não precisa aparecer na tela também. Não que não seja necessário abordar estes assuntos, mas é preciso variar e descobrir outros caminhos para quem sabe algum dia termos uma indústria cinematográfica onde poderemos fazer dinheiro com bilheteria e não continuarmos escravos das leis de incentivo.

Contudo, esperava mais deste último trabalho de Furtado. Ele faz uma sátira e ao mesmo tempo uma crítica do processo ainda amador de se fazer cinema no Brasil.

Em um vilarejo em algum lugar do sul, os moradores reinvidicam uma fossa para o bairro. Vão até a prefeitura e descobrem que verbas para obras públicas estão encerradas para aquele ano, massssss, existe uma verba de R$ 8 mil reais para a realização de um vídeo. Eis que a turma resolve fazer o vídeo para receber a verba e quem sabe conseguir construir a fossa.

O melhor do filme é a atuação de Wagner Moura que está impagável no papel de monstro, um pouco exagerado sim, mas talvez tenha sido opção de Furtado, espero que sim, rssss. O filme todo é muito forçado e os cineastas que tentam um lugar ao sol no cinema brasileiro, que têm sim que trabalhar com baixo orçamento talvez não gostem muito da crítica. O filme dentro do filme é muito trash e carregado nos clichês. Resumindo: é um besteirol sem fim. Um "American Pie" tupiniquim. Já ia me esquecendo das participações especiais de Zéu Britto e Lúcio Mauro Filho como os operários do "Monstro da Fossa". Hilário.
O resto do elenco não chega a destacar-se, a não ser Paulo José como cientista louco, mas este dispensa comentários.

Com certeza não é o melhor filme de Furtado. Acho que ele exagerou e pegou pesado ao comparar sua produção trash com a atual situação do cinema brasileiro. Não é bem assim. A cultura deve ser democratizada e para isso, a revolução das câmeras digitais chegou sim para ficar, embora a velha guarda torça o nariz. Quem está começando não consegue captar os milhões para uma produção como ele consegue e sinceramente, com a verba que ele tinha em mãos, eu faria melhor.

O filme é engraçadinho e despretensioso. Ponto para Furtado. Mas criticar a nova geração que sua para mostrar a cara e seu trabaho, pegou mal. O tempo passa para todos, espero que ele nunca se esqueça disso.



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resmunga ai