segunda-feira, 5 de setembro de 2005

A Menina Santa

Passada a correria da Mostra, agora terei um tempinho para por meu Blog em dia e transferir o conteúdo do antigo, O Crítico Sou Eu para o Cinem-adicto, portanto, não se assustem ao se depararem com resenhas de filmes e eventos meio antiguinhos, afinal, são 3 anos de material do antigo Blog. Retomemos então pelo fime "A Menina Santa" da nossa querida hermana, Lucrécia Martel. Divirtam-se.




Argentina, 2004
Direção: Lucrecia Martel

Lucrecia Martel, ame ou odeie. A diretora Argentina de 38 anos esta apenas em seu segundo filme, mas já é considerada um do expoentes deste novo cinema argentino que está na moda, tanto que Pedro Almodóvar produziu o filme.

Mais uma vez ela mostra sua fixação por piscinas horríveis e personagens bizarros e claro , aquele humor negro de "Pântano" seu primeiro trabalho, ainda que de forma mais leve desta vez.

Os filmes de Lucrecia não são explícitos, não esta ali, tudo mastigado para o espectador. Você tem que ir pescando aqui e acolá os elementos que ela sutilmente quer transmitir. E é isso que a crítica gosta, coisas loucas, sem nexo, quanto mais viagem... melhor. Na minha opinião, isso acaba restringindo muito o público do filme, mas se ela consegue agradar as pessoas "certas" fazendo o que faz ... méritos dela.

A Menina Santa conta a história de duas adolescentes que estudam em um colégio religioso, mas vivem pensando em sexo. Uma delas busca sinais que indiquem sua vocação e missão na Terra. E eis que ao ser encoxada por um médico tarado ela descobre sua missão: Salvar o médico! De quê? Sei lá, talvez da taradice dele, e ela procura fazer isso de maneira que a agrade também. Ela quer na verdade, dar para o médico e fica nessa de que somente assim salvará a alma daquele pobre tarado. Isso é Lucrecia.

Pensa que acabou? Que nada ..... O hotel onde o médico esta hospedado participando de uma convenção, é o mesmo onde a menina santa mora. Claro, um hotel decadente com pessoas tristes e duras. La também esta a piscina onde os médicos fazem festa e onde a mãe da menina santa se sente feliz com o galanteio dos doutores gordos e bêbados, mas ela gosta mesmo do Jano. Jano?! Pois é, O MÉDICO TARADÃO!!!!!!!!! O cara quer mãe e filha! O meu, que guloso!

Aliás, o taradão é bizarro. Mas a menina também é, mais que ele se bobear. Ela fica perseguindo o cara no hotel, e o cara endoida com medo de que ela o denuncie. Nunca mais o cara encoxa menininhas. Mas o que acontece com o médico, fica por conta da imaginação do espectador, não há conclusão, pois este não é o objetivo de Lucrecia. Ao mesmo tempo que aparecem os podres dos personagens, uma camareira passa um bom ar como se tentando limpar a sujeira.... Metáforas de Lucrecia.

Pois é, "A Menina Santa" é o tipo de filme que é melhor você ir sozinho. Como disse, o cinema de Lucrecia é muito peculiar e para poucos. Vale para os "tarados" por cinema. Mas é isso aí. Palmas para Lucrecia que por bem ou mal conquistou seu espaço neste mundinho e com o aval dos críticos. Não sou fã da moça, mas ....... Devo confessar que ela sabe chamar atenção e faz um cinema justo.

Ainda em tempo, ela adora ângulos diferentes .... hehehe. É, vai se preparando e tire suas próprias conclusões. Eu gosto e não gosto. Será possível? Pra mim é.












postado originalmente no o critico sou eu em 05/09/2005.

2 comentários:

  1. pô meu!
    sumiu!!!
    fui hj a uma aula do Inácio que não teve ano passado, sobre cinema argentino. O filme base foi "O Pântano"! sensacional!
    abços

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  2. Roger, adorei seu blog antigo e adorei esse. Sou amiga de Daniel Oliva, que fez rasgados elogios ao seu blog, e vi que fez justiça.

    parabéns. Vou te linkar no meu - que também é sobre cinema . Dá uma olhada nele depois.

    um abraço!

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resmunga ai