terça-feira, 27 de setembro de 2005

Doutores da Alegria



Brasil, 2005
Direção: Mara Mourão

O que faz um bom filme? Acredito que os amantes do cinema como eu, se apegam muito mais ao roteiro e a história do que à qualquer característica técnica. Com a popularização da mídia digital, grandes histórias estão podendo serem contadas. Isso é uma benção. Assim podemos acompanhar e saber do que se trata o trabalho dos Doutores da Alegria e de tantas outras histórias, voltando mais do que nunca a idéia que Glauber sempre teve de fazer cinema.

A câmera digital tornou-se uma grande aliada dos documentaristas, ela chega onde nenhuma panavision chega, talvez pareça mais grotesca a imagem, mas até isso colabora para a função de transmitir a realidade que o cineasta deseja.

Em Doutores da Alegria, Mara Mourão, faz o filme mais intimista de sua carreira mostrando um pouco do trabalho dos Doutores da Alegria e consequentemente de seu marido Wellington Nogueira, fundador do Doutores da Alegria Brasil.

Wellington ainda jovem partiu para Nova Iorque em busca do sonho de atuar na Broadway. Lá ele se deparou por acaso com o trabalho de Clown em hospitais e resolveu fazer o mesmo no Brasil.

Câmeras camufladas em bichos de pelúcia nos trazem o máximo da emoção infantil ao receber os doutores especializados em " besteirologia " como eles se auto-definem. Toda inocência e pureza das crianças, que são livres de preconceito e qualquer tipo de julgamento, estão estampadas da forma mais autêntica que se possa imaginar.

O filme passa longe do piegas e em nenhum momento abusa do tema que poderia ser filmado de maneira sensacionalista, pelo contrário, os palhaços fazem questão de não camuflarem a realidade, mas sim, tentar deixá-la de lado por alguns minutos. Não existe fingimento. E como é lindo você ver o sorriso de uma criança. Mesmo quando esta não tem forças nem para sorrir, o demonstra com gestos e movimentos.

O filme emociona, é delicado e sensível. Para os chorões, se preparem. É impossível manter-se indiferente diante desta trupe ou de qualquer palhaço. Ninguém escapa, médicos, enfermeiras, pais ...... Todos entram na brincadeira e não há como não sorrir. Muitas vezes percebe-se que os pais sentem-se mais confortados que as próprias crianças, principalmente quando veêm o filhos sorrirem após tanto tempo.

Ao final, Wellinton visita vários locais diferentes à caráter, provando mais uma vez, que sorrir faz bem a saúde. No hospital , na bolsa ou no mercadão, não importa o local. Aprofundemo-nos na ciência da besteirologia e seremos muito mais felizes. Quer apostar?












publicado originalmente no o critico sou eu em 27/09/2005.

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