terça-feira, 8 de julho de 2008

PRIMEIRO AMOR


Texto: Samuel Beckett
Interpretação: Marat Descartes (Prêmio Shell de Melhor Ator)
Direção: Georgette Fadel

Escrito por Samuel Beckett em 1945, o texto é encenado na íntegra, sem adaptações. Um texto que conta a história do primeiro amor de um homem que encontra-se de mal com a sociedade e o mundo.

O humor cáustico de Beckett está bastante presente no texto. Pode–se dizer que o personagem é literalmente um escroto, um ser totalmente voltado para seu umbigo e que não consegue relacionar-se com nada nem ninguém. Ele sente-se abandonado e excluído, e este sentimento proporciona ao espectador uma atuação majestosa do ótimo Marat Descartes, de quem tornei-me fã, ao assitir a primeira montagem de “Aldeotas", onde ele fazia o amigo de Gero Camilo.

O cenário resume-se a um banco, destes de praça. O jogo de luz é muito interessante e faz com que o espectador vá entrando aos poucos no universo de Beckett. O texto é triste e ácido ao mesmo tempo, desperta vários sentimentos como nojo, piedade por seu sofrimento e compaixão.

A interpretação é de tirar o chapéu e o monólogo que poderia ser cansativo, passa despercebido. As várias facetas do amor, em um texto cruel, mas necessário. Marat levou o prêmio Shell por sua interpretação neste trabalho. Enfim, um programa imperdível que só nos faz engrandecer. E como já diria Beckett: O amor não se encomenda ...



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