quinta-feira, 10 de julho de 2008

A FESTA DE ABIGAIU


De: Mike Leigh
Direção: Mauro Baptista Vedia
Com: Ester Laccava, Ana Andreatta, Eduardo Estrela, Fernanda Couto e Marcos Cesana

Escrita por Mike Leigh, diretor de "Segredos e Mentiras" e "Vera Drake", "A Festa de Abigaiu" foi a vencedora do 10° Festival da Cultura Inglesa na categoria teatro adulto. O texto de 1970 foca nas mudanças sociais da Londres daquela década que afetaram principalmente a classe média, e critica de forma ácida o processo de americanização que começava a tomar a terra de Shakespeare.

A história se passa na casa de um casal que recebe a visita de alguns vizinhos (as), entre elas, a mãe de Abigaiu, a filha punk adolescente que dá nome à peça. Os cinco personagens parecem terem saído de um circo freak. Um mais bizarro que o outro e todos muito distintos. Tem o pseudo-intelectual, bom moço e corretor de imóveis que idolatra seu emprego estável das 10h às 18h. O casal psicopata que vai se soltando conforme a ingestão de álcool progride e por aí vai. Esta diversidade de personagens proporciona uma comédia deliciosa com uma pontinha de crítica as futilidades e valores duvidosos que a terra do Tio Sam começava a disseminar mundo afora.

De início é complicado aceitar a interpretação extremamente caricata de todos os personagens. Como eu já disse, eles realmente são bizarros. Mas com o passar do tempo, o trabalho dos atores vai se destacando e a peça fica extremamente fácil de ser acompanhada.
Um elenco extremamente seguro e afiado, com destaque para o excelente Marcos Cesana, que interpretou o garçom do filme "Chega de Saudade" e atualmente está na televisão na série "9 MM", primeira produção da Fox em terras tupiniquins. Ainda vamos ouvir muito seu nome.

Um texto com pitadas de humor negro deliciosamente ambientado na Londres de 1970 sob a perspectiva da classe média britânica. Consequentemente a trilha vai muito bem obrigado com intérpretes que vão de Tom Jones à The Clash. Um cenário super simples mas muito bem feito e perfeccionista nos detalhes, como os sofás de couro e a vitrola. Enfim, um excelente entretenimento com ótimos atores e um texto inteligente.

A temporada no Procópio Ferreira já acabou, mas para seu deleite, a peça voltará em Agosto no Teatro Augusta. Não perca está chance de dar boas risadas, pois já dizia o palhaço filósofo dono de minhas manhãs na infância: Rir, sempre rir, é o melhor que temos a fazer.





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