quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

TETRO


EUA/ARGENTINA/ESPANHA/ITÁLIA, 2009
Direção: Francis Ford Coppola

(respiro). Uau, que filmaço! A mesma sensação que tive quando vi "Os Infiltrados" de Scorcese, tive agora com "Tetro" do mestre Coppola. Explico.

Trata-se de dois monstros sagrados do cinema, consagrados e com obras clássicas indiscutíveis. Os dois são responsáveis por filmes que fazem parte da minha vida e estão entre meus preferidos. Para citar apenas dois, fico com "Taxi Driver" de Scorcese e "Apocalypse Now" de Coppola. Putz, ainda tem os chefões ...

Enfim, para mim, a retomada de Scorcese na essência foi com "Os Infiltrados". Ao ver aquele filme pensei, nossa o homem não perdeu a mão, embora tenha ai no meio um excelente "As Gangues de Nova Iorque". De Coppola, a única coisa de relevância de que me lembro nos últimos tempos é "Drácula de Bram Stoker", logo "Tetro" foi uma dádiva e agradabilíssima surpresa.

Coppola esteve recentemente no Brasil e disse que agora ele é livre para fazer seu cinema. Chegou em um patamar em que ele pode filmar o que quiser, desde que caiba em seu orçamento, sem depender de investidores e patrocínio. QUE DELÍCIA. O sonho realizado de qualquer cineasta.

"Tetro", que foi filmado em Buenos Aires e em PB, conta a história do personagem interpretado pelo ótimo multi artista Vincent Gallo, que ja esteve no Brasil apresentando seu trabalho musical quando ainda existia o Free Jazz. Ator de filmes como "Buffalo 66", "Os Bons Companheiros" e o polêmico "Brown Bunny", onde também dirige, Gallo vive o personagem que dá nome ao filme e que foge de tudo e de todos por causa do Tetrocini pai.

Tetro quer apagar seu passado e vai bem longe. Bennie, seu irmão mais novo, vai então atrás do paradeiro do irmão mais velho que prometera em uma carta voltar para buscá-lo. Bennie procura além do irmão, respostas para seu passado. Enquanto um quer esquecer o outro que encontrar.

O roteiro é sensacional. A fotografia deslumbrante e bela, magnificamente filmada em pb.

Um pai autoritário que diz que em sua família não existe lugar para outro gênio e que machuca seus entes através de atitudes idiotas simplesmente para mostrar seu poder. Tetro é um sujeito pertubado que briga com seu passado. Escritor promissor, largou tudo por achar não ser capaz, por falta de incentivo e indiferença de seu patriarca.

Coppola é mestre na arte de retratar as grandes famílias, suas obsessões e pecados. O filme vai tomando corpo e envolve completamente. Grandioso e belo. Dizem que trata-se de seu filme mais autoral. Mas de uma coisa tenho certeza, Sofia Coppola, sua rebenta que também manda muito bem, teve todo seu apoio para seguir a carreira que ela bem desejasse. E deu no que deu, uma diretora de mão cheia que ja nos encanta com suas películas.

Belo filme. Para ver, rever e pensar. Lindo e sublime. (respiro)





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