segunda-feira, 20 de setembro de 2010

DIREITO DE AMAR


EUA, 2009
Direção: Tom Ford

Bela estreia na direção de Tom Ford. Um dos mais respeitados empresários do mundo da moda, responsável por tirar da decadência a Gucci e atual chefão da Yves Saint Laurent, além de comandar a Balencianga e patrocinar Stella McCartney e Alexander McQueen, Ford mostrou muita sensibilidade e competência no seu début cinematográfico.

Que o figurino seria impecável, disso não havia dúvidas, mas Ford foi além e surpreendeu a todos com a história do professor homossexual vivido por Colin Firth, papel que lhe rendeu a indicação ao Oscar de melhor ator e a premiação em Veneza, justíssima por sinal.

"Direito de Amar" conta a história de um professor que perde seu parceiro em um acidente de carro. 8 meses após o acidente ele ainda não recuperou-se da perda e conta com poucos amigos, na verdade, apenas uma amiga, interpretada pela ótima Julianne Moore que possue um papel pequeno, mas pontual para entender a história do personagem de Colin.

O filme se passa na década de 60 e mostra como era difícil ser homossexual naquele tempo. O filme não é afetado. É claro que existem beijos entre dois homens, uma vez que o personagem principal é gay, mas Ford mostra tudo de uma maneira muito elegante e discreta. Se você é um macho alfa que passa mal só de imaginar dois homens se beijando, passe longe deste filme, mas se você ja é maduro o suficiente para aceitar as diferenças e opções de cada um e seguro de sua sexualidade, o filme deve ser visto, pois o filme trata de amor e da lealdade e sofrimento de um homem que enxerga somente uma solução para sua dor.

O roteiro é muito bom, o figurino e cenografia chiquetérrimos e os atores realizam um trabalho sensacional, principalmente Colin Firth. A ótima fotografia e a trilha lindíssima, completam esta bela e sensível primeira obra de Tom Ford.

O personagem de Colin acorda obsessivo por uma ideia. "Anjos" são enviados para que ele demova este desejo horrível de sua cabeça, e até conseguem, só que pode ser tarde demais, por isso, não lamente, viva! Seu parceiro vivia pregando isso. Ele disse que as vezes até sentia raiva de tanta felicidade que seu amado sentia, sempre sorrindo e de bem com a vida. Você nunca sabe o dia de amanhã, a vida não é uma ciência exata. Sorria e não deixe nada do que pode ser feito hoje, para depois.

"And just like that, it came".





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resmunga ai