segunda-feira, 7 de junho de 2010

BESOURO

Brasil, 2009
Direção: João Daniel Tikhomiroff

Muito alarde foi feito em torno de "Besouro". Infelizmente, muito barulho por nada.
O assunto por si só chama a atenção, mas a história foi deixada de lado na ânsia de querer realizar algo próximo do gosto de Hollywood. Chegou até a ser anunciado como o "O Tigre e o Dragão" tupiniquim, em decorrência da semelhança plástica de suas lutas coreografadas.
A capoeira, o candomblé e os orixás são o tema de "Besouro". Mas esse rico e instigante universo ficou em segundo plano. Tudo é apresentado muito vagamente, como se estivesse sendo explicado para o gringo. Quis ser Hollywood e esqueceu do público brasileiro, detentor do patrimônio onde o filme foi buscar referências. Serviu de alguma coisa? Pois bem, o filme não foi bem por aqui e lá ...
Após a Lei Áurea ser assinada, os negros ainda sofrem preconceito explícito. São maltratados e humilhados pelo branco. Mas Besouro, o protagonista mestre de capoeira é um rebelde e após o assassinato de seu mestre, busca vingança e redenção para sua raça.
Tecnicamente, realmente o filme é um primor. A fotografia bela. Enfim, trata-se de uma superprodução, mas o roteiro ... Fraco demais. Careta demais. Seguiu a risca a cartilha hollywoodiana e seu deu mal. Quis ser "O Tigre e o Dragão" e ficou praticamente no limbo ao deixar essa riqueza cultural do tema em segundo plano.
Pra dizer que nada se salva, têmos no elenco o excelente Irandhir Santos e a participação de Pupillo, da Nação Zumbi, na trilha. E é o que resta deste filme que poderia voar muito alto como seu protagonista. Contudo, ao importar-se mais com efeitos e belas coreografias voadoras do que em apresentar nossa rica história, o filme não decolou.

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