segunda-feira, 31 de maio de 2010

MARY AND MAX - UMA AMIZADE DIFERENTE


Austrália, 2009
Direção: Adam Eliot

Primeiramente gostaria de ressaltar a necessidade dos pais se informarem sobre o roteiro das animações. Muitos devem achar que apenas pelo fato de ser uma animação trata-se de algo infantil e acabam levando seus filhos as cegas. Não sei porque essa ligação. Talvez ignorância ou preguiça de saber um pouco mais. Logo, ja vou adiantando: "Mary and Max" NÃO é uma animação para crianças, apesar dos desenhos fofos. "South Park" também é fofo e não tem nada de infantil a não ser o traço de seus personagens. Informe-se papai.

A bela animação mostra a amizade cultivada através de cartas (você ainda lembra disso?) entre uma pequena garotinha australiana e um velho judeu de New York. Apesar da diferença de idade, ambos possuem características muito semelhantes, mas basicamente, ambos são seres solitários e excluídos da sociedade por suas diferenças.

Mary se acha feia. Garotinha pobre e esquecida pelos pais, não consegue ter amigos. Max por sua vez, também possue dificuldades de relacionar-se com as pessoas e vive recluso no seu apartamento. Através das cartas, nasce uma bela amizade. Apesar de nunca se encontrarem, trocam confidências de seus cotidianos. Abrem o coração e encontram um no outro, o amigo que sempre buscaram.

O roteiro é pesado, mas ótimo. A animação talvez tenha sido a forma que o diretor encontrou para difagar sobre problemas tão massacrantes. A animação faz com que o horror seja apresentado de maneira mais "leve".

São problemas muito comuns como, o "bullying", a depressão, pais ausentes, alcoolismo e obesidade.

Max enfrenta surtos de terror quando confrontado com o mundo real, mas em uma bela passagem ele questiona: Eu que sou anormal? Pessoas jogam comida fora enquanto outros morrem de fome. Queimam florestas quando precisamos de oxigênio para viver. Trocam ofensas sem motivo, e eu que sou louco?

A animação feita com massinhas ainda aborda temas como o homossexualismo e o anti-semitismo da maneira mais comum possível, afinal de contas, (infelizmente) são temas que estão presentes na nossa doentia sociedade há tempos.

No fim das contas, o que vale mesmo, é a história de amizade entre duas pessoas que nunca se viram, mas que foi determinante para ambas conseguirem enfrentar seus medos e seguirem em frente. Trata-se de uma história muito triste, mas bela ao mesmo tempo.

A voz de Max é interpretada pelo excelente Philip Seymour Hoffman. Toni Collete interpreta Mary e ainda temos Eric Bana como o marido de Mary.

O filme ainda nos presenteia com frases memoráveis como: "A vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (...) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro." Essa frase dita pelo psicólogo de Max resume muito bem o filme.

Particularmente, prefiro a calçada cheia de obstáculos. O que vem fácil, vai fácil. E já diria Jim Morrison: "Prefiro um banquete de amigos, à uma família gigante." Lindo filme.





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resmunga ai