sexta-feira, 14 de maio de 2010

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS


EUA, 2007
Direção: Tim Burton

Quando soube que Burton refilmaria o clássico de Lewis Carrol entrei em êxtase. Seu universo dark e pertubado parecia perfeito para recontar a história da pequena Alice. Infelizmente a expectativa foi muito grande. A Alice de Burton ficou muito aquém da obra original e de certa maneira, saí desapontado com o resultado final.
Não me refiro ao universo "burtoniano". Como em todos seus filmes, visualmente, "Alice" é um espetáculo, mas o roteiro e o mote da obra de Carrol fôram totalmente sucumbidos as exigências da Disney. Pois é, teria sido muito melhor acredito, se Burton tivesse tido total liberdade para filmar, mas não foi o caso.
Toda aquela anarquia da obra original e seus jogos verbais não estão presentes. No lugar disso, têmos uma Alice responsável, preocupada com a descoberta do crescimento e suas consequências. Uma Alice chata e previsível tentando passar uma "lição de vida". Esperar o que se o roteiro foi adaptado pela mesma roteirista de "O Rei Leão"? Não é preciso explicar mais nada. A Disney matou a Alice de Carrol.
A alma do filme não existe, mas quem não se encanta pela estética característica de Burton e por seus fiéis escudeiros Johnny Depp e Helena Bonham Carter? Aliás, esta última, também esposa do diretor, está impagável no papel da Rainha Vermelha ou Rainha Má se preferirem. Na minha modesta opinião, de longe, a melhor coisa do filme. Johnny Depp também vai muito bem no papel do Chapeleiro Maluco, mas a Rainha Má rouba a cena com seu cabeção.
O 3D é totalmente dispensável. Fraquinho, fraquinho. Nem as aberrações incluídas por Tim na obra conseguiram tirar proveito da tecnologia.
Enfim, "Alice" é o exemplo perfeito de como uma produtora pode aniquilar o trabalho de um diretor, mesmo este tendo um estilo tão definido e próprio, nada sobrevive as exigências da "Big One". Triste.
Minha humilde dica é: esqueça a obra original quando entrar na sala escura. Dessa maneira você terá grandes chances de poder curtir um pouco mais, afinal de contas, é um filme fácil de assistir, com um visual maravilhoso e atores ótimos. Agora com licença que eu tô atrasado, tô atrasado, tô atrasado, tô atrasado.

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resmunga ai