segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Amantes



EUA, 2008
Direção: James Gray

Uma relação destruída. A frustração. Tentativas de suícidio e a redenção. Este é basicamente o mote que move o roteiro deste excelente filme que está longe de ser romântico, apesar do título.

A bela sequência inicial já nos dá uma ideia do que virá. Tudo o que o filme representa está lá.

Leonard, o personagem do ótimo Joaquin Phoenix volta para a casa dos pais após o término de uma relação que o afetara profundamente. Ele traz sequelas deste rompimento, começa a tomar remédios e parece tentar disfarçar constantemente sua depressão. Vive um dia após o outro, sem grandes planos e tampouco ambições que um dia sua ganância juvenil almejara, como o desejo de ser fotógrafo. Trabalha na lavanderia da família entregando roupas a domícilio.

Eis que surge uma bela mulher, séria, de boa índole e que se interessa por ele. Para a família, trata-se do partido ideal, uma vez que a moça em questão é filha do homem que pretende realizar uma fusão de empresas, empresas das famílias em questão. De uma só vez arrumariam uma mulher para o filho e ao mesmo tempo, a relação poderia desencadear ótimos frutos para todos. Certo? Errado. O personagem de Phoenix até tem boas intenções. Sabe que a moça gosta dele e que o acerto deste relacionamento poderia ajudar, e muito, os negócios do pai. Mas ele não manda em seu coração. Ninguém detém tamanho poder de escolher quem amar.

Surge então a vizinha. Linda, problemática e frágil. A química é imediata, mas onde um enxerga amor o outro enxerga carinho. É isso mesmo, a personagem de Gwyneth Paltrow enxerga Leonard como um irmão e o procura para conselhos amorosos. Leonard por sua vez esta completamente apaixonado, endoidecido pela mulher como nunca esteve desde sua separação e por isso mesmo, submete-se a realizar tudo que Michelle (Paltrow) lhe pede. Inconsequentemente e irracionalmente. Pois é, parece que mais uma vez apaixonou-se pela mulher errada. Maldito coração!

Ele leva então a relação com as duas paralelamente. Começa a namorar a mulher certa, mas ama a mulher errada. A mulher certa o deseja e a mulher errada não quer saber dele, mas basta um estalar de dedos para ele ir correndo ao seu encontro. Basta uma pequena demonstração de que ela (a errada) possa TENTAR amá-lo algum dia, para que ele mande tudo para o inferno. Mesmo que sua felicidade dure um mês. Leonard é um cara cheio de sentimentos, machucado e que quer muito amar novamente e não somente "ser amado".

Mas mais uma vez o destino lhe prega uma peça e a conclusão chega a dar um embrulho no estômago. Ser feliz intensamente e loucamente ao lado de quem você escolheu repartir seu coração ou ater-se ao seguro colo da mulher que lhe ama, que a família quer, mas que você precisa APRENDER a amar? Aprender a amar a mulher "certa" ou esperar a "errada" aprender a te amar?

Muitos optam pela certeza e tem medo do duvidoso, mesmo que as escolhas não remetam ao desejo do coração. Leonard não queria um emprego estável e tampouco uma mulher perfeita. Ele só queria amar. Mas após tantas decepções, talvez o porto seguro da mulher "certa" seja um bom recomeço para salvar seu doente coração. Mas nunca antes sem tentar. Sempre tentar realizar o que este vagabundo batendo dentro de você deseja. E somente nós, sabemos o que ele quer. Ser feliz intensamente e plenamente, nem que por apenas um mês.

Destaque para mais um belo trabalho de Phoenix. Lindo filme.




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