sexta-feira, 13 de abril de 2007

Quarta B


Brasil, 2005
Direção: Marcelo Galvão

No final do ano passado um amigo que mora na Austrália organizou um festival de filmes brasileiros por lá e pediu minha ajuda para produzir um pequeno documentário sobre a história do cinema brasileiro e uma pequena introdução a respeito dos filmes que seriam exibidos, entre eles Quarta B.

O filme, apesar de ter sido o grande vencedor escolhido pelo público da Mostra de cinema de São Paulo de 2005 não conseguiu distribuição e pouca gente conseguiu acompanhá-lo. A cerca de 2 meses atrás foi inaugurada a Sala Maria Antônia, colada no Mackenzie, que chega com a proposta de exibir justamente esses filmes sem distribuição e no formato DVD, o que barateia bastante o valor do ingresso, R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 meia. Parabéns para o idealizador da sala e que outras venham surgir para podermos popularizar o cinema e quem sabe, finalmente transformá-lo em uma indústria.

O filme conta a história de uma reunião de pais de uma escola primária para discutir o que fazer com relação ao ocorrido: A descoberta de uma pedra de maconha na sala da 4° B. Os pais são os mais variados tipos, desde um casal de idosos que adotara um dos alunos, passando por um advogado chato de doer até chegar no surfistão que acredita que quando Jesus andou sob as águas, na verdade ele estava surfando. E por que não? Também acredito oras hehehe.

Lá pelas tantas alguém tem a brilhante idéia deles fumarem um baseado para verem ou reverem quais os efeitos da droga para poderem conversarem com seus filhos de igual para igual. Uma votação é feita e o sim prevalece. A partir daí o grande barato é ver a reação de cada um sob os efeitos da erva. Tem a paranóica, o lariquento, o paz e amor, a que fica alegre , a que fica triste, um verdadeiro laboratório de tipos humanos e suas reações mediante o cigarrinho do diabo.
Confissões são feitas, perdões são solicitados, brigas ocorrem e a reunião fica de lado.

O que Galvão pretende mostrar é a diversidade de reações humanas partindo de um ponto em comum: A maconha. O filme já nasceu polêmico e foi rodado com baixo orçamento em suporte digital.

Os personagens são ótimos, tirando o lariquento que exagera um pouco. Dez pizzas califórnia é demais. Achava também que Galvão poderia ter escolhido uma série tipo 6° ou 7°, mas pensando bem, isso não importa, porque o que esta sendo estudado, são os pais em si.

Pode não ser uma obra-prima, mas o roteiro é muito bom e as atuações idem. Por ser um filme de baixo orçamento que foi filmado na marra e por ter ganho o prêmio do júri da Mostra de 2005, o filme já merece aplausos. Temos que tirar o chapéu para Galvão e procurar seguir seu exemplo. Vamos criar uma nova geração de cineastas que querem mostrar seu trabalho independente da telona. Queremos fazer 5 filmes em um ano e não levar 5 anos para fazer 1! Parabéns Galvão.

ps1: o filme encontra-se disponível para donwload no e-mule.

ps 2: diz a lenda que a invasão da polícia no filme é verdadeira.

ps 3: você conhece a Amway? hahaha.





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