quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Caminho Para Guantánamo


Inglaterra, 2006
Direção: Michael Winterbottom e Mat Whitecross

Para continuar no clima do filme, digamos que ele é simplesmente um soco no estômago. Sim, o filme é forte, pesado e verdadeiro, o que piora tudo rs. Mistura de ficção e documentário. Enquanto os verdadeiros protagonistas da história vão narrando, reconstituições dos fatos ocorridos são mostradas.

O filme conta a história de 4 rapazes ingleses de origem paquistanesa que resolvem conhecer suas raízes e ir ao casamento de um deles que fôra ao Paquistão um mês antes para casar-se. Tudo normal até aí se não fosse a data. Outubro de 2001. Quando?! Isso mesmo, um mês depois do 9/11. Qualquer muçulmano já corria riscos estando na América ou Inglaterra, imagina in loco ... Tá certo, não justifica, mas não dava pra esperar um pouco mais pra casar?!

Enfim, eles partem para o Paquistão e sofrem muito. Perdem um de seus colegas em um exôdo violento, soldados americanos e ingleses invadem a cidade em que estão e eles são presos, assim como tantos outros. O motivo? Estar no lugar errado, na hora errada. Primeiramente são torturados e humilhados em prisões no próprio local, inclusive por britânicos, que diziam que iriam ajudá-los se eles confessassem. Mas confessar o quê?! Que eles estavam ali para o casamento de seu amigo? Aliás, essa era sempre a resposta que os interrogadores ouviam.

Quando se deram conta, estavam em Guantánamo, Cuba, em uma prisão para suspeitos de fazerem parte da Al Quaeda. E dá-lhe torturas e humilhações. Mas, ao invés de se entregarem, eles saíram mais fortalecidos e nunca cederam. Eles foram libertos no meio do ano passado. Isso mesmo, quase 4 anos respondendo por algo que não haviam cometido. Quando não havia mais por onde espremer, foram liberados com um pedido de desculpas, aliás dos pouco mais de mil prisioneiros que haviam em Guantánamo, menos de 20 foram acusados de algo.

Pois é, os americanos nunca foram os cidadãos mais amados do planeta e devido a um palhaço na Casa Branca, essa imagem piorou muito e em alguns lugares, eles alimentam o ódio. Não dizem que violência gera violência? Pois bem, escutemos mais a sabedoria popular. Depois não me venham chorar quando derrubarem a Brooklin Bridge ou o Sears Tower. Cada um tem o que merece, você colhe aquilo que planta. Espero que os americanos saibam escolher melhor seus governantes. Saudades do Clinton.





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