sábado, 26 de janeiro de 2013

2 COELHOS


Brasil, 2012
Direção: Afonso Poyart

Na época de seu lançamento o filme foi muito comentado principalmente pelos efeitos visuais hollywoodianos e sua linguagem frenética, bem ao estilo de Guy Ritchie. O cinema de gênero no Brasil ainda engatinha e sinceramente, não sei se algum dia chegaremos a realizar películas que buscam apenas vender, não por falta de vontade, mas pela falta de "pegada". Felizmente 2 Coelhos não busca vender nada e até surpreende.

Como o próprio protagonista revela, ele era o nerd da turma, mas usou sua inteligência para ganhar a vida fazendo mil tramóias. Enveredou-se pelo lado das trevas, embora seja um cara do bem. Contraditório? Sim. Algo bem semelhante aos "hackers".

O roteiro apesar de bem amarrado é um tanto mirabolante e fantástico, mas têm o trunfo de conseguir prender a atenção até o último minuto, que é onde o espectador realmente descobre o propósito de seu esquema um tanto surreal. O plano arquitetado por Edgar é quase perfeito, mas difícil de engolir.

O filme conta com ótimos atores (Alessandra negrini, Caco Ciocler, Marat Descartes entre outros). A edição e toda arquitetura de efeitos visuais e áudio são realmente de primeiro mundo, mas tanta qualidade tecnológica não é suficiente. Talvez se o roteiro fosse menos "surreal" eu conseguisse dar mais crédito, mas não é o caso. Me parece um pastiche do cinema de gênero estrangeiro. Matrix encontra o romantismo do anime com uma pitada de Cidade de Deus.

Apesar disso, não restam dúvidas de que o diretor tem um promissor futuro pela frente, principalmente no mercado internacional, pois é o tipo de filme que Hollywood adora.

Boa sorte Afonso, mas o cinema de gênero não me atrai. Tanta vontade de ser inteligente e confundir o espectador em um gênero que despreza o pensar, fez com que o tiro, na minha humilde opinião, saísse pela culatra, mas com certeza irá conquistar cabeças mais juvenis que acham Guy Ritchie o máximo.






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