segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

INVERNO DA ALMA

EUA, 2010
Direção: Debra Granik

Ja comentei isso em um post anterior e comentarei novamente. O aumento de 5 filmes na categoria melhor filme foi ótimo pelo lado mercadológico e da indústria, mas pelo conteúdo ...

Desta vez não temos filmes horríveis como no ano passado (Um Sonho Possível), mas sinceramente, ao menos metade dos 10 indicados são filmes apenas razoáveis, o que torna a indicação algo banal.

O ideal seria fazer como outros festivais de respeito e procurar incluir nesta categoria filmes estrangeiros, mas claro que isso não vai acontecer. Seria desprestigiar o mercado interno e eles estão certos. Se não fosse assim, talvez eles não seriam desde sempre a maior indústria cinematográfica do planeta. Cada um cuida do seu.

Filmado nas florestas do Missouri, "Inverno da Alma" mostra um lado dos EUA que não estamos muito acostumados a ver nas telas. A pobreza e o machismo que dominam esta cidade que parece terra de ninguém, onde com certeza, 90% da população são eleitores republicanos da caçadora Sarah Palin. Pessoas ignorantes e grosseiras ao extremo. Junte a pobreza com o inverno congelante e teremos pessoas escrotas e depressivas. É claro que no filme tudo é elevado a enésima potência, mas a impressão que fica é essa.

A história esta centrada na personagem da boa Jennifer Lawrence que faz a adolescente de 17 anos responsável por seus irmãos pequenos, uma vez que o pai esta foragido da polícia e a mãe possue problemas de saúde que a impede de se comunicar, além de estar presa a uma cadeira de rodas. Pra piorar a situação, o xerife da cidade faz uma visitinha avisando que o pai dela deu a propriedade em que vivem como garantia da fiança e que se ele não comparecer ao júri, eles perderam tudo.

Dá-se início então uma caçada dolorosa para encontrar seu pai e evitar que a propriedade seja tomada deles. Ela enfrenta tudo e todos, apanha, sofre, chora atrás do paradeiro de seu pai, um traficante não muito querido pela comunidade local.

Realmente Jennifer é o grande destaque do filme e mereceu a indicação. Outra boa surpresa é a presença de John Hawkes, ator que gosto bastante e que atuou em filmes como "Eu, Você e Todos Nós" e "O Gângster", que faz o tio dela Teardrop. Mas tirando o trabalho de atores, não sobra muita coisa. O roteiro é deprê até dizer chega, é sofrimento que não acaba mais, além de ser meio forçado, porque, por mais afastada e isolada que seja uma cidade, não acredito que em pleno ano de 2011 pode acontecer as coisas que ali ocorrem. Terra de ninguém não existe mais. Filme ok, mas não era pra tanto.

ps: A trilha é ótima, embora não tenha sido indicada.







Indicações ao Oscar: Filme/ Atriz/ Ator Coadjuvante/ Roteiro adaptado

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