quarta-feira, 14 de julho de 2010

BRILHO DE UMA PAIXÃO


Inglaterra/Austrália, 2009
Direção: Jane Campion

O que realmente me atraiu neste filme foi o chamariz Jonh Keats, um dos maiores nomes da poesia do romantismo inglês.

Como toda cinebiografia, infelizmente, ja entramos na sala sabendo o final, mas sempre tento abstrair este "detalhe". Muitas vezes o diretor nos leva a caminho mágicos que somente na conclusão a verdade vêm a tona e lembramos que já sabíamos aquela história. Não é o caso de "Brilho de uma Paixão".

Jane campion, diretora de "O Piano", não soube apresentar o poeta Jonh Keats para o mundo. Sua vida foi curta? Ok, mas isso não é desculpa para arrastar tanto o filme. Não tem assunto, encurta, não é nenhum demérito, ja que não teve a capacidade de explorar outras facetas deste grande poeta. (Keats faleceu de tuberculose aos 26 anos)

O filme todo mostra a paixão quase que adolescente de Keats por Fanny Brawne. Claro que ela não deveria ficar de fora, mas resumir a vida de Jonh Keats a sua paixão por Fanny, é muito pouco. Mas claro, as pessoas adoram histórias de amor. Aliás, uma história maçante e chata nas maõs de Campion.

Keats nunca foi reconhecido enquanto vivo, pelo contrário, sempre foi duramente criticado. O clímax da história de Campion esta no fato de Keats não possuir um dote para poder pedir Fanny em casamento. Sim, naquela época, simplesmente amar não bastava. Por isso, essa louca paixão nunca foi pra frente. Não que Fanny tenha exigido o dote de Keats, mas você sabe como é, família, família .... Sem contar que Keats era um homem de princípios. Enfim, o filme resume-se a esse vai e vêm desagradável.

No fim das contas você sai sabendo somente o básico da vida deste grande homem. Sua poesia, sua vida, suas inspirações e inquietações, ficaram reduzidas a 2 horas de uma paixão chatonilda.

Fiquemos portanto com as belas palavras de Keats: "Quase desejo que fossêmos borboletas e vivêssemos somente três dias de verão. Três dias a seu lado, e poderia preenchê-los de mais encanto do que 50 dias comuns jamais teriam."

ps: postarei aqui link com um trecho de "Endymion", uma de suas grandes obras, traduzida por Augusto de Campos. Deleite.




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